Capítulo 139: POV Gabrielle DeChamps

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FLASHBACK 

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FLASHBACK 

Sebastian ficou dentro do seu quarto com Thomas e seu pai. Se o rei não tivesse insistido em estar lá enquanto ele se vestia, ele teria nos ajudado. E nós não precisaríamos fazer silêncio.

Mas ele insistiu. Eu imaginei que fosse só para dar alguns conselhos, conversar, mantê-lo no espírito de casamento ou qualquer coisa assim. Até me peguei imaginando o que ele diria, como eu explicaria aquela cena se eu fosse a escritora do livro da vida de Sebastian.

Com o rei ali, eu tive que dar uma desculpa de que queria que Charles me ajudasse a escolher meu vestido e nós saímos de lá só para andarmos até o quarto de Amélie e entrarmos tentando fazer o mínimo de barulho possível.

Assim que Charles fechou a maçaneta, ele correu para o closet dela e eu fui junto. Nós procuramos em todas as gavetas, mas a caixa não estava em nenhuma. Meu coração já batia a toda velocidade quando nós começamos a procurar pelo quarto descalços para seu pai não ouvir nossos passos. E então ele a achou embaixo da cama.

Sem falarmos uma palavra, ele a colocou em cima da cama e eu me sentei na frente dele. Ele foi cuidadoso com barulhos indesejáveis ao colocar a chave e girá-la sem problemas. O ferreiro realmente tinha feito um trabalho de gênio.

"Quê?" Eu perguntei, ao ver a cara de Charles olhando para dentro da caixa. Ele não parecia nada feliz, só confuso.

Eu virei a caixa para mim, sem querer esperar que ele reagisse. E então eu entendi o barulho que Beatriz tinha explicado. Eram remédios e papéis. Só isso. Um pote de remédios grande e alguns papéis dobrados, que eu abri para ver o que tinha escrito. Mas eram só receitas do remédio.

"Nós estamos perdidos," Charles disse, se jogando para trás até estar deitado.

"Shh," eu fiz para ele, pegando o pote devagar, tentando não fazer os poucos comprimidos que ainda estava lá dentro balançarem o suficiente para chamar a atenção de alguém que estava do outro lado da porta.

Meus olhos percorreram a etiqueta que continha o nome de Amélie e de seu médico. Aquele ali tinha sido prescrito para ela quase três meses antes e ela já estava prestes a precisar de outro. Charles estava certo, nós estávamos perdidos. A esperança que eu tinha de que fosse alguma coisa que ela estivesse tomando de propósito para parecer grávida fugiu de mim. Até que meus olhos encontraram o nome do remédio.

"Espera aí," eu disse, me esquecendo que nós tínhamos que ficar em silêncio.

Eu me levantei na hora, como se a possibilidade do que eu estava pensando fosse importante demais para eu estar sentada na hora em que eu a considerava.

Diazepam. Esse era o remédio de Amélie. Diazepam, eu repeti na minha cabeça, fechando meus olhos com força. Eu precisava me lembrar, precisava conseguir lembrar do que a minha mãe tinha me falado dele.

"O que foi?" Ouvi Charles me perguntar, sua voz já bem mais animada do que antes.

"Esse remédio é para ansiedade," eu disse, abrindo meus olhos para olhar para ele. Mas eu precisava conseguir pensar e ele me distraía, então eu me virei de costas, mirando a janela.

"Quem toma remédio para ansiedade?" Ele perguntou, voltando a ficar desanimado.

"Muita gente, Charles," eu falei. "Muita gente. Ela tem ansiedade clínica, ela deve ter problemas para dormir, para se concentrar..."

"Não é de se admirar, com uma mãe daquelas," ele bufou, quase soltando uma risada, e eu só levantei a minha mão no ar para ele parar de falar.

Eu precisava pensar. E ele não estava me deixando.

Diazepam. Remédio para ansiedade. Valentine tinha pensado em tomar uma vez. Mas a minha mãe não tinha deixado. Por que ela não tinha deixado?

"Charles," eu me virei para ele. "Nós precisamos ir atrás da Amélie."

"Por quê?" Ele perguntou, confuso.

"Esse remédio atrasa menstruação," eu disse, balançando o potinho no ar. "Ele mexe com todo tipo de hormônio. A Amélie pode não estar grávida de verdade. Eu acho que ele dá falso positivo."

Ele se levantou e foi até mim. "Você ACHA?"

"Eu tenho certeza de que vale a pena fazermos algum outro tipo de teste," eu disse, quase batendo o pé. "E agora."

"Tipo qual?"

"Ultrassom!" Eu soltei, quase gritando. Alguma coisa que dê para ver de verdade, algum que não dependa de níveis de hormônios que poderiam ser facilmente alterados por química!"

Minha voz devia mesmo estar alta demais, pois Sebastian bateu na porta que levava até seu quarto e depois a abriu.

"Está tudo bem aí?" Ele perguntou, se inclinando na maçaneta.

"Talvez," eu disse.

"Cadê o papai?" Charles perguntou, indo até ele e eu o segui.

"Foi ver como vão as preparações," Sebastian explicou, depois seus olhos caíram no pote na minha mão. "O que é isso?" Ele perguntou.

"Se tudo der certo," eu disse, "a sua salvação."

Quando a Chuva Encontra o Mar [Completo]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora