Capítulo XX - Gasolina

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Embora Alissa não estivesse com uma aparência muito boa e uma felicidade contagiante, todos seus amigos tentavam animá-la de alguma forma.

Filipe venceu o medo de filmes de terror apenas para passar a noite assistindo os melhores filmes do gênero preferido da amiga, que adorou a ideia.

Liv e Ana Clara decidiram unir-se para fazer alguma comida bem gostosa e especial. E é claro, para comer alguns biscoitos ora ou outra.

Rodrigo e Abby, cansados e sedentos por um bom banho, avisaram que iriam dormir um pouco.

Gabriel, com seu ponto forte no preparamento de doces, anunciou que iria preparar um bolo delicioso de leite ninho com Nutella.

E Hanna, junto com Filipe, ficou fazendo companhia à Alissa, enquanto esperavam que seus amigos voltassem. De vez em quando, uns gritos eram soltos sem querer, devido aos sustos que tinham ao assistir o filme. Alissa, Hanna e Filipe estavam sentados ao sofá da sala da casa de Ali.

— Já está pronto! — Liv anunciou, trazendo copos, pratos e talheres.

Logo após, Ana Clara chegou com uma marinex contendo um macarrão banhado ao molho de tomate, salpicado queijo ralado e algumas almondegas. Como Liv havia terminado de cozinhar, o alimento ainda exalava um vapor devido à quentura.

Gabriel trouxe outra marinex, mas esta contendo batata-frita, feitas por Ana Clara. E uma Coca-Cola, que haviam colocado para gelar enquanto preparavam os alimentos.

Apesar da hora (02:00 da manhã) não ser apropriada para o alimento que haviam preparado, não comiam algo decente e requintado há muuuito tempo!

Logo após devorarem o "jantar" civilizadamente (só que não), Gabriel trouxe o bolo e o apoiou na mesa de centro da sala. O bolo era de massa de chocolate com recheio de Nutella cremosa e uma cobertura de leite ninho. Para dar aquele toque final, Gabriel jogou leite ninho no topo. Todos atacaram o bolo, pegando pedaços grandes.

— E vamos para a melhor noite de nossas vidas! — Filipe comemorou, enquanto deliciava cada pedacinho do bolo, admirando o sabor. — Ficou maravilhoso!

[•••]

Alissa acordou. A noite anterior havia sido muito louca e legal. Um sorriso alegre escapou do rosto da garota, ao lembrar-se das caras assustadas que Filipe fazia e da esfomeada da Liv, que havia comido três pedaços de bolo!

Alissa não podia perder seus amigos, nenhum deles! Eles eram um bem precioso, como jóias raras.

Alissa olhou ao relógio de parede de seu quarto. Já eram 15:00 horas! Também fazia lógica acordar à essa hora, pois havia dormido só às 07:00 da manhã.

Tratou-se de levantar da cama, escovar os dentes, tomar um banho e lavar o rosto. Andou até a cozinha, para tomar o café da manhã... ou melhor, café da tarde.

— Bom dia.

— Bom dia, quer dizer... tarde!

— Bom dia!

Alissa, ao entrar na cozinha, foi recebida por vários sozinhos e feições animadas. Seus amigos davam bom dias contagiantes e alegres.

Alissa olhou para o banquete posto à mesa. Parecia um café de rei! Lá haviam torradas, pão com presunto, mistos-quentes, sucos dos mais variados sabores e biscoitos de sal.

— Onde vocês conseguiram tanta coisa? — Alissa perguntou, admirada.

— Isso não importa agora... — Liv respondeu. — Bom... vamos comer? — disse e sentou-se na cadeira, passando creme de avelãs numa torrada, dando uma grande mordida.

Após alguns minutos, já não havia mais nada na mesa. Nem mesmo um resquício de que um banquete passara por ali.

— Acho que depois de tanto comer, vou precisar de alguns exercícios físicos! — Gabriel disse, massageando a barriga.

— Acho que devemos discutir isso agora... — Filipe começou. — Para onde iremos? Nessa cidade não dá mais para ficar, sempre que aparecem mortos-vivos são em grandes quantidades. — Filipe justificou. — Além do mais, ficar aqui só irá nos trazer péssimas lembranças. — completou.

— Tem razão. — Gabriel concordou. — Mas não sei pra onde iremos. — respondeu.

— Espera... — Hanna exclamou, chamando a atenção de todos. — Podemos ir pra fazenda do meu tio! — disse, esboçando um semblante esperançoso. — Lá é bem afastado daqui e isolado da área urbana. Seria um ótimo lugar!

— E se precisarmos de ajuda? — Rodrigo entrou no debate. — Estaríamos longe de tudo.

— Melhor ficarmos lá, do que aqui, que é uma cidade populosa! — Filipe disse.

— É como... se ficar o bicho pega, se correr o bicho come. — Abby murmurou, baixinho.

— De qualquer forma, nós iremos é pra lá. — Alissa pronunciou.

— Verdade. — Liv concordou.

— Então é para lá que vamos. — Gabriel anunciou. — Hanna, como você conhece o caminho, você vai no comando. — disse e a amiga aceitou a proposta.

— Pessoal. — Hanna chamou. — Aprontem-se, vamos conhecer a Fazenda Rio Cristalino! — a adolescente soltou um grito de entusiasmo, tentando animar seus amigos.

[•••]

Gabriel já dirigia à bastante tempo, mas ainda não sentia-se cansado nem com sono. Aquela noite na casa de Alissa havia sido como uma renovação para suas energias. Agora, Biel já tinha mais vontade de enfrentar esses zumbis. Um bom descanso após uma grande tempestade sempre é bom!

O motor, de repente, desligou. Gabriel começoua rodar a chave de ignição, mas o carro não ligava. O que acontecera? O motor apenas roncava, mas nada de funcionar.

Gabriel checou marchas, direções, botões, fez de tudo, mas não entendia o porquê do carro não ligar.

Quando o adolescente olhou ao painel da Hilux à sua frente, ficou bem clara a resposta:

— Ah, claro, como não pensei nisto antes?

Gabriel bateu a mão na testa com tanta burrice. Virou-se para seus amigos e anunciou:

— Estamos sem gasolina. — o adolescente fez uma pausa. — E também perdidos no meio do nada.
— completou.

De fato, estavam numa estrada de terra rodeada por árvores. Além disso, não havia nenhuma sinal de operadora e postes já não existiam.

Estavam, literalmente, no meio do nada.

Epidemia Zumbi - SobreviventesOnde histórias criam vida. Descubra agora