Capítulo XXXVII - Entre Ellsworth e qualquer pessoa

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Capítulo XXXVII – Entre Ellsworth e qualquer pessoa

Precisava retornar as suas verdadeiras origens, mas interrompeu seu desejo com uma perspectiva concreta amarga:

__Não tenho um NP...

Sem um protocolo neural não poderia sair dos Estados Unidos, mas logo uma imagem lhe veio à cabeça, era a de um carregador qualquer em uma empresa de entregas expressas que pertencia ao seu antigo holding. Correu para a porta da sala, tomou o elevador e rapidamente retornou para o apartamento ao perceber que suas roupas estavam sujas de sangue, trocou-se rapidamente e minutos depois estava caminhando apressadamente por São Francisco, baixou um novo aplicativo motor que controlou suas pernas até o local pretendido.

Havia um segurança em uma guarita, tal sobressaltou-se ao ver o rosto de Ellsworth observá-lo, Ellsworth disse em tom ríspido:

__Você vai abrir ou deseja que eu o demita agora?

O segurança após alguma hesitação pensou consigo mesmo algo como: "Desgraça, ele tomou o poder de novo...", e rapidamente abriu os portões da empresa, em seu interior todos os funcionários pareciam atônitos com a passagem do antigo chefe que se deslocava com a cabeça erguida e cheio de arrogância em direção a pista de decolagem, um segurança distraído gritou:

__Acesso restrito. – E repetiu – Pare senhor!

Ellsworth virou o tronco e o segurança empalideceu, o empresário deu de ombros e continuou andando atingiu um avião de decolagem vertical, dirigiu-se com naturalidade até a porta, entrou e foi até a cabine, o piloto curvou-se e gritou algo como:

__Ai meu deus!

__Moscou.

Após recobrar a si mesmo, o piloto questionou:

__Desculpe-me, Senhor Ellsworth, mas essa empresa está sob cuidados da justiça...

Ellsworth manteve-se firme:

__Moscou.

O piloto olhou para seu copiloto que estava perplexo, e antigo patrão apenas disse:

__Você não achava mesmo que eu iria perder essa porcaria, achava? – E vociferou -  Piloto de merda! – E finalizou – Moscou agora ou pode cair fora do meu avião!

O piloto engoliu a seco e, humilhado, avisou mentalmente a torre de comando:

__Moscou. – E emendava – Nova rota. – E indagava-se, enquanto se mostrava extremamente tenso:

– Como assim não autorizada?

__Eu não quero me atrasar, decole assim mesmo e depois eu demito esse controlador de voo babaca!

__Certo, Senhor Ellsworth, em menos de uma hora estaremos aterrissando em Moscou.

__Ok, gosto de pessoas que tem bom senso... – E completou – Por favor, não me incomodem durante a viagem.

Ambos assentiram de modo submisso. Uma hora mais tarde um avião pousava verticalmente em plena Praça Vermelha, Ellsworth dizia:

__Esse país virou anarquista, agora eu faço a lei aqui... – Gabou-se e saiu da cabine dizendo:

__Depois voltem o mais rápido o possível para o trabalho – E completou – Detesto aquele tipo de funcionário que perde uma tarde inteira só por que teve um compromisso fora do previsto...

__Ok, Senhor Ellsworth, voltaremos ao trabalho imediatamente. – Respondeu o copiloto.

Ellsworth saiu do avião, Bernard Savinkov pisou na Praça Vermelha e viu o avião rapidamente sumir de sua vista. Tão logo pensou consigo: "Meu Deus, poderia ter pedido para o grandioso Ellsworth ter me levado até Samara...". Minutos depois já conversava distraidamente em russo com alguns jovens próximos a uma estátua de Bakunin.

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