Sina Deinert.
Acordei, e já que hoje é sábado, belinha estava em casa. Fiz o café da manhã e o almoço para nós duas, hoje minha mãe sairia mais cedo do trabalho e disse que iria na casa de uma amiga, e que levaria minha irmã junto com ela.
Tomei um banho e me arrumei para ir na casa dos Urreas. Josh estava na porta da casa, sorriu ao me ver.
- Oi Josh - Sorri.
- Oi Sina.
- Tá esperando alguém? Essas horas o Noah deve estar trabalhando.
- Hoje ele está de folga, mas vamos sair e não sei a hora que ele chega. - Me informou.
Os outros amigos do Noah chegaram e começaram a fazer aquelas brincadeira de meninos, apenas fiquei observando o quanto eles eram infantis.
- Babá - O menino mais forte me cumprimentou.
- É Sina.
- Eu sou Bailey - Se apresentou - Esse é Krys - Apontou para o menino que devia ser japonês ou algo do tipo. - E aquele outro que estava com a gente é Lamar, mas ele não pôde vir hoje.
- Por que vocês estão conversando com ela? - Noah apareceu na porta com uma careta no rosto.
- Oi pra você também Noah - Sorri e ele me fuzilou com os olhos.
- Já falei pra não me chamar assim - Disse sério - Sofya e Nour estão esperando a princesa cor de rosa - Sorriu ironicamente.
- Tchau meninos - Me despedi dos amigos de Noah - Vocês são bem mais legais que o Noah.
Entrei na casa e subi as escadas, senti o olhar de Noah sobre mim.
- Bela bunda - Gritou e logo fechou a porta. Menino ridículo.
Fui até o quarto de brinquedos e as gêmeas pularam em mim para me abraçar, depois me chamaram para brincar de boneca e eu fui.
Mas a todo momento meus pensamentos estavam em Noah. Wendy me disse que ele era aquele tipo de garoto que só ia para festas, mas poxa, são duas da tarde, ele não deve voltar muito tarde.
Passei a tarde inteira cuidando das meninas, elas foram dormir cedo, então fui esperar na sala. Já eram oito da noite e Noah ainda não tinha voltado, comecei a ficar preocupada, e se tivesse acontecido alguma coisa com ele?
Meus pensamentos foram interrompidos pela porta da casa sendo aberta brutalmente. Me assustei e vi Noah entrando aos beijos com uma garota linda, que parecia ser mais velha que ele.
Os dois estavam praticamente se comendo vivo, nem notaram minha presença ali, apenas fiquei observando aquilo com uma cara de nojo. Eles subiram as escadas ainda sem perceber que eu estava ali, eu já sabia o que estava prestes a acontecer.
Escutei a porta do quarto de Noah ser fechada com força, fiquei com raiva, se eles acordassem as gêmeas com toda certeza eu iria comprar briga.
Coloquei alguma coisa na TV só para me distrair e não pensar no que estava acontecendo no andar de cima. Mas de nada adiantou. As vezes eu escutava a cabeceira da cama se chocando com a parede e alguns gemidos da mulher, sinceramente, fiquei com vontade vomitar.
Depois de quase uma hora, os dois desceram e ambos me olharam, Noah bufou e balançou a cabeça negativamente.
- Quem é ela? - A mulher perguntava assustada para Noah.
- É só a babá. Agora sai por favor. - Foi rude e a garota obedeceu.
Noah chegou mais perto de mim e ficou na frente da TV.
- Será que dá pra sair da frente? Eu quero assistir - Noah pegou o controle da minha mão e desligou a TV - Qual é o seu problema? - Perguntei com raiva - Eu estava assistindo!
- Foda-se - Disse simples e continuou na minha frente.
- O que você quer? - Me levantei e fiquei cara a cara com ele.
- Você não viu nada - Se referiu a mulher que trouxe aqui.
- Não só vi, como ouvi. - Cruzei os braços - Qual é? Você quase acordou as crianças.
