Capítulo VI - Precisamos Descansar

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Alissa se distanciou do carro. Quando percebeu que estava numa distância segura para que seus amigos pudessem passar ilesos, ela gritou:

— Seus idiotas! Venham aqui!

Então, a adolescente começou a correr para o outro lado da avenida, sendo seguida pelos mortos-vivos. Gabriel, vendo que o espaço estava livre, começou a dirigir numa velocidade baixa pela rua, para não atrair os zumbis, que mantinham a atenção focada em comer a carne da adolescente.

— E a Alissa? Ela não conseguirá correr e se esconder por muito tempo. Temos que salvá... — Filipe dizia.

— Eu vou lá. — Hanna disse confiante e destemida.

Alissa havia cumprido seu plano. Conseguira fazer com que seus amigos passassem livremente. Agora era sua vez de escapar. Ela ainda conseguia ver o carro de seus amigos em baixa velocidade, por isso começou a correr em direção a eles. Nunca podia desistir.

Mas suas forças não eram ilimitadas. Uma hora cansaria e essa hora havia chegado. Ao menos fora apenas um sacrifício pelo bem de 4 vidas, pensava a adolescente.

Alissa viu apenas borrões vindo em sua direção. Tudo estava embaçado. Embaçado pelo cansaço e pela vontade enorme de continuar viva.

Esses borrões era Hanna, que rapidamente puxou o braço da amiga, a colocou nas costas e começou a voltar pro carro. Hanna praticava natação desde a infância, o que facilitara que pudesse carregar a amiga.

Alissa havia despistado uns 20 zumbis, mas 10 ainda seguiam as duas adolescentes e já estavam bem próximos.

Hanna e Alissa, finalmente, haviam chegado ao carro com grande sucesso e sem complicações. Gabriel, nem esperou que a amiga fechasse a porta e pisou fundo no acelerador.

Durante o tempo em que Gabriel dirigia para casa de seus pais, Alissa descansava para repor suas energias. Quando todos achavam que estava tudo bem, um zumbi socou fortemente o vidro traseiro do carro, assustando os adolescentes.

— Que porra é essa? — Alissa exclamou enquanto se abaixava para se desvencilhar das garras do morto-vivo

— Eles devem ter se agarrado ao carro enquanto você e Hanna corriam pra cá. — Filipe respondeu.

— Liv, assuma o comando. — Gabriel pediu à amiga que assentiu. Reduziu a velocidade, abriu o teto solar do carro e pegou seu bastão de beisebol.

Liv passou para o banco do motorista, enquanto Gabriel subia ao teto da Hilux, pelo espaço aberto do teto-solar.

Ao subir, viu que 3 criaturas tinham conseguido segurar-se no carro. Com o taco Gabriel acertou um zumbi na cabeça, o jogando pra longe. Com o outro fez a mesma coisa. Só restava apenas um.

Porém, Liv não avistou o quebra-molas e manteve a velocidade, fazendo o carro dar um pulo. Com o impacto, Gabriel perdeu o equilíbrio e para não deixar que seu corpo voasse com a velocidade, segurou-se no rack de teto do carro, deixando suas pernas livres ao vento.

O último zumbi foi arremessado, mas conseguiu agarrar-se à perna de Gabriel. Pouco a pouco, a criaturas puxava o humano para tentar mordê-lo.

— Liv, zigue zague! — Filipe ordenou observando à situação do amigo.

— Segure-se firme, Gabriel! — Liv anunciou, enquanto aumentava a velocidade do carro.

A ondulada começou a dirigir o carro de um lado para o outro, assim o zumbi caíria fácil. Com a velocidade, a criatura soltou a perna de Gabriel, sendo jogada pra longe.

Filipe ajudou Biel a voltar pra dentro do carro.

— Agora pode me deixar no comando do volante. — Gabriel pediu, enquanto os outros adolescentes riam do seu cabelo completamente bagunçado por causa do vento.

[•••]

— Precisamos parar para descansar! — Hanna avisou à Gabriel.

— Não podemos. — Biel respondeu rude sem ao menos olhar ao resto da amiga.

— Gabriel, eu sei que você ansia para ver seus pais e certificar de que eles estão bem — Filipe começou. —, mas precisamos de uma parada. — Justificou.

— Concordo. — Liv entrou no debate. — Olhe o estado da Ali! — Apontou para a amiga que dormia profundamente. — Além do mais precisamos de algum lugar para comermos e bebermos água!

— Tudo bem. — Gabriel rendeu-se perante às justificativas de seus amigos enquanto orava para que seus pais estivessem bem.

— Vamos repor as energias nesse prédio. — Filipe apontou ao edifício que se referia. Era alto, uns 15 andares. — Entraremos no último andar. Provavelmente não terão zumbis lá.

Gabriel estacionou a Hilux, enquanto Liv tentava acordar Alissa. Filipe direcionou-se ao elevador para certificar-se de que o último andar estava livre de mortos-vivos. Gabriel abriu o porta-malas do carro, retirando algumas sacolas com alimentos.

— Deixe-me ajudar. — Hanna disse, pegando umas 5 sacolas. Logo, o compartimento já estava vazio.

Os adolescentes seguiram ao último andar do prédio. Lá, procurariam algum apartamento para manterem-se seguros.

— Ei, agora que estou lembrando! — Gabriel disse, chamando a atenção de todos. — Somos uma equipe, precisamos de um nome! - Anunciou.

— Hum... — Liv ficou pensativa por alguns segundos. — Que tal... Sobreviventes?

— Pelo tempo que ficou pensando, achei que viria um nome mais criativo. — Alissa ironizou e rolou os olhos.

— Então pode ser... — Filipe deu uma pausa. — A "Equipe Perfeita"? — Sugeriu.

— Não. — Gabriel negou rapidamente.

— Depois decidimos isso. — Hanna pronunciou bem na hora em que o elevador abriu as portas. — Vamos. — Disse caminhando à frente e verificando se não havia nenhuma criatura por perto

Alissa escolheu uma porta qualquer. Deu dois fortes chutes e conseguiu arrombá-la. Gabrie e Hanna adentraram primeiro para descarregarem as sacolas.

O apartamento era bastante simples. Os garotos nem reclamaram, pois podiam estar em condições piores lá fora. Na sala havia dois sofás e uma pequena televisão. Tudo muito humilde.

Hanna e Gabriel jogaram as sacolas no tapete da sala. Filipe e Liv espalharam os alimentos e puseram-se a comer. Estavam famintos. Nem se lembravam de quando tivera sido sua última refeição.

Alissa decidiu ir ao banheiro lavar o rosto. Tinha acabado de acordar e seu rosto deveria estar inchado por ter permanecido na mesma situação durante toda a viagem até esse prédio.

Olhou-se no espelho enquanto juntava as mãos para pegar um pouco d'água da pia. Fechou os olhos, lavou o rosto e quando os abriu, um estranho entrelaçou o antebraço em seu pescoço, apotando uma faca bem afiada em sua traqueia.

— Podem subir. — O estranho ordenou em seu comunicador de longa distância.

Epidemia Zumbi - SobreviventesOnde histórias criam vida. Descubra agora