Capítulo 4 - Toda Pista É Bem Vinda.

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Acordei na minha cama com a luz do dia fraca. Olhei pro lado e vi que Thomaz não estava dormindo. Voltei a deitar e fitei o teto.

Como Vinícius podia ser tão cínico ao ponto de me ameaçar quando estávamos a sós e na frente do Thomaz fingir que se preocupa comigo? Tinha que tomar cuidado agora. Não podia ficar sozinha com aquele louco. Tenho medo do que ele e capaz de fazer. Tinho que me manter o mais longe possível dele.

Thomaz entrou no quarto trazendo uma bandeja cheia de comida. Cheirava muito bem.

- Bom dia flor do dia! - Disse ele colocando a bandeja na cama.

- Bom dia! - Disse me sentando na cama.

- Ta melhor? - Perguntou ele e confirmei com a cabeça.

- Fiquei preocupado. Você parecia pálida, sem força. Você comeu alguma coisa que te fez mal? - Perguntou ele preocupado.

- Não. Eu comi coisas leves. Acho que o que me fez mal foi a caipirinha de ontem. - Disse sem prestar atenção nele direito. Minha atenção estava toda na bandeja com café, suco, pão torrado, salada de frutas e geléia. Do nada uma fome enorme tomou conta de mim e minha barriga roncou.

- Acho que tem alguém com muita fome aqui. - Disse Thomaz rindo da minha cara de gula para a bandeja. - Coma. Paloma foi ao mercado e preparou isso tudo pra você.

Sem esperar mais um segundo, comecei a comer. Estava tudo uma delícia. Não sabia de onde vinha tanta fome, mas já que estava ali, era bom mata-la. Enquanto eu comia e sentia minhas forças sendo recarregadas, Thomaz me olhava e sorria. Vi meu sorriso favorito nele e senti meu coração se derreter.

- Você fica linda assim sabia? - Disse ele sorrindo.

- O que? Eu to um trapo! - Disse com a boca cheia de pão com geléia.

- Não ta. Você fica linda com esse cabelo todo desarrumado, esse pijama velho e mesmo comendo feito uma leoa. - Disse ele rindo.

- Af, sem graça você. - Disse terminado meu café.

O dia passou rápido. Me manti ocupada na maioria da tarde conversando com a Vic pelo computador. Estava morrendo de saudades da minha amiga. Mas estava feliz por ela ter cido aceita na escola de ates na França. Ela me contava sobre como tudo na França era lindo, em como as pessoas eram gentis e em como a arte tomava conta da cidade. Ela parecia feliz. E bom, se ela esta feliz, eu também estou.

Não contei a ela sobre o que aconteceu na cozinha com Vinícius. Sei que ela é minha melhor amiga, mas não quero a deixar preocupada com coisa minha. Além do mais, Vinícius me mandou ficar calada em relação a tudo o que tinha ocorrido lá. E como eu não sei do que ele é capaz de fazer, é melhor eu ficar na minha.

A fome bateu forte, então resolvi sair do quarto e preparar alguma coisa pra comer.

Paloma estava jogada no sofá da sala lendo um livro e olhando o jeito em que ela olhava para ele, parecia bem concentrada.

- Oi. - Disse ela levantando o olhar para mim.

- Desculpa, não quis te atrapalhar. - Disse me desculpando. - Só vim fazer alguma coisa pra comer.

- Ah não. Imagina. Eu já estava de saco cheio de ler. - Disse ela rindo se levantando e jogando o livro no sofá.

- Cadê o resto do pessoal? - Perguntei.

- Eles foram não sei aonde. - Disse ela meia que chateada. Só não sei o por que.

- Hum. - Disse indo para a cozinha. Paloma veio atrás de mim.

- E ontem em menina? O que deu em você? - Perguntou ela sentando na bancada da cozinha.

- Não sei. Acho que foi a caipirinha que tomei. Mas já to melhor. - Disse pegando algumas coisas na geladeira.

- Huuum. Será que foi a bebida mesmo? - Disse ela olhando para mim como se quisesse ver alem de mim.

- Sim. Por que não séria? - Perguntei a ela. Não fazia ideia de onde ela queria chegar.

- Olha Thay, você namora. E bom, você já... Você sabe. Será que por algum descuido não...? - Me perguntou ela séria.

- Oque? Não! Claro que não. A gente se cuida. - Me indignei. Claro que eu não estou grávida. Eu e Thomaz nos cuidamos para isso não acontecer. Não agora, pelo menos.

- Calma. Só ti dizendo isso por que também namoro. Já passei por um susto assim. - Disse ela dando de ombros.

Rimos. Não, isso era impossível. Balancei a cabeça tentando fazer esse pensamento desagradável se afastar de mim. Quis mudar de assunto.

- Então, a quanto tempo vocês conhecem Vinícius? - Quis parecer o mais casual possível. Tinha que descobrir tudo desse garoto.

Paloma olhou para mim supresa com a pergunta. Por um momento pensei que estranharia o meu interesse em Vinícius, mas ela deu de ombros sorriu e falou:

- Eu e Gabriel conhecemos ele no semestre passado. - Disse ela.

- Hum.

- Mas a gente não sabe muito dele. Ele e fechado sabe? As vezes me da medo. - Disse ela encarando o nada.

- Medo? Como assim? - Me virei para encara-la.

- Sei lá. Ele e cheio de segredos. Ele as vezes e bonzinho e do nada fica estérico. Ano passado ele... - Ela me olhou. - Deixa pra lá. - Disse dando de ombros.

- Ah não Paloma. Agora fala. - Disse rindo.

Ela suspirou e ficou séria. Sua voz era quase um sussurro:

- Ano passado ele ficava com uma guria que fazia medicina aqui. Ele era muito ciumento com ela e os dois brigavam todos os dias. Até que ela sumiu. - Disse ela ainda em sussurro.

- Sumiu? Como assim? - Quis saber. Calafrios percorreram meu corpo.

- Sumiu. Buf! - Disse ela. - Gente por aqui diz que foi ele que deu chá de sumiço nela. - Disse ela seria. - Mas não conta pra ninguém que eu te disse isso Thay. Ele odeia que falem disse. - Disse ela me olhando muito sério.

Antes que eu pudesse responder, os meninos entraram pela porta rindo e fazendo a maior algazarra.

- Oi amor. - Disse Paloma pulando no colo de Gabriel.

- Oi Princesa. - Disse ele.

Thomaz veio ate mim na cozinha e me pegou por trás.

- O cheiro ta bom. - Disse ele beijando meu cabelo.

- É. Deu fome então vim fazer alguma coisa pra gente comer. - Disse a ele.

- Pelo visto o papo estava bom por aqui também. - Disse Vinícius entrando na cozinha.

- É. Eu e a Thay estávamos colocando o papo em dia né? - Falou Paloma na bancada me olhando sério.

- Sim. Claro. - Dei um sorriso fraco.

- E sobre o que falavam? - Quis saber Vinícius arqueando uma sombrancelha olhando para mim.

Olhei para Paloma procurando ajuda.

- Papo de garotas. - Disse ela por fim.

Olhei para Vinícius que me encarava como se soubesse que estávamos mentindo. Ele deu um sorriso falso e isso me deu carafrios pelo corpo inteiro. Do que ele era capaz eu não sabia. Só sabia que teria que me manter o mais longe possível desse cínico.

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