Negócio Fechado

By _Nix81

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[Reta Final | Em Revisão] Não estava nos planos de Henrique repetir o último ano do ensino médio, mas, quando... More

Em Breve
Notas Iniciais
Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Dez
Capítulo Onze
Capítulo Doze
Capítulo Treze
Capítulo Catorze
Capítulo Quinze
Capítulo Dezesseis
Capítulo Dezessete: Parte I
Capítulo Dezessete: Parte II
Capítulo Dezoito
Capítulo Dezenove
Capítulo Vinte
Capítulo Vinte e Um
Capítulo Vinte e Dois
Capítulo Vinte e Três
Capítulo Vinte e Quatro
Capítulo Vinte e Cinco
Capítulo Vinte e Seis
Capítulo Vinte e Sete
Capítulo Vinte e Oito
Capítulo Vinte e Nove
Capítulo Trinta
Capítulo Trinta e Um
Capítulo Trinta e Dois: Parte I
Capítulo Trinta e Dois: Parte II
Capítulo Trinta e Três
Capítulo Trinta e Quatro
Capítulo Trinta e Cinco
Capítulo Trinta e Seis
Capítulo Trinta e Sete
Capítulo Trinta e Oito
Capítulo Trinta e Nove

Capítulo Nove

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By _Nix81

— Seja bem-vindo ao Kaos! Vai querer pedir alguma coisa?

A voz calma e feminina fez Henrique levantar o olhar e fitar a garota que possuía um coque no topo da cabeça e o encarava com um sorriso simpático no rosto. Ela segurava uma caneta vermelha e um pequeno bloco para anotar os pedidos.

— Eu nunca tinha te visto por aqui — Disse ignorando sua pergunta e lançando-lhe um sorriso galanteador.

Talvez ele estivesse um pouco enferrujado em relação as suas cantadas, mas não era de se admirar, fazia um bom tempo desde a última vez que havia ficado com alguma garota.

Duas semanas para ser mais exato.

— Eu comecei a trabalhar aqui há pouco tempo — Justificou-se serenamente. Ela realmente era bastante bonita. A cor de sua pele combinava perfeitamente com o tom castanho de seu cabelo e sua voz era agradável de se ouvir.

— Eu também ingressei no mundo do trabalho há pouco tempo. Olha só, já temos uma coisa em comum — Relaxou o corpo na cadeira e a garota soltou uma pequena risada. Seu rosto era bem jovial, ela deveria ser mais ou menos da idade de Henrique.

— Já percebi que você é do clube dos paqueradores — Colocou a mão na cintura e abriu um pequeno sorriso. — Mas desencana, eu resolvi tirar esse ano só pra mim, sabe? Ficar mais próxima da natureza, apreciar a arte, como em um retiro espiritual.

— O que isso significa? — Questionou confuso.

— Significa: nada de garotos — Colocou a mão em seus ombros de forma amigável. — Uma pena, porque você não é de se jogar fora — Divagou encarando seu rosto e Henrique meneou a cabeça satisfeito com o elogio.

— Ah, por favor — Balançou a mão fazendo pouco caso da situação. — Continue.

— Ok, garoto paquerador dos olhos azuis — Voltou seu olhar para o bloco de pedidos em sua mão. — Não vai mesmo querer alguma coisa?

Comida.

Estava tão empenhando em impressioná-la que nem se atentou a melhor coisa que existia naquele lugar.

Ele rapidamente puxou o cardápio que havia em cima da mesa e deu uma rápida olhadela nas diversas opções deliciosas que haviam escritas ali. O DJ ou seja lá quem estivesse cuidando da música, enfim havia resolvido colocar alguma coisa com letra. Henrique não fazia a mínima ideia de quem era o artista, mas batia o pé no chão em sincronia com a melodia.

— Eu vou querer um hambúrguer tradicional e uma porção de fritas.

— Tudo bem — Anotou depressa. — E pra beber?

Ele já tinha 18 anos e podia beber qualquer coisa que quisesse, mas estava prestes a ter uma conversa com Ayla e queria estar completamente sóbrio para escutar o que ela tinha a dizer.

— Refrigerante de laranja — Respondeu por fim depositando o cardápio na mesa.

A garçonete acabou de anotar o pedido no papel e virou-se em direção a cozinha.

— Espera — A chamou fazendo-a se virar. — Você não me disse seu nome.

Babi — A resposta foi rápida, mas não havia saído da boca da garota a sua frente e sim de alguém atrás dele.

Ele se virou de lado, buscando descobrir sobre quem se tratava e arfou surpreso ao dar de cara com Ayla. Ela estava ofegante e possuía um pequena bolsa pendurada em seu ombro.

— Ayla, o que tá fazendo aqui? — Perguntou Babi atônita adiantando-se em caminhar em direção a garota.

