Chegamos na reserva quase ao escurecer, paramos na casa dos Hansens, Dinah saiu de casa ao ouvir o carro, seus olhos denunciava que a garota andou chorando, mal esperou Normani sair do carro para se jogar contra a morena em um abraço, algumas lágrimas escorreram, seus pais vieram até nós e abraçaram Camila com carinho.
— É bom ver vocês! — Milika disse me abraçando — Então esse é Chris?
— Sim senhora! — Ele falou meio acanhado, Dinah soltou Mani depois de um tempo e abraçou Camila.
— Vamos entrar? — O pai dela falou caminhando para dentro.
A casa parecia pequena para tanta gente, mas ninguém pareceu se importar com isso, Mani contou por cima o que aconteceu lá, sua mão segurava a de Dinah, sua voz falhou ao falar de Sett.
— Como Shawn está? — Camila quis saber.
— Mal! — Dinah falou com pesar — Ele está ajudando com os preparativos para a despedida, não descansou desde que chegou, não consegui pedir para que ele parasse.
— Nem deve! — Mani opinou — Se é o que ele quer... não tem muito o que se fazer! — Respirou fundo — E meu pai? Os quileutes
— Meio revoltado, e nosso povo está tranquilo agora, algumas famílias não estão felizes por receber seus filhos... — Dinah parou.
— Mortos! — Camila terminou — Não é para menos... e o pai de Sett?
— Desolado! — Os olhos de Dinah baixaram — Ele chegou a agredir Shawn antes de abraça-lo e chorar agarrado a ele.
— Farei uma reunião amanhã a tarde, antes do sol se pôr! — Mani parecia ter toneladas em cima de si — Por favor, espalhem a informação!
— O que vai dizer? — Perguntei.
— Não sei! — Disse sincera — Mas algo tem que ser dito! Bom, vou para casa, preciso de um banho, aconselho o mesmo a vocês!
— Nem me fale! — Troy revirou os olhos — Vamos? — Chamou Ally estendendo a mão, que deu um meio sorriso antes de pegar — Até mais tarde pessoal!
— Vocês podem vir comigo se quiser! — Mani falou para Katie e Seline, elas assentiram — A gente se vê mais tarde? — Mani olhou para Dinah, seu olhar era mais leve, um pedido honesto e sincero.
— Claro! — Abraçou a morena e beijou seu rosto ates dela sair sendo seguida pelas duas garotas novas, pegaram um carro por causa das roupas de Katie e livros de Seline.
— Chris, para o banho! — Falei.
— Senti falta de você mandando em mim! — Ele passou seus braços pela minha cintura e eu sorri antes de Milika o explicar onde era o banheiro.
— Vou fazer alguma coisa para vocês comerem! — Pai de Dinah informou se afastando, me sentei no sofá e respirei fundo.
— O que está pensando? — Camila perguntou.
— O tanto de coisas que Mani tem para resolver. Ela vai ficar com a posição do pai?
— Provavelmente! — Camila opinou.
— Mas ela não quer! — Dinah revelou — Ela tem medo, é uma responsabilidade muito grande julgar pelo que vale as pessoas arriscarem suas vidas.
Pensei sobre isso por um tempo, Chris saiu do banho e Camila entrou, depois foi minha vez, Dinah me emprestou algumas roupas suas, depois de um tempo estávamos todos de branco.
— Mas porque branco? — Chris perguntou quando estávamos a caminho da fogueira.
— As roupas, o fogo, tudo isso é parte da nossa cultura! — Camila explicou calma para ele sem soltar a minha mão — Dizem que é para ajudar a iluminar o caminho de quem está partindo, outros dizem que é porque o branco representa pureza e não existe nada mais puro do que o nascimento e a morte, ambos são os extremos da vida humana, é o ciclo natural!
— Você iria querer ver todos na sua despedida tristes e apagados? — Dinah perguntou.
— Não — Ele negou com a cabeça — Faz sentido! — Chris balançou a cabeça.
A fogueira já estava acesa, havia muitas pessoas por lá, vi Troy e Ally de longe do lado de Shawn, Mani se aproximou de nós abraçando Dinah.
— Como você está? — Dinah perguntou e a morena só deu os ombros.
— Cadê Seline e Katie? — Perguntei.
— Não quiseram vir, algo muito pessoal! — Falou sem largar Dinah, Camila se afastou de nós e foi até Shawn, ela o abraçou, depois ela e os três vieram até nós.
— Tem matilhas na floresta? — Dinah perguntou e o garoto assentiu.
— Estava esperando vocês! — Ele informou.
Normani se afastou e foi até perto da fogueira que era maior que ela, esperou um tempo, parecia estar tentando segurar as lágrimas.
— Olá! — Ela falou alto para que todos pudessem ouvir — Queria estar aqui falando com vocês por motivos mais agradáveis, não me despedindo dos nosso! Sei que perderam amigos, filhos, netos, irmãos, amados, companheiros e nada que eu diga vai fazer com que a dor passe! — Seus olhos se encheram de lágrimas, ela respirou fundo para continuar — Mas estamos aqui agora para saudar nossos guerreiros, nossos homens e mulheres e só posso dizer que quem partiu continuará vivendo no seu coração, pois nem a morte é mais forte que o amor! — Falou, depois levou a mão ao peito, percebi que os outro também faziam isso — Saudações aos guerreiros!
— SAUDAÇÕES AOS GUERREIROS! — O povo repetiu em coro, algumas pessoas foram andando para a floresta e Mani se aproximou de nós.
— Acho que podemos ir então! — Mani falou.
— Tudo bem? — Troy olhou para Ally que sorriu assentindo antes de beija-lo no rosto.
— Esperamos vocês na Sede! — Falei — Demorem o tempo que precisar! — Beijei Camila e ela se afastou com sua matilha.
Os vimos sumir em meio as árvores, ficando apenas eu, Chris e Ally, aos poucos o lugar foi esvaziando, tirando uma ou outra pessoa sentada olhando para a fogueira.
— Sabe no que eu andei pensando? — Ally perguntou e eu a olhei, seus olhos encaravam a fogueira.
— Não, no que?
— Meus pais! — Falou abraçando seu próprio corpo.
— Verdade! — Falei meio surpresa — Agora você pode voltar! — Me animei, mas sua expressão não mudou — Não parece que está feliz com isso!
— Estou, mas... o que eles pensaram todo esse tempo Laur? — Me olhou meio desanimada — Que eu os abandonei? Eu nem vou poder explicar o que aconteceu, eles provavelmente achariam que eu usei tanta droga que afetou meu cérebro! — Sorriu sem humor.
— Acho que eles vão ficar felizes em te ver viva! — Coloquei minha mão em seu ombro — Independente do porquê se afastou!
— Será?
— Claro, eles são seus pais! — Ela respirou fundo e assentiu — Pretende ir quando?
— Vou esperar as coisas assentarem aqui, provavelmente Mani vai precisar de todos nós com ela!
— Verdade! — Concordei.
Subimos para a Sede, Ally foi fazer algo na cozinha enquanto eu e Chris víamos tv, dava para ouvir muitos uivos vindo da floresta, fazendo todo o lugar ficar com um clima pesado, o tempo parecia passar devagar, meu irmão dormiu, o coloquei na cama, era mais fácil pega-lo no colo agora, já era madrugada quando senti o cheiro deles vindo de fora, olhei para Ally e ela também havia sentido, saímos e os vimos chegar, pareciam cansados.
— Tudo bem? — Perguntei quando Camila se aproximou, ela me abraçou então a apertei o máximo que eu pude — Eu estou aqui! — Falei baixo sentindo seu cheiro, Ally fazia a mesma coisa com Troy, Mani e Dinah estavam de mãos dadas e Shawn se aproximou meio sem jeito.
— Eu sei! — A latina sussurrou.
