Capítulo 2 - Tomei Nojo

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Estava um fim de tarde bem fresco no Campus. O apartamento estava em silêncio. Thomaz estava dormindo para estar disposto na hora da festa. Paloma e Gabriel julgava estarem fazendo o mesmo ou coisa melhor.

Sem nada pra fazer, resolvi fazer um café pra mim. Então fui para a nossa minúscula cozinha preparar com muita dificuldade o café. Havia caixa com louças por todos os cantos. Comida ainda não tínhamos comprado, só tínhamos o básico que é pão, água, café e leite na geladeira.

Quando estava quase terminado de coar o café, Vinícius entra pela porta com umas sacolas na mão.

- Pensei que estava dormindo. - Disse ele para mim colocando as sacola em cima da bancada.

- Não consigo dormir a tarde. - Disse pra ele. - Estou fazendo café, aceita?

- Claro. - Disse ele tirando as compras da sacola. - Fui no mercado no outro quarteirão e comprei umas coisas pra comer, tem manteiga, margarina, salame, queijo e presunto.

- Otimo. - Disse. - Dois sanduíches saindo agora. - Disse a ele indo pegar o pão na pequena dispensa que havia em cima da pia.

- Então Thay. - Disse Vinícius atrás de mim na bancada.

- Hum. - Respondi sem prestar atenção nele.

- A quanto tempo você e o Thomaz namoram? - Quis saber.

- Ah, faz quase seis meses já. - Disse montando os sanduíches ainda sem prestar atenção nele.

- Nossa. Bastante tempo. - Disse ele distraído. - Nunca namorei uma garota por tanto tempo assim.

Ri: - Sério? Por que? - Perguntei.

- Não sei. Esse tipo de coisa não me atrai. - Disse ele. Eu não pude ver sua expressão por que estava de costas para ele, na pia. Mas julgo que ele falava mais no automático, seus pensamentos pareciam longe. - Sou mais de pegar, foder e tchau. - Suas últimas palavras me deram calafrios. - E isso tudo por debaixo dos panos, sabe? Não gosto que as pessoas saibam com quem saio ou deixo de sair.

Não sei por que mas essa conversa já estava me causando incômodo. Queria mudar de assunto.

Ainda de costas para ele. Terminei seu sanduíche.

- Pode vim pegar o seu. Já esta pronto. - Disse a ele ainda de costas.

Pensei que ele iria pegar seu sanduíche e sair para comer, mas não foi isso que fez. Como eu estava de costas para ele não pude ver seu movimento antes dele ter realizado. Do nada, ele me pegou pela cintura e por trás de mim me prensou contra a pia. Calafrios percorreram meu corpo inteiro.

- Me solta Vinícius. - Disse em um tom mais alto que o normal tentando me soltar. Mas nada adiantava.

- Não finga que não esta gostando. - Disse ele cheirando meu cabelo.

- Do que esta falando? - Disse alto. - Me solta seu louco! - Ele continuava a cheirar meu cabelo e minha nuca, e isso me deu nojo.

- Você ai com esse short, toda gostosinha me seduzindo. Você não sabe como isso me atiça. - Disse ele me prensando ainda mais forte contra a pia.

- Me solta seu nojento. - Seu uma cotovelada em seu estômago e ele me soltou gemendo de dor.

- Você é louca? - Rangiu pra mim.

- Você que é louco. Nunca mais se atreva a encostar um dedo em mim, ouviu seu idiota? - Gritei para ele.

Ele me olhou com raiva mas não disse nada, apenas se endireitou e saiu do apartamento.

Eu corri para meu quarto, chegando lá vi que Thomaz ainda dormia. Não queria acorda-lo. Então paguei uma roupa e toalha e corri para o banheiro.

Lá, tomei um banho demorado e gelado. Tentando fazer com que a água levasse as digitais daquele nojento de mim. Tentando fazer com que a água levasse a lembrança do que acabou de ocorrer.

Do que ele estava falando? Eu tinha me insinuado pra ele? Lógico que não! Eu estava apenas conversando uma conversa normal, pelo menos na minha visão.

Thomaz não pode saber disso, pelo menos não por agora. Eu conheço o namorado que tenho, ele iria sustar e iria atrás do Vinícius e acabar com ele. Só não sei como seria a convivência agora entre eu e Vinícius a partir de agora. Desejo que seja o mais distante possível.

Terminei o banho e fui para o quarto. Thomaz estava acordado ainda deitado na cama mexendo no seu celular.

- Oi linda. - Disse ele.

- Oi amor. - Disse tentando ser o mais natural possível.

- O que foi? - Acho que não deu certo.

- Nada. - Disse a ele. - To normal, só com um pouco de dor de cabeça. - Disse indo em direção ao espelho pentear meu cabelo.

Ele veio por trás de mim e abraçou minha cintura.

- Vem que eu tenho um remédio certo pra essa dor sua ai. - Disse ele no meu ouvido e eu fechei os olhos.

É diferente quando ele me toca. Quando Vinícius me agarrou lá na cozinha senti nojo dele, queria tomar um banho e tirar as digitais dele de mim. Agora, quando Thomaz me tocava, me sentia segura, me sentia quente, me sentia em casa. Nos braços dele.

- É, eu sei muito bem qual é esse seu remédio. E confesso, ele é bom mesmo. - Disse me virando pra ele e entrelaçando meus braços em seu pescoço.

- Safadinha você ne? - Disse em sussurro. - E eu amo isso. - Ele me puxou pra sim me levando para a cama. Então nosso mundo, hora, tudo parou. Era só ele e eu. Esqueci de tudo. Tudo que eu queria estava bem ali, na minha frente. Ele.

Tudo Que Vem Depois - 2 livro de A Baixinha E O Playboy.Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora