Apartamento 316

By yoonie001

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[breve hiatus] "Há algo dentro do apartamento 316 que desperta meu lado curioso. Aquele homem bonito, encolhi... More

𝙿𝚛𝚘𝚕𝚘𝚐𝚞𝚎
𝙾𝚗𝚎
𝚃𝚠𝚘
𝚃𝚑𝚛𝚎𝚎
𝙵𝚒𝚟𝚎
𝚂𝚒𝚡
𝚂𝚎𝚟𝚎𝚗
𝙴𝚒𝚐𝚑𝚝
𝙽𝚒𝚗𝚎
𝚃𝚎𝚗
𝙴𝚕𝚎𝚟𝚎𝚗
𝚃𝚠𝚎𝚕𝚟𝚎
𝚃𝚑𝚒𝚛𝚝𝚎𝚎𝚗
𝙵𝚘𝚞𝚛𝚝𝚎𝚎𝚗
𝙵𝚒𝚏𝚝𝚎𝚎𝚗
𝚂𝚒𝚡𝚝𝚎𝚎𝚗
𝚂𝚎𝚟𝚎𝚗𝚝𝚎𝚎𝚗
𝙴𝚒𝚐𝚑𝚝𝚎𝚎𝚗
𝙽𝚒𝚗𝚎𝚝𝚎𝚎𝚗
𝚃𝚠𝚎𝚗𝚝𝚢
𝚃𝚠𝚎𝚗𝚝𝚢 𝙾𝚗𝚎

𝙵𝚘𝚞𝚛

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By yoonie001

Taehyung

Na semana a que se seguiu o encontro extremamente desastroso de Jungkook, Yesung andava mais calmo, por mais incrível que possa parecer. Não sei o que estava naquelas cervejas que tomou no apartamento vizinho, ou nas palavras que poderia ter recebido, mas, quando Yesung chegou à casa, estava com uma expressão calma e menos carrancuda, uma que eu não via há tempos.

Não fui corajoso o suficiente para indagar o motivo desse seu relaxamento repentino, sequer para contar sobre o presente que Jeon havia me oferecido. Por mais que fosse estranho — e eu não soubesse exatamente a razão disso —, não iria comprometer seu bom humor. Apesar de não ter certeza se ele iria reparar se o moletom era novo ou não, eu o usava poucas vezes e continuei fazendo minhas obrigações para deixar a paz rara ainda presente em meu apartamento.

Eu amava Yesung, isso não é uma mentira, mesmo que, na maioria das vezes, ele me faça mal. Portanto, algo confuso estava acontecendo, mais precisamente alguém, com nome e sobrenome — Jeon Jungkook. Não fazia nem um mês que nos conhecemos e mal somos próximos, porém, toda vez que eu passava o hidratante labial — que, por sinal fez bastante efeito —, me lembrava dele e eu acabava por sorrir. Uma ansiedade me preenchia; eu queria vê-lo mais. Talvez nem precisássemos de conversar, enxergar aqueles olhos bondosos e seus sorrisos bonitos era, provavelmente, tudo o que eu mais queria — e precisava.

Então, me vi percebendo que não seria nada ruim ser amigo de Jungkook e que tudo isso não era uma fachada. A forma em que o rapaz me conseguia transmitir calma e confiança com gestos simples e generosos, era adorável. Ele era adorável. Nessa semana que se seguiu, me peguei querendo sentir a adrenalina de ir tocar em sua porta sem ser pego por Yesung. No entanto, me contive, aproveitando a calmaria que estava em meu apartamento.

Outra coisa que fez com que meu peito se enchesse de euforia foi me lembrar da música e como eu tinha saudades do meu estúdio no centro de Seoul. De tocar uma música em meu piano grande e escuro, de dedilhar as cordas da minha guitarra — a minha primeira, que Yesung me deu no nosso segundo ano juntos —. Meu coração pesava de vontade de repassar tardes inteiras cantando e preparando meu álbum de lançamento, o qual ficou trancado junto de outras coisas dentro do estúdio não visitado há anos.

Talvez eu nem soubesse mais tocar piano, ou dedilhar uma música antiga, cantar muito menos. Provavelmente, eu nem sei mais o que é ser feliz por conta da música.

