Capítulo 5 - Medo Toma Conta

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Dias se passaram, as aulas começaram e junto com elas os deveres e trabalhos enormes. Tudo estava tomando o meu tempo.

Estudar medicina não era uma coisa fácil, sempre soube disso. Mas é uma profissão que eu tenho a maior admiração e respeito. Poder salvar vidas, dar vidas ao mundo... Isso não tem preço. Mesmo que você tenha que se matar de tanto estudar pra isso acontecer.

O convívio no nosso pequeno apartamento estava indo bem, só não esta melhor por causa de Vinícius. Eu ainda pego ele me olhando as vezes mas não fala nada comigo. Me preocupei em ficar perto de Thomaz ou Paloma sempre que estava em casa, assim ele não teria chance de fazer alguma coisa comigo.

- Vai demorar amor? A gente pediu pizza. - Disse Thomaz no outro lado da linha.

- Não. Eu só vou pegar uns livros para um trabalho e já vou ir pra casa.

- Ok. Não demora. Te amo. - Disse ele.

- Te amo. - Desliguei.

Eu recém tinha saído da minha ultima aula do dia e tinha que pegar uns livros. Já era tarde da noite e fazia frio mesmo dentro da biblioteca. Eu estava sozinha na biblioteca, todos já tinha ido embora e isso me deu um certo medo.

Os livros que eu procurava ficavam no final das estantes da grande biblioteca. Me esforcei um pouco pra pegar o último livro e quando já estava indo embora ouvi alguém abrir a grande porta da biblioteca.

Meu coração gelou. Voltei devagar e me escondi entre as últimas estantes.

- Thay? Eu sei que você ta ai. - Meu sangue foi drenado do meu corpo assim que reconheci a voz. Vinícius.

Me encolhi ainda mais prendendo os livros mais forte contra mim. Estava tremendo de medo.

- Não adianta se esconder florzinha. - Disse ele com voz de deboche. - Seu namoradinho me disse que você esta aqui. - Disse ele. - Aparece logo! - Dessa vez ele gritou. Parecia furioso.

Eu tremia mais que tudo. Eu estava sozinha com ele louco aqui. Ele estava estérico.

Caminhei lentamente para a frente da biblioteca ainda com os livros prensados fortemente contra mim.

- Que bom que resolveu aparecer. - Disse ele rindo histericamente. - Agora vamos bater um papinho.

- O que você quer? - Minha voz era falha de medo. - Thomaz está ne esperando.

- Ele pode esperar mais um pouco.

- O que você quer de mim? - Eu nesse momento rezava para alguém chegar na biblioteca.

- Você sabe o que eu quero. - Ele me comia com os olhos. Senti nojo.

- Você e louco! - Gritei.

- Não me chame de louco sua vagabunda. - Ele veio pra cima de mim e eu cai no chão.

O impacto causou uma dor insuportável na minha barriga. Me arrastei para perto de uma prateleira e me apoiei lá caída.

Vinícius se aproximava de mim lentamente e isso era uma tortura. Ele ria. Via em seus olhos que ele se divertia com o meus desespero.

- Você andou perguntando a Paloma sobre mim não é?! - Ele tinha se agachado e agora estávamos olho a olho.

- O que? Não! Claro que não. - Disse. Lagrimas escorriam em meus olhos.

- Não minta pra mim! - Gritou ele pegando o meu braco

- Eu não to mentindo Vinicius. Por favor me solta! Ta me machucando. - Eu chorava a esse ponto.

- Ok. Vou dar um voto de confiança a você. - Disse ele me soltando. - Agora, se você comentar algo ao seu namoradinho, ele ta morto. Ouviu? Você não tem ideia com quem está lidando - Ele me olhava como se fosse me matar.

Não consegui responder. Só pensei em chorar e me proteger daquele maluco.

- Ouviu?! - Ele gritou e deu um soco na estante fazendo com que caísse alguns livros no chão.

- O que esta havendo aqui? - Disse um senhor se meia idade entrando na biblioteca.

Nos dois olhamos para o senhor que acabará de entrar. Eu aproveitei a oportunidade, peguei meus livros do canhão e chorando sai correndo dali o mais rápido possível. Deixei que Vinícius lidasse com o senhor.

Não podia voltar pra casa. Thomaz não podia me ver nesse estado. Me senti fraca novamente e por um momento pensei que fosse desmaiar.

Procurei um banco no gramado e me sentei. Deixei com que a brisa fresca secassem minhas lagrimas e meu coração desacelerasse. Respirei fundo varias vezes ate minha respiração voltar ao normal.

Fazia meia hora que estava sentada lá ate que decidi ir para casa.

Chegando lá, todos estava sentados no chão da sala comendo pizza, bebendo e jogando conversa fora. Olhei para Thomaz que sorria ao me vez e isso me deu vontade de chorar. Não podia colocar em risco a vida do bem mais precioso que Deus havia me dado. Isso me deu um aperto no coração.

- O que foi amor? Parece pálida. - Disse ele vindo ate mim que ainda estava parada na porta.

Paloma olhou pra mim fazendo uma pergunta que eu sabia muito bem qual era em silêncio. Respondi com um leve aceno de cabeça.

- Nada. Só peguei cereno lá fora. - Disse a ele.

- Espero que não fique resfriada. - A voz de Vinícius veio da cozinha. Olhei para ele que sorria o seu sorrisinho cínico. Como pode?!

- Pode deixar que da minha namorada eu cuido cara. - Disse Thomaz a ele.

- Desculpas fera. - Disse Vinícius rindo.

- Tem certeza que ta bem? - Thomaz se voltou para mim.

Aquela pergunta me causou uma grande vontade do chorar. Não, não estava nada bem. O maluco do Vinícius estava me ameaçando, eu não podia contar nada ao meu namorado senão ele poderia morrer. Como alguma coisa podeira estar bem?

- Ta sim. Eu só tenho que dormir um pouco. - Disse tando um beijo dele e indo em direção ao quarto. - Boa noite gente.

Todos responderam.

Fui para o quarto, troquei de roupa e desabei na cama. Isso não podia estar acontecendo comigo. Eu tinha que dar um jeito nisso. Eu tinha que acabar com isso sem que alguém que eu ame se machuque. E em meio aos meus pensamentos perturbadores adormeci.

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Tudo Que Vem Depois - 2 livro de A Baixinha E O Playboy.Where stories live. Discover now