Giostra - Máfia Siciliana (CO...

By edith_v4rgas

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Diabo. Foi assim que Ettore Bertinelli passou a ser chamado por aqueles que tinham suas vidas em uma balança... More

Nota das autoras
Cast
Epígrafe
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12 parte 1
12 parte 2
13
14
15
16
Bônus
17
18
19
20
21
22
23
Bônus
24
25
26 parte 1
26 parte 2
27 parte 1
27 parte 2
28
29
30
Bônus
31
32
33
35
Bônus
36
37
38
39
40 parte 1
Bônus
40 parte 2
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50 - ÚLTIMO CAPÍTULO
Epílogo
Agradecimentos
EXTRA

34

5.5K 386 23
By edith_v4rgas

ATENÇÃO: Contém violência. Leitura difícil.

Sugiro para os mais sensíveis que pulem este capítulo.
Agora para os corajosos, boa leitura!

Há uma sala onde a luz não vai encontrá-lo
De mãos dadas enquanto as paredes desmoronam
Quando elas caírem, estarei bem atrás de você.
- Everybody Wants To Rule The World.

Diferente de seu pai, Ettore não iria ficar alimentando uma cobra por tudo que ela já simbolizou um dia. Se "rei morto, rei posto" outro se levantaria no lugar de Lorenzo, não manteria em seu império alguém que minava o seu poder e sentava-se à mesa com porcos para arquitetar planos sórdidos contra a própria família.

As palavras ditas no início de cada iniciação não eram apenas um juramento, eram também uma promessa...

... Que a minha carne queime como esta Santa.

Não tinha como uma traição hedionda ser perdoada e a sentença não tinha partido de um júri, muito menos do carrasco, partiu do primeiro réu ao juntar-se aos inimigos naturais da Giostra, o envolvimento com os russos fazia o carrossel parar de girar. Lorenzo falhou com a sua promessa e morreria como prova de que as leis não são apenas mitos.

São promessas. Juras eternas que para cada ação existe uma reação. É com dor que se torna um membro da família e era com dor que deixava a vida. Quem planeja contra é inimigo e inimigos são como lenha que alimenta a fogueira em um dia frio.

Era um feito raro aquele. Um antigo conselheiro que tramava contra o atual Don. Contra a própria família. Ninguém de um posto tão alto jamais cometeu tal imprudência, porque mais que qualquer um, membros presentes na mesa sabiam como ninguém o quanto as leis eram duras.

O quanto as suas punições vinham com um alto preço a ser pago. Sempre com o sangue. No final do dia a cabeça daquele que achava ser bom para merecer a coroa estava presa em uma praça no centro da cidade servindo como exemplo do que não deveria ser feito jamais.

A família de Lorenzo sempre foi deveras ambiciosa, sem entender que o anel não era uma recompensa por ter feito um bom dia de trabalho, era uma herança, uma linhagem inteira de Bertinelli que comandavam um verdadeiro império, uma poderosa organização que a cada década estava mais influente.

Aquele poder cegava. Era normal. Mas querer tomá-lo não era e não seria uma missão fácil. Muitos tentaram e todos estavam mortos. Eram cinzas jogadas ao rio, como se nunca tivessem existido um dia.

O sol que brilhava no meio do céu não demorou a rasgar a linha do horizonte e se pôr, dando lugar a uma terrível escuridão, com a chegada de uma nova estação e uma nova fase da lua, o céu estava escuro, nublado e impassível, exatamente como o Bertinelli que entrava no galpão com uma iluminação fraca. Um ambiente repulsivo.

Os soldados que estavam ali abaixaram o que olhar no segundo que o barulho dos passos de Ettore se fez presente, como um aviso que o mal estava ali, caminhando em um terno impecável e passos lentos até encontrar a alma mais pecadora do lugar.... E achou.

Aquela noite o diabo se divertiria ao fazer aquela pobre alma pagar por todos os delitos cometidos em vida.

Bem no centro do galpão estava uma sombra de Lorenzo. Preso a uma cadeira. Ferido, torturado, exposto como uma fraude para que todos os soldados pudessem ver as suas imperfeições, inúmeros defeitos escondidos embaixo de um terno bem alinhado.

