My Best Mistake

By c_laais

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Por mais planos que você faça, por mais chances que você aposte, tudo pode desmoronar em menos de um segundo... More

Não conte a ninguém
Nos vemos mais tarde
3.
4.
Paulo Castagnoli
Nosso passado
Motivo
"Sempre"
Não te perdi totalmente
Pesadelo
Nada nos impede
Isso é um pedido?
O nosso futuro
Apenas um sonho
Nosso novo "sempre"
"Amigos"
Vai ser tarde demais
Melhor pra nós dois
Seu sorriso
O intercâmbio
A ligação
Eu escolhi você
Eu amo você, sabia?
Longe de mim
Ok
Sem saída
FESTA!
Girando, girando.
"Senti sua falta"
Foi real?
Parar de fingir
Tchau, Nathan
De volta à você
PARTE 2!
Cap. 36
Nós vamos ficar bem
Ao seu lado
Feliz aniversário, Gabi
LONDRES?
Mesmo depois de tudo
Apenas sua

Banho de chuva

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By c_laais

Finjo que não escutei o que ela acabou de dizer e simplesmente volto para o meu quarto. Qual é o problema dessa garota?

Decido tomar um banho e deixar isso tudo de lado. Não faz o mínimo sentido eu me preocupar com toda essa história mais uma vez. Já passou.

Tomo um banho demorado e tento esquecer cada uma das palavras que ela disse. Eu sei o que sinto e, principalmente, por QUEM eu sinto. Então vou fingir que a conversa nem aconteceu.

Saio do banho, coloco uma roupa simples e vou ler um livro. Dez páginas depois, meu celular começa a tocar. É a minha mãe.

Atendo na mesma hora;

- Oi, mãe - digo, feliz por ela estar ligando - tudo bem?

- Oi filha - ela responde - estou bem, e você?

- Tudo bem.

- Então, liguei pra perguntar que dia você e a Manu vão vir pra cá - dou um tapa em minha testa, eu tinha esquecido completamente - o nosso acordo ainda é o mesmo, mocinha - ela brinca e eu dou risada.

O tal acordo é nada mais, nada menos do que a condição para morarmos sozinhas. Em todas as férias, precisamos passar uma semana inteira na casa dos nossos pais. Ah, e sem namorados.

- Bem, eu não sei, mãe. Vou falar com a Manu e aí te ligo pra avisar, pode ser? - pergunto.

- Tudo bem, eu vou esperar - ela faz uma pausa - e como é que estão as coisas por aí?

- Normais... Eu e a Manu discutimos um pouco mas fora isso tudo ótimo.

- Não quero vocês duas brigando, ouviu? - ela finge estar brava e nós rimos.

- Pode deixar, mãe.

- Vou desligar, filha. Se cuide, eu e o seu pai amamos vocês.

- Também amamos vocês, mãe.

DOIS DIAS DEPOIS.

- Por que vocês duas não vão dar uma volta por aí? Podem deixar que eu lavo a louça - diz minha mãe.

Já estamos na casa dos nossos pais, é  primeiro dia aqui. Tudo está igual, os quadros bonitos nas paredes, o tapete no corredor, o cheirinho da comida, tudo isso me faz sentir bem.

Como a Manu diz que vai lavar a louça no lugar da nossa mãe, eu não tenho nada pra fazer. De modo que não me oponho a ir dar uma volta mesmo que seja sozinha.

O dia não está muito bonito. O céu está nublado e não há sinal algum de azul. Mas não me importo, se chover e eu me molhar é só tomar um banho depois.

Estou andando pela calçada, já não consigo ver a casa dos meus pais.

Então meus pés se negam a continuar. É como se o mundo inteiro tivesse parado. Foi aqui, bem aqui onde estou pisando agora. É o lugar onde me despedi do Paulo antes de ele ir para São Paulo.

E como se já não fosse suficiente lembrar-me disso, quando olho para o banco de madeira a uns dez metros de distância, lá está ele. Sentado, olhando para o nada.

Eu deveria ter imaginado. Burra, burra burra! Não consigo deixar de me xingar mentalmente por não ter pensado nisso antes. É claro que ele estaria por perto! Provavelmente veio passar as férias na casa dos pais, que fica a umas três quadras daqui.

Eu quero voltar pra casa e fingir que nada aconteceu, mas ele já me viu e está acenando pra mim.

Que maravilha, que maravilha! Era tudo que eu mais precisava na minha vida!

Ele faz um gesto com a mão para que eu vá até ele. Começo a andar devagar, me preparando psicológicamente para o que quer que vá acontecer.

Fico parada ao lado do banco e ele me encara sorrindo.

- Oi, Gabi - diz ele, como se a situação fosse completamente normal.

- Oi - eu respondo, ainda em choque.

Ele dá risada da maneira como estou agindo.

- Você não vai sentar? - ele pergunta.

Me sento na outra ponta do banco. O mais longe possível.

- Como você está?

- Bem - digo - e você?

- Também - ele começa a falar - faz tanto tempo que não venho aqui, é até estranho.

Dou uma risada fraca, conforme a conversa avança vou ficando mais calma.

- Eu entendo, mas com o tempo você se acostuma.

- Tem razão, o tempo nos obriga a ficarmos acostumados com muitas coisas - ele responde e volta a olhar para o nada.

Mentalmente, me pergunto o quanto daquela frase tem a ver comigo.

- É, e o melhor é que de fato conseguimos nos acostumar.

- Nem sempre - ele se volta para mim.

Ficamos um tempo em silêncio, pensando nisso.

- Mas e então - diz ele - vai ficar na casa dos seus pais por quanto tempo?

- Ah, uma semana eu acho. E você, vai passar as férias inteiras aqui?

- Acho que sim, ainda não tenho uma data certa pra voltar.

- Entendi - é minha resposta.

Depois de respirar fundo e pensar mais um pouco, ele começa a falar de algo que realmente interessa.

- Escuta, sei que você ficou brava com a maneira como agi lá na chácara, mas eu não sei o que deu em mim - ele diz - eu fiquei tão feliz por te ver de volta e ao mesmo tempo triste porque você tem namorado, não sei porque falei tudo aquilo pra você. Espero que me perdoe um dia, Gabi.

Ele parece ter pensado apenas nisso desde o último fim de semana. E olhando nos olhos dele, enxergo a verdade em cada uma de suas palavras.

- Eu já te perdoei - respondo e dou um sorrisinho.

- Que bom - ele fala, aliviado - e aquilo de sermos amigos? Ainda está de pé?

O jeito como ele fala me faz rir, ele parece o garoto que conheci no ensino médio agora. E, de certa forma, preciso admitir que senti falta desse garoto.

- Claro que sim - eu falo e nós sorrimos.

Ta, isso parece até um pouco esquisito se pararmos pra pensar na nossa última conversa na chácara. Mas quem se importa?

- Seria muito estranho a gente se abraçar agora? - pergunta Paulo.

Eu caio na gargalhada com o jeito que ele me pede isso.

- Não, não seria - digo sorrindo.

Ele desliza no banco até ficarmos próximos e me abraça como se eu fosse a coisa mais importante no mundo pra ele. Só então percebo o quanto todos esses anos separados me deixaram com saudade desse abraço. Ficamos assim por um bom tempo, provavelmente pensando a mesma coisa: como eu senti falta disso.

O que nos afasta são os pingos de chuva que começam a cair sobre nossas cabeças.

- Quer tomar banho de chuva? - ele pergunta, rindo da maneira como já estamos ensopados.

Balanço a cabeça, dizendo que sim. Nós levantamos e começamos a correr pela rua. Não tem problema porque não tem sinal algum de carros.

Não sei o motivo, mas nós não paramos de rir! Esse dia com certeza já pode entrar na lista dos melhores dias do ano. Não, não tem uma lista, mas se tivesse você sabe tanto quanto eu, que esse estaria lá.

- Vamos apostar uma corrida? - pergunto.

- Se você não se importar de perder pra mim - ele brinca e nós continuamos rindo.

- Então ta, quem chegar primeiro lá naquela caixa de correio - aponto a caixa que fica a uns vinte metros de onde estamos - ganha.

Sem avisar que a corrida já começou, eu saio correndo na direção da caixa e ele grita alguma coisa como "isso não vale!".

Talvez seja praga que alguém jogou em mim, ou eu é que sou a pessoa mais atrapalhada do mundo, mas eu escorrego numa poça de lama e por pouco não caio de cara nela! Quando o Paulo chega perto de mim, ele não sabe se continua rindo ou se me ajuda a levantar. Mas pra falar a verdade, até eu estou dando risada.

- Você precisa parar de escorregar o tempo todo, sabia? - ele brinca e estende a mão pra me ajudar a levantar.

- Ai! - dou um berro - acho que machuquei meu pé!

- Será que torceu?- faço que sim com a cabeça - Calma, vem, vou te levar pra casa.

A chuva não ajuda em nada. Ele me pega no colo como se eu fosse uma criança e segue andando pela calçada. Meu coração começa a gritar dentro do meu peito.

- Me sinto tão idiota - digo, irritada por sempre estragar tudo.

- Não diz isso, podia ter acontecido até comigo - ele me acalma.

Decido não dizer mais nada por conta da dor que estou sentindo no pé direito. Isso tudo me desespera! Eu. Paulo. Eu no colo do Paulo. O que minha irmã vai dizer. O que o Nathan diria se soubesse. No caminho, vou me preparando pra responder a um interrogatório.

Quando estamos quase na frente da minha casa, peço pra que ele me coloque no chão, acho que consigo andar até a porta.

Estamos de frente um para o outro agora, bem próximos. A chuva continua caindo sem parar.

- Obrigada, Paulo - faço uma pausa e nossos olhos se encontram - por tudo.

- Você sabe que sempre vai poder contar comigo, é pra isso que os amigos servem, não é?  - ele responde com o sorriso mais lindo do mundo nos lábios.

Mesmo com a dor, não consigo deixar de rir do jeito bobo dele.

- É isso aí - digo antes te dar um beijo em sua bochecha - mas agora preciso entrar. A gente se vê por aí.

- A gente se vê.

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