— Vamos entrar! — Mani falou e nós caminhamos para dentro.
Não houve muita conversa, não tinha muito o que dizer, Camila deitou no meu colo no sofá, Ally se sentou no chão e o garoto deitou em suas pernas as abraçando, Dinah fazia carinho em Normani estendidas no meio da sala e Shawn estava no outro sofá com o braço tampando os olhos, com o tempo um a um foi pegando no sono sobrando apenas eu e Ally acordadas, a olhei e ela sorriu dando os ombros enquanto passava os dedos pelos cabelos de Troy.
No dia seguinte Camila ficou ao lado de Normani durante todo o dia, agradeci por Milika me ajudar com Chris mantendo o garoto entretido com histórias quileutes e respondendo as milhares de perguntas dele, eu realmente não estava com cabeça para aquilo, Mani apareceu na casa dos Hansens quando eu, Cris e Milika assistíamos tv.
— Laur? — Ela chamou aparecendo na porta — Posso falar com você? — Perguntou, seus olhos eram cuidadosos, olhei para Milika.
— Tudo bem! — A mulher disse — Eu cuido dele!
— Obrigada! — Agradeci me levantando e indo até ela que andou para fora da casa — Pode falar Mani!
— Pode me acompanhar até o celeiro? — Perguntou séria.
— Tudo bem! — Concordei ao perceber que ela não me daria mais nada além daquilo.
Andamos o caminho em silêncio, senti o cheiro de Camila, Katie e Ally além do pai de Mani, elas estavam na porta do celeiro, pareciam tão confusas quanto eu, só Katie parecia despreocupada, deveria saber o que Mani queria, a correntinha de bailarina em seu pescoço me chamou a atenção, quando foi que eu a perdi? Tentei me lembrar da última vez que a vi, antes do casamento.
— Vamos! — Mani falou abrindo a porta do celeiro e entrando, fomos atrás dela, seu pai estava na cela que antes era de Ally, dava para ver que reforçaram as grades, os olhos do seu pai se esgueiraram por nós, sua feição não parecia amigável — Oi pai! — A morena disse calma.
— Me falaram que voltou sã e salva e com a hibrida com você, meus parabéns! — Falou.
— Obrigada!
— Mas perdeu o menino Sett — Seus olhos destilavam o seu veneno — Agora me entende? As vezes precisamos quebrar alguns ovos...
— Sett não era um ovo a ser quebrado! — Camila falou feroz — Assim como meus pais não eram!
— E Sett queria estar lá mesmo sabendo dos perigos, ele não foi mandado para lá contra sua vontade!
— Sinuhe e Alejandro também não!
— Mentiroso! — Camila soltou.
— Quem é você menina para me chamar de mentiroso? — Falou irritado.
— Alguém que sabe da verdade! — Ela o encarou — Meus pais não te obedeceram, eles não iam conseguir matar pessoas inocentes, não somos assim!
— Então mereceram o fim que tiveram! — Ele disse com descaso, vi as mãos de Ally segurarem Camila antes mesmo da latina se mover.
— Calma! — Pedi segurando seu braço a vendo tremer — Camz calma! — Pedi de novo.
— Oi! — Katie falou animada, fazendo a gente olhar para ela — Lembra de mim? Você me trancou aqui e me torturou! Ah, não deve se lembrar, você fez isso com tantos vampiros... porque é um sádico! — Ela não parecia nervosa ou irritada.
— Claro que me lembro, insolente! Mas não foi para mostrar sua amiguinha sanguessuga que você está aqui, não é? — Ele encarou a filha, era difícil acreditar que Normani podia ser filha de alguém como ele.
— Não! Vim deixar elas decidirem o que fazer com você! — Falou fazendo olharmos para ela — Todas vocês foram machucadas, torturadas e até mesmo destruídas por ele, não sou eu que tenho que decidir o que ele merece.
