Todas as Coisas que Eu Não Od...

By emeemys

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[VENCEDOR DO PRÊMIO WATTYS 2021 na categoria YOUNG ADULT] Tem poucas coisas que Eva Aquário não odeia no mund... More

1 - não são nem sete da manhã
2 - pacto matemático inquebrável
3 - romances sáficos e onde habitam
4 - batatas gratinadas e azeitonas
5 - atração
6 - acordo de paz
7 - bobos idiotas
8 - sobrenomes de signo
9 - condomínio falsa escócia
10 - a nova cláusula
11 - vestidos cor de pêssego
12 - ótimos julgadores de caráter
13 - você gosta de azeitonas?
14 - lanchonete limonada
15 - malditos beijos de mina leão
16 - a toca da serpente
17 - quando plutão beija saturno
18 - irmandade
19 - sem acesso à internet
20 - talentos escondidos
21 - você sabe que eu gosto de garotas
22 - atos revolucionários
23 - ferrugem
24 - medidas drásticas
25 - estrelas cadentes
26 - perda total da dignidade
28 - você quer ir ao baile comigo?
29 - assassina de almôndegas
30 - você não é saturno
31 - todas as coisas que eu odeio em você
32 - trégua definitiva
33 - aquário-vinhedo
34 - mulheres poderosas usam terninho
35 - microfone aberto
36 - o alinhamento de saturno e júpiter
37 - pirulitos de coração
38 - o baile de formatura
39 - estrelas do rock
40 - garota de boafortuna
epílogo
bônus 1 - mina leão não beija garotas

27 - a tradição do chocolate-quente

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By emeemys

EU ME RECUSO a estar na fossa. Deitada no chão do meu quarto — porque, pelo visto, toda a minha dignidade foi mesmo embora —¸ eu sinto que perdi todo o controle da minha vida.

Juro que não era assim que imaginei o começo das minhas férias.

Minha playlist sáfica já acabou faz tempo, e por influência do destino que quer me ver no fundo do poço, a melodia de Total Eclipse of the Heart preenche o meu quarto inteiro, alimentada pelas luzes apagadas e pelas velas aromáticas acesas — que pus pra ver se melhorava o clima do ambiente, mas sem sucesso. O pior é que eu nem tenho forças para esticar o braço, buscar o celular em cima da cama e mudar a porra da música que me enche o saco.

Eu não quero olhar, falar ou pensar em Mina Leão, mas aprendi há muito tempo que nem tudo o que eu quero, eu posso. Por isso, assumo que sim, estou pensando em Mina Leão, e estou a ponto de abrir o seu Instagram pela trigésima quarta vez desde que as férias começaram, talvez até mandar uma mensagem. Um oi, sem muita importância. Ou quem sabe ir direto ao ponto e perguntar se ela e Bruno começaram a namorar pra valer.

Dessa vez, eu não estou confundindo as coisas. Porque eu lembro exatamente do que ela me disse, e tenho confiança em afirmar que Mina falou, com todas as letras, que não gostava do Bruno do jeito que eu penso. Não sei o que está acontecendo, se algo mudou entre eles ou sei lá, mas queria muito uma explicação. Não que eles me devam uma. É só que me recuso a estar na fossa por algo que eu nem tenho certeza.

A música termina, e a voz inconfundível da Whitney Houston soa de repente, parecendo gritar na minha cabeça. Ah, não.

— Ei, tá tudo bem aí?

Tales dá uma batidinha antes de abrir a porta, entrando com o Ferrugem no meu quarto escuro que está mais parecendo uma caverna. Não queria ser encontrada no chão, com velas ao meu redor e música triste tocando alto, mas não dá tempo nem de me levantar.

O meu padrasto me encara por uns cinco segundos de silêncio, como se perguntasse a si mesmo o que deve fazer nessa situação estranha. Ele deve estar desesperado. Mesmo com três filhos, duvido muito que ele já tenha precisado lidar com uma adolescente em crise que mais parece estar fazendo um ritual macabro ou sei lá.

— Eu tô bem — resmungo, soando mais falsa do que nunca. — Eu só... O chão tá bem gelado, sabe? Tá gostosinho.

Tales ri, sem jeito, se acomodando na ponta do meu colchão enquanto coça a nuca.

A gente não tem uma relação pai e filha de verdade, então é claro que estou desconfortável. Ego meu corpo devagar, buscando o celular e pausando a música antes que ele diga alguma coisa. Nunca tive uma figura paterna, tipo, nunca mesmo, e não sei como ele pode reagir nesse momento. Por Deus, se ele vier com um papo do tipo paternal, eu juro que...

— Quer que eu chame a sua mãe?

— O quê?

Ferrugem se aproxima, se deitando no meu colo sem pedir licença. Meu padrasto dá de ombros, ajeitando os cabelos que um dia já foram inteiramente castanhos, mas que agora estão cheios de fios brancos.

— Acho que ninguém aqui te conhece melhor do que a Gina, não é?

Quero dizer que não, não preciso da minha mãe nesse momento porque, bem, eu não tenho cinco anos. Não preciso de ajuda pra lidar com toda essa confusão, porque daqui a pouco eu nem vou mais estar assim. Quero dizer que não importa os problemas que ando tendo, vou conseguir resolver todos eles sem problema.

Mas eu não sei o que acontece. As palavras ficam presas na garganta e, quando menos percebo, eu começo a chorar. Muito. Sei lá por quanto tempo eu venho guardando todas essas lágrimas e soluços, mas eu desabo tudo aqui, nos pés do meu futuro padrasto que parece tão assustado quanto eu, enquanto faço carinho no meu gato. Juro, Tales, não estou fazendo isso de propósito.

— Você pode chamar a mamãe, por favor? — peço, tentando me controlar.

O vejo assentir, saindo do quarto às pressas como se eu estivesse morrendo ou sei lá, e eu me deixo ser envolvida pelo escuro do quarto que, acredite, fica ainda pior sem músicas tristes perturbando o meu juízo.

AS GAROTAS AQUÁRIO têm uma tradição: sempre fazemos chocolate-quente quando uma de nós está pra baixo. Isso começou quando eu ainda era bem pequena, quando chegava chateada do colégio por, não sei, qualquer coisa. Mamãe preparava o chocolate, buscava meias legais — sempre tínhamos pares combinando — e assistíamos a algum seriado de TV. Nunca fazia muito frio na cidade onde morávamos, mas a bebida quente e as meias eram obrigatórias.

Enquanto mamãe fecha a porta do meu quarto com o cotovelo e me entrega uma caneca com chocolate ainda fumegando, eu me pergunto há quanto tempo a gente não fazia isso. Desde os meus quinze, eu acho? Desde a minha última paixão avassaladora que me fez chorar por duas semanas?

Corrigindo: penúltima paixão avassaladora.

— A gente pode ignorar a parte onde eu desabafo sobre todos os problemas que estão me sufocando e pular logo pra, sei lá, a parte em que a gente vê algum seriado?

— Nada disso — mamãe rebate, deixando sua caneca com chocolate sobre minha mesa de cabeceira e indo até a minha gaveta de meias, voltando de lá com dois pares cano longo pintados com as cores da bandeira lésbica. — Não é assim que as coisas funcionam, meu amor.

Queria muito que ela não tivesse razão. Queria só revirar os olhos, ignorá-la e apertar logo o play no episódio um de Gilmore Girls, nossa série conforto que já vimos um milhão de vezes. Sempre tivemos essa energia Lorelai e Rory Gilmore, e eu sempre achei isso o máximo. Dona Regina é engraçada, jovem e uma gata como a Lorelai, e eu cultivo essa imagem de garota inteligente, claramente uma Rory versão homossexual.

Mamãe me ajuda a pôr as meias e, após vestir as suas, se deita na cama ao meu lado — com cuidado pra não acordar o Ferrugem, que dorme em cima de mim —, segurando sua caneca com as duas mãos assim como eu.

