Capítulo 129: POV Sebastian Regen

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Eu pensei em seguir Nina até as portas principais, mas no fundo eu sabia que precisava ficar longe

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Eu pensei em seguir Nina até as portas principais, mas no fundo eu sabia que precisava ficar longe. Se eu estivesse com ela na hora em que ela fosse embora, talvez eu não conseguisse deixá-la ir. E eu precisava deixá-la ir. Por ela, bem mais do que por mim. Se ela queria, se ela estaria melhor assim, ela tinha que ir. E eu não poderia deixar meu egoísmo tomar conta.

Eu a segui pelo corredor, mas subi as escadas, enquanto ela descia. Corri para o meu quarto, sem nem pensar em fechar a porta atrás de mim e fui até a janela. Não conseguia vê-la no pódio, mas vi quando um guarda colocou sua mala no carro. E depois ele abriu a porta para ela. Eu praticamente contei os segundos até ela entrar e ele a fechar lá dentro. E logo o carro estava se movimento, fazendo a volta e começando seu caminho até os portões principais.

Em um impulso eu bati no vidro da janela com as duas mãos. Por sorte, não tinha sido forte o suficiente para quebrá-la. Na hora, eu me lembrei de Charles. Pelo menos Nina estava bem. Pelo menos ela ainda tinha a chance de ser feliz em outro lugar. Ela podia me odiar para sempre, mas ela estava bem.

Apoiei minha testa no vidro embaçado enquanto observava o carro desaparecer de vista. Estava escuro o bastante para eu seguir seu farol, apesar de já não conseguir vê-lo bem. Quando ele chegou na rua, eu o perdi em meio aos postes de luz. A minha vontade era sair correndo atrás dela, e quanto mais eu considerava essa opção, mais eu empurrava minha testa contra o vídeo. Eu não a merecia assim. Eu precisava tentar impedir o casamento. Eu precisava estar livre de qualquer erro idiota que eu tivesse cometido antes de ir atrás dela. Eu precisava merecê-la antes para poder lhe oferecer algo verdadeiro depois.

O barulho da minha porta se fechando me assustou e me fez virar de uma vez para encontrar Amélie apoiada contra ela, sua testa franzida de preocupação.

"Eu estava me perguntando aonde você tinha se metido," ela disse, uma irritação leve aparecendo claramente em seu sotaque.

"Eu estava com dor de cabeça," eu disse, esfregando a minha nuca.

Ela começou a andar até mim e eu percebi o colar que guardava a chave que Charles tanto queria. Eu ainda não tinha tido tempo de pensar em como conseguir tirá-lo dela, mas a ideia mais óbvia brotou na minha cabeça. Eu sabia o que teria que fazer. Eu só não queria era ter que fazer.

"Você já escreveu seus votos?" Ela perguntou quando estava chegando perto de mim. Eu só esperei que ela apoiasse suas mãos em meu peito e as deslizassem até estar segurando meu rosto virado para ela. Seus olhos me miraram com tanta esperança, que eu me lembrei do dia em que eu tinha estragado tudo. Meu grande aniversário de 18 anos. Na hora, parecia uma ideia tão incrível. E agora, ter que fazer aquilo de novo, os mesmos olhos em mim, os mesmos braços em volta de mim. E ainda assim parecia algo intragável.

Quando a Chuva Encontra o Mar [Completo]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora