Com passos apressados o Black ofegava até chegar ao seu destino. Quanto mais rápido ele andava, parecia que mais longo o caminho ficava, decidindo correr. Enquanto corria, o mais velho pôde ver pingos de sangue que davam em direção a sua sala comunal, e quando chegou em frente da grande porta quase sentiu o coração sair pela boca ao ver uma pequena poça de sangue. Ele ficou apavorado. Estava com a professora McGonagall cumprindo mais uma detenção quando soube do ocorrido e ele não hesitou em sair em busca de você.
— Onde ela está? — perguntou entrando na sala comunal.
— Sirius, se acalme ok?! Ela vai bem... est-
— DROGA, MOONY! — jogou uma cadeira no chão. Passou as mãos pelo rosto em direção aos cabelos e fechou os olhos respirando fundo. — Apenas me diga onde ela está.
O lobisomem estremeceu e olhou para seus pés envergonhado.
— Na ala hospitalar.
Sirius apenas assentiu e começou a correr novamente. Não era culpa de Remo, mas Sirius estava com muita pressa para ficar se desculpando agora, ambos sabiam disso. Você é mais importante.
Enquanto corria em direção a ala hospitalar várias coisas passavam pela cabeça do lobo. Ele se perguntava quem fez isso com você e por quê "com certeza uma daquelas cobras nojentas" pensou. Ao mesmo tempo que ele estava apavorado ele também estava com raiva e principalmente medo. Não sabia qual era o tamanho da gravidade mas se você estivesse envolvida, podia ter certeza que era realmente algo para se preocupar.
Quando finalmente chegou a ala hospitalar, o garoto não esperou nem mais um segundo e empurrou a porta com toda a força que lhe restava após tanto correr.
Ao entrar na sala ele teve a pior visão de sua vida e por um momento sentiu seu corpo amolecer, tudo parecia em câmera lenta. Ele olhou diretamente para a maca onde você estava sentiu seus olhos marejarem, você está inconsciente, "provavelmente desmaiada" ele pensou, com os cabelos espalhados pelo travesseiro com as pontas manchadas de vermelho, do sangue. Seu lindo rosto têm um pequeno corte na bochecha esquerda e a boca literalmente branca, ressecada. Ao abaixar seu olhar, Sirius sentiu uma lágrima escorrer por seu rosto ao ver sua barriga com vários cortes, a qual Madame Pomfrey pressionava várias gases para estancar as feridas assim como seus braços. Com um pouco de dificuldade ele conseguiu ler o que estava escrito em seus braços que pingavam com freqüência, assim como sua barriga que acumulava muito sangue, e escorria, manchando o lençol branco da maca. No momento em que leu, sentiu seu sangue ferver de raiva ao saber quem lhe causou toda essa dor.
Sangue ruim.
Era o que estava escrito em cada braço seu, percebeu como os cortes estam fundos, isso explica os pingos e a poça de sangue que ele viu. Você perdeu sangue demais.
— SIRIUS, VOCÊ ESTÁ ME OUVINDO?
O garoto saiu de seu transe quando tirou os olhos de você por um mísero segundo encontrando seus amigos à frente.
— Vamos! Diga algo! — segurou o rosto do mesmo.
— Temos que tirá-lo daqui! AGORA! — James gritou.
— Eu não vou sair daqui! — pela primeira vez Black falou.
— Você não pode ficar aqui! — segurou seu braço esquerdo enquanto Peter segurava o direito. — Não desse jeito, Vamos!
— NÃO! — se debateu. — EU NÃO POSSO DEIXÁ-LA MORRER!
— Você não pode ajudá-la, não desse jeito. — Remo entrou na ala hospitalar puxando o amigo para trás junto dos outros. — Se quer que a S/N viva precisa deixá-las fazerem seu trabalho!
— Ele está certo.
Sirius permanecia imóvel.
