[31] Doctor

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Niall Horan

Eu tive pena dos pais da Avery, tive mesmo. Nós não lhes tínhamos contado acerca dos ataques de pânico da Aimee porque ela só tinha tido um antes e nenhum de nós esperava que eles acontecessem novamente. O olhar em Tom, o pai da Avery, a sua cara era devastadora.

“Nós vamos tratar disto.” eu assegurei-lhe. “O médico virá assim que puder.” Eu olhei para a Ave e para a Aim – a Avery estava a segurar a nossa filha perto do seu peito, sussurrando coisas no seu ouvido para a acalmar.

“Quantas vezes aconteceu isto, antes?” Tom perguntou-me. Nós estávamos do outro lado da sala, então as raparigas não nos podiam ouvir.

“Só uma.” Eu admiti. “Nós pensámos que seria a última vez.”

“E isto é de quando o namorado da Avery...” ele arrastou, as palavras a deixarem um gosto horrível na sua boca. Eu odiava pensar naquilo, pensar em alguém a tocar com as suas mãos nas duas raparigas que eram o meu mundo, o meu tudo.

“Lhes batia.” Eu terminei por ele. “É horrível.” Eu deixei a minha mente imaginar um espaço onde eu nunca antes tinha tido a coragem de entrar, pensar em todas as vezes que o Jake lhes tinha batido. Elas estavam indefesas e não se podiam salvar dele, durante todos aqueles anos. Eu funguei, sentindo os meus olhos a ficarem húmidos.

“Estou tão feliz que ela te tenha a ti.” Tom disse, surpreendendo-me. “Eu estou mesmo... e eu posso dizer que vocês os dois se amam a sério. Se eu pudesse escolher alguém para a minha filha, eu escolhia-te a ti sem pensar duas vezes.” Eu senti o meu coração a derreter.

“Porquê?” eu perguntei. “Não é que eu discorde, eu só quero saber o porquê.” Eu corei.

“Eu posso ver que tu te preocupas mesmo com a minha filha e nunca a irás magoar. E tu estás sempre junto da Aimee para a ajudar. Tu pareces o pai dela e ages como isso, também. Tu és perfeito para elas as duas.” Tom riu-se um pouco. “Tu tens a minha bênção.”

“Obrigada.” Eu disse. “Eu aprecio isso. Mas por enquanto, eu não acho que nós nos iremos casar. Nós poderemos fazer com que a Aimee fique com o meu último nome, em vez do de Jake.” Tom assentiu, absorvendo as minhas palavras.

“Espero que esse canalha vá para a prisão.” Ele sacudiu a sua cabeça. “Se matar alguém fosse legal, eu já lhe teria dado um tira, a esta altura. Isto fica entre nós, já agora.” eu ri-me e assenti.

Subitamente, ouviu-se um toque na porta principal do quarto de hotel. Eu suspirei, aliviado por o doutor estar finalmente aqui. Não seria o mesmo doutor, mas eu esperava que ele não tivesse quaisquer outras suspeitas ou preocupações acerca da Aimee. Nós já tínhamos tantas coisas para nos preocupar, eu não sabia se iria aguentar mais uma.

Tom foi à porta e um homem alto e magro, com óculos, entrou. Ele tinha um espeço cabelo encaracolado e parecia mesmo um marrão. Eu podia dizer, quando ele olhou para mim e pela forma como olhou para mim, que ele me tinha reconhecido instantaneamente, mas estava a tentar ser profissional.

“Olá, sou o Dr. Franklin. Pelo telefone você disse algo sobre ataques de pânico...?” ele arrastou, apertando firmemente a minha mão. Eu assenti e olhei para a Aimee, que ainda estava nos braços da Avery.

“A nossa filha tem tido ataques de pânico severos, e nós gostaríamos de alguma ajuda assim que possível.” Eu informei-o. “É a segunda vez que acontece e nós gostaríamos de parar isto.”

Motel 6 [Niall Horan] (Tradução em Português)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora