Esconde - Esconde

By caixadefanfics

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O assassinato brutal de uma criança choca os moradores do interior de Minas Gerais. O que os policiais não es... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20

Capítulo 3

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By caixadefanfics

As crianças foram divididas em grupos. Renato e Samara iriam conversar com duas crianças e Layla apenas uma. Ela então entrou na sala de interrogatório número 02, onde já havia uma criança com sua mãe. A agente mostrou uma foto do menino que tinha conseguido no site da escola onde ele estudava.

— Oi. Meu nome é Layla, e eu gostaria que você me dissesse... — ela olhou o nome do garoto em um papel sobre a mesa — Bruno, você conhece esse menino?

— O Maurício. Conheço. Ele é meu amigo.

— E ontem você e outros meninos foram brincar juntos?

— Fomos. O Maurício ganhou uma bola nova e a gente foi estrear. A gente chegou no campo lá perto de casa um pouco depois do almoço e ficamos lá até quase cinco horas.

— Ele foi embora com vocês?

— Não. Já tava ficando escuro, e a gente já tava indo embora quando apareceu um homem que falava engraçado querendo brincar.

— Brincar com vocês? De que?

— Ele disse que tinha um saco de balas para gente. Mas que só ia dar pra quem aceitasse um desafio, só que ele queria desafiar um por um e chamou o Maurício primeiro. Como ele demorou pra voltar achamos que ele tinha ficado com as balas só pra ele e fomos pra casa.

Em outra sala, Samara conversava com mais uma criança. Um menino da mesma idade de Maurício.

— E seu coleguinha foi embora com você?

— Não moça. Apareceu um homem alto que falava enrolado oferecendo bala pra gente. Como eu não falo com estranhos, fui embora.

— Esse moço falava português?

— Era português, mas parecia que ele não sabia falar direito.

Na terceira sala, Renato conversava com outro menino.

— E como era esse estranho? — perguntou ele ao garoto.

— Ele era grande e tinha o cabelo loiro enrolado.

— Você conseguiria reconhecer o moço se vir ele de novo?

— Acho que sim.

— Se a gente pedir isso você faz?

— Não! — interrompeu a mãe do garoto que o acompanhava.

— Mas senhora, vocês vão contar com toda proteção que polícia pode oferecer.

— Sei, eu acredito — disse a mulher em tom de deboche. — Se vocês não puderem obrigar, ele não vai identificar ninguém. Senão daqui a alguns dias vou ser eu a mãe que perdeu o filho para o maníaco.

— Bom, senhora, quando acharmos o homem se você permitir que seu filho o reconheça vai encurtar o caminho dele até a prisão.

— Me liguem quando encontrá-lo... Se encontrarem — a mulher se levantou da cadeira. — Vamos filho — a mulher retirou um cartão da bolsa e entregou a Renato. — Se precisar falar com meu filho de novo, ligue para o meu advogado — dizendo isso virou de costas e saiu arrastando o filho pelo braço.

Em uma hora, os três já haviam terminado com as perguntas para as crianças e as respostas não variaram muito. Algumas ainda falavam do jeito esquisito do homem falar enquanto mais duas disseram ser capazes de reconhecê-lo e deram mais algumas características do suspeito.

Diferentemente da mãe do primeiro menino que confessou ser capaz de reconhecer o homem, as mães destes dois garotos só se mostraram apreensivas quanto à possibilidade de seus filhos terem que fazer o reconhecimento, mas concordaram em deixá-los fazer.

— O que nós temos? — perguntou Samara após os três lerem as respostas que tiveram de cada criança.

— Um homem branco, loiro, com cabelos cacheados e que fala mal o português — respondeu Renato.

— Acho que posso estar enganada, mas vamos para nossa sala.

— O que houve Layla?

— Acho que conheço alguém com essas características Samara. E que tem perseguido crianças.

Assim que chegaram a sua sala, Layla sentou apressada na frente do computador. Samara e Renato se puseram de pé atrás dela. Ela digitou algumas palavras e logo surgiu na tela uma matéria sobre um criminoso que havia matado três crianças.