— Vamos, Padfoot! Você quer vê-la viva tanto quanto nós não quer?! — o garoto assentiu. — Ótimo porque eu realmente acho que vocês dois formariam um belo casal, mas se você quiser tê-la em seus braços novamente, PRECISA sair daqui! — o Potter disse tentando confortar o amigo.
— Tudo bem. — se rendeu e foi puxado pelos três.
[...]
As meninas haviam ido ao ser dormitório pegar roupas suas para quando você acordasse.
Já os marotos estavam ao lado de fora da ala hospitalar apenas esperando por qualquer notícia que viesse à tona. Sirius estava sentado em uma cadeira que tinha ali, James estava em pé ao lado do melhor amigo com a mão direita em seu ombro, Lupin andava de um lado para o outro enquanto passava as mãos pelos cabelos e Peter estava sentado no chão brincando com os dedos. Todos estavam preocupados com você, não tinha como não gostar de você. Você é adorável. Você consegue cativar todos com seu jeito único mas nem é sempre todos, diferentes dos marotos e de suas amigas, o resto da escola nunca fez questão de você por ser filha de dois trouxas, o que era ridículo na opinião de Sirius.
— Meninos? — Dumbledore apareceu com Minerva e Hagrid atrás do mesmo.
— Diretor! — Lupin parou na frente do mesmo. — O senhor precisa fazer alguma coisa! S/N está lá dentro e até agora ninguém veio nos informar como ela está. — colocou uma mão na cintura e passou a esquerda pela testa.
Por um momento Dumbledore pareceu aflito.
— Tudo bem, filho. — tocou no ombro do lobisomem. — Só peço que voltem para sua casa para que eu possa conversar com a senhorita S/S para saber o que aconteceu.
Os três amigos voltaram sua atenção para o lobo que estava com as mãos entrelaçadas e com a cabeça abaixada.
— Eu não vou à lugar algum. — disse calmamente.
As meninas apareceram no final do corredor, abraçadas. Dava para ver a dor que elas sentiam em relação à você mas não dava para comparar com a dor que seu melhor sentia.
Os meninos se entreolharam enquanto Sirius mantinha seu olhar sério em Dumbledore.
— Se pudermos, — James se pronunciou. — gostaríamos de ficar, S/N é muito importante pra todos nós... principalmente pro Sirius.
Dumbledore pareceu pensar.
— Tudo bem. — fez uma pequena reverência. — Vamos ver como ela está e traremos notícias.
— Obrigado, professor! — Lily agradeceu gentilmente.
O lobo viu o Diretor e o gigante entrarem na ala hospitalar e teve uma surpresa ao reparar que Minerva estava na frente do mesmo, colocando a mão no ombro do garoto como o Potter.
— Agora entendo quando disseram que Sirius Black estava apaixonado. — sorriu. — Vocês formam um belo casal.
Seus amigos soltaram risinhos baixos. Mas a atitude do amigo deixaram todos incrédulos.
— Obrigado professora, eu realmente acho que estou apaixonado. — sorriu ao lembrar de você.
Todos que estavam presentes ficaram boquiabertos com a revelação do garoto, eles já sabiam dos sentimentos de ambos mas sempre que tocavam em tal assunto ou insinuavam o quão apaixonado ele estava por você, Sirius mudava de assunto ou simplesmente dizia que era besteira e que vocês dois eram apenas bons amigos, melhores amigos.
— É realmente adorável! — McGonagall disse antes de entrar na ala.
Quando a porta foi fechada, a felicidade dos outros foram visíveis principalmente James que já tentava juntar você e Sirius à meses. Todos ali sabiam que se fosse o garoto de alguns anos atrás nunca revelaria seus sentimentos, não assim abertamente assim. Mas ele faz tudo por você. As meninas deram gritinhos animados com a revelação, já que sempre quando vocês falavam de garotos e tocavam no nome do moreno você corava, falando como uma apaixonada. Só não percebia.