— E então? Dá pra me contar o que anda rolando?

Faço uma careta. Eu não quero falar sobre Mina, seus beijos revolucionários e todos os efeitos que eles me causam. Mas eu não consigo guardar segredos por muito tempo, não dessa mulher. Para o meu azar — e sorte dela —, nossa relação é boa demais para o meu gosto.

— Sabe a garota que vinha estudar aqui?

— A que você me jurou que era só uma amiga? — Assinto, ainda com uma careta. Mamãe já sabe onde essa conversa vai chegar. — O que tem ela?

Dou um gole no chocolate-quente só para prolongar a minha resposta, porque eu bem sei que, assim que essa verdade idiota sair da minha boca pela primeira vez, tudo vai se tornar muito mais real.

Mamãe é a minha Pessoa-Das-Primeiras-Vezes. Acho que por ter sido só nós duas por tanto tempo, a gente acabou criando esse pacto de sempre falar tudo uma para a outra, porque odiávamos a ideia de termos uma relação costumeira de mãe e filha. Sempre fomos amigas acima de tudo, e é por isso que ela foi a primeira pessoa a saber de muitas coisas da minha vida. Ela foi a primeira pessoa a quem contei que gostava de garotas. Eu tinha onze anos e estava apaixonada pela Anne Hathaway, de um jeito que me fez perceber que não era só uma admiração forte. Não sei explicar, mas isso me atingiu com muita força e de uma hora para a outra, e lembro que mamãe só fez rir quando eu disse que me casaria com a atriz um dia. Nunca mais vi O Diário da Princesa do mesmo jeito.

— Acho que estou gostando dela.

— Gostando de um jeito, tipo, ainda-estou-tentando-descobrir-o-que-sinto, ou gostando de verdade?

Às vezes chega a ser irritante como a minha mãe me conhece como a palma da sua mão. Eu sei que ela sabe de que tipo de "gostar" eu estou falando.

— Gostando de verdade.

— Oh.

Bebemos nosso chocolate ao mesmo tempo, deixando a informação assentar.

— E qual o problema dessa vez? — mamãe pergunta, também com uma careta, soando compassiva.

Porque sempre há um problema, sabe? Anne Hathaway era famosa e anos mais velha, então óbvio que estava fora de cogitação e alcance. E quando me apaixonei pela Georgia, minha ex-amiga que não faço ideia de como anda agora, o problema estava todo na sua heterossexualidade e no fato de que a beijei em uma festa na frente de muitas pessoas. Ah, também me apaixonei pela Catra de cabelo curto na última temporada de She-ra, mas isso foi só há uns meses atrás. E o problema dessa vez era, bem, ela ser um desenho animado. Mas acho que isso deu pra entender.

— Ela tá saindo com o Bruno — murmuro, meus olhos nas nossas meias coloridas. — E eu meio que ajudei os dois, sabe? A ficarem juntos e tal.

— Ah, Eva...

— Mas eu não fiz de propósito. Não era como se eu já gostasse dela ou sei lá quando concordei em fazer isso, eu só... — suspiro, sem acreditar que estou mesmo prestes a confessar isso —... queria ajudar o Bruno. Pra ver se isso, não sei, melhorava nossa relação um pouco. Mas tudo saiu do meu controle e agora eu não sei o que fazer.

Mamãe termina com o seu chocolate em um gole só, voltando a pôr a caneca em cima da minha mesa de cabeceira antes de me abraçar. Esse gesto me faz esquecer por um instante do porquê de estarmos tendo essa conversa, e eu sorrio um pouquinho, porque é sempre bom perceber que minha mãe é a mulher mais incrível e carinhosa do mundo.

— Ela sabe que você gosta dela?

— Acho que desconfia — digo, antes de dar mais um gole no chocolate que começa a ficar frio. — Não tenho coragem de contar pra ela. Pode estragar tudo, e dessa vez pra valer.

— Como assim dessa vez?

— Ai, mãe, nem sei por onde eu começo...