Yesung adentra o apartamento, batendo a porta e soltando um suspiro. Sou arrancado de meus pensamentos, meu corpo se arrepiando, o cérebro imediatamente mandando eu ficar em alerta, principalmente por estar utilizando uma peça de roupa desconhecida por meu namorado. Era até cedo para ele chegar, eu nem sequer havia feito a janta. Acabo pensando no pior, seria sido despedido? Porque, se tivesse, iria sobrar para mim.

Yesung não disse nada, apenas pousou sua maleta em cima da mesa e prosseguiu a sua rotina de retirar terno, sapatos sociais e gravata. Aguardei ele retornar do quarto e, quando se acomodou no sofá, me olhou, de cima a baixo, me fazendo engolir em seco.

— Olá, amor. Por que chegou tão cedo em casa? — comecei docilmente, meu tom de voz baixo e calmo, de modo a não atrair a sua atenção. No entanto, mal falei e seu olhar pousou em mim. — Correu tudo bem em seu trabalho?

— Sim, tudo normal. Bastante cansativo. — ele baixou o seu olhar, parecendo ignorar a minha nova vestimenta. — E eu cheguei em casa mais cedo porque decidi que iremos até o apartamento daquele irritante do Jeon. Portanto, vista-se para não demorarmos, o avisei que chegaríamos por volta das cinco horas.

Uma luz piscou na minha cabeça, meu divertidamente de alegria finalmente se pondo de pé e controlando a sala de controle, metaforicamente falando. Nós, realmente, iríamos no open house de Jungkook? Após tempos sem comparecer a uma única festa?

Eu estava pensando nisso durante todos os dias desde que pedi um copo d'água como desculpa para ficar na companhia de Jeon em seu apartamento. O conhecimento de que não poderia aceitar seu convite por conta de meu namorado transmitia tristeza pelo meu corpo, assim como todos os outros pedidos que eu era obrigado a recusar. Porém, essa decisão repentina de Yesung me deixou com um pé atrás. Ele nunca mais se propôs a me levar a uma confraternização, estaria aprontando algo?

— O que você está fazendo aí parado? — meu namorado me tirou de meus devaneios mais uma vez. — Vá se vestir, não quero chegar atrasado! — assenti silenciosamente, me dirigindo rapidamente para o quarto antes que ele pudesse reclamar comigo.

Iríamos sair do apartamento para um evento social, o que me fez sorrir abobado por longos minutos enquanto eu trocava minha vestimenta. Certamente meu divertidamente estava dando saltos alegres em toda sala de controle, finalmente tendo um tempo para assumir sua função e, por mais que eu estivesse um pouco desconfiado, era impossível evitar a felicidade instantânea.

🥀

— Antes de entrarmos por aquela porta — ele agarrou meu braço, o segurando com uma força que chegava a machucar — aviso já que quero você ao meu lado o tempo todo. Se precisar de sair de meu lado, avise, mas não fique longe muito tempo ou eu vou ter uma conversinha com você e Jeon não estará aqui para te salvar. Estamos entendidos?

— S-Sim... pode me soltar? Está me machucando. — minha voz estava trêmula, agora eu percebi a razão de ele estar calmo toda a semana. Ele estava esperando o momento certo para atacar e se revelar, tal como um leão rodeia a sua presa antes de avançar sobre mesma.

Ele me soltou, meu braço doendo como o inferno. Yesung se recompôs, sua expressão um pouco mais leve — não deixando de ser ameaçadora — e abriu a porta de nosso apartamento, a trancando depois de eu sair. Percebemos barulho dentro do 315 e podemos concluir que já havia chegado bastante gente. Yesung deve ter pensado muito antes de tocar a campainha, levando o seu dedo indicador ao botãozinho que permitia o som estridente se espalhar por toda a casa.

Porém, em um movimento rápido, eu bati na porta com meu pulso, tendo seu olhar espantado sobre mim. — É para não fazer mais barulho, já há barulho suficiente lá dentro. — expliquei e, antes que ele pudesse rebater, a porta se abriu.

