Durante a noite seguinte um lote de sacos de dormir estava presente na clareira, havia sido enviado por um ramo da Ajuda Mútua em Alberta. Ellsworth foi o primeiro a deitar diante dos olhares repreensores de alguns presentes. Horas depois a moça grávida que estava no grupo também se deitou. Ela estava com frio e exausta, alguns senhores e senhoras de idade também se deitaram. Ao escutar o barulho dos pássaros no dia seguinte, o empresário se assustou ao perceber que o primitivista ainda estava estirado no mato e roncando ao seu lado. Logo, pôs-se a percorrer com o olhar a clareira, percebeu que boa parte dos sacos de dormir não haviam sido utilizados, em face disso apenas suspirou: "Hippies malditos e otários" e tentou voltar a dormir.
Uma hora mais tarde, o primitivista o acordava com um convite:
__Você não quer nos ajudar a pegar mais lenha?
O empresário bocejou e respondeu com uma voz pausada, demonstrando seu desnorteio:
__Mas por que mais lenha? – E emendou – A gente nem usou a de ontem – Mas logo prosseguiu ironizando – Ah! Já sei...
__Sim, Ellsworth, há sérios problemas com o abastecimento de gás natural no noroeste da Sibéria.
O empresário bocejou novamente e se empenhou por manter os olhos abertos fixando o olhar no céu que estava irritantemente azul naquela manhã. Depois se espreguiçou discretamente, sentou-se sobre o saco de dormir e logo se pôs de pé.
No caminho novamente conversaram:
__E o que você faz quando não está nessas reuniões?
__Eu trabalho em uma cooperativa – Corrigiu rapidamente – Duas na verdade.
__Você mexe com o quê?
__Eu administro uma cooperativa agrícola no Kansas, plantamos centeio e, quando tenho uma folga, eu trabalho como marceneiro em uma cooperativa de casas pré-moldadas no Missouri.
Ellsworth conteve o riso, mas logo indagou:
__Legal, e quanto você ganha por hora?
Diante do olhar confuso do primitivista, o empresário afirmou:
__Já sei, você não ganha nada.
__Pois é.
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Amor maior que 2
Science Fiction"__Todos estão buscando escapar.... Ora se projetam no outro, ora se projetam no futuro. Sempre uma fuga do agora. O estrangeiro concordou admirado. Talvez Ellsworth, lendo seus pensamentos, realmente estivesse certo: conhecia pouco de Faina. Ela...