Olhei para Camila, seu olhar de fúria havia sido substituído por uma incógnita, não dava para saber o que a latina estava pensando, Ally me olhou sem saber o que fazer e Katie parecia calma. Ele havia mandado os pais de Camila para uma missão suicida, torturou Katie e tentou matá-la, por ele Ally já estaria morta também assim como a mim, me lembrei da primeira vez que me tornei um lobo, ele havia mandado seus homens me matarem mesmo sabendo que eu não era uma vampira, na verdade eu só era uma ponta solta que ele precisava destruir.
Andamos para fora do celeiro, ia ser impossível conversar na frente dele, Mani se afastou um pouco, parecia doloroso falar sobre aquilo para ela.
— Acho que para mim está obvio! — Katie falou sem emoção na voz.
— Eu... eu não acho que está tão obvio assim! — Ally discordou.
— Se não matar ele vai querer se vingar! — Katie estava certa daquilo.
— Camila? — Ally a olhou que abaixou os olhos, sabíamos o que ela queria por mais que ela não quisesse.
— Não acho certo! — Falei — Eu daria tudo que eu tenho para ter meus pais comigo e eu sei que vocês também, vamos mesmo fazer isso com Mani?
— Acha que o pai dela não faria nada de mal com ela também? — Katie perguntou como se já tivesse a resposta.
— Ele fará tudo para retornar ao seu lugar! — Normani disse com pesar mesmo de longe.
— Me deem uma semana! — Pedi fazendo todos os olhos se voltarem para mim — Depois de uma semana, se eu não tiver a solução... a gente faz o que tem que ser feito!
— Tudo bem! — Mani assentiu — Se todas concordarem!
— Claro! — Ally falou de imediato e Camila assentiu com a cabeça.
— Agora preciso ir ver o Chris! — Menti.
— Vou com você! — Ally disse me seguindo — Você já tem ideia do que fazer? — Ally perguntou quando estávamos longe o suficiente para elas não nos ouvir.
—Eu não faço ideia Ally! — Disse sincera.Chegamos na reserva quase ao escurecer, paramos na casa dos Hansens, Dinah saiu de casa ao ouvir o carro, seus olhos denunciava que a garota andou chorando, mal esperou Normani sair do carro para se jogar contra a morena em um abraço, algumas lágrimas escorreram, seus pais vieram até nós e abraçaram Camila com carinho.
— É bom ver vocês! — Milika disse me abraçando — Então esse é Chris?
— Sim senhora! — Ele falou meio acanhado, Dinah soltou Mani depois de um tempo e abraçou Camila.
— Vamos entrar? — O pai dela falou caminhando para dentro.
A casa parecia pequena para tanta gente, mas ninguém pareceu se importar com isso, Mani contou por cima o que aconteceu lá, sua mão segurava a de Dinah, sua voz falhou ao falar de Sett.
— Como Shawn está? — Camila quis saber.
— Mal! — Dinah falou com pesar — Ele está ajudando com os preparativos para a despedida, não descansou desde que chegou, não consegui pedir para que ele parasse.
— Nem deve! — Mani opinou — Se é o que ele quer... não tem muito o que se fazer! — Respirou fundo — E meu pai? Os quileutes
— Meio revoltado, e nosso povo está tranquilo agora, algumas famílias não estão felizes por receber seus filhos... — Dinah parou.
— Mortos! — Camila terminou — Não é para menos... e o pai de Sett?
— Desolado! — Os olhos de Dinah baixaram — Ele chegou a agredir Shawn antes de abraça-lo e chorar agarrado a ele.
— Farei uma reunião amanhã a tarde, antes do sol se pôr! — Mani parecia ter toneladas em cima de si — Por favor, espalhem a informação!
— O que vai dizer? — Perguntei.
— Não sei! — Disse sincera — Mas algo tem que ser dito! Bom, vou para casa, preciso de um banho, aconselho o mesmo a vocês!
— Nem me fale! — Troy revirou os olhos — Vamos? — Chamou Ally estendendo a mão, que deu um meio sorriso antes de pegar — Até mais tarde pessoal!