Não foi o anfitrião da casa que nos recebeu mas sim a "vizinha chata do 319"— palavras de Yesung, não minhas —, que nos olhava espantada com cara de quem havia acabado de avistar um fantasma, já que nem aparecíamos para reuniões dos moradores.

— Olá, Soojin. — eu comecei, sorrindo simpático. Uma sensação de alívio me percorrendo por poder falar pessoalmente com outro ser humano sem ser Yesung. — Tudo bem?

— Taehyung, Yesung... achei que não apareceriam... — ela ainda nos olhava na mesma posição, mão na maçaneta e corpo rígido. — Que estupidez a minha, devia ter chamado Jungkook para vos receber. Mas entrem, por favor, não vão ficar aí à porta. Eu o vou chamar.

A mulher bonita e jovem nos concedeu passagem e fechou a porta, nos pedindo licença antes de desaparecer num cômodo daquela casa gigante. Eu ouvi Yesung bufar ao meu lado, provavelmente sem paciência para uma festa, ainda para mais porque ele odiava a Soojin. Nas suas palavras, a mesma era uma "mulher intrometida e sem escrúpulos" — foi o que proferira depois de uma visita sua a nossa casa devido a mais uma discussão das várias entre nós.

Eu não fiquei muito incomodado, apreciando aquele momento fora de meu apartamento e observando novas pessoas. Uma parte do convidados eram moradores, alguns do segundo andar também estavam presente e eu percebi que Jungkook estava bastante feliz com tudo aquilo. De certeza que fizera amizade quando os ajudara a compor um candelabro ou mesmo apenas desejando um "Bom dia!" alegre e animado, como ele sempre era.

O resto dos convidados deveriam ser família do anfitrião; acabei reconhecendo dois deles como o dono do apartamento e um homem que vivera ali antes, mas que acabara por se mudar algum tempo depois — provavelmente por nossas discussões frequentes. Jungkook parecia ser uma borboletinha sociável, andando para lá e para cá, conversando com pessoas e apontando para alguns lugares. Quem me dera ter esse tipo de liberdade.

Finalmente, Jungkook veio ao nosso encontro. Ele estava muito bonito, vestindo uma camisa branca e um blazer escuro, a sua pele morena, beijada pelo sol de Miami, resplandecendo com a luz natural que entrava pelas grandes janelas e um sorriso adornando seu rosto tornavam o mais novo mais bonito do que seria de esperar. Eu me senti corar com sua aproximação, chacoalhando a cabeça para parar de pensar no quanto o mais novo era admirável. Yesung percebeu e indagou o que eu estava fazendo, respondi dizendo que era apenas um bichinho que estava me incomodando. Bichinho este que era Jungkook, a sua aparência me fez sentir uma necessidade de querer tocá-lo. O que era isso?

— Olá! Fico muito feliz que tenham vindo e não terem me dado um bolo. — nos saudou, seu sorriso estava tão grande que, imediatamente, me fez sorrir também. — Afinal, quem irá lhes servir bolo sou eu. — Jungkook riu, e eu tive que me segurar para não repetir, já que meu namorado acabou por revirar os olhos. — Então, Yesung, posso oferecer alguma bebida a você? Uma cerveja daquelas que você adorou quando veio aqui? — prosseguiu, já depositando as mãos no ombro do outro, que acabou por as afastar.

— Certo. — Yesung sequer debateu, acabando por desistir. Jungkook começou a guiá-lo para a cozinha, mas meu namorado parou, pegando meu pulso. — Taehyung, venha também.

Eu ia concordar e segui-los, porém, Jungkook acabou se pronunciando. — Taehyung bebe álcool? — indagou, recebendo uma negação de nós dois. — Ora essa. Então não faz sentido ele nos acompanhar. — continuou, separando nossas mãos e apontando para os sofás de sua sala. — Ali, na mesinha de centro, há salgadinhos e refrigerantes. Esteja à vontade e se sirva do que quiser, nós estaremos na cozinha.

Yesung iria rebater, dizendo que queria minha companhia, mas Jungkook negou dizendo que sua companhia seria ele. Conseguiu convencê-lo — o que me fez querer rir, já que meu namorado estava contradizendo suas próprias regras — e, então, ali estava eu, dentro de um apartamento cheio de pessoas novas para conhecer e completamente liberto. Uma euforia me preenchia, há tanto tempo que eu não experienciava isso que parecia até um sonho. Minha vontade era de sair, correr e gritar, mas me contive, apreciando o meu coração em chamas.

