Visão do Thomaz
- Onde ta minha filha? - Àlice entrou na sala de espera fazendo o maior escândalo.
- Àlice. - Me levantei do sofá indo para a sua direção.
Assim que ela me viu correu para meus braços e me deu um forte abraço.
- Como ta minha filha Thomaz? - Perguntou ela me soltando.
- Ela ainda esta dormindo. Mas ta tudo bem com ela e...- Não completei a frase.
- E o que Thomaz? Por favor, me diga. - Via em seus olhos que ela estava agoniada.
- Vamos até a cantina, você tem que comer algo. Lá eu te conto tudo. - Disse a ela.
Ela sem protestar, me seguiu em direção a cantina do hospital.
- Ta. Agora me conta tudo. - Pediu ela.
- Bom, quando eu estava voltando da minha última aula eu e meus amigos fomos abordados por um garoto dizendo que nosso apartamento havia sido arrombado. Então corri o mais de pressa possível pra lá pois sabia que Thay estava em casa. Quando cheguei lá, encontrei ela quase inconsciente no chão do nosso quarto e seu a agressor paralisado nos olhando.
Àlice levou as mãos a boca tentando conter seu horror ao ouvir tudo aquilo. Seus olhos estavam cheios de lágrimas.
- Quem fez isso com minha filha? - Perguntou ela contendo as lágrimas.
- Vinícius. Ele morava no apartamento com a gente. E bom, não me pergunte o por que ele fez isso. Só Thay pode nos dizer isso. - Sentia calafrios ao contar tudo isso a minha sogra.
- Onde ele esta agora? - Perguntou ela. Sentia um pouco de raiva e ódio em sua voz.
- Depois que os paramédicos levaram ele inconsciente para o hospital, os policias vieram aqui e o levaram para a delegacia assim que ele acordou. Meus amigos foram na delegacia prestar depoimento, eu vou mais tarde, não quero deixar Thay sozinha aqui. - Disse a ela.
- Sim, claro. Eu vou com voce depois. Quero ver o rosto desse sujeito. Mas antes eu quero ver minha filha. - Disse ela se levantando da mesa. Havia emergência em sua voz.
- Tem mais uma coisa. - Assim que disse isso ela se sentou de volta na cadeira.
- O que? - Perguntou ela intrigada.
- Os médicos fizeram exames necessários para ver se não tinha nenhuma lesão e descobriram... - Não consegui terminar a frase.
- Descobriram? - Seus olhos já estavam todos lagrimejados novamente.
- Descobriram que ela esta grávida. - Disse por fim.
Ela me olhou por um tempo e pensei que iria desmaiar com a notícia tão repentina.
- A minha pequena ta grávida? - Disse ela chorando. Só não sabia ao certo se era de felicidade ou não.
- Sim. - Disse baixo. Estava pronto para ouvir uma bronca.
- Ai meu Deus. Vou ter um netinho. - Dissa sorria. - Melhor notícia possível que pude receber nesse caos todo. - Disse ela.
- Foi a melhor coisa que pode acontecer comigo. - Disse a ela.
- Imagino Thomaz. - Disse. - Mas agora eu quero ver a minha filha.
Concordei com a cabeça e a conduzi para o quarto da Thay junto com o doutor.
- Filha... - Sussurrou Àlice ficando do lado da cama de Thay que ainda dormia calmamente.
- Ela pode acordar a qualquer hora. - Disse o Doutor entrando no quarto também.
- Como esta tudo doutor? - Perguntei a ele.
- Andei refazendo alguns exames e esta tudo certo com ela e o bebê. Ela esta se recuperando muito bem. - Disse ele dando um sorriso.
- Então ela esta realmente gravida doutor? - Perguntou Àlice a ele.
- Ao que tudo indica sim. Ela esta grávida. - Disse ele.
Ela abriu um sorriso enorme e olhou para Thay com ternura.