— Vocês podem vir comigo se quiser! — Mani falou para Katie e Seline, elas assentiram — A gente se vê mais tarde? — Mani olhou para Dinah, seu olhar era mais leve, um pedido honesto e sincero.
— Claro! — Abraçou a morena e beijou seu rosto ates dela sair sendo seguida pelas duas garotas novas, pegaram um carro por causa das roupas de Katie e livros de Seline.
— Chris, para o banho! — Falei.
— Senti falta de você mandando em mim! — Ele passou seus braços pela minha cintura e eu sorri antes de Milika o explicar onde era o banheiro.
— Vou fazer alguma coisa para vocês comerem! — Pai de Dinah informou se afastando, me sentei no sofá e respirei fundo.
— O que está pensando? — Camila perguntou.
— O tanto de coisas que Mani tem para resolver. Ela vai ficar com a posição do pai?
— Provavelmente! — Camila opinou.
— Mas ela não quer! — Dinah revelou — Ela tem medo, é uma responsabilidade muito grande julgar pelo que vale as pessoas arriscarem suas vidas.
Pensei sobre isso por um tempo, Chris saiu do banho e Camila entrou, depois foi minha vez, Dinah me emprestou algumas roupas suas, depois de um tempo estávamos todos de branco.
— Mas porque branco? — Chris perguntou quando estávamos a caminho da fogueira.
— As roupas, o fogo, tudo isso é parte da nossa cultura! — Camila explicou calma para ele sem soltar a minha mão — Dizem que é para ajudar a iluminar o caminho de quem está partindo, outros dizem que é porque o branco representa pureza e não existe nada mais puro do que o nascimento e a morte, ambos são os extremos da vida humana, é o ciclo natural!
— Você iria querer ver todos na sua despedida tristes e apagados? — Dinah perguntou.
— Não — Ele negou com a cabeça — Faz sentido! — Chris balançou a cabeça.
A fogueira já estava acesa, havia muitas pessoas por lá, vi Troy e Ally de longe do lado de Shawn, Mani se aproximou de nós abraçando Dinah.
— Como você está? — Dinah perguntou e a morena só deu os ombros.
— Cadê Seline e Katie? — Perguntei.
— Não quiseram vir, algo muito pessoal! — Falou sem largar Dinah, Camila se afastou de nós e foi até Shawn, ela o abraçou, depois ela e os três vieram até nós.
— Tem matilhas na floresta? — Dinah perguntou e o garoto assentiu.
— Estava esperando vocês! — Ele informou.
Normani se afastou e foi até perto da fogueira que era maior que ela, esperou um tempo, parecia estar tentando segurar as lágrimas.
— Olá! — Ela falou alto para que todos pudessem ouvir — Queria estar aqui falando com vocês por motivos mais agradáveis, não me despedindo dos nosso! Sei que perderam amigos, filhos, netos, irmãos, amados, companheiros e nada que eu diga vai fazer com que a dor passe! — Seus olhos se encheram de lágrimas, ela respirou fundo para continuar — Mas estamos aqui agora para saudar nossos guerreiros, nossos homens e mulheres e só posso dizer que quem partiu continuará vivendo no seu coração, pois nem a morte é mais forte que o amor! — Falou, depois levou a mão ao peito, percebi que os outro também faziam isso — Saudações aos guerreiros!
— SAUDAÇÕES AOS GUERREIROS! — O povo repetiu em coro, algumas pessoas foram andando para a floresta e Mani se aproximou de nós.
— Acho que podemos ir então! — Mani falou.
— Tudo bem? — Troy olhou para Ally que sorriu assentindo antes de beija-lo no rosto.
— Esperamos vocês na Sede! — Falei — Demorem o tempo que precisar! — Beijei Camila e ela se afastou com sua matilha.
Os vimos sumir em meio as árvores, ficando apenas eu, Chris e Ally, aos poucos o lugar foi esvaziando, tirando uma ou outra pessoa sentada olhando para a fogueira.
