Apartamento 316

By yoonie001

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[breve hiatus] "Há algo dentro do apartamento 316 que desperta meu lado curioso. Aquele homem bonito, encolhi... More

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By yoonie001

Taehyung

Era incrível como, em um espaço de cerca de quase três semanas, minha vida havia levado uma reviravolta que eu não sabia que seria possível. Agora, eu já não estava sob a asa controladora e impulsiva de meu namorado, vivendo em casa do bondoso moreno que era, antigamente, meu vizinho. Minha alegria de viver havia retornado, Jeongguk me levava para passeios pelo parque e passagens rápidas pelo carrinho dos gelados. A minha pele já não estava tão marcada com manchas escuras como antes e eu havia finalmente ganho algum peso — nos sítios certos, felizmente —, sendo recompensado com um selar do meu protetor sempre que aumentava cem gramas.

Eu gostava de minha relação com Jungkook. Era, simplesmente, maravilhoso ter alguém para me apoiar em todas as minhas pequenas conquistas e me suportar em minha recuperação. Agora, sua cama havia passado a ser a minha também, visto que tínhamos deixados as formalidades para trás e ele já não se importava em se deitar no sofá e depois caminhar até à cama. Eu lhe tinha dito que estava à vontade com o mesmo partilhando o mesmo espaço que eu — já o fazíamos de qualquer das maneiras, penso que ele apenas precisava da minha confirmação —, e meus pesadelos já haviam desaparecido, praticamente.

No entanto, se isso acontecesse, o moreno me puxava para si e me abraçava, seu calor corporal contagiando cada parte de mim e me levando novamente para o mundo onde o subconsciente mandava. Eu me sentia aliviado e podia se dizer que, sim, o assunto "Yesung" estava arrumado em um cantinho de minha mente, o qual eu preferia deixar ganhar pó.

— Taehyung, você não gostaria de ter um celular novo? Esse que você usa já está bastante danificado. — Jungkook me perguntou, em um dia que estávamos nos preparando para jantar e colocando os pratos sobre uma toalha recém lavada, com um aroma suave de flores. O mais novo caminhou até à mesa de centro, pegando o aparelho eletrônico, e o checou, negando com a cabeça. — Realmente precisa de um novo, esse tem até a tela quebrada desde que você cá veio, e olha que já faz um bom tempo.

— Não se preocupa, Kookie, eu não uso muito o celular mesmo. Qualquer coisa serve para mim, mesmo que esteja partida. — desapareci dentro da cozinha, vasculhando a gaveta dos talheres e tirando colheres, facas e garfos em quantidade para duas pessoas. — Para além disso, não tenho emprego e, sem emprego, não tenho dinheiro para comprar um, mesmo que queira.

— Mas eu te ofereceria sem qualquer problema.

— Não, isso eu nunca poderia aceitar. — quando cheguei ao cômodo onde o outro estava, o encontrei mexendo em meu celular, já desbloqueado. — O que você está fazendo?

Ele me olhou, assustado com minha pergunta e tom de voz, e se justificou. — Eu... desculpa, Taehyung, estava vendo aqui seus contactos. São bem poucos e você só fala com um tal de Jimin... quem é ele? — seu semblante era de curiosidade, e eu fui até ao mesmo e lhe tirei o celular das mãos, o apertando contra o peito.

— Não faça isso novamente, por favor. Você estava parecendo o Yesung invadindo minha privacidade.

— Me desculpa, Tae, não foi minha intenção. — ele se desculpou e eu assenti com a cabeça, eu sabia que ele não checou meu celular com uma intenção maldosa, como Yesung fazia, apenas me senti receoso sobre ele ver uma coisa minha. Eu acabei por suspirar, respondendo a sua pergunta sobre Jimin.

— Jimin é meu melhor amigo. Nós costumávamos falar por ligação, mas Yesung nunca gostou muito da minha relação com ele, então, apenas nos falamos por mensagens.

— Sério? Nunca vi ele por aqui. — eu mordi meu lábio enquanto o mais novo ia em direção à cozinha, provavelmente indo buscar os copos e a água.

