Capítulo XIX - Uma formatação qualquer

854 115 9
                                    

Capítulo XIX – Uma formatação qualquer

Garry tombou contra uma mesa metálica, Edward sorria gentilmente enquanto formatava uma porção generosa do cérebro do colega de trabalho, pensava em parar, mas logo repensava:

__Pode haver ainda algumas lembranças chatas dentro da cabeça dessa criatura que eu não apaguei... – Olhou para a sala metálica e sua aparente tranquilidade – Talvez algum trauma de infância que justificasse seu comportamento metódico e profundamente irritante...

Após cerca de cinco minutos, Edward conferiu mentalmente a porcentagem de redes neurais que já havia desorganizado dentro do encéfalo do seu colega de trabalho e resolveu parar dizendo triunfante para si próprio:

__Pronto! – E emendou – Ele já é qualquer coisa parecida com um vegetal agora... Tão gracioso...

E continuou circundando sua vítima:

__Nenhuma lembrança ruim dentro dessa cabeça agora, nenhuma frustração existencial... – E prosseguiu sorrindo ironicamente – Tão inofensivo, contido...

Gary continuava tombado contra a mesa, apenas respirava, mas seria incapaz de realizar uma única operação mental coerente, todas suas informações havia sido desorganizadas, apresentaria agora as habilidades intelectuais de um recém-nascido.

Edward abandonou seu trabalho, entrou no carro, ligou o piloto automático e ficou contemplando o belo encéfalo de Ellsworth flutuando dentro de um recinto de sobrevivência, frágil e nutrido por uma rede de polímeros orgânicos que simulavam os grandes vasos sanguíneos. E murmurou para si próprio:

__O temido Ellsworth preso dentro deste pedaço de carne...

Sua gargalhada ecoou pelo carro, prosseguiu dizendo:

__Dois anos recluso nessa porcaria...

 E continuou contemplando fascinado o cérebro do maior empresário de seu país.

Amor maior que 2Onde as histórias ganham vida. Descobre agora