Ettore não precisava se aproximar para sentir o cheiro do medo que se originava sobre a pele de seu sogro e emanava para todo o galpão.

A morte estava bem ali. Olhando para o homem preso, completamente vulnerável. Um sorriso sádico nos lábios seguido de uma risada horrenda, o homem parecia possuído por uma força superior a ele, sedenta por sangue.

Bertinelli se aproximou da mesa com alguns diversos instrumentos que tão fácil ou lentamente depois de alguns investidas levariam a viva de Lorenzo, mesmo que nenhum deles fossem realmente usados para tirar o brilho de seus olhos. Correu com o dedo pelos utensílios metálicos e frios, imaginando tudo o que poderia fazer.

— Sempre estive correto sobre você. — Ettore disse em uma entonação tão fria que causou arrepios em todos aqueles presentes naquele local. — Um porco.

Ele prosseguiu, passou pela mesa, e se direcionou para onde Lorenzo estava. No centro do galpão e exatamente onde a luz era presente e forte.

— O que está esperando? Acabe logo com isso. — Um pedido subiu aos lábios do condenado, mas não era um pedido que Ettore queria.

Não seria tão fácil.

— Acabar logo com isso? Definitivamente, não. — Estavam apenas começando, não tinha a menor possibilidade de acabar logo. — Temos muito tempo, sogro.

Escolheu justamente aquela palavra porque naquele galpão existia um homem que duvidou de Bertinelli apenas por aquele grau de familiaridade. Como se colocar aquele grau acima do carrossel fosse uma opção viável. Tudo foi friamente calculado.

— E o que espera ganhar? Eu já sou um homem morto. — Lorenzo demonstrava uma calma que claramente não passava de uma mentira.

Não seria uma morte rápida, seria longa e dolorosa. Bertinelli contornou a cadeira onde Lorenzo estava sentado e apoiou as mãos em seu encosto. Foi quando sentiu um leve tremor na cadeira, confirmando o quanto ele temia.

— Quer que eu conte quem estava comigo. — Era o óbvio. Ninguém se movimentava daquela forma sozinho. — Vai me poupar?

—Sim.

— Mentira.

Ettore deu uma risada nasalada. Realmente. Aquela opção não existia de forma alguma. Para Lorenzo era a morte ou a morte.

— Olhe para mim. Olhe bem para mim. — Bertinelli contornou a cadeira mais uma vez, indo para frente do sogro, onde levantou o queixo do homem. — Eu sou o que sempre desejou ser, na posição que sempre desejou ter, logo a última coisa que verá será o meu rosto.

O Bertinelli apoiou os dedos na parte de trás da cabeça de Lorenzo, com os dois polegares cobrindo os olhos do sogro. Então, apertou os polegares, forçando o globo ocular.

— Pare. — Ele gritou, se debatendo da forma que podia. — Eu falo.

Ettore parou, mas não tirou os polegares, mantendo-os com a intenção de continuar.

— Bom... Fale.

— Seu pai ordenou que eu fizesse isso. Ele queria acabar com a guerra, queria uma aliança lucrativa. O poder que juntos teriam era inimaginável e você acabou com tudo.

Lorenzo era sujo o bastante para falar qualquer coisa, ainda mais sobre aquilo, mas não foi o bastante para desestabilizar Bertinelli. Ele iria precisar bem mais para tirar o Don dos eixos ou colocá-lo.

— Um homem morto diria qualquer coisa.

— A morte revela a verdade de um homem, Ettore.

A morte revelava mesmo? Seu pai seria baixo o suficiente para se alinhar aos inimigos naturais da Sicília? Ettore acreditava que não. Mas, agora não importava. Leonel estava morto e logo Lorenzo estaria também.

Na mesa havia uma santa de barro. A nossa senhora de Pompéia. Foi o único artefato que chamou a atenção de Ettore e foi o que pegou. Uma ordem para soltar uma das mãos de Lorenzo foi dada e assim que ela estava solto, a santa foi entregue a ele.

— Veja Pompéia... Uma cidade que foi totalmente destruída durante a erupção do vulcão Vesúvio. Provocou uma intensa chuva de cinzas que sepultou a cidade inteira. — Ettore deu uma pequena pausa. — E foi a partir daí que escolheram a Nossa Senhora de Pompeia para que fizessem esse juramento tão velho quanto eu ou quanto você.