— Sabe no que eu andei pensando? — Ally perguntou e eu a olhei, seus olhos encaravam a fogueira.
— Não, no que?
— Meus pais! — Falou abraçando seu próprio corpo.
— Verdade! — Falei meio surpresa — Agora você pode voltar! — Me animei, mas sua expressão não mudou — Não parece que está feliz com isso!
— Estou, mas... o que eles pensaram todo esse tempo Laur? — Me olhou meio desanimada — Que eu os abandonei? Eu nem vou poder explicar o que aconteceu, eles provavelmente achariam que eu usei tanta droga que afetou meu cérebro! — Sorriu sem humor.
— Acho que eles vão ficar felizes em te ver viva! — Coloquei minha mão em seu ombro — Independente do porquê se afastou!
— Será?
— Claro, eles são seus pais! — Ela respirou fundo e assentiu — Pretende ir quando?
— Vou esperar as coisas assentarem aqui, provavelmente Mani vai precisar de todos nós com ela!
— Verdade! — Concordei.
Subimos para a Sede, Ally foi fazer algo na cozinha enquanto eu e Chris víamos tv, dava para ouvir muitos uivos vindo da floresta, fazendo todo o lugar ficar com um clima pesado, o tempo parecia passar devagar, meu irmão dormiu, o coloquei na cama, era mais fácil pega-lo no colo agora, já era madrugada quando senti o cheiro deles vindo de fora, olhei para Ally e ela também havia sentido, saímos e os vimos chegar, pareciam cansados.
— Tudo bem? — Perguntei quando Camila se aproximou, ela me abraçou então a apertei o máximo que eu pude — Eu estou aqui! — Falei baixo sentindo seu cheiro, Ally fazia a mesma coisa com Troy, Mani e Dinah estavam de mãos dadas e Shawn se aproximou meio sem jeito.
— Eu sei! — A latina sussurrou.
— Vamos entrar! — Mani falou e nós caminhamos para dentro.
Não houve muita conversa, não tinha muito o que dizer, Camila deitou no meu colo no sofá, Ally se sentou no chão e o garoto deitou em suas pernas as abraçando, Dinah fazia carinho em Normani estendidas no meio da sala e Shawn estava no outro sofá com o braço tampando os olhos, com o tempo um a um foi pegando no sono sobrando apenas eu e Ally acordadas, a olhei e ela sorriu dando os ombros enquanto passava os dedos pelos cabelos de Troy.
No dia seguinte Camila ficou ao lado de Normani durante todo o dia, agradeci por Milika me ajudar com Chris mantendo o garoto entretido com histórias quileutes e respondendo as milhares de perguntas dele, eu realmente não estava com cabeça para aquilo, Mani apareceu na casa dos Hansens quando eu, Cris e Milika assistíamos tv.
— Laur? — Ela chamou aparecendo na porta — Posso falar com você? — Perguntou, seus olhos eram cuidadosos, olhei para Milika.
— Tudo bem! — A mulher disse — Eu cuido dele!
— Obrigada! — Agradeci me levantando e indo até ela que andou para fora da casa — Pode falar Mani!
— Pode me acompanhar até o celeiro? — Perguntou séria.
— Tudo bem! — Concordei ao perceber que ela não me daria mais nada além daquilo.
Andamos o caminho em silêncio, senti o cheiro de Camila, Katie e Ally além do pai de Mani, elas estavam na porta do celeiro, pareciam tão confusas quanto eu, só Katie parecia despreocupada, deveria saber o que Mani queria, a correntinha de bailarina em seu pescoço me chamou a atenção, quando foi que eu a perdi? Tentei me lembrar da última vez que a vi, antes do casamento.
— Vamos! — Mani falou abrindo a porta do celeiro e entrando, fomos atrás dela, seu pai estava na cela que antes era de Ally, dava para ver que reforçaram as grades, os olhos do seu pai se esgueiraram por nós, sua feição não parecia amigável — Oi pai! — A morena disse calma.
