Chuck levou Kaylee para uma parte coberta da clareira, onde tinha varias redes e colchões espalhados pelo chão, provavelmente era ali que eles dormiam.
Um garoto esperava por Chuck encostado em uma das em uma das madeiras que seguravam aquele lugar. Ele estava tão concentrado nos muros que nem viu os dois chegarem.
— Oi, Novato! — Chuck estalou os dedos na frente do rosto do garoto que despertou do transe na mesma hora.
— E ai, Chuck. — Respondeu sem animo.
Seus olhos cor de mel fixaram na garota que permanecia atras de Chuck com o olhar fixo nas diferentes atividades da clareira. Algo diferente aconteceu quando seus olhares se encontraram, uma sensação de Déjà Vu invadiu os dois. Eles sentiam que se conheciam, mas não conseguiam se lembrar de onde.
— Oi. — Kaylee quebrou o silencio.
— Oi. — Respondeu com um meio sorriso.
Chuck estava, pela primeira vez, calado. Ele olhava de um pra outro com um sorriso divertido no rosto. Aquela situação parecia estranha pra dois jovens, mas para Chuck, era uma forma de diversão.
[...]
Chuck finalmente tinha conseguido um lugar pra dormir, que por conhecidencia ou não era ao lado do garoto de lindos olhos cor de mel.
Eles não tinham trocado mais nenhuma palavra um com o outro desde que se viram, mas sabiam que tinham uma conexão. Eles haviam chegado no mesmo dia, isso não pudia ser conhecidencia. A curiosidade parecia correr nas veias do garoto, assim como nas de Kaylee, os pés inquietos e o olhar fixo nos muros diziam que ele tambem queria saber o que estava por trás deles.
— Ei, Chuck? O que tem atras daqueles muros? É por que o Alby disse pra não entrar la? — Perguntou.
Chuck olhou pra ela entediado. Kaylee juntou as mãos em concha e murmurou as palavras "por favor, me conta" sem som, seguidas de um sorriso inocente. Chuck revirou os olhos, mas respondeu a pergunta dela.
— É um labirinto. Isso é so o que eu sei.
Kaylee e o garoto se entreolharam chocados.
Chuck dizia alguma coisa sobre a clareira e sua chagada ali, mas nenhum dos dois estava ouvindo nada.
O garoto desviou a atenção dos muros e olhou pra Kaylee que estava sentada no chão a poucos metros de onde ele estava. Ele fez um gesto com a cabeça em direção ao labirinto e sem mais nem menos caminhou em passos rapidos na direção da "saida". Kaylee deu uma olhadinha rapida para Chuck que ainda amarrava sua rede ainda tagarelando, sem demora a garota se levantou e correu atras do garoto.
— O que vai fazer? — Perguntou quando conseguiu alcança-lo.
— Eu so quero ver.
Kaylee não disse nada, apenas tentou acompanhar os passos do garoto. A cada passo mais perto daquela abertura, mais o coração de Kaylee acelerava.
Antes que pudessem dar mais um passo, a voz estridente de Chuck chamou por eles. O garotinho apareceu ofegante na frente deles.
— Aonde vocês vão? Não podemos sair!
Kaylee colocou as mãos no ombro dele.
— Fica calmo, Chuck. Nós so queremos ver.
— Eu ja disse, não podem. Apenas os corredores podem sair, eles são unicos que conseguem sair e voltar antes que seja tarde demais. — Falou ofegante.
Kaylee estreitou os olhos com curiosidade, tarde demais pra que exatamente? Kaylee ainda queria ver o que tinha la, mas decidiu ficar por Chuck e tambem pelo medo que sentiu derrepente.
Diferente de Kaylee, o garoto não parecia assustado, ele se aproximou ainda mais da abertura e estava pronto pra correr pra dentro, mas antes que fizesse isso, outro garoto vestindo uma camisa marrom apareceu e o empurrou pra longe.
Aquilo despertou a furia de Kaylee.
— Qual o seu problema!? — Gritou empurrando os ombros do garoto.
Ele ficou vermelho de raiva e tentou avançar sobre ela, mas o garoto familiar o empurrou pra longe.
— Deixa ela em paz!
— Fica tranquilo! Relaxa!
Todos os garotos ja tinham feito uma rodinha curiosa ao redor dos três, querendo desesperadamente saber o que estava acontecendo.
— Por que não nos dizem o que tem la? — O garoto perguntou com raiva.
— Não podemos te deixar sair! — Disse Alby.
— Por que não!? — Kaylee gritou.
Aquela discussão foi interrompida por um som assustadoramente alto vindo dos muros, um vento forte surgiu e como se fosse magica, a abertura começou a desaparecer. Tanto Kaylee, quanto o garoto ficaram estaticos vendo aquilo acontecer. Os garotos agiam como se fosse algo normal, mas não era.
Kaylee levou as mãos ao cabelo completamente indignada, e o garoto parecia que iria desmaiar a qualquer momento. Nenhum deles acreditava no que tinham visto.
Alby se aproximou dos dois com um sorriso sinico nos labios, em seguida pronunciou as palavras que assombraria Kaylee pelo resto de sua vida.
— Bem-vindos a Clareira.