Brooklyn Baby

Af _Canni_Bal_

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Nas vésperas de seu aniversário de 18 anos, Madison deixa sua vida no Brooklyn para trás e embarca rumo a Los... Mere

Brooklyn Baby [Em Breve]
Book Trailer + Personagens
Welcome to Los Angeles
I Don't Know
Alcohol and Cigarettes
What the Fuck!?
Sweeter Than Heaven
Hotter Than Hell
Butterflies
The Point of no Return
Drive In
The Danish
You Must Be Kidding
Cinnamon Flower
Adrenaline
Senõrita
Possibility
You Again?
What's Going on Here?
I'm Just Kidding
Kiss Me On The Mouth
I Follow You
Set me Free
Sunset Boulevard
Wake up, darling
Chamomile Tea
A Fucking Sociopath
Blood Taste
He's Gone
I don't think so
Ferris Wheel
Have you been smoking?
We are connected
The right person
The heartbroken club
Bad habits
Hurricane
Overdose
Digging your own grave
My youth is yours
Epílogo
Agradecimentos

Blessed by Dionysus

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Af _Canni_Bal_

Madison

Eu me encontrava em um sono calmo e pesado quando o alarme do meu celular tocou. Praguejei enquanto cobria os olhos com as mãos e tentava alcançar o aparelho para silencia-lo, e assim que consegui, desativei o despertador e voltei a dormir.

Eram por volta das sete da manhã e eu me sentia um caquinho visto que havia ido dormir depois das duas. Estava quase pegando no sono de novo quando senti um travesseiro atingir o meu rosto, me assustando e me fazendo dar um pulo no colchão.

- Puta que pariu, Lindsay Scott! - xinguei, me defendendo de mais um golpe. Peguei o celular que eu tinha deixado cair debaixo da cama e o desbloqueei, encarando o visor.

- Está na hora de acordar. - ela anunciou, escancarando as janelas. - A primeira aula começa antes das oito.

Sentei-me na cama e apoiei os cotovelos em minhas coxas, cobrindo o rosto com as mãos. Exausta. Era assim que eu me sentia.

- A sua aula começa antes das oito. - a encarei, me perguntando por que raios ela parecia tão disposta. - A minha é só oito e meia.

- Sim, mas vamos tomar café juntas. Não é? - Lindy sorriu e me olhou com expectativa.

Ergui as sobrancelhas e estiquei os lábios em uma careta contrariada. Queria passar o máximo de tempo possível na cama, mas sabia que muito provavelmente não conseguiria voltar a dormir, além de que eu poderia aproveitar o tempo extra para me orientar em como chegar na sala de aula, já que havia faltado no dia em que teve o tour pelo campus.

Esfreguei os olhos e concordei, me levantando na cama e sentindo meus pés latejarem ao entrar em contato com o chão.

- Tá bom. - respondi enquanto pegava uma toalha no meu armário. - Mas só porque eu não sei onde será minha primeira aula.

A garota riu e fez um gesto de vitória.

Entrei no banheiro e encostei a porta, me despindo e colocando o pijama em um cesto ao lado da pia. Girei o registro para ajustar a temperatura da água e iniciei meu banho.

- Qual é a sua primeira aula? - ouvi minha amiga me perguntar por de trás da porta.

Busquei rapidamente a resposta em minha memória pois ainda não havia decorado toda a minha grade.

- Filosofia. - respondi. - Tem um nome gigante e diferente, mas é basicamente isso.

Ela riu e em seguida entrou no banheiro com seu estojo de maquiagem. Colocou os recipientes em cima da pia e iniciou os procedimentos estéticos.

- A minha é Análise Textual. - disse se referindo a sua primeira aula da semana.

- Parece chato. - admiti.

Desliguei o chuveiro e puxei a toalha para me enxugar. Não havia lavado o cabelo já que eu não teria tempo de fazer escova e chapinha, e digamos que meus fios não se davam muito bem ao natural.

- Parece muito chato. - ela concordou.

Vesti uma calça jeans escura de cós alto e uma blusa listrada azul e branca que eu costumava usar presa dentro da calça. Calcei meus tênis all star cor de rosa e coloquei uma gargantilha preta, que era praticamente minha marca registrada. Eu tinha várias e as amava, assim como os diversos all star coloridos que eu colecionava.

Fui para o espelho do banheiro e comecei a aplicar a maquiagem no rosto, passando uma pequena quantia de base em toda a minha face, seguida por uma quantidade menor de corretivo sob os olhos. Com o auxílio do curvex, passei uma boa camada de rímel, alongando meus cílios e dando um toque delicado. Finalizei aplicando liptint nos lábios, dando a eles um tom rosado e natural.