— Finalmente! — levantou as mãos e correu em direção ao lobo. — Eu sempre soube que ela daria jeito em você. — Remo se alegrou junto de Peter.
Sirius se levantou da cadeira sorrindo bobo com as mãos atrás do pescoço, esquecendo por um momento da situação que você se encontrava.
— Admita Almofadinhas, você está louco para dizer à ela. — James abraçou o amigo de lado.
— Eu quero casar com ela! Eu quero ter filhos com ela! Eu quero senti-la! — mordeu o lábio inferior.
— Eu sei, amigo. Eu sei. — deu batidinhas no peito do mesmo.
— Você não entende, Prongs! — riu. — Ela é a mulher da minha vida, droga! Ela é tão perfeita!
— Cara, você está tão fodidamente apaixonado por ela. — O Potter gargalhou jogando a cabeça para trás com a empolgação do amigo.
— Eu estou tão fodidamente apaixonado por ela!
[...]
— Ela está acordada. — madame Pomfrey abriu a porta da ala hospitalar após Dumbledore sair. — Você pode vê-la agora!
— Ela... uh, disse alguma coisa? Sobre quem possa ter feito isso com ela? — o moreno perguntou agindo como um inocente.
Esse tal de Sirius!
Ele já sabia que havia feito isso à você e essa pessoa sabia o mal que lhe havia causado, essa era a intenção. Sirius estava mal por você, ele te ama mas vai fazer a pessoa sofrer o dobro do que fez com você e ele não liga para o que vai acontecer com ele mesmo depois, ele só quer te manter segura.
— Apenas que quer ver você. — Hagrid deu de ombros feliz pelos alunos.
Sirius sorriu.
— Vai lá e não tenha pressa! — James disse animado e o lobo entrou na ala hospitalar.
Você viu seu melhor amigo chegar em frente a sua maca e parar no lugar, ele deu um sorriso fraco em sua direção e se aproximou lentamente. Você sabia que Sirius estava triste e estava dividindo a dor com você, era difícil olhar pra você com faixas e gases na maior parte do seu corpo, era evidente os cortes que ficariam marcados em você e provavelmente não iriam sumir tão rápido. Sirius pela primeira vez não estava nervoso em sua frente depois de uma conversa com seus amigos sobre você, porque ele sabia que era retribuído do mesmo jeito. Ele ainda está digerindo tudo o que aconteceu com você, pra ele você é forte. Aguentou tudo isso por você mesma e ele admira isso, mas ele vai por um fim em todo seu sofrimento e você sabe, só é boa demais pra isso.
— Hey! — sussurrou enquanto se sentava na cadeira ao seu lado.
— Hey, lobinho! — sorriu fraco.
Você levantou um pouco a mão para que ele a pegasse e ele fez o ato.
— Quem?
Você continuou encarando suas mãos entrelaçadas, quieta. Você só queria aproveitar o momento, sabia que no segundo em que você falasse quem foi ele sairia da ala e iria atrás da pessoa.
— S/N, quem fez isso com você? Eles pensam que foi Lucio mas convenhamos.. — deu um sorriso debochado enquanto brincava com seus dedos. Droga! Ele é bom nisso. — nós dois sabemos que ele é muito covarde para tal ato. Estou certo?
Você deu um longo suspiro.
— Bellatrix.. — você murmurou agora olhando para um ponto fixo no chão.
A mandíbula de Sirius ficou cerrada e fechou seu outro punho.
— Você contou a Dumbledore?
— Eu até teria contado se fosse mais uma de suas ameaças diárias, mas ela me ameaçou se eu contase a mais alguém e depois de hoje, eu meio que não duvido de mais nada. — sorriu sem graça.
— Sinto muito, aquela cobra asquerosa vai pagar por isso e por muito mais. — disse contendo a raiva o que te impressionou. Você riu com o apelido que Black deu a sonserina fazendo sua barriga doer.