Conto para ela sobre não o, mas os beijos que demos no Observatório. Conto sobre como eles me fizeram e ainda me fazem sentir, e ainda explico sobre tudo o que aconteceu na minha última visita à Toca da Serpente, em como eu quase estraguei todas as coisas.

— Eu tava meio bêbada e nem percebi na hora, mas... fui muito babaca com ela — assumo, sentindo meu rosto ficar vermelho de vergonha. — Duvidei de tudo que ela me disse e a fiz falar e fazer coisas que possivelmente ela não queria e... isso podia ter feito ela me odiar, e não paro de pensar no quanto eu sou uma pessoa horrível.

Mamãe me encara por um tempo, tentando encontrar a coisa certa pra me dizer.

— Quer que eu seja honesta? — ela pergunta por fim, e eu assinto. — Acho que foi muito insensível da sua parte ter feito isso com ela.

— Merda.

— Eu não a conheço, vi vocês juntas só uma vez, mas se o que você me diz for verdade, se a Mina parece mesmo gostar de você, acho que o problema é que ela ainda não tá pronta pra admitir isso — mamãe explica, dando de ombros em seguida. — E eu não tô falando em dizer isso pra você, em se declarar e essas coisas, tô falando em admitir pra ela mesma. Você teve uma descoberta fácil, Eva, você teve com quem conversar sobre isso e uma casa onde nunca precisou se esconder. Mas nem todo mundo vive essa mesma realidade. Descobertas podem ser complicadas, e sei que você sabe disso.

— Eu tentei forçá-la, não foi? Eu... — gaguejo, sentindo vontade de chorar. Estou com tanta vergonha. — Eu tentei fazer a Mina assumir algo como se fosse a coisa mais fácil do mundo, só porque foi pra mim.

Mamãe assente, tirando a caneca da minha mão e pondo ao lado da sua.

— Não tô dizendo que foi isso que aconteceu porque, afinal, a gente não sabe sobre o que ela anda sentindo. Só a Mina pode assumir a verdade e não é direito de ninguém forçá-la a fazer isso antes que ela esteja pronta. Autodescobertas são processos complicados e cada um tem seu tempo pra descobrir as coisas. A Mina precisa do tempo dela também.

Concordo, sentindo meu peito pesado.

— Talvez ela goste de garotas e só não esteja pronta pra dizer isso — afirmo, pensando em voz alta. — Ou ela pode ter sido honesta e não gostar mesmo. — Mamãe assente, e eu solto um suspiro demorado. — Eu não sei o que fazer, mãe. Porque eu gosto tanto dela que... meu peito chega a doer. E eu deveria superar isso de uma vez por todas, porque se no fim ela não gostar de mim do jeito que acredito, eu vou me ferrar. Mas... como eu faço isso?

— Sabe, Eva, acho que você precisa pensar sobre o que importa nessa situação — ela sugere, relaxando a postura e escorregando as costas até se deitar, se esparramando pelos meus lençóis como manda o figurino. Porque nessas ocasiões, sempre acabamos esparramadas juntas na cama, e esse detalhe é tão importante quanto qualquer outra parte na nossa tradição. — Você gosta dela e essas coisas a gente não controla, sabemos disso. Mas tá te fazendo mal mesmo ficar perto da sua amiga? Porque é o que tá parecendo.

Assinto, soltando mais um suspiro e cobrindo o meu rosto com os lençóis. Inferno, eu só queria estar vendo a droga do seriado.

— Então, filha, o melhor a se fazer é descobrir se a falta dela dói tanto quanto a presença. — Ponho metade do meu rosto para fora do edredom, meus olhos encarando mamãe enquanto ela sorri com cautela. Um anjo, sinceramente. — Queria te dizer que acredito que vá conseguir superar o que sente por ela mesmo com a Mina sempre presente, mas não sei se isso vai acontecer. E ainda tem o seu irmão nessa situação toda, e ele não tem culpa de nada. Você fica mal porque, por muitos motivos, se sente culpada por gostar da mesma garota que ele gosta. — Mamãe suspira, complacente. — Sei que se importa com o Bruno, meu amor, mesmo que faça birra pra admitir isso, e você está certa por não querer magoá-lo também.