Olhei para Lindsay, que já estava pronta e apenas me esperava sentada na cadeira da escrivaninha.

- Só vou pegar minhas coisas. - falei enquanto colocava minha agenda na mochila e enfiava o celular no bolso. - Pronto.

Deixamos o nosso apartamento no terceiro e último andar e descemos.

O dia estava ensolarado, e mesmo sendo cedo, já haviam muitas pessoas caminhando pelas ruas do campus, indo e vindo de suas aulas. Andamos apenas um quarteirão para nos deparar com um carrinho de café. Lindy pediu um expresso, enquanto eu preferi um capuccino já que nunca fui muito fã de bebidas amargas.

Nos sentamos em um banco próximo dali para tomar nosso café e comer as rosquinhas de chocolate que também havíamos comprado.

- E então. - a morena disse entre uma mordida e outra. - Como está a ressaca?

De repente me lembrei que eu deveria estar com uma ressacada fodida já que havia bebido que nem uma filha da puta na noite anterior, no entanto, meu estomago não estava revirando e minha cabeça não doía.

Dei de ombros.

- Parece que fui abençoada por Dionísio. - brinquei e ela quase cuspiu seu café em mim.

- Você é muito sortuda. - disse enquanto limpava a bebida que escorria pelos cantos da boca. - Minha cabeça está me matando.

Ergui uma sobrancelha, como se não estivesse acreditando.

- Você parece animada demais para alguém de ressaca.

- É o primeiro dia de aula na faculdade! - Lindsay respondeu como se aquilo fosse óbvio. E realmente era.

- Dã?

- Você não está empolgada?

- Acho que a minha ficha ainda não caiu. - dei uma enorme mordida na rosquinha, mastiguei algumas vezes e em seguida enfiei o resto na boca.

- Você está falando do que aconteceu ontem?

De repente me lembrei do ocorrido, de como havia sido assediada por Daniel e como do nada dois homens super gatos estavam aos socos e ponta-pés bem na minha frente.

- Não apenas isso. - respondi, admitindo que aquele também era parte do problema. - Eu só não consegui absorver os fatos. Ainda não acredito que estou aqui na Califórnia, na faculdade...

- Relaxa. - ela deu um tapinha carinhoso em meu ombro. - Não precisa pensar demais. Aposto que você vai encarar tudo isso com naturalidade e vai se sair tão bem quanto eu que estou super ansiosa.

- Acho que está certa. - concordei. - Só preciso me acostumar com a nova rotina.

- Isso aí. - Lindy deu um tapa em sua perna e se levantou, alisando a saia. - Preciso ir, não quero me atrasar no primeiro dia.

- Eu também já vou indo. Tenho uns quarenta minutos para descobrir a minha sala.

- Se não conseguir, pode perguntar na biblioteca. - sugeriu, arrumando a bolsa no ombro. - Aposto que lá eles te informam.

- É uma boa ideia. Se nada der certo eu vou até lá.

Joguei a mochila nas costas e me pus a caminhar na direção oposta a da jovem. No caminho perguntei à alguns alunos onde ficava o prédio da Psicologia, mas nenhum deles soube me informar. Consultei o celular para ver a hora e constatei que já havia andado por vinte minutos, e tinha vinte até o início da aula. Me informei de onde era a biblioteca e decidi ir até lá para me orientar.

Ao adentrar o grande prédio de tijolos vermelhos, subi um lance de escadas e falei com a bibliotecária. A senhora simpática com óculos de armação vermelha me explicou como chegar no departamento onde aconteceria minhas aulas do semestre, e até mesmo desenhou um mapa para que eu pudesse me orientar através dos blocos. Agradeci toda a sua ajuda e desci as escadas.

Mais uma vez ao lado de fora, tirei o celular do bolso da calça jeans e consultei a hora, e que merda! Eram oito e vinte e cinco. A aula de Filosofia começaria em cinco minutos e pelas orientações da bibliotecária, eu demoraria um pouco mais até chegar ao prédio. Sendo assim, segurei nas alças da mochila e corri pelas ruas do campus, tentando não dar importância às pontadas na lateral do meu abdomem depois de apenas alguns passos. Me esquivei de pessoas que andavam tranquilamente, esbarrando em uma ou outra pelo caminho. Eu havia perdido a conta de quantas vezes minha mãe tinha sido xingada.