Yesung me olhou uma última vez antes de aceitar sua cerveja e eu sorri para ele, sendo que o homem me devolveu um semblante nervoso. Assim, segui para onde Jungkook tinha apontando, chegando nos sofás, que tinham algumas pessoas sentadas. Me acomodei em um canto e, quando me estiquei para pegar alguns amendoins, acabei por desistir, me lembrando das palavras duras de meu namorado sobre comida. Será que eu podia comer?

— Hoseok! Veja isto! — escutei alguém dizer animado e bastante alto, se aproximando. — O cabelo dele é azul!

Toquei meu próprio cabelo e olhei para os lados, vendo que eu parecia um pontinho colorido em meio a tantos cabelos de cores naturais. Quando me virei, encontrei o dono da voz, que comentava feliz sobre meus fios azuis para o colega. Logo os reconheci, era o dono e o ex inquilino.

— Oh, deve ser tão legal ter o cabelo dessa cor. — o desconhecido prosseguiu, ambos indo a minha frente e se sentando nos lados vazios. — Ainda assim eu gosto mais do meu cabelo vermelho, a filha da padeira vive me chamando de "tio cabeça de morango". — eles riram e começaram a comentar da garotinha, como se eu não estivesse ali entre os dois.

Descobri que a menina se chamava Seungwan, que era uma pestinha alegre e animada. Quando finalmente notaram o meu desconforto, indagaram meu nome, e acabei por saber que o tão animado se chamava Hoseok e o outro, que falava alto demais para nossa aproximação, era Seokjin.

— Você já falou com Seungwan? — Hoseok prosseguiu a conversa, eu nego com a cabeça, olhando de relance para Yesung, vendo-o tranquilo falando com Jungkook. Estranho. — Oh, que pena, tente encontrá-la na próxima vez que for na padaria, ela vai chamar seu cabelo de algodão doce.

— Eu não vou na padaria. — resolvo responder para não parecer um mal-educado, sentindo uma energia incomum percorrer meu corpo por estar falando com outras pessoas. — Meu namorado que vai. — disse, saindo completamente natural, mas me repreendo mentalmente por deixar escapar uma informação.

— Aaaah, o namorado... — ambos falaram em um uníssono e continuaram a degustar dos petiscos.

Não tinha muito problema em dizer que eu era comprometido, Yesung falava que até era bom, assim as chances de alguém demonstrar interesse diminuem, mesmo que eu duvide muito de receber flertes no meu estado atual. Se minha mãe me visse ela iria me chamar de bexiguinha murcha, assim como disse sobre meu pai nos seus últimos dias de vida. Não por suas condições físicas mas sim por estar para baixo o tempo inteiro.

— Gosta de amendoim? — o nomeado Jin indagou, esticando um dos potes e me oferecendo, Hoseok se esticou e pegou alguns. Com tanta aproximação, olhei de relance para Yesung, mas ele estava distraído demais. Eu não deveria estar tão preocupado, ele estava se divertindo e eu também deveria estar aproveitando. — Tem bastante, pode tirar o que quiser.

Hesitei muito e acabei por desistir, dizendo algo sobre estar de dieta. Os dois homens riram, desacreditados em minha mentira — quer dizer, eu acho que deveriam estar —. Hoseok insistiu bastante para eu pegar os petiscos ou pelo menos os salgados, alegando que eles não iriam desistir até eu aceitar comer algo e que sabiam ser bem irritantes. Por fim, acabei cedendo.

A tarde estava muito feliz para ser real, eu me sentia como um passarinho fora da gaiola. Jin e Hoseok eram extremamente divertidos e me deixaram confortáveis pelo resto da confraternização. Acabavam por me oferecer algo para tomar e comer e eu nem conseguia pensar em Yesung e sobre sua opinião sobre meu corpo. Ficar longe dele me deixou mais calmo e tranquilo, como se a vida fosse mais cheia de luz, mas isso deve ser por conta das grandes janelas no apartamento.