Minha nossa, como eu queria que isso não fosse verdade. Como eu queria muito negar e dizer que eu estou pouco me lixando pra Bruno Vinhedo e os seus sentimentos idiotas. Mas mamãe me conhece, e infelizmente ela tem razão. Odeio a ideia de envolver o meu irmãozinho batata nisso, já que ele não tem culpa de porra nenhuma.

— Então... você acha que eu devo parar de ver a Mina?

— Acho que precisa ser honesta com você mesma, Eva — mamãe responde, fazendo carinho nos meus cabelos emaranhados. — Porque paixões passam. Seu coraçãozinho pode tá doendo a ponto de precisarmos das meias e do chocolate-quente hoje, mas amanhã ele pode estar bem. — Ela solta uma risadinha, fofa. — Ainda gosto de acreditar que sou sua melhor amiga, meu amor, e por favor não me diga caso eu tenha perdido esse posto. Mas, como sua melhor amiga, eu acabo te conhecendo como ninguém. Por isso, sendo sincera, não acho que você vai se sentir bem caso decida cortar todos os laços com essa garota.

— Então eu não devo parar de ver a Mina...

Mamãe dá de ombros, soltando mais uma risada que me faz rir também. De nervoso.

— Eu sei lá! A única que pode responder isso é você, não acha?

Faço uma careta. Essa conversa não está me ajudando em nada. Na verdade, ela está me deixando ainda mais confusa. Resumindo tudo o que mamãe falou, eu vou ficar mal caso eu pare de falar, olhar e pensar em Mina, mas também vou me sentir um lixo caso continue insistindo nessa nossa relação estranha enquanto ainda nutro sentimentos por ela. Poxa, parabéns, Dona Regina. Me ajudou bastante.

Ela ri uma terceira vez, agora com mais vontade, quando vê a minha cara emburrada, meus braços cruzados na frente do corpo. Estou me sentindo uma criança pequena enquanto ela me abraça mais forte, me puxando mais para perto.

— Nós duas sabemos que não sou lá muito boa com conselhos, Eva. Sou boa fazendo chocolate-quente.

— Como eu deixei você dar pitaco na minha vida durante dezessete anos, Regina? Seus conselhos são péssimos.

— De qualquer forma — ela me ignora, esbarrando de propósito no meu ombro e buscando o controle remoto em algum lugar entre os lençóis —, o melhor a se fazer é, você sabe, seguir o seu coração.

Reviro os olhos, porque me recuso a responder a isso. Não existe conselho pior do que esse, porque eu bem sei que nem em um milhão de anos eu deveria seguir o meu coração. Ele não tem mapa, GPS ou bússola, e eu seria muito burra se decidisse confiar nos seus, quero dizer, nos meus instintos.

Mamãe finalmente aperta o play, Lorelai aparecendo em nossa tela pedindo por mais uma xícara de café. Já assistimos esse episódio tantas vezes que nem me surpreendo com mamãe repetindo as falas com precisão, deitada ao meu lado.

Seguir o meu coração, Dona Regina? Que tipo de garota eu seria se fizesse isso de novo? Das últimas vezes em que decidi dar ouvidos pra esse desgraçado, eu acabei beijando Mina não uma, mas duas vezes, e as consequências que isso me gerou foram as piores possíveis. Se estou como estou hoje, é porque fui estúpida o suficiente para ignorar os alertas de perigo na minha cabeça. Que merda de conselho.

Pois eu te garanto que nem a pau, mamãe. Não vai rolar, não hoje ou amanhã nem nunca mais. Agora ele está mutado, incapaz de ser ouvido pelo restante da sua existência, e vai continuar assim, tá bem? Pra sempre. Ruh, ouvir a porra do meu... É sério mesmo?

Pelo visto, mãe, você quer me ver na fossa tanto quanto a droga do meu coração apaixonado.

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