Capítulo XXX - A Esperança é a Última que Morre

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— Deve ter uma saída. — Filipe insistia. — Vamos, procurem por algo que dê pra sair. — o adolescente tentava incentivar seus amigos, mas nenhum deles pareciam ter sido convencidos.

— Não adianta. — Alissa disse. — Eu sempre soube que nunca sobreviveríamos muito tempo. — pessimista, a garota abaixou a cabeça, mirando seu olhar no chão.

— Qual é, galera! Não podemos desistir agora. — Lipe tentou novamente, olhando para frente e para trás observando os zumbis se aproximando. Mas tudo que o adolescente falava era em vão. Era horrível ver a morte vir em sua direção por meio daqueles mortos-vivos e não poder fazer nada.

— Vocês vão desistir? — Liv falou se juntando à Filipe. — Depois de tudo que passamos vocês vão jogar tudo para eles de bandeja? — a cacheada apontou para as criaturas. — Mesmo se não tiver nenhuma saída, temos que procurar! Morreremos, mas será com honra, e não pela burrice de nos entregarmos aos zumbis. — seu discurso pareceu ter acendido uma faísca de esperança em cada um daqueles sobreviventes, que mostraram-se persuadidos por Liv.

— Vamos procurar uma saída e nós sobreviveremos. — Gabriel disse, tentando levantar a auto estima de todos ali.

Os sobreviventes correram para uma sala ao lado da recepção, pois era o único cômodo livre que podiam entrar, os corredores estavam infestados de mortos-vivos que se aproximavam e a porta dupla de vidro estava repleta de zumbis que tentavam à todo custo quebrá-la. Mas agora, felizmente, a busca pela sobrevivência parecia ter sido despertada novamente. E o melhor de tudo, aprenderam uma nova lição: quando tudo aparenta estar perdido, não podemos desistir, pois sempre existirá uma saída, por mais difícil que seja alcançá-la.

Ao chegarem, descobriram que era uma sala de cirurgias. Mas, aparentemente, não havia nada que pudesse servir para que eles saíssem do hospital.

Filipe olhou para os lados, tentando achar uma forma de sair. Checou tudo várias vezes, mas não encontrava nada. Mesmo assim, não desistiu. Olhou para cima, e avistou uma grade no teto. Provavelmente aquilo era um tubo de ventilação (imagem no início do capítulo).

— Acho que dá pra passar por ali. — Filipe disse, apontando para o duto de ar e chamando a atenção de todos. O adolescente estava certo, mas só se o tubo fosse espaçoso o suficiente para suportá-los lá dentro.

— Terá que ser de dois em dois. — Hanna disse. — Esse duto não deve aguentar muito peso.

— Fechem a porta e façam barreiras. — Thiago mandou, e todos obedeceram, começando à apoiar tudo na frente da porta para aumentar sua resistência. Como não poderiam passar todos de uma vez, teriam que ter tempo para passarem de dois em dois.

Nesse momento, um estilhaço de vidro cortou o clima. Vários grunhidos puderam ser ouvidos. Os mortos-vivos já haviam conseguido quebrar a porta da recepção.

— Vamos se apressem! — Gabriel mandou.

— Precisaremos de apoio. — Filipe pediu. — Não alcançamos o teto.

— Suba no meu ombro! — Rodrigo falou.

Dri se abaixou para facilitar a subida do adolescente. Filipe apoiou um pé no ombro de Rodrigo e com o outro no chão fez impulso e tentou manter equilíbrio, com sucesso. Retirou a grade que bloqueava a passagem, pendurou-se no tubo e com força, fez impulso para adentrar por completo. O duto de ar tinha o espaço necessário para que eles ficasem de quatro. Filipe começou a rastejar, andando em frente.

Liv fez o mesmo e adentrou ao tubo e junto com Lipe, começou a andar. Não sabiam se tinha uma saída em frente, mas teriam que tentar. E se não tivesse, estavam ferrados com sua sentença de morte já marcadas. O tubo era estreiro, então tinham que engatinhar em fila indiana.

Filipe, que estava na frente de Liv, teve seu caminho bloqueado por outra grade. Com a palma de sua mão, fez forças tentando empurrar a grade para frente, para que sua passagem estivesse livre. A grade caiu, mas o campo de visão de Filipe ainda não conseguia avistar o que havia em frente. Mesmo assim continuou engatinhando. Ao chegar, o adolescente viu que o duto de ar dava para fora do hospital. Comemorou mentalmente e engatinhou até sair do tubo e cair no chão, apoiando-se com as mãos e os pés. Finalmente livre!

Liv fez o mesmo e logo após vieram Hudson e Ana Clara, Hanna e Abby e Alissa. Faltava apenas Rodrigo, Gabriel e Thiago.

Enquanto isso, lá dentro de hospital, a porta começou a se abrir lentamente e os móveis que haviam sido feitos para a barricada começaram a se arrastar. Eram muitos zumbis e aquela pequena proteção não duraria segundos!

— Vamos, rápido! — Rodrigo apressou os dois adolescentes que ainda haviam naquela sala. — Eu dou apoio para vocês e depois vocês me puxam.

Gabriel e Thiago assentiram positivamente e subiram no tubo de ar. Rodrigo também iria, um a mais no duto não faria diferença. O homem levantou a mão, e Gabriel e Thiago começaram a puxá-lo para dentro do tubo de ventilação.

Quando todos os três já estavam lá dentro, a porta fora arrombada e várias criaturas começaram a invadir a sala. Gabriel, que estava na frente, começou a engatinhar apressadamente. Os zumbis, com tanta obssessão por carne, se juntariam fazendo um amontoado para alcançar o tubo de ventilação.

Do lado de fora, ao mesmo em que prestavam atenção para ver se nenhum morto-vivo se aproximava, os adolescentes esperavam pelos outros. Logo, Gabriel chegou, seguido por Thiago e Rodrigo.

Os sobreviventes comemoraram. Quando tudo parecia estar perdido e não ter saída, eles encontraram uma forma de sobreviver e descobriram o significado de manter a esperança até o final.

Epidemia Zumbi - SobreviventesOnde histórias criam vida. Descubra agora