— Ele... nunca veio me visitar, sempre era eu que ia a Busan ter com ele. Como eu disse, Yesung nunca gostou de Jimin, mesmo que ele já tenha mulher e filhos. — fechei minhas pálpebras, sentindo sua presença novamente na sala. — Eu não conseguia fazer muito contra os ciúmes doentios dele, apenas aceitava. Não queria arranjar problemas para o meu lado, como pode perceber.

Eu suspirei, uma tristeza me invadindo momentaneamente. No entanto, em questão de segundos senti seu corpo me abraçar por trás, ele juntou minhas costas a seu peito e consegui sentir sua respiração em minha nuca, onde ele depositou um singelo beijo que me fez arrepiar por inteiro e me fazer esquecer meu ex-namorado. — Agora você já não tem Yesung para te condicionar, pode ir até à casa de Jimin sem problema. Se quiser, eu posso te levar um dia, é só combinar com ele.

— Não se preocupa, Jungkook, eu falo com ele para ver se ele consegue passar por aqui. Não quero incomodar você. — o moreno levou seus braços até à minha cintura e me apertou ainda mais contra si. — Kookie, eu não vou fugir, pode me largar agora! — sorri, era isso a que chamavam de felicidade?

— Para que fique esclarecido, eu também não deixava você ir embora, Tae. — eu senti sua face se torcer em um sorriso e me virei para ele, seus olhos percorrendo meu rosto eram intimidantes, em um bom sentido, claro. — Você é muito lindo, sabia disso? — a ponta de seus dedos afastou um cabelo que insistia em cair sobre meus olhos, expondo minha testa e meu rosto na sua totalidade.

Corei, me soltando dos seus braços e indo até à mesa, envergonhado ao máximo. — Vem, vamos comer. Está ficando tarde!

🥀

O fim de semana havia, finalmente, chegado. Sábado de manhã Jungkook andou bastante suspeito, fazendo ligações em seu quarto e me impedindo de ouvir o que ele falava e com quem ele falava. Óbvio que isso não era nada bom para minha ansiedade e minhas inseguranças, mas eu tentei ignorar, afinal, assim como eu, ele também tinha direito a sua privacidade. No entanto, fingir que não me importava foi um pouquinho mais difícil. Será que ele estaria falando com um colega de trabalho? Ou até com uma mulher? Seria a vizinha do 313, Inah?

E, nessa tarde, falei com Lalisa acerca do assunto. Ela se mostrava bastante compreensiva quando eu demorava a responder a suas perguntas — ainda invasivas para mim — e costumava anotar todas as minhas respostas em um pequeno bloquinho de notas de capa dura e castanha, o que era bastante estranho para mim. Ela me explicou que minhas dúvidas e inseguranças com Jungkook eram totalmente normais, visto que eu tinha saído de um relacionamento no qual o meu parceiro estava habituado a me controlar e a desconfiar de mim. A mulher acabou por me louvar sobre meu progresso físico e psicológico, elogio que eu agradeci antes de sair do consultório e encontrar o mais novo com uma expressão nervosa.

A viagem até casa foi bem silenciosa e calma. Uma música pop passava na rádio, animando minimamente o ambiente, e Jungkook batia a ponta de seus dedos sobre o volante que, devido ao calor, devia estar bem quente. E, depois de subirmos todas aquelas escadas e chegarmos à porta de casa, ele levou uma de suas mãos até meus olhos, me assustando. — O que você está fazendo, Jungkook?

— Tenho uma surpresa para você, Tae. E não vale espreitar, seu batoteiro. — o moreno se justificou e, depois de abrir a porta, levou a sua outra mão até minha face. — Você vai adorar, só espera um pouquinho. — suas mãos quentes sobre meus olhos enviaram um alerta para meu cérebro. O que ele estava aprontando?

— Hey, me deixa ver! — eu reclamei. Em reposta, apenas ouvi um clique baixo, sinal de que o mesmo havia fechado a porta atrás de nós.

— Preparado? — eu assenti positiva e silenciosamente e, em questão de segundos, seus dedos já não impediam minha visão. E eu não poderia estar mais feliz.