- É a potência - Sorriu maliciosamente.
- Se manca Noah - Disse brava e empurrei ele para sair do minha frente. Eu ia pra cozinha, mas ele puxou meu braço com força e fez a gente ficar perto de novo.
- Você não vai falar nada pra minha mãe - Disse autoritário e eu ri.
- Wendy tem uma regra. Sem trazer garotas para casa, e você quebrou essa regra. - Disse perto do rosto dele - Agora me larga.
- Você não vai falar nada pra ela - Disse sério.
- Solta o meu braço Noah! - Tentei puxar, mas ele apertou mais forte. Começou a doer muito.
- Sina, você não pode falar nada pra ela - Disse o meu nome, mas ainda bravo.
- Solta o meu braço Noah, por favor - Pedi calma, segurando as lágrimas.
Ele olhou para aonde estava apertando e viu que estava ficando roxo, soltou imediatamente e me olhou com um olhar diferente, que eu nunca tinha visto nele antes. Escutei o barulho de chave vindo da porta.
- Nunca mais toque em mim - Disse calma - Eu não vou contar nada pra Wendy, seu idiota.
Wendy entrou em casa e eu peguei minhas coisas para ir embora. Conversei um pouco com ela com uma felicidade falsa, enquanto tentava esconder o roxo que Noah deixou no meu braço.
Depois de contar sobre o dia das meninas eu fui embora.
Não contei nada da garota que foi lá hoje, não pelo Urrea, mas pela Wendy. Ela não merecia passar raiva com um filho daquele, poupei os detalhes.
Quando sai da casa dos Urreas, comecei a chorar silenciosamente olhando para o chão. Tentei andar rápido para chegar em casa logo, mas acabei tropeçando no meu próprio pé e caindo em alguém.
Olhei para cima e era Josh que tinha me segurado, se não fosse por ele eu estaria toda ralada no chão. Sorriu quando viu que era eu, mas parou quando olhou para o roxo do meu braço.
- Sina, o que aconteceu? Por que tá chorando? - Relou delicadamente no meu braço - Alguém te machucou?
- Oi Josh. Desculpa - Enxuguei as lágrimas - Eu estou bem, obrigada. - Sorri.
- Não, você não está. - Me abraçou - Me diz quem te machucou que eu vou atrás.
- Foi sem querer, Noah não quis fazer isso.
- Urrea fez isso com você? - Perguntou incrédulo - Volta pra casa, eu resolvo isso.
Se afastou do abraço e foi em direção a casa dos Urreas, o segurei pelo braço para ele não ir. Acho que se Josh comprasse briga ele acabaria apanhando.
- Não Josh, por favor - Pedi - Foi sem querer, deixa isso quieto.
- Não se machuca uma mulher, Sina.
- Não está doendo Josh, por favor, não vá atrás dele. - Ele exitou um pouco.
- Onde você mora? Vou com você até
- Não precisa, é no fim da rua.
- Vamos - Josh colocou a mão em meu ombro e começou a andar.
- Obrigada. - Falei baixo.
- Da próxima vez que ele fizer isso, me avisa, que eu volto com uma arma e atiro no meio da testa dele - Falou brincando e eu ri.
Fomos conversando até chegar na porta da minha casa. Josh era uma pessoa incrível e aposto que seria um ótimo amigo, ele se preocupou comigo mesmo me conhecendo só a alguns dias.
- Entregue - Josh disse ao chegarmos em frente a minha casa - Eu não vou deixar Noah fazer isso com você de novo.
- Obrigada Josh. De verdade - O abracei.
- Tchau Sina - Beijou meus cabelos.
- Tchau - O soltei e entrei em casa.
O bom é que minha irmã e minha mãe já estavam dormindo, fui direto para o quarto tomar um banho. Coloquei meu pijama e fui deitar. Espero que essa marca roxa saia do meu braço amanhã.