— Faz um tempinho que eu venho acompanhando as notícias da polícia internacional também. Ela leu: — "Tudo que a polícia de Las Vegas tem dele é um retrato falado feito por uma criança que sobreviveu. Ela foi salva por um cachorro que se soltou da coleira enquanto passeava com seu dono".

A imagem do desenho de um homem branco de cabelos cacheados apareceu na tela no meio do texto enquanto a perita rolava a página para baixo.

Ela continuou: — "Especula-se que o assassino tenha se assustado e a criança saiu correndo antes dele terminar o que havia começado. Infelizmente o homem a quem o cachorro pertencia, não teve a mesma sorte. Quando foi pedir desculpas pelo comportamento do animal, acabou sendo morto."

"Como o comportamento do serial killer já vinha sendo acompanhado há algum tempo pela polícia, acredita-se que ele tenha parado de atacar por essa mudança radical em seus planos onde pela primeira vez um adulto foi morto e seu alvo conseguiu escapar. A polícia de Las Vegas segue com as investigações e pede a qualquer um que tenha informações que possam ajudar na captura do "assassino dos brinquedos" entre em contato".

— Assassino dos brinquedos? — perguntou Renato querendo confirmar a informação.

— É que das três crianças que ele já matou, sempre roubava um brinquedo. A polícia achou os objetos roubados abandonados em um saco de lixo num ponto de ônibus.

— E eles não têm mais informações sobre este homem? — perguntou Samara.

— Provavelmente sim, mas não divulgaram para imprensa. E, apesar da crueldade envolvida no caso, como as mortes pararam, o caso foi dado como não resolvido — respondeu Layla.

Os três se entreolharam.

— Vamos ter que falar com o César se quisermos entrar em contato com a polícia de Las Vegas — disse Samara.

— Não estou levando muita fé que ele vai concordar com a gente — continuou Renato.

— Só tentando para saber.

Diferente da última vez, Samara teve a companhia dos peritos para o breve encontro com o superior da equipe deles. Por sorte ele havia acabado de sair de uma reunião e estava com tempo livre.

Tão logo entraram na sala de César, os três contaram tudo o que fora encontrado e os levava a acreditar que estavam lidando com o mesmo criminoso dos Estados Unidos.

— Vocês podem sustentar o que estão dizendo? Se comunicarmos a polícia de Las Vegas e não for o mesmo caso vamos virar motivo de piada aqui — sua expressão oscilava entre o medo de sofrer chacota dos colegas e a esperança de colocar uma investigação de nível internacional em seu currículo antes da aposentadoria, que não estava muito longe.

— E vai perder a oportunidade de ter um caso desses no seu currículo? — depois de tanto tempo trabalhando com César, Samara sabia como persuadi-lo.

— Okay, então. Reúnam tudo da forma mais resumida possível em inglês, mas sem esquecer nenhum detalhe importante que eu vou entrar em contato com eles por telefone e pedir um endereço para onde enviar o arquivo.

O trio ficou animado e se trancou em sua sala deles até ficarem satisfeitos com as informações contidas no resumo do caso.

Além do documento, Layla também salvou no cartão de memória algumas fotos do local para que César as enviasse. Renato foi quem subiu até a sala dele para entregar o dispositivo com os dados.

— Acho que podemos ir almoçar — disse ele quando retornou. — César ficou de enviar os arquivos hoje ainda.

— Boa ideia! Já são quase duas horas — concordou Samara.

— Realmente uma ótima ideia, mas vou deixar o almoço para depois. Acabei de lembrar que não processei aquela fita que encontramos na cena do crime. Quero ver se tem algum vestígio que possa a ligar ao assassino antes que os investigadores de Las Vegas retornem a ligação.

— Mas você falou dela no relatório, não foi?

— Por isso mesmo. Quero saber tudo que for possível sobre ela.

— Nós vamos ao mesmo restaurante de sempre. Encontra com a gente lá — sugeriu Renato.

— Se der tempo apareço — Layla já estava com o pacote de papel pardo onde eles haviam guardado as evidências coletadas e saiu da sala.

— Ela não vai parecer — Samara sorriu e saiu da sala junto com Renato trancando a porta depois de passar.

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