Depois de ter corrido por uns quatro quarteirões, avistei um prédio de concreto e vidro que exibia um grande letreiro na fachada, escrito "Psicologia". Vendo que eu já estava próxima, reduzi a velocidade e passei pelas portas duplas, subindo as escadas em direção a sala seis. Levei as mãos ao peito, ciente de que infartaria a qualquer momento devido a minha frequência cardíaca, mas se fosse para morrer, que fosse na sala de aula depois de assinar a lista de presença.

No final do corredor do segundo andar vi uma porta de madeira clara, com um pequeno recorte preenchido com vidro na parte superior. Ao lado dela existia um quadro do tamanho de um porta-retrato, e dentro dele estava fixada uma folha com o numero seis impresso.

Acelerei o passo, respirando com dificuldade, ensaiando na minha cabeça uma desculpa que justificasse os cinco minutos de atraso caso o professor viesse me questionar.

"Me desculpe, senhor. Acabei me perdendo."

" Não sabia onde ficava o este departamento."

" A minha avó morreu ontem a noite e só consegui chegar no campus agora de manhã."

" Bebi um porre ontem a noite e não dormi nada."

Decidi jogar roleta russa e falar a primeira coisa que me viesse na cabeça. Parei em frente da porta, girei a maçaneta e entrei apressada, com a respiração falha e com as pernas bambas por ter corrido meio quilometro com o meu despreparo físico. Quase desfaleci quando encontrei a sala de aula vazia, ou quase. No centro dela havia uma única pessoa, e que para minha surpresa não era desconhecida.

- Ora, mas que coincidência espetacular.

Pisquei algumas vezes como se o homem perto da lousa fosse uma alucinação devido a falta de oxigênio em meu cérebro. Ele me fitou com curiosidade.

- Me desculpe... - tentei falar, mas ainda tentava recobrar o ar. - Acho que... errei a sala.

Fiz menção de deixar o local, mas sua voz me congelou no momento em que abriu a boca.

- Aqui é aula de Psicopatologia.

Assenti, sentindo meu coração bater depressa nas pontas dos meus dedos e na palma da minha mão posicionada em meu peito.

Como aquilo era possível?

- Estava procurando...- respirei fundo mais uma vez. - A aula de Filosofia.

O homem largou o giz no suporte da lousa e limpou as mãos em um lenço branco que tirou do bolso de seu terno.

- A senhorita é da turma de Psicologia?

- Sou... - respondi meio incerta.

- Então está na sala certa. - ele me dirigiu um sorriso educado. - As aulas de Filosofia foram substituídas pelas de Psicopatologia por conta de uns problemas burocráticos com o professor da outra disciplina. Não recebeu o email do reitor?

Fiz que não com a cabeça.

- Então considere-se informada.

- Onde estão os outros alunos? - eu permanecia estática no meio das cadeiras.

- Ainda não chegaram. - o professor dobrou o lenço e o enfiou de volta no bolso. - O horário da aula também foi alterado. Agora ela começa as nove.

Xinguei baixinho, irritada por ter corrido seis quarteirões atoa sendo que eu poderia ter dormido uma hora a mais.

Na próxima, Lindy que tome café sozinha.

Eu ainda não conseguia acreditar que aquilo estava realmente acontecendo. Continuei parada, com a cabeça abaixada e os olhos fixos em meu all star rosa, tentando aceitar que o homem que havia batido em outro cara para me defender na noite anterior, era na verdade, meu professor na faculdade. Mesmo com o olhar baixo, pude sentir que ele me olhava, e assim como da outra vez, senti que queria me dizer alguma coisa, contudo, não esperei para saber o que era.

- O senhor pode me dar licença? - murmurei.

- Claro.

Mais rápido do que eu havia entrado na sala eu sai, batendo a porta atrás de mim. Corri até o bebedouro e sorvi o máximo de água que consegui antes de me trancar em uma cabine do banheiro. Fiquei ali, sentada na privada e com a cabeça apoiada na parede, tentando organizar meus pensamentos. Eu estava confusa e nem mesmo sabia o motivo. Coincidências aconteciam o tempo todo, e o homem charmoso e elegante que eu tinha conhecido na boate ser meu professor era apenas uma enorme e infeliz ironia do destino. Mesmo assim, eu não sabia porque havia saído correndo da sala de aula, então tentei culpar o excesso de álcool somado a falta de sono.

Eu não estava no meu normal.

Fiquei mais um tempo ali sentada, acalmando a minha respiração. Quando faltavam menos de cinco minutos para o início da aula, deixei o banheiro e caminhei sem pressa até a sala seis.

Quando entrei fiquei aliviada em constatar que quase todos os alunos estavam presentes, então me dirigi a um dos poucos lugares que restavam e me sentei. Era uma cadeira mais a frente já que todas do fundo estavam ocupados, e ficava entre uma garota loira e o corredor. Pedi licença e ela assentiu com um sorriso simpático enquanto recolhia seu caderno de cima da minha mesa.

