Capítulo 11

72 7 5
                                    

Enquanto dois dos carros voltaram com uma parte do grupo para o prédio da polícia, Layla levou Grissom para a cena do crime.

Apesar de já ter sido liberado pelos investigadores, o crime recente fez cair bastante o número de frequentadores e ao contrário do que se espera de um final de tarde de Sábado, o campinho estava vazio.

Depois de se identificar, a perita conseguiu acesso à área e foi guiando o CSI pelo caminho iluminado por alguns holofotes em torno do gramado.

— O pai do Maurício estava aqui — ela indicou o local no chão. — Foi por ele que viemos. Teria levado mais tempo para encontrar o menino se não fosse o pai ter corrido em busca de ajuda para o filho, mas infelizmente não conseguiu ir muito longe.

Grissom estava com uma lanterna retirada do bolso do casaco que usava e varrendo o local com ela. Layla continuou andando e o perito a seguiu.

Logo que seus olhos vislumbraram o lugar onde encontrara o corpo da criança, a perita teve a impressão de ver o menino caído da mesma forma, como se ele tivesse sido abandonado ali de novo. Ela sentiu um calafrio e fechou os olhos balançou a cabeça para fazer aquela imagem desaparecer.

— Maurício estava aqui. Parece que alguém tentou diluir a poça de sangue onde ele estava, mas a mancha ainda tem proporções parecidas com as que eu encontrei. A fita estava amarrada naquela parte da raiz.

— Você foi a primeira a chegar aqui?

— Eu comecei a ampliar minha área de buscas, já que não havia evidência de luta ou algo parecido perto do homem. Tentei descobrir de onde ele teria vindo e cheguei aqui.

— Já tinha processado uma cena com criança antes?

— Não — Layla acompanhava Grissom dar a volta por trás dela e se agachar no chão. — Fiz algo errado? — ela sentiu os lábios secos e um aperto no estômago. Poderia ter colocado o caso todo a perder.

— O que? — o perito olhou para ela surpreso e depois sorriu. — Perdão se eu fiz você interpretar dessa maneira. Vocês processaram muito bem a cena — ele se levantou. — Foi mais curiosidade mesmo. Não é uma das coisas mais fáceis de lidar no nosso trabalho.

— Estou tentando focar no caso e não pensar muito sobre isso. Não quero que meu emocional estrague tudo.

— Pode tentar equilibrar as duas coisas, mas já aviso que leva tempo — Grissom sorriu novamente e Layla correspondeu. — Vocês não conseguiram pegadas nesse chão, não é?

— Nada. Essa terra seca misturada com cascalho é ótima para drenagem, mas péssima para deixar marcas.

— Bom, acho que podemos ir.

— Então vamos, vou deixar o frasco que encontramos na casa do Eduardo no laboratório.

— Vocês não tem como fazer a análise no laboratório de vocês?

— Ainda não. Estamos esperando verba para terminar de equipar — Layla não se sentia muito confortável com aquela conversa.

— Entendo — Grissom percebeu e preferiu não tocar mais no assunto.

O laboratório onde os peritos deixavam as amostras funcionava em um prédio anexo a um grande hospital e, por isso, mesmo a tarde de Sábado já tendo dado lugar à noite, ainda estava aberto.

Depois de passarem por lá, os dois seguiram para o prédio da polícia onde estava o resto do grupo.

Já era próximo de oito da noite quando eles terminaram as análises e se encontraram na sala de reuniões para conversar sobre o que havia sido descoberto.

Esconde - EscondeWhere stories live. Discover now