— Jimin? — meus olhos estavam esbugalhados e marejados, não acreditava no que estava em frente dos meus olhos. Jimin, com seus fios loiros, permanecia no meio da sala de estar de Jungkook, junto com uma menina pequena e Minju, sua barriga já estava bem saliente para uma mulher grávida de 4 meses. Meus membros congelaram, eu parei em meu lugar, afinal, eu não sabia quem eu abraçava primeiro: Jimin ou Jungkook. — Você... você veio me ver?

— Correção: todos viemos te ver! — ele sorriu, feliz, e eu não perdi tempo e me lancei contra si, o apertando tão forte que o mesmo falou de forma abafada. — Taehyung, você está me sufocando, olhe que eu ainda preciso de ver o nascimento do Daeko!

— Meu Deus, eu não acredito que você está mesmo aqui! Eu estava com tantas saudades suas! — não consegui conter minhas lágrimas de felicidade, e eu percebi que ele também não. Era tão bom sentir seu abraço apertado novamente, depois de tantos anos separados devido ao meu namorado abusivo e manipulador. — Como... quando...

— Jeon me ligou. — depois de secar suas lágrimas, ele apontou em direção ao mais novo, para o qual eu dirigi meu olhar. O mesmo mantinha o seu quadril encostado na porta, seus braços cruzados e um sorriso pequeno em seu rosto. — Ele disse que Yesung foi finalmente preso e você estava livre, então, combinamos de nos encontrar aqui enquanto estava na terapia e fazer uma surpresa para você. — eu sorri em direção ao mais novo, ele era perfeito comigo.

— Papa... titio? — a criança de dois anos captou minha atenção novamente e eu olhei para ela, que apontava seu dedo pequeno e gordinho — iguais aos do Jimin, de se salientar — para mim.

— Sim, meu amor, esse aqui é o seu titio. — o loiro pegou na pequena criança em seu colo, os olhinhos pequenos da criança revezavam entre minha face e a do seu pai. — Taehyung, essa aqui é a Jungwha. Wha, esse é o titio Taehyung, diga você.

— Titio TaeTae. — meus olhos se tornaram húmidos novamente e uma lágrima desceu por meu rosto molhado. — Chorar não. — ela se inclinou em minha direção e secou a água que corria em meu rosto. Eu sorri novamente, a garotinha era tão maravilhosa e compreensiva, se parecia muito com Jimin. Estava nas nuvens, tudo o que eu queria era conhecer essa princesa linda e ver meu amigo de novo — juntamente com sua mulher —, e agora eu estava conseguindo.

— Como você se chama, princesinha?

— Wha, TaeTae.

— Que parvoíce a minha, vos deixar em pé. Por favor, se sentem e estejam à vontade. Posso vos oferecer algo para beber? — Jungkook interveio em nosso momento extremamente adorável, convidando os mais recentes visitantes a se sentarem.

— Eu queria uma água, por favor. Mas acho melhor deixarmos estes dois sozinhos, não acha? — Minju se dirigiu ao segundo mais novo na sala, que assentiu. — Wha, vem com a mamãe, sim? — a bela criancinha assentiu e saiu do cão do pai, dando a pequena mão à mãe e os três desapareceram dentro do cômodo. 

— Você quer se sentar? Precisa de alguma bebida? — minhas palavras saíram quebradas pelo choro, e ele negou a primeira questão.

— Estou bem assim, mas não vou negar que preciso de me sentar. Minhas pernas doem, a viagem de Busan até aqui me cansou mesmo. — eu sorri, saber que ele fez o esforço de percorrer todos aqueles quilómetros apenas para me ver me aqueceu o coração. — Mas me conta, o que se passou desde nossa última ligação?

— Meu Deus, tem tanta coisa que você não vai acreditar...

— O que eu não acredito é que você está vivendo com seu vizinho! — eu corei. — Você não me falou dele quando me ligou, e olha que ele é um homem bastante simpático e preocupado com você. Não sei quem mais poderia ligar para mim às oito horas da manhã para me trazer até Seoul para ver você, a não ser você mesmo.

