Um Anjo...

By rivanialima

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REPOSTAGEM: 17/12/2021. Calleb era um anjo rebelde, porém dedicado a cuidar de seus lutadores, mas sua última... More

VOLTAMOS
Prólogo
Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Três: parte II
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capitulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítulo Dez
Capítulo Dez parte II
Parte I: Sam & Aysha.
Capítulo Onze
Capítulo Onze: parte II
Capítulo Doze
Capítulo Treze
Capítulo Treze: Parte II
Capítulo Quatorze
Capítulo Quinze
Capítulo Quinze parte II: Sam&Aysha
Capítulo Dezessete
Capítulo Dezoito
Capítulo Dezoito parte II
Capítulo Dezenove
Capítulo Vinte
Capítulo Vinte e Um
Capítulo Vinte e Um: parte II
Capítulo Vinte e Dois
Capítulo Vinte e Dois: parte II
Capítulo Vinte e Dois: parte III
Capítulo Vinte e Três: Sam&Aysha
Capítulo Vinte e Quatro
Capítulo Vinte e Cinco
Capítulo Vinte e Seis
Vinte e Seis parte II
Capítulo Vinte e Sete
Capítulo Vinte e Oito
Capítulo Vinte e Oito parte II
Capítulo Vinte e Nove
Capítulo Trinta
CAPITULO EXTRA
EPÍLOGO
AGRADECIMENTOS

Capítulo Dezesseis

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By rivanialima

*Luna*

Meus pesadelos tão habituais de todas as noites foram substituídos por um bem diferente... foi meu primeiro sonho erótico nos meus vinte quase vinte e um anos de vida e pra falar a verdade não queria ter acordado na melhor parte, mas isso sempre acontece não é?

Mas o sonho não foi tão diferente do que houve entre Calleb e eu quando ele me tinha contra a porta... a diferença era que estávamos sem roupas no caminho e a coisa realmente acontecia... eu podia realmente senti-lo em todos os lugares me fazendo louca e acabei acordando um pouco antes de meu despertador tocar e antes também de conseguir o alívio que buscava em meu sonho.

Acordei toda suada e ofegante com minhas cobertas todas jogadas no chão e toda pulsante lá em baixo, tão excitada que não consegui pensar em mais nada durante alguns minutos. Soltei um gemido frustrada e me levantei para tomar um banho. Mesmo depois de me secar eu ainda podia sentir minha pele formigar e queimar com a lembrança do toque de Calleb seus beijos molhados em meu pescoço, suas mãos deslizando por minha cintura e subindo lentamente até meus seios...

–Luna está me ouvindo? Estou chamando faz uns dez minutos – diz Aysha entrando em meu quarto com uma blusa em cada mão e uma mais bonita do que a outra. – o que foi? – pergunta ela olhando pra mim abrindo um sorrisinho estranho.

–Nada ué... então quer minha ajuda ou o que? – pergunto me enfiando no meu guarda roupa para fugir do olhar investigador de Aysha enquanto procuro algum vestido de um tecido leve e claro, hoje o dia está quente e não tem nenhuma chance de usar jeans... ou é só o efeito do sonho que está me causando calor excessivo.

–Sim... eu quero sua ajuda, qual delas? – pergunta, eu me viro com um vestido de seda branco sem mangas com um grande decote na frente, mas nada muito revelador até porque não tenho uma grande comissão de frente para fazer um grande espetáculo, Aysha me estende uma blusa de cetim verde de alcinhas e uma outra azul claro com desenhos de flores toda vazada.

–A azul! – digo ela sorri satisfeita com minha escolha.

–Exatamente a que eu pensei... e esse vestido é lindo! Agora vai me dizer por que estava toda corada e com uma cara toda admirada quando entrei aqui? – pergunta ela arqueando uma sobrancelha desconfiada olhando-me de cima a baixo. – tem alguma coisa a ver com... Calleb? – Estava tão evidente assim?

–Não sei do que está falando – digo fugindo dela e indo até minha cama e começando a me trocar.

–Não me venha com essa Luna... aliás, você não me contou o que houve com vocês dois ontem, então, como estão? – pergunta ela colocando a blusa que havíamos escolhido, mordo o lábio enquanto escolho bem as palavras, mas na verdade eu não sei exatamente como estamos...

–Eu não sei... quero dizer ele veio aqui e foi gentil e mesmo depois de termos discutido ele me disse coisas lindas que me deixaram sem palavras ou reação... mas agora não sei se acredito nele apesar dele ter parecido bem sincero, mas também não sei se devo dar chance pra deixar alguma coisa acontecer, entende? Depois do que houve com os motoqueiros não seria seguro nem mesmo você estar perto de mim, porque seja quem for que os tenha mandado não vai simplesmente deixar pra lá só porque não conseguiu uma primeira vez... e ainda eu mesma não sei se seria bom pra mim me envolver com alguém eu só queria mesmo era terminar essa faculdade sem mais nenhuma distração...