— Eu vim conversar com o Henrique — Limitou-se a dizer enquanto recebia um rápido abraço da garçonete. Ela puxou uma cadeira e sentou-se de frente para o garoto que observava curioso a interação entre as duas.

— Esse é o Henrique? — Babi até tentou sussurrar, mas a tentativa de ser discreta não saiu exatamente como planejado, e ele a encarou, surpreso.

— Então quer dizer que você anda falando de mim por aí, Robozinha? — Ayla semicerrou os olhos com a provocação.

— Se me contar que o novo colega de trabalho virou um encosto na sua vida é falar de você por aí, então sim, seu nome não sai da boca da Ayla — Babi permitiu-se responder.

— Magoou — ele proferiu baixinho.

— Bom, eu tenho que ir. Já perdi tempo demais nessa mesa, se meu chefe descobrir, vai ficar uma fera — Falou rápido despedindo-se de Ayla e Henrique, que acenaram gentilmente enquanto a observavam afastar-se gradativamente da mesa dos dois.

— Será que esse chefe dela é parente da Medusa?

Ayla observava impaciente Henrique sugar o refrigerante da latinha, enquanto devorava com lentidão o enorme hambúrguer que havia pedido. Ela ainda estava um pouco cansada pela caminhada que havia feito de sua casa até o Kaos. Não tinha uma bicicleta como Henrique, por isso, sempre precisava ir a pé para todos os lugares.

— Tem certeza que não quer pedir alguma coisa? — Questionou o garoto a encarando um pouco preocupado. Não era possível que ela não estivesse pelo menos com um pouquinho de fome, ainda mais depois de ter andado tanto. Ayla apenas balançou a cabeça em negação e ele resolveu não insistir. — Aliás, por que não me disse que iria vir a pé? Eu podia ter te dado uma carona.

— Obrigada, mas eu passo.

Ele abriu a boca, ofendido.

— Além de ser preconceituosa comigo, ainda é com a minha bicicleta?

— Henrique, acaba de comer essa comida, pelo amor de Deus — respondeu entediada, fixando seus olhos na multidão.

Ele levou o último pedaço de hambúrguer em direção a boca e limpou seus lábios com um guardanapo.

— Então, de onde você conhece a Babi? — Havia achado estranho a intimidade entre as duas. Claro, elas poderiam ser amigas, mas era difícil imaginar Ayla tendo uma relação amigável com qualquer pessoa que fosse.

A garota de cabelos negros desviou sua atenção da pista de dança e abriu um pequeno sorriso. Aquilo era bastante raro.

— Ela é minha melhor amiga — Respondeu calmamente. Henrique arregalou os olhos e engasgou-se um pouco ao escutar suas palavras.

Ele estava dando em cima da melhor amiga de Ayla? Deus abençoa.

— Quer dizer que você possui emoções e ainda por cima relacionamentos sociais? — Colocou a mão no queixo tentando parecer impressionado. — Interessante.

Ayla lançou um olhar zangado em sua direção.

— Esquece isso — ajustou seus óculos. — Vamos direto ao assunto.

— Claro, claro — respondeu. — Você quer falar sobre a minha proposta, não é?

— Bem, sim — confirmou o fitando meio incerta. — Confesso que quando eu escutei essa ideia achei um absurdo, mas...

— Mas...?

— Mas quando eu cheguei em casa, consegui pensar melhor e talvez não seja tão absurda assim — brincou timidamente com a alça de sua bolsa em cima da mesa tentando não encará-lo nos olhos.

Henrique não estava conseguindo conter a emoção ao perceber que pelo menos uma vez na vida, Ayla estava concordando com ele.

— Isso quer dizer que-

— Sim, eu aceito a sua proposta — Levantou o olhar e respirou fundo. — Vamos descobrir quem roubou o cinema.

O garoto fechou os olhos tentando ficar calmo e não gritar de alegria no meio de todas aquelas pessoas. Não estava acreditando! Iria ter a oportunidade de ganhar todo aquele dinheiro da recompensa e finalmente conseguiria ir embora de Vinberurbo.

Ele levantou-se de supetão, circundou a pequena mesa onde estava sentado e sem aviso prévio puxou Ayla para um abraço.

— Muito, muito obrigado.

Ayla congelou no mesmo instante, sem saber o que fazer. Babi, que coincidentemente passava por ali com uma bandeja, ficou boquiaberta com a cena. Colocou a bandeja em baixo de seu braço, juntou as duas mãos formando um coração e disse baixinho: "eu shippo".

Ayla balançou a cabeça freneticamente tentando negar o que quer fosse que a garota havia pensado, mas o estrago já havia sido feito. Babi com certeza começaria a pesquisar coisas sobre o signo dos dois e tentaria juntar seus nomes em uma possível denominação para o "casal".