— Jungkook é... — eu observei o indivíduo em questão, de longe. O mesmo estava fazendo uma brincadeira boba com Jungwha, escondendo o rosto entre suas mãos, arrancando risos escandalosos da mesma enquanto Minju sorria também, visivelmente muito feliz. — Ele está me fazendo muito bem. Acredita que ele foi o único que se impôs para Yesung? Ele me livrou tantas vezes de apanhar uma surra dele... E, inclusive, foi quem chamou a polícia para o pôr na prisão.

— Ele aparenta ser uma pessoa fantástica, a forma como ele falou de você ao telefone... parecia até eu na época em que andávamos no colegial, sabe? Quando eu ligava para você às duas da manhã e contava como eu amava Minju naquela altura. — soltei uma gargalhada, eu me lembrava. Houve até uma vez em que eu adormeci ao celular, Jimin nunca mais se calava e estava falando coisas tão clichês e peganhentas que eu acabei dormindo e ouvi um sermão seu, na manhã, sobre não ignorar os amigos.

— Eu me lembro, você era hilário, contando seus planos para a conquistar e tudo mais... você se achava o fodão na altura, me pergunto como eu andava contigo.

— Eu não me achava, eu era! E olha, eu consegui, não foi? Agora tenho a mulher mais bonita do mundo do meu lado. — seus olhos brilharam em direção à moça que falava animadamente com meu não-mais-vizinho, e eu sorri. — A mulher mais bonita e a filha mais bonita também, estou ansioso para ver o garotinho que vem aí.

— Quem me dera ter sua sorte. — eu suspirei, triste, e o senti me encarar. — Quem me dera não ter desperdiçado todos esses anos com Yesung, tudo seria mais fácil e mais simples caso ele não tivesse acontecido.

— Apesar de todo o mal que aquele homem te causou, foi graças a Yesung que você encontrou sua pessoa especial. — eu o olhei em descrença, ele estava falando de Jeon? — Acredite em mim, você já a encontrou, só que apenas ainda não viu isso.

— Se você está falando de Jungkook, eu...

— Eu estou, e sabe porquê? Tu não me deu a oportunidade de acabar há pouco, mas sua voz no celular, falando sobre você... meu amigo, isso é voz de pessoa apaixonada. E quando você estava lá, na terapia, ele estava todo nervosinho, queria que tudo estivesse perfeito para você chegar e ter essa surpresa. Ele até estava preocupado que você não gostasse de tudo isto... pode confiar em mim, eu reconheço uma pessoa apaixonada quando a vejo.

Eu sorri, olhando para Jungkook que, agora, estava olhando para mim, com um sorriso ameno em seu rosto e Jungwha ao colo. — É, talvez eu já a tenha encontrado.

— E seu trabalho, como está indo? Você nunca mais me falou sobre isso... o que está acontecendo no estúdio? — eu mordi meu lábio, receoso. Oh, agora não teria como fugir, e Jimin iria me matar — talvez até no sentido literal da palavra — depois de descobrir o que eu fizera por causa de Yesung.

— Eu... não vou ao estúdio há 3 anos, Ji. — olhei para o chão, demasiado envergonhado por meu comportamento quando ainda estava com meu ex-namorado.

— Você o quê?! — Jimin falou, exasperado, em um tom um pouco mais alto do que desejaria, chamando a atenção das pessoas que estavam na cozinha.

— Eu não vo...

— Eu percebi a frase, Tae, mas eu preciso de um motivo para isso. — ele voltou a dizer, agora eu podia sentir todos os olhares em mim, mesmo que apenas Jimin estivesse a meu lado.

Suspirei. — Yesung me proibiu de sair de casa há cerca de 3 anos atrás. Eu não poderia ir às compras, ao trabalho ou sequer mesmo dar uma volta ao prédio. Você sabe que eu não poderia fazer nada contra ele, ou ficaria pior para meu lado.