Portanto, quando começou a escurecer, Yesung retornou a mim, seu olhar feio sendo direcionado aos novos amigos que eu havia feito e o mesmo disse que já tinha passado da hora para irmos embora. Me despedi de ambos, que pediram para ficarmos mais, alegando que ainda tinha muito tempo para curtir. Yesung estava cansado de negar para ambos as diversas indagações do porquê irmos tão cedo. Eu sentia um olhar pesar sobre mim e não era do meu namorado, nem dos dois outros. Antes de eu poder negar de vez as insistências para que Yesung não ficasse mais nervoso — pois eu já sabia que alguma bronca eu iria levar por ter sido imprudente — ele apareceu.

— Joga cartas, Yesung? — Jungkook perguntou, desfazendo o círculo de perguntas e respostas que havia se formado. — Minha família adora truco, sabe jogar? Eles estão bem ali. — apontou para a mesa de jantar, o que fez meu namorado suspirar.

— Uma partida. — disse, derrotado, como se já tivesse perdido todas suas forças e truques para negar.

— Uma partida. — Jeon repetiu, um sorriso pequeno apareceu em seu rosto enquanto dava tapinhas no ombro de meu namorado.Antes de Yesung ir em direção a mesa, com passos confusos e incertos, ele me deu um olhar severo, o que me fez engolir em seco. Tudo estava muito estranho, eu queria agradecer Jungkook por ter conseguido me fazer ficar por mais um tempinho, mas uma parte de mim já queria ir embora, uma sensação de que algo ruim fosse acontecer comigo em breve não saía da minha mente.

— Yesung não sabe jogar truco. — pensei alto, recebendo os três olhares para cima de mim. — Ah, desculpe, era para ter falado na minha cabeça.

— Está tudo bem. — Jungkook disse, virando o corpo para mim e imediatamente tirando os demais da conversa, que pareceram não ligar muito.

Notei que Jungkook olhava diretamente para minha boca, senti um calor subir e, muito provavelmente, minhas bochechas se encontravam em um tom rubro. Cocei a nuca envergonhado e acabei olhando para os lábios dele também, que, por Deus, eram tão bem desenhados e pareciam macios. Ah, e aquela pintinha...

— Minha boca está suja? — indaguei confuso, passando os dedos ao redor de meus lábios, após chacoalhar minha cabeça e tentar afastar essas ideias estranhas e idiotas de querer tocar seus lábios. Jungkook se tocou do que estava fazendo e negou freneticamente, enquanto Jin e Hoseok tentavam rir discretos, no que falharam miseravelmente.

— Não, não está. — Jeon se apressava em dizer, em um movimento involuntário iria pousar sua mão em meu ombro — bem, eu acho que era no ombro —, mas acabou por disfarçar, coçando a cabeça. Suas ações desengonçadas estavam querendo me fazer rir, porém, me contive, respeitando sua vergonha. — É só que... ela melhorou. Digo, não está mais machucada. Pelo que vejo, hidratante está fazendo efeito.

— Ah, sim. — concordei, observando pelo canto de meu olho seus amigos fazerem imitações suas extremamente exageradas. Me senti como nos anos de colégio. — Muito obrigado mais uma vez por isso.

Jungkook, por sua vez, apenas assentiu, dizendo que iria buscar uma água. Me ofereceu, mas recusei e, assim que ele se afastou, fui atrás de Yesung, que se encontrava sentado junto de um povo com mais idade da família Jeon. Ele estava um pouco confuso no que deveria fazer, já que não fazia ideia de como se jogava.

Puxei uma cadeira e me sentei ao seu lado, o abraçando. Percebi que Yesung relaxou os nervos num instante e eu aproveitei para sussurrar as respostas em seu ouvido, o vendo sorrir. Era em momentos como aquele, em que estava tudo bem, como nos antigos anos, que eu percebia como gostava de Yesung e como ele poderia ser calmo e carinhoso.

Porém, algo dentro de mim queria ainda acreditar no pior e o sentimento de estar sendo observado me deixava mais em alerta. Tentei afastar esses pensamentos, focando no que estava acontecendo agora e tirando um proveito bom disso. Afinal, nunca se saberia quando seria o último momento de paz dessa semana.

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