- Bom dia. - respondi com um sorriso educado.

Tirei meu caderno da bolsa e peguei também o meu estojo, em seguida me certifiquei que meu celular estava no modo silencioso. Olhei em volta e notei que todos os alunos pareciam fazer o mesmo, mas meu coração quase parou quando meus olhos encontraram o homem a frente da sala e vi que ele também me olhava.

- Bom dia, turma. - ele disse, e sua voz calma e melódica atravessou o auditório. - Bem vindos ao curso de Psicologia. - falava ainda sem tirar os olhos de mim. - Sou Mads Mikkelsen, e serei o professor de Psicopatologia.

Houve um breve burburinho pela sala, mas que se dissipou em segundos.

- Ao contrário de muitos de meus colegas, minha memória é excelente e sou bom em guardar nomes. - algumas risadas. - Mas sou melhor fisionomista, então pedirei para que, por gentileza, sentem-se sempre nos lugares que estão hoje. Assim conseguirei gravar os nomes e rostos de vocês.

Droga. Eu teria que me sentar sempre na segunda fileira. Aquilo me colocava tão próxima do Sr. Mikkelsen, que por algum motivo me deixava ansiosa e inquieta.

O homem passou o resto do tempo explicando o curso com seu sotaque estrangeiro e comentando quais seriam os objetos de estudo em sua aula. Tentei me manter atenta, ignorando os pensamentos inoportunos que insistiam em me perturbar entre uma frase ou outra do professor de Psicopatologia. Separei uma matéria do meu caderno para aquela disciplina e comecei a anotar tudo o que podia, até mesmo frases e citações que nada tinham a ver com o contexto da aula.

O tempo passou em um piscar de olhos, e quando me dei conta, quase toda a turma já havia saído enquanto eu terminava uma anotação em minha agenda. Fechei-a rapidamente, enfiando tudo na bolsa sem o mínimo de cuidado. Meu coração ameaçava acelerar, e a minha respiração irregular denunciava meu nervosismo.

Mas nervosismo pelo que?

Mads me encarava da frente da sala, sentado na ponta da mesa e com as mãos apoiadas em sua superfície. Seu olhar parecia me medir, me analisar, e eu me perguntei "o que ele estava pensando?"

- A coincidência é algo realmente interessante, não acha?

Joguei a mochila nas costas e parei. Olhei para os lados e inflei as bochechas, fazendo biquinho.

- É. - concordei com um sorriso tímido. - Acho que sim.

- Como vai o Daniel?

- Eu não o conhecia antes da noite de ontem. - respondi, brincando com meus dedos. - E depois do que aconteceu, fico até aliviada em não conhece-lo.

- Fico contente em saber disso. - Mikkelsen sorriu e seus olhos se estreitaram.

Eu já estava me virando, preparada para ir embora quando ele voltou a falar.

- Sabe. - começou. - Estou querendo perguntar o seu nome desde ontem a noite.

Arregalei os olhos e ergui as sobrancelhas, atônita com sua revelação. Senti meu corpo ficar quente e um calor subir do meu peito até o meu rosto.

- É Madison. - tentei manter a voz firme. - Ross - completei com o meu sobrenome.

O professor torceu os lábios e assentiu, como se tivesse gravando a informação. Em seguida soltou uma risada sutil.

- Veja só, nossos nomes são parecidos. Outra coincidência? - ele piscou para mim.

- Uma grande coincidência. - completei.

Uma grande e infeliz coincidência.

- Tantas coincidências... - Mads se endireitou e começou a andar em minha direção.- Sabe de uma coisa, Senhorita Ross? Eu não acredito em destino, mas estou começando a questionar meu ceticismo em relação a ele.

- O senhor só estava no lugar certo e na hora certa ontem a noite. - dei de ombros. Eu também não acreditava em destino e pré destinação, e sabia que ele só estava tentando ser simpático. - Creio que é apenas uma obra do acaso.

O homem sorriu e balançou a cabeça, visivelmente satisfeito com a minha resposta.


*****

Olha só quem está aqui: sou eu mesma! Quem diria que eu atualizaria tão rápido, não é mexmo? Eai? O que acharam desse reencontro? E quais são as expectativas para os próximos capítulos? Contem ai o que vocês acham que vai acontecer, eu quero muito saber.

Não esqueçam dos votos pra fortalecer o rolê.

Até a próxima. Mamãe ama vocês.

Kissus <3

Fortsæt med at læse

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