— Me falaram que voltou sã e salva e com a hibrida com você, meus parabéns! — Falou.
— Obrigada!
— Mas perdeu o menino Sett — Seus olhos destilavam o seu veneno — Agora me entende? As vezes precisamos quebrar alguns ovos...
— Sett não era um ovo a ser quebrado! — Camila falou feroz — Assim como meus pais não eram!
— E Sett queria estar lá mesmo sabendo dos perigos, ele não foi mandado para lá contra sua vontade!
— Sinuhe e Alejandro também não!
— Mentiroso! — Camila soltou.
— Quem é você menina para me chamar de mentiroso? — Falou irritado.
— Alguém que sabe da verdade! — Ela o encarou — Meus pais não te obedeceram, eles não iam conseguir matar pessoas inocentes, não somos assim!
— Então mereceram o fim que tiveram! — Ele disse com descaso, vi as mãos de Ally segurarem Camila antes mesmo da latina se mover.
— Calma! — Pedi segurando seu braço a vendo tremer — Camz calma! — Pedi de novo.
— Oi! — Katie falou animada, fazendo a gente olhar para ela — Lembra de mim? Você me trancou aqui e me torturou! Ah, não deve se lembrar, você fez isso com tantos vampiros... porque é um sádico! — Ela não parecia nervosa ou irritada.
— Claro que me lembro, insolente! Mas não foi para mostrar sua amiguinha sanguessuga que você está aqui, não é? — Ele encarou a filha, era difícil acreditar que Normani podia ser filha de alguém como ele.
— Não! Vim deixar elas decidirem o que fazer com você! — Falou fazendo olharmos para ela — Todas vocês foram machucadas, torturadas e até mesmo destruídas por ele, não sou eu que tenho que decidir o que ele merece.
Olhei para Camila, seu olhar de fúria havia sido substituído por uma incógnita, não dava para saber o que a latina estava pensando, Ally me olhou sem saber o que fazer e Katie parecia calma. Ele havia mandado os pais de Camila para uma missão suicida, torturou Katie e tentou matá-la, por ele Ally já estaria morta também assim como a mim, me lembrei da primeira vez que me tornei um lobo, ele havia mandado seus homens me matarem mesmo sabendo que eu não era uma vampira, na verdade eu só era uma ponta solta que ele precisava destruir.
Andamos para fora do celeiro, ia ser impossível conversar na frente dele, Mani se afastou um pouco, parecia doloroso falar sobre aquilo para ela.
— Acho que para mim está obvio! — Katie falou sem emoção na voz.
— Eu... eu não acho que está tão obvio assim! — Ally discordou.
— Se não matar ele vai querer se vingar! — Katie estava certa daquilo.
— Camila? — Ally a olhou que abaixou os olhos, sabíamos o que ela queria por mais que ela não quisesse.
— Não acho certo! — Falei — Eu daria tudo que eu tenho para ter meus pais comigo e eu sei que vocês também, vamos mesmo fazer isso com Mani?
— Acha que o pai dela não faria nada de mal com ela também? — Katie perguntou como se já tivesse a resposta.
— Ele fará tudo para retornar ao seu lugar! — Normani disse com pesar mesmo de longe.
— Me deem uma semana! — Pedi fazendo todos os olhos se voltarem para mim — Depois de uma semana, se eu não tiver a solução... a gente faz o que tem que ser feito!
— Tudo bem! — Mani assentiu — Se todas concordarem!
— Claro! — Ally falou de imediato e Camila assentiu com a cabeça.
— Agora preciso ir ver o Chris! — Menti.
— Vou com você! — Ally disse me seguindo — Você já tem ideia do que fazer? — Ally perguntou quando estávamos longe o suficiente para elas não nos ouvir.
—Eu não faço ideia Ally! — Disse sincera.
Como estamos meninas? Fic tá legal?