E Lorenzo falhou com o primeiro e mais importante dos mandamentos, a fidelidade eterna para com a Giostra.

— Não pode fazer isso, só estava seguindo ordens.

Ettore gargalhou.

— Eu posso fazer o que eu quiser. E vou provar para você que se existem essas regras, elas devem ser seguidas. Independente do que você acha ou deixa de achar, Lorenzo, esse carrossel não vai parar de girar.

O Bertinelli pegou a faca que estava na mesa e cortou a corda que prendia as pernas de Lorenzo, ordenando-o a ficar de pé, a ponta da faca estava no pescoço do sogro, guiando-o para fora do galpão, usando uma outra saída.

— Fabrizio, venha. — Ele falou já da porta. Pretendia dar um ponto final naquela covardia que o amigo estava querendo inventar. — Pegue o álcool.

A porta dava acesso a uma sala menor em relação ao galpão, mas que tinha o tamanho necessário para o que pretendia fazer.

Ettore tirou a faca do pescoço do sogro e o empurrou no canto da sala, fazendo-o desequilibrar e cair no chão frio e sujo.

— Tome. — Bertinelli tirou uma pistola Glock G22 do cós da calça e entregou para o Carbonne. — Faça o que é necessário.

— Não. — Fabrizio respondeu em automático.

— Esse fraco é incapaz de matar a uma formiga. Um completo covarde. — Lorenzo aproveitou a deixa para alfinetar.

— Experimenta abrir essa boca mais uma vez para me desafiar. Me teste só mais uma vez e eu acabo com Elisa.

Ettore ameaçou. Tocando no ponta fraco de Fabrizio. O seu segredinho. Ele não iria poupar ninguém no intuito de trazer a sua família de volta.

— Vejo que no inferno terei companhia... Elisa. — Durante o deboche o som alto da bala saindo do cano, encheu o ambiente, o projétil acertou na coxa direita de Lorenzo. — Inferno!

O sogro que estava em pé, com o impacto e a dor se ajoelhou, urrando com a dor.

— Faça de novo! — Ettore ordenou.

Fabrizio então atirou de novo, acertando a coxa esquerda. Lorenzo gritou com a dor, xingando palavras que eram incompreensíveis.

— Está liberado agora. — Bertinelli pegou a sua pistola, guardou no antigo lugar e pegou a garrafa de álcool da mão de Fabrizio.

— Va al diavolo.* — Lorenzo gritou no instante que sentiu o álcool ser derramado em seu corpo, sentindo a ardência em suas feridas. O líquido inflamável também foi jogado no chão, fazendo uma trilha até o meio da sala.

— Hoje quem vai é você. — Ettore pegou a caixa de fósforo que estava em seu bolso. — Mande lembranças aos demônios por mim.

Riscou o fósforo na caixa e logo a ponta avermelhada estava acesa.

— NÃO! — Mais um grito vindo de Lorenzo, mas que já era tarde. O Bertinelli soltou o fósforo e quase que instantaneamente o fogo seguiu a trilha do álcool.

— Todos querem governar, mas só poucos conseguem, e você, Lorenzo, não é uma dessas pessoas.

O sentimento de satisfação ao escutar o primeiro grito vindo do sogro foi imensurável. Um passo mais em direção a sua família.

Você é o diabo! — Lorenzo declarou o óbvio, aquilo que todos já sabiam.

E exatamente por ser o diabo, deu uma amostra grátis do inferno, no sentido literal o inferno na terra. Queimando o sogro vivo sem remorso nenhum. Sua família estaria mais segura com alguém como ele morto.

Menos um dia longe de Helena e sua filha.

__________

OLAAAAA, MENINEEESSSS!!!! ❤❤❤❤ tudo bem com vcs??????

Tradução:
Va al diavolo - vá para o inferno.

Olha só quem voltou com a morte prometida! Todo mundo bem aí depois dessa?

Alerta spoiler: segurem bem o forninho que vem outras pela frente.

Titia ama vcs e por isso não esqueçam, usem máscara e álcool gel nas mãos!

Um beijo e até a próxima! ❤

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