Savinkov franziu o cenho, mostrando-se enfadado:
__Sim, entendo, mas temos um projeto de investimento de pelo menos dois bilhões de dólares para a construção de um complexo industrial e precisamos da autorização de alguém...
O colhedor colocou alguns ramos de centeio em uma cesta e olhando fixamente para o estrangeiro indagou:
__Você julga que esse complexo industrial pode contribuir para a Sociedade?
Savinkov conteve um riso nervoso e pensou: "Eles são certamente mais loucos do que aqueles hippies da Ajuda Mútua...". E utilizando um software de estratégia instalado em seu cérebro disse:
__Sim, certamente nosso investimento trará retornos positivos para a sociedade, as pessoas conseguirão se comunicar de uma forma nunca antes vista.
Uma nova pergunta cruzou o ar entre os dois:
__Essa comunicação tornará a sociedade mais igualitária?
O representante respirou profundamente e de novo recorreu a um dos poucos softwares que mantinha gravado em seu cérebro, já que no restante do mundo o sinal da NN era capaz de fornecer instantaneamente o acesso de qualquer programa, por fim disse:
__Sim, essa expansão implicará em uma maior capacidade troca de informações e de produtos entre as pessoas, o que consequentemente poderá tornar a sociedade russa mais igualitária.
O homem parecia convencido, apenas fez uma ressalva:
__Você poderia não utilizar a palavra russa como adjetivo de sociedade.
Savinkov concordou sem disfarçar seu desnorteio, conversar com aqueles anarquistas era algo como caminhar em um campo minado, o colhedor então fez uma indagação:
__O senhor teria uma caneta?
Aquela pergunta pareceu duplamente bizarra para o cérebro de Savinkov, em primeiro lugar pelo fato de o homem pedir algo que o representante não utilizava desde a infância, em segundo lugar pelo fato de ele ser um colhedor de centeio. Diante do semblante atônito do estrangeiro, o colhedor indagou:
__Eu acho que tenho uma em casa.
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Amor maior que 2
Science Fiction"__Todos estão buscando escapar.... Ora se projetam no outro, ora se projetam no futuro. Sempre uma fuga do agora. O estrangeiro concordou admirado. Talvez Ellsworth, lendo seus pensamentos, realmente estivesse certo: conhecia pouco de Faina. Ela...