- Minha querida. - Disse ela voltando a ficar do lado da Thay. - Seu pai ficaria tão feliz com isso. Ele sempre quis ter a casa cheia de netos. - Disse ela chorando baixo.
- Vou deixar vocês a sós. - Disse ao doutor.
- Eu vou com ele. Tenho que fazer umas ligações. - Disse.
Dando um leve beijo na testa de Àlice e um selinho em Thay, sai do quarto para deixa-las a sós.
Voltando para a sala de espera dou de cara com Paloma e Gabriel sentados cochichando baixinho.
- A mãe dela chegou? - Perguntou Paloma.
- Sim. Ela esta no quarto com a Thay. - Disse a eles me sentando.
Eles se entreolharam preocupados e percebi que algo estava errado.
- O que esta acontecendo? - Perguntei.
- Eu... - Começou Paloma.
- A gente não sabe como te contar isso cara. - Falou Gabriel.
- Contar o que? O que houve gente? - Perguntei. Meu coração já batia acelerado.
- O Vinícius. Ele conseguiu fugir. - Falou Gabriel por fim.
- O que? Como assim? - Estava pasmo com a notícia.
- Isso que você ouviu. Não sabemos como, mas ele conseguiu fugir. Desapareceu. - Disse Paloma se sentindo culpada.
- E agora? Ele não pode ficar solto, não depois do que ele fez com a Thay. - Eu já falava alto, raiva já me dominava. Teria que achar esse desgraçado por conta própria.
- A polícia ta procurando por ele. Eles disseram que a menor pista sequer eles ligariam para a gente. - Disse Paloma.
- Não. Não. Não. - Levei as mãos a cabeça. - Ele tem que pagar por isso, não pode sair impune depois de tudo. - Pânico corria em minhas veias só de pensar que aquele maluco estava a solta e que poderia fazer alguma coisa contra a Thay e meu filho. Dessa vez não deixaria isso acontecer.
- Vamos esperar a polícia entrar em contato. - Falou Gabriel.
- Ok... - Disse a eles. - Eu preciso ver a Thay.
E sem dizer mais nenhuma palavra fui ate o andar onde era o quarto da Thay. Precisava ficar com ela. Precisava ver se ela estava segura lá. Não sairia do lado dela a partir de agora de jeito nenhum.
Entrando no quarto, vi que Àlice ainda estava em pé do lado da cama de Thay impedindo que visse o rosto do meu amor. Na medida em que me aproximava, meu coração acelerava. Quando cheguei perto o suficiente, Àlice deu um passo para trás para que eu pudesse ver os olhos brilhantes do meu amor olhando para mim.
- Oi meu amor. - Foram suas palavras para mim. Seu sorriso era lindo e contagiante.
- Oi minha pequena. - Só foi o que consegui dizer a ela. Lágrimas escorriam dos meus olhos de felicidade de ve-la acordada. Meu amor finalmente abriu os olhos. Ela voltou para mim.
- Eu vou deixar vocês conversarem. - Àlice chorava. - E Thomaz, eu não contei a ela ainda. - Ela piscou para mim e saiu.
Thay que agora estava séria e me olhava em confusão perguntou:
- O que você tem para me contar Thomaz? - Via em seus olhos que estava preocupada com o que eu iria contar a ela.
Não consegui conter o sorriso bobo novamente nos lábios. A notícia era completamente ao contrário do que ela pensava.
Me aproximei dela e pousei minha mão em sua barriga. Ela logo olhou para sua barriga em confusão. Então eu disse.
- Você me deu o maior presente que alguém poderia me dar. Você me deu um filho.
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Tudo Que Vem Depois - 2 livro de A Baixinha E O Playboy.
RomanceSe tudo fosse fácil a vida não teria graça. Para um amor ser verdadeiro e durar, ambas as pessoas tende a lutar por isso. E por mais que aconteçam coisas para separar esses dois, o amor fala mais alto.