— Eu sei, Tae, eu sei. — ele me abraçou novamente e eu retribuí o abraço, meu porto seguro estava de novo comigo. — E eu percebo toda essa situação. Mas porque não tenta voltar com sua carreira agora? Tenho a certeza que iria correr tudo bem... Aliás, você não disse que estaria com um álbum para lançar?

— Sim, ele estava praticamente pronto quando eu deixei de trabalhar. Se eu falar com meu produtor, é capaz de ele ainda o ter também. — coloquei uma feição pensativa, eu, realmente, me lembro de ter deixado uma cópia com Yugeum quando me despedi. Ele me desejou boa sorte e disse que, se algum dia eu quisesse voltar a trabalhar com ele, que não hesitaria em me dar apoio. — É, eu posso lhe mandar uma mensagem e ver o que ele consegue fazer por mim.

— É isso mesmo, Taehyung! Eu sei que você vai conseguir recompor sua vida, e e tenho tanto orgulho em você por ser tão forte e por conseguir superar tudo isso. Jungkook me contou que você está gostando bastante da terapeuta e que tem comido em condições agora... Eu me lembro da última vez que vi você, fiquei bastante preocupado, estava tão magro.

— Eu sei, mas eu consegui ficar pior, acredita? — ele estava pronto para reclamar novamente comigo, mas eu não o deixei. — Agora chega de falar sobre mim, quero ouvir coisas suas! Você vai mesmo ter um menino?

Sua faceta se iluminou tanto que eu pensei que estava olhando para uma estrela. — Sim, ele vai se chamar Daeko. Se tu soubesse a complicação que foi para arranjar o nome... já com Jungwha foi a mesma coisa, mas dessa vez eu fiz minha opinião prevalecer.

— Pelo menos por agora, visto que nós ainda estamos discutindo o nome. — Minju entrou na sala, sorridente, enquanto segurava em alguns pratos com comida em sua mão. Os dois mais novos vinham atrás, também sorrindo, e pousaram os aperitivos na mesa de café da sala. — Eu ainda prefiro Jungsuk.

— Ah, não, Minju, nossos filhos não vão ter ambos "Jung" no nome. Você tem que admitir que Daeko é bonito, vai. — Jimin parecia indignado, mas eu sabia que sua mulher era capaz de o convencer a aceitar sua sugestão, o loiro a amava e aceitaria sem reclamar.

— É bonito sim, mas seria tão lindo serem os "Jung"! — a mulher de cabelos negros e curtos proferiu, se deixando cair no sofá ao lado do marido, enquanto Wha brincava com uma boneca e segurava a chupeta na boca, descansando no colo de Jeon.

— Eles serão os "Park", Minju!

— Tudo bem, esse não é assunto para se discutir aqui. Você sabia que Jungkook é contabilista? Estivemos falando e ele disse que poderia fazer o orçamento para nossa nova casa, o que acha?

— Você vai se mudar? E nem me disse nada? — eu olhei para Jimin, fingindo estar magoado enquanto levava uma das minhas mãos ao peito.

— É, eu consegui uma vaga de emprego em Daejeon...

— Ainda por cima? Vai ficar muito mais perto de mim! Finalmente vou poder visitar essa princesinha todas as semanas. — eu falei sobre Jungwha, que estava distraída com algum pormenor da roupa de seu brinquedo.

— Você deve querer dizer pirata, Taehyung. Essa pestinha não para quieta um segundo, não sei como está tão sossegada. Deve ser por não conhecer vocês e agora está estranhando. — sorri, triste, era incrível como apenas a havia conhecido hoje sendo que ela estava perto de fazer dois anos.

— Enfim, eu poderia falar com meu chefe e arranjar disponibilidade para vocês. Ele vai, com toda a certeza, aceitar, é impossível ele deixar passar uma oportunidade de negócio. — Jeon deve ter percebido meu olhar, então, tratou de desviar a conversa para o assunto inicial.

— Isso seria maravilhoso, Jeon, sem dúvida. Muito obrigado. — Jimin agradeceu e logo nos envolvemos em outro assunto, petiscando e convivendo. Ah, como eu sentia falta de tudo isso. A diferença era que, agora, eu poderia marcar um outro encontro novamente.

