35 - Capítulo ( Revisado)

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                                 Elias

Levanto da cadeira e caminho até a janela do escritório. Fico de frente para os vidros e vejo os céus limpos, com pássaros voando. Sem conseguir conter meus pensamentos voltam para Ester.

Não consigo entender o que está acontecendo comigo, faz apenas duas semanas e quatro dias que ela está viajando e fico inquieto pensando quando ela vai voltar.

Boa parte do tempo meus pensamentos são preenchidos pelas lembranças de alguns momentos em que estivemos juntos fazendo alguma coisa, seja trabalhando ou saído em encontros de amigos.

Deus, não quero perder a amizade dela e nem ser guiado por sentimentos enganosos, mais quero ser guiado pelo seu Espírito Santo. Talvez seja para nós dois ficarmos juntos, mas ainda não é hora. Peço por favor que o Senhor me ajude a administrar meus sentimentos da forma correta e viver uma vida digna de sua presença.

— Senhor Ferrari, está tudo bem? — Senhora Luciana pergunta preocupada.

Viro de frente para a mesma e por um momento penso em contar a confusão que está em dentro de mim. Pensando bem o melhor que faço e deixar isso para lá.

— Estou bem. Aconteceu alguma coisa? — Pergunto sério enquanto me sento na cadeira.

— Sim, a gerente da joalheria Empire quer reunir com o senhor o mais rápido possível. — Ela responde séria enquanto digitava algo no tablet que estava em suas mãos.

— Certo, marque a reunião para hoje a tarde às duas e meia. — Digo ajeitando uma pilha de documentos na mesa.

Como é que Ester consegue resolver várias coisas em um único dia? Talvez essa seja uma das muitas habilidades das mulheres.

Luciana saiu do escritório e começo a ler os documentos importantes para a reunião de hoje.

Parece que esse será um daqueles dias corridos que mal tenho tempo para descansar.

                                 [.....]

Estava tão focado no trabalho que esqueci até mesmo de ir almoçar, essas é uma das horas que sinto falta de Ester. A mesma sempre me chamava para almoçar e sabia os lugares que eu gostaria de comer. Parecia até que ela conseguia ler meus pensamentos.

— Elias, quando vamos nos reunir com o pessoal da joalheria Empire? — Rodrigo pergunta entrando na sala e se jogando na cadeira à minha frente.

— Hoje a tarde às duas e meia. — Respondo enquanto finalizo um documento digital no meu notebook.

— A gerente que estava te olhando de forma maliciosa da última vez? — Ele perguntou curioso.

— Ela mesma. E quantas vezes tenho que dizer que você viu errado? Ela é uma mulher séria e extremamente profissional. — Digo sério.

— Está bem, vou fingir que acredito. Tenho certeza que ela só se comportou na última vez por causa da Ester, quero só ver como ela vai reagir quando te ver sozinho. — Rodrigo responde sorrindo, me fazendo apenas balança a cabeça em sinal de negação.

— Enfim, que tal almoçarmos no restaurante japonês a frente? — Ele perguntou animado, mudando de assunto.

— Pode ser, deixar só eu guardar esses documentos. — Respondi me levantando e colocando os documentos em ordem numérica.

— Ok, vou te esperar lá em fora. Ainda tenho que avisar minha esposa, que não vou almoçar em casa. — Ele disse saindo apressado do escritório.

Ajeito os documentos de forma correta, os coloco dentro da gaveta falsa que tem na minha mesa e tranco. Somente eu tenho a chave dessa gaveta, isso é uma questão de segurança.

Pego minha carteira, celular e saio do escritório o trancando.

— Boa tarde. — Digo sério entrando no elevador.

— Boa tarde. — Duas moças que estavam dentro do mesmo falaram juntas.

Levou cerca de cinco minutos, saio do elevador e já avisto Rodrigo sorrindo para o celular igual um bobo, tenho certeza que ele está conversando com a esposa.

Espero, encontrar algum dia uma mulher que me faça experimentar essa união que existe dos dois se tornando um só.

Sorrio ao lembrar de Ester e do seu jeito único de ser, mais fecho a cara ao lembrar que não devo pensar nela de forma romântica. Afinal, não quero acabar nossa amizade.

— Vamos? — Digo sério para o Rodrigo que apenas assente com a cabeça e guarda o celular no bolso.

Atravessarmos a rua e entramos no restaurante japonês que fica de frente para a empresa.

— Olá, seja bem-vindo ao restaurante Oishi Tabemono. — A recepcionista disse dando um sorriso educado.

— Oi! Queremos uma mesa que fique perto da janela. — Rodrigo disse sorrindo de forma leve, não consigo entender como ele pode sorrir tanto sem cansar.

A moça nos direcionou para a mesa que iríamos ficar e fizemos dois pedidos recomendados por ela.

— Só espero que a comida seja realmente boa. — Digo bebendo um pouco de água em seguida.

— Ela é boa, esse é um dos restaurantes preferidos da Renata. Qual desses carrinhos é mais bonito? — Ele perguntou me mostrando a foto no celular de dois carrinhos de bebê, uma era azul e outro rosa.

— O azul parece ser mais bonito e confortável. — Comento depois de alguns segundos avaliando as fotos.

— Então, vou pedir o rosa. — Ele respondeu pedido no mesmo momento, me deixando sem entender nada.

— Porque você pediu a minha opinião se não ia levar ela em consideração? — Pergunto cruzando os braços.

— Não e que eu não leve, somente temos gosto oposto. — Ele disse dando um sorriso sem graça.

— Aqui está o almoço, espero que gostem. — A garçonete disse colocando os pratos na mesa.

— Obrigado. — Agradeço pegando a taça de suco de uva e bebo em seguida.

— De nada, qualquer coisa pode chamar. — A moça falou dando um sorriso gentil e saindo.

Comemos o yakisoba e sushi que estavam realmente bons, não acredito que demorei tanto tempo para vir nesse restaurante sendo tão perto da empresa.

— Elias, você pode pagar o almoço dessa vez? Que esqueci minha carteira em casa. — Rodrigo disse sem graça.

— Não tem problema, da próxima vez que sairmos você paga. — Respondo me levantando e indo em direção ao caixa do restaurante, que tinha uma senhora japonesa.

— Olá, quanto deu a conta? — Pergunto tirando minha carteira do bolso.

— Deu cento e cinquenta reais. — Ela respondeu pegando a nota de duzentos reais, abrindo a gaveta.

— Obrigada pela preferência, volte sempre. — A senhora disse dando um sorriso educado enquanto me deu a nota de cinquenta.

— De nada, voltarei. — Digo sério saindo em seguida.

— Vamos voltar para a empresa ou já iremos de encontro com a gerente da joalheria Empire? — Rodrigo perguntou ao mesmo tempo, em que caminhava do meu lado para fora do restaurante.

— Vamos ter que voltar para a empresa porque preciso pegar alguns documentos para a reunião. — Respondi enquanto atravesso a rua junto com o mesmo.

Quero muito ter um relacionamento sério com Ester, mas primeiro preciso organizar minha vida e aprender a forma certa que devo tratar ela. Não quero a machucar e principalmente fazer algo que desagrade ao Senhor que se tornou essencial na minha vida, ao qual não posso e não quero viver longe.






Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu: há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou; tempo de procurar e tempo de perder; tempo de guardar e tempo de jogar fora.
                     - Eclesiastes 3:1,2,6.

Minha Secretária CristãOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz