Não te perdi totalmente

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Continuei olhando para ele, sem expressar absolutamente nada em meu rosto. Balancei a cabeça, respondendo que não.

O "sempre" não existe mais. É como naquela frase que eu realmente não me lembro onde li: "alguns infinitos são maiores que outros".

Não posso dizer que fico feliz magoando-o assim, mas eu não quero dar esperanças a ele, não quando meu coração pertence a outra pessoa. Por hora, vou fingir que ele nem está aqui. Quem sabe assim nós evitamos essas perguntas.

Depois que todos terminaram de ler suas cartas, começamos a falar sobre isso. Não era uma conversa que pode-se chamar de organizada, afinal de contas, fazia anos que ninguém se via. Finalmente consegui conversar com a Jasmin, ela era minha melhor amiga na escola!

- Senti tanto a sua falta! - ela disse, me abraçando forte.

- Ai, nem me fale! Também senti sua falta. Uma pena que a gente more tão longe uma da outra - respondi, me afastando para podermos conversar.

Conversamos sobre como nossas vida mudaram desde a escola, sobre nossos namorados, enfim, sobre tudo! Amei ver ela de novo e saber que nossa amizade não mudou apesar do tempo e distância.

Queria continuar conversando com ela pelo resto da tarde, mas o pessoal decidiu fazer trilha e tivemos que ir trocar de roupa. Coloquei um short jeans claro, uma regata e tênis, como todas as meninas fizeram.

Meia hora depois, todo mundo já estava na varanda de novo e o pai do Caíque explicou que a trilha nos levaria até uma cachoeira, o que nos deixou ainda mais empolgados. Não que eu vá poder entrar na água, na verdade nem sei nadar. Mas acho que o passeio vai ser divertido.

- Bu! - Nathan exclamou, me abraçando por trás e eu levei um susto.

- Ei, você me assustou! - nós rimos e ele me deu um selinho.

Essas coisas simples que ele faz são as mais valiosas pra mim. E eu continuaria rindo com ele se não tivesse percebido que o Paulo estava olhando pra nós dois juntos.

- Você ta bem? - Nathan me perguntou quando viu minha expressão mudando de uma hora pra outra.

Olhei pra ele e demorei uns três segundos pra respondê-lo.

- Estou, eu só... Deixa pra lá, estou bem.

Por mais que eu já não amasse o Paulo, ver ele me olhando daquele jeito me faz sentir a pessoa mais cruel do mundo!

Dez minutos depois, estamos todos na entrada da trilha, que eu quero chamar de "corredor das pedras" por que foi a primeira coisa que veio a minha cabeça.

Não caminhamos nem trinta metros e eu tenho que começar a me xingar mentalmente por não ter passado repelente. Eu e o Nathan somos os últimos da "fila", dou graças porque o Paulo está lá na frente, junto com o Caíque.

Todo mundo fazia piadinhas durante o caminho, conversava e etc. Foi divertido apesar de todos os insetos que me atacaram. Não sei dizer por quanto tempo caminhamos, mas chutaria no mínimo uma hora e meia por causa das paradas para descansar.

Finalmente chegamos na cachoeira! É simplesmente uma das coisas mais lindas que eu já vi! A águas é quase cristalina e dá pra ver o fundo do rio. Ta, essa parte do fundo não me deixou muito feliz porque eu nunca aprendi a nadar.

Em poucos segundos, todos já estavam dentro da água, com roupa e tudo. Menos eu e o Nathan. Ele insistiu pra ficar comigo fora d'água mas eu consegui convencer ele que não me importava de ficar sozinha e seria até bom pra mim porque preciso pensar um pouco.

Não sei se ele aceitou ir por causa do calor que estava fazendo ou porque se lembrou de como eu estava mal depois do almoço. Mas enfim, consegui ficar sozinha.

My Best MistakeWhere stories live. Discover now