— Aí! — você sentiu um ponto de sua barriga romper. Uma pequena manchinha vermelha começou a aparecer assustando o mais velho.
— Pelas barbas de Merlim! Vou chamar a madame Promfrey! — ele ameaçou sair mas você o segurou fazendo um pouco mais de força.
— Não se apavore está tudo bem, ela disse que isso aconteceria, é normal. — você soltou um risinho ao ver o garoto relaxar mais.
Você olhou pro garoto à sua frente e percebeu que seus olhos estavam mais cinzas, seus cabelos escorrendo por sua testa, sua boca definida e seu rosto que parecia esculpido. Você relaxou na maca. Ele ainda estava aqui!
— Eu preciso te contar algo que-
— Eu também te amo! — você disse ainda olhando pro mesmo.
Sirius ficou sem palavras. Quer dizer, como você sabia que ele lhe diria isso?
— Como você..?
— Hagrid deixou escapar. — ele riu nasalado.
— Mas é claro que ele fez. — vagou o olhar pela sala e voltou para você.
Sirius se levantou da cadeira onde estava sentado e se sentou ao seu lado na maca, colocando uma mecha de seu cabelo atrás da orelha.
— Você é linda! — você corou. — Você está corando! Você fica fofa assim. — fez beicinho.
— Oh, cale a boca. — vocês riram mas não com muita força.
Ele percebeu qual era a sua intenção no momento em que você começou a se aproximar do mesmo, com dificuldade por estar sentada. Seu corpo doia. Sirius se inclinou para frente junto de você deixando um beijo castro em seu pescoço, e quando ficaram a centímetros separados, você pôde sentir a responsabilidade quente do mesmo em sua nuca. Sem esperar muito você agarrou seus cabelos morenos e o virou devagar ficando à ccentímetros de sua boca, você intercalou o olhar entre seus olhos e seus lábios mais uma vez e o beijou.
A felicidade de ambos era nítida.
Sirius colocou os braços ao lado do seu corpo na maca se apoiando enquanto você tinha sua mãos no cabelo e no peito do garoto. Ao finalizarem o beijo, o mesmo te encheu de selinhos e encostou a testa na sua, ambos sorrindo feito bobos.
— Oh, céus! Isso foi-
— Perfeito! — você o cortou.
Depois do momento que você compartilharam, Sirius se deitou ao seu lado na maca passando a mão levemente por seus braços e barriga onde estavam os cortes, enquanto te fazia juras de amor e trocavam carícias. Vocês estavam juntos agora e seria oficializado. Ele queria se sentir culpado pelo o que aconteceu com você mas não tinha o porquê, você também colaborou para que ele não se culpasse.
Após muitos beijos, provocações e olhares intensos o mais velho saiu da ala hospitalar quando você dormiu em seus braços, ele ficou ao seu lado mexendo em seus cabelos e deixando pequenos beijos por seu corpo até você dormir.
— Ela está descansando agora. — sussurou quando saiu da ala.
— Que bom, cara! — abraçou o amigo. — E como foi?
Sirius sorriu feito criança.
— Estamos juntos!
Seus amigos explodiram de felicidade.
— Ficamos felizes por vocês, de verdade. — Marlene disse sorrindo junto das amigas.
Todos comemoraram.
— Eu vou ao dormitório tomar um banho e trocar de roupa, só preciso fazer uma coisa antes.
— Tudo bem, nós vamos pegar algo para ela comer quando acordar. — o garoto de óculos disse.
— Obrigado, Prongs!
Ao sair da ala hospitalar, Sirius seguiu um caminho conhecido por muitos mas que eram utilizado por poucos. Por medo.
A casa sonserina!
O black parou em frente à porta da sala comunal.
— Vamos, Trix! Eu sei que você está ai dentro. — se encostou em uma coluna próxima. — Vamos apenas... conversar. Assim como você fez com a minha garota!
Parece que alguém vai ter danos mais graves!