Capítulo 11 - Amor Verdadeiro

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Já era manhã quando o D. Mauro entrou no meu quarto:

- Trago boas notícias. - Disse ele.

- Então diga. - Respondi.

- Você vai poder ter alta nesta quita-feira. - Disse ele.

- Sério? Não aguento ficar deitada nessa cama mais. - Respondi me sentando na cama.

- Calma. - Riu. - Por mim você tinha alta hoje mesmo, mas você tem que ficar um pouco mais de observação por causa do bebê. - Disse ele.

- Claro, claro. O tempo que for preciso pra ver meu bebê bem. - Disse a ele.

Ouve batidas na porta. Mamãe entrou.

- Oh, não queria atrapalhar. Pensei que Thay estava sozinha. - Disse ela se desculpando.

- Não. Não. Eu já estava de saída. Já conversei com a Thay o que tinha que conversar. - Disse Mauro. - Até mais Thay. - Se despediu de mim e com um leve aceno se despediu de mamãe e saiu.

Mamãe se aproximou de mim e puxou uma cadeira que ficava em um canto o colocou ao lado de minha cama e se sentou.

- Como você esta? - Perguntou ela.

- To bem. A dor graças a Deus já não e tão insuportável assim. - Respondi.

- O D. Mauro lhe disse quando vai ter alta?

- Quinta-feira. Ele disse que tenho que ficar de observação por causa do bebê. - Disse passando a mão pela minha barriga.

Mamãe que agora olhava para a minha barriga parecia emocionada com a visão.

- Não consigo acreditar que minha pequena vai ter um filho. - Disse ela emocionada. - Queria tanto que seu pai estivesse aqui.

- É. Eu também mamãe. - Disse a ela. Senti lágrimas apontarem em meus olhos.

- Ele seria o avo mais coruja do mundo. - Disse ela.

- Comi sabe disso mãe? - Disse rindo.

- Pelo jeito que ele sempre foi com você. Ele foi louco por ti desde que eu descobri que estava grávida. - Um sorriso bobo se formou em sua face.

Eu não consegui conter o sorriso também. E lágrimas de saudades desceram.

- Me lembro que quando eu contei a ele, ele pulou de alegria e desejou ser uma menina. Toda noite antes de dormir ele cantava para você, todos os dias, sem faltar um no tempo da minha gravidez. E quando você nasceu. - Ela riu com a lembrança. - Ele ficou um bobo alegre, tudo para ele era você. Me sentia um pouco com ciúmes confesso. - Nos duas rimos. - Ele fazia planos, viagens, faculdade, tudo ele já tinha planejado pra você. Imagine quando ele descobrisse que iria vovo. - Lágrimas caiam de seus olhos.

- Você o amava muito né mãe.

- Ainda o amo minha filha. - Respondeu. - Ele foi o único que amei nessa vida. Não há ninguém que se compare a ele. Quando o amor e verdadeiro, nem a morte é capaz de apagar.

- Como você sabe que é amor de verdade? - Quis saber.

- A gente não tem como saber Thay. Tudo é inserto. As vezes você vive anos e mais anos com uma pessoa achando que é amor de verdade mas não é. Eu acho que o amor de verdade é aquele que apesar de tudo se mantém de pé. Ele vai passar por varias turbulências mas vai sobreviver acima de tudo. Acha que era fácil conviver com seu pai?

Caímos na gargalhada.

- Sei lá. Acho que não. - Respondi em meio aos risos.

- Resposta certa. Seu pai era impossível. A gente sempre ficava se bicando e eu perdia a cabeça muito rápido. Mas ele sempre me fazia rir e me esquecer que estava brava com ele. Isso eu acredito que é o amor. Apesar de tudo, de todas as brigas, de todas as bicadas, nenhum desiste de ambos. Sempre lutam juntos para manter o amor vivo.

Sempre admirei o amor entre meus pais, desde de pequena. Lembro- me de que papai sempre levava flores, chocolates e presentes a mamãe, mesmo não sendo data comemorativa. Sempre sonhei em ter um amor igual ao deles, e me parece que agora eu vivo um.

- Você acha que Thomaz e eu, é amor verdadeiro. - Perguntei um pouco sem jeito.

- E difícil dizer meu amor. Mas do jeito que vocês de olham, do jeito que ele sofreu quando você estava ainda dormindo ou do jeito que ele ficou quando descobriu que você estava grávida. Sim, eu acredito que seje. - Disse ela sorrindo para mim.

- Obrigada por tudo mamãe. - Disse a ela.

- Pelo que minha flor?

- Por tudo. Por ter me dado a vida, por ter me criado, por ter me dado o pai mais maravilhoso de todos, por estar comigo quando ele se foi. Por tudo mesmo. - Eu olhos já estavam cheios de lágrimas.

- Eu que tenho que lhe agradecer por tudo meu amor. Você foi o melhor presente que Deus pode me dar. E agora. - Ela se levantou e colocou a mão na minha barriga. - Por essa coisinha que cresce dentro de você.

- Te amo mamãe.

- Também te amo minha flor. - Disse ela. - Agora eu tenho que ir, tenho que fazer umas compras ok?

- Ok.

- Tchau minha filha.

- Tchau mãe. - Respondi. - A senhora pode chamar o Thomaz pra mim? Preciso conversar com ele.

- Ok. - Disse ela me dando um beijo na bochecha e saindo.

Minutos depois Thomaz entra no quarto trazendo uma bandeja de comida.

- Trouxe para você. - Disse ele colocando a bandeja na mesinha do canto do quarto.

- Obrigada meu amor. - Respondi.

- Sua mãe disse que queria falar comigo. - Disse ele se sentando na cama.

- É.

- Sobre o que?

Ele sorria pra mim. Isso me deu um aperto no coração pois o assunto não iria gerar sorriso mas sim preocupação. Iria contar a ele tudo que causou a minha vinda para o hospital. Iria contar a ele tudo que sabia sobre Vinícius. Respirei fundo, então disse:

- Sobre Vinícius.

Sua expressão ficou séria e rígida, sabia que não iria ser uma conversa fácil.

Tudo Que Vem Depois - 2 livro de A Baixinha E O Playboy.Where stories live. Discover now