— Tá bom, também não precisa disso — afastou-se, fazendo-o se separar de seu corpo. — Abraços não fazem muito o meu estilo.

Ayla meio que ficou aliviada por Henrique não ter notado o quanto estava sem jeito. Na verdade, o garoto nem ligou muito para o seu "mau humor", simplesmente suspirou feliz e voltou a se sentar.

— Ok, precisamos estabelecer algumas regras antes de começarmos essa investigação — começou, séria, abrindo sua bolsa e puxando seu bloco de notas de lá.

— Você encontrou.

— É, tava no meu quarto, eu acabei esquecendo — Disse rapidamente abrindo o pequeno caderno e começando a folheá-lo. Henrique pôde notar que as páginas do bloco eram todas preenchidas por listas, nas quais todos os itens estavam numerados e riscados, sinalizando que já haviam sido concluídos.

— Então é isso que você faz? Listas?

— Digamos que eu seja um pouco viciada nelas — ela puxou uma caneta de dentro de sua bolsa e Henrique aproveitou o momento para dar uma espiada no bloco. Ele conseguiu enxergar uma lista que datava o dia em que ele havia começado a trabalhar no cinema.

— Tudo bem, as coisas básicas: se conseguirmos recuperar o bracelete de Alexandrita e ganharmos a recompensa, cada um fica com 50 mil — escreveu na folha branca. — Devemos manter o sigilo, falando sobre isso com poucas pessoas e apenas quando necessário, além de jamais escondermos alguma coisa um do outro em relação a esse caso. Mais alguma coisa?

— Você poderia me chamar de "meu caro Watson" — Acrescentou entusiasmado e Ayla olhou para cima tentando se manter calma. Na mesma hora, a animação do garoto se dissipou e ele soltou um pigarro tentando ficar sério. Não podia chateá-la, pois ela podia surtar e desistir do plano a qualquer momento. — Foi mal.

— Bom, então eu acho que é só isso — Voltou a falar ignorando sua brincadeira. — Se aparecer mais alguma coisa, acrescentamos depois — Fechou o bloco e o colocou dentro de sua bolsa junto com a caneta.

— Então amanhã nos encontramos e começamos a investigar — Disse Henrique levantando-se e caminhando em direção Ayla, que fez o mesmo. — Negócio fechado? — Estendeu sua mão.

A garota o encarou brevemente e ele ficou um pouco tenso, pensando que talvez ela tivesse desistido do acordo, mas seu medo imediatamente desapareceu quando Ayla balançou a cabeça em confirmação e apertou sua mão.

— Negócio fechado.

Depois daquela conversa com Ayla, Henrique havia tido, provavelmente, uma das melhores noites de sono da sua vida. Ele acordou tão feliz, que nem o mau humor de seu pai o desanimou, foi para a escola e conseguiu ficar acordado em todas as aulas.

Na verdade, história poderia ser uma matéria bem legal se você prestasse atenção.

Depois do trabalho, apressou-se em ir para casa, não querendo atrasar nenhum para o compromisso com Ayla. De fato, ele ficou um pouco apreensivo em retornar para o Tártaro, mas a garota lhe garantiu que ele não precisava ficar com medo, pois já havia deixado claro para os moradores que ele era seu amigo.

É claro que Henrique não perdeu a oportunidade de esfregar na cara de Ayla que ela havia lhe chamado de amigo e a garota ficou irritada por não ter argumentos contra ele, passando o resto do dia sem lhe dirigir a palavra.

Já em frente a sua casa, ele bateu na porta duas vezes e, por reflexo, virou-se para trás, assegurando-se de que não havia ninguém ali. Felizmente, a rua estava vazia e ele não precisou pensar muito mais sobre isso, em pouco menos de um minuto, Ayla abriu a porta.

— Oi — seu cabelo estava solto e ela usava uma blusa de mangas curtas, acompanhada de um short jeans que fez Henrique passar um tempo há mais encarando suas pernas. — Meu rosto tá aqui em cima.

— E ele é muito bonito — Respondeu com um sorriso sacana e por um momento pôde notá-la vacilar. Ayla virou o rosto de lado, sentindo suas bochechas queimarem. Henrique adorava quando conseguia desestabilizá-la daquele jeito.

Depois do momento de fraqueza, ela balançou a cabeça voltando a ficar séria e escancarou a porta apontando para dentro de sua casa.

— Entra logo, vamos começar essa investigação.

Aquilo ia ser melhor do que ele estava imaginando.

***
Obrigada por ter lido até aqui. Se tiver gostado do capítulo, deixa o seu voto, ajuda bastante no crescimento da obra.❤️

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