🥀

Quando Jimin, Minju e Jungwha foram embora, meu coração doeu. Eu queria que aquele momento pudesse durar para sempre, mas Jimin se justificou, dizendo que tinha trabalho para fazer. Jungkook sublinhou que eles seriam sempre bem vindos e que nos poderiam visitar quantas vezes fossem precisas e Jimin retribuiu o convite, sorrindo caloroso para o outro. Felizmente, eles se deram bem e era, para mim, o paraíso saber que meu melhor amigo e a pessoa da qual eu gostava se entendiam. Quem sabe, eles não pudessem se tornar bons amigos, um dia.

— Jimin é uma pessoa muito querida, Taehyung. Adorava tê-lo conhecido mais cedo. Minju também é muito simpática, e Jungwha é um amor de criança. Eu... — não o deixei falar, apenas choquei meu corpo contra o seu, em sinal de felicidade.

— Obrigado, obrigado, obrigado! Jungkook, eu estou, realmente, muito grato a você por hoje, por tudo isto. Nunca esperava chegar a casa e encontrar a família de meu melhor amigo aqui, me recebendo de braços abertos... — eu o apertei mais contra mim, estava demasiado feliz para o largar.

— Você gostou? — ele sorriu, sua voz feliz acabando por me contagiar.

— Se eu gostei? Eu adorei! Se soubesse que tinha sido para isto que você tapou meus olhos, eu não teria reclamado por suas mãos em minha cara. — ele soltou uma gargalhada, lançando sua cabeça para trás, um costume amoroso seu. — É sério! Eu te a... — não consegui acabar minha frase, conseguia ouvir seu coração bater desesperadamente em seu peito. Afinal, qual seria o final daquela palavra?

— Você me a...? — ele falou, em voz alta, me encorajando a terminar minha frase. E agora?

— Eu te... adoro. Sim, eu te adoro! — o soltei, estava tão nervoso que fixei meu olhar em meus dedos, estes que não paravam. Meu cérebro entrou em pane, eu não sabia porque razão eu começara a pronunciar aquelas palavras, apenas... saíram.

— Hey, Taehyung, olha para mim. — eu sustentei o olhar em minhas mãos, tentando permanecer sem mirar para o mesmo. No entanto, senti os seus dedos longos e finos tocarem meu queixo, me fazendo olhar para ele, enquanto ele segurava minha face e a mantinha erguida. — Eu sei que deve ser difícil dizer isso, e eu compreendo. Mas eu não consigo mais conter o que sinto. Eu te amo, Taehyung. Eu te amei desde o primeiro segundo em que vi você, todo encolhidinho em suas roupas largas, com seu cabelo azul e olhos brilhantes. E vou continuar a amar até você não me quiser mais, ou mesmo que você se passe depois de toda essa minha confissão. Porque você é um homem lindo, bondoso e muito, muito forte. E não sabe como eu te admiro por estar a enfrentar tudo isso com tanta determinação e afinco.

— Jungkook, eu...

— Eu sei, eu sei que você não está preparado para dizer isso para mim, e tudo bem. Mais uma vez, eu compreendo seu lado. E, também, mais uma vez, eu te digo, que eu te amo, e esperarei até você estar pronto para me dizer isso de volta. — ele se inclinou em minha direção e plantou um selar na ponta do meu nariz, soltando minha face e sorrindo, antes de caminhar até à cozinha e desaparecer dentro de minha vista.

O que era isso que eu estava sentindo em meu estômago? Seriam borboletas? Eu sorri, sua declaração não me afugentaria, pelo contrário, só me faria querer ficar mais próximo dele. Me dirigi também para o cômodo, o encontrando a lavar a loiça. Me aproximei dele e o abracei por trás, deitando minha cabeça em suas costas largas.

— Você quer ajuda?

— Não, estou bem assim. — voltei a sorrir.

É, talvez eu me conseguisse habituar a toda essa vida cheia de carinhos e boas surpresas. E, um dia, talvez lhe conseguisse dizer o que eu realmente sinto.

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