–Meu Deus garota, o que tem dentro dessa cabeça? Uma máquina de problemas? – diz ela me interrompendo e se aproximando de mim ajeita meus cabelos espalhando-os por meus ombros e me olha com seus grandes e encorajadores olhos verdes abrindo um leve sorriso que me faz sorrir também. – por que não deixa as coisas simplesmente acontecerem? – ela me cala quando ia protestar – nada de "não posso deixar que se envolvam nisso de investigar, blá blá blá... " porque nada do que você diga ou faça vai me impedir de ajudar também.

–Oh, não mesmo! Ficou maluca? Você não sabe no meio do que meu pai está envolvido ou do que quem quer que seja que está mesmo atrás de mim, quer. Nunca que vou correr o risco de envolver você ou Calleb ou qualquer outra pessoa no meio disso, nem vem Aysha nada do que diga ou faça vai me convencer do contrário também.

–Bom então temos um impasse aqui amiga, porque eu não vou deixar você sozinha nisso... e tenho certeza de que Calleb também não, a final foi por isso que discutiram certo?

–Sim, mas...

–Nada de 'mas'! Ou me deixa ajudar por bem ou vou ajudar de outro jeito... sozinha se for preciso, mas juntos seria melhor, não acha? – diz ela me olhando com seriedade e pelo que pude notar ela não estava nem sequer pensando ou ponderando os pós e os contras sobre se envolver nessa comigo... ela parece mesmo decidida e não importa mesmo o que eu diga, posso ver que ela não vai mudar de ideia.

Respiro derrotada e dou um forte abraço nela, afinal alguém que quer correr riscos por sua causa ou é mesmo sua verdadeira amiga ou é completamente maluca, e eu acho que Aysha é as duas coisas... e eu gosto disso.

*****

Saímos do prédio para o estacionamento completamente realizadas com a notícia de que Joanne havia se mudado do prédio, pelo que uma de nossas vizinhas disseram ela havia se mudado à noite. Eu estava realmente feliz com isso, porque seria impossível nós dividirmos o mesmo corredor sem que uma de nós duas saísse rolando escada a baixo... e claro que não seria eu.

Aysha ria desse meu comentário assim que saíamos, mas de repente seu sorriso morreu e ela paralisou ao meu lado olhando fixamente para algum lugar a nossa frente, eu a encarei com as sobrancelhas franzidas vendo seu rosto perder um pouco de cor e então eu sigo seu olhar para longe e entendo porque ela ficou assim. 

Sam e Calleb estão encostados a um carro (um Audi A3 se não me engano, bem mais simples que um Dodge, com certeza!), Calleb está numa pose despojada com os pés cruzados na frente do corpo e com as mãos nos bolsos da calça jeans escura e tem um pequeno sorriso enquanto me olha de cima a baixo me fazendo suspirar um pouco.

Ele assim sob a luz do sol fica ainda mais lindo e tentador podia ser facilmente um modelo tirando fotos na frente de meu prédio, mas o momento não é meu e sim da minha amiga então eu tento não ficar hipnotizada ao olhar para Calleb e decido analisar melhor, ainda que rapidamente, Sam, ele está mais sério e até tenso com os braços cruzados sobre o peito e uma expressão um pouco fechada com os lábios franzidos como suas sobrancelhas, mas isso não tira ou ameniza sua beleza, aliás, ele é mais bonito do que eu me lembrava com um rosto anguloso, olhos verdes intermediando entre o claro e o escuro, um nariz reto e um corpo aparentemente mais musculoso como se tivesse feito mais tempo de academia e tão alto quanto Calleb e também ele tem alguma coisa em sua postura um ar de ironia e sarcasmo como se fosse dizer algo irônico e sarcástico assim que abrisse a boca... isso está cravado em seu rosto como se fizesse parte dele e gosto disso, o deixa ainda mais charmoso e com aquele ar de superioridade mesmo que ele mesmo não perceba.

–O que faz aqui? – pergunta Aysha interrompendo minha avaliação, Calleb sorri e vem em nossa direção enquanto Sam fica encostado ao carro olhando para mim suavizando sua carranca tensa de antes, eu estreito levemente meus olhos para ele, ele pode ser bonito e me ter passado uma boa impressão, mas ainda ofendeu minha amiga mesmo que eu ache que não tenha sido de propósito, no entanto não vai ser tão fácil ele mesmo me convencer disso.

–Viemos acompanhar as meninas até o campus ora essa – diz Calleb parando entre mim e Aysha me fazendo erguer o olhar para ele, eu tento não parecer toda mole e com coração acelerado quando ele está por perto ainda mais com aquele sorriso largo que ilumina seus olhos num azul muito claro agora que traz borboletas bastante agitadas ao meu estômago.

–Não precisamos de companhia – diz Aysha se mantendo séria não olhando pra qualquer um dos dois.

–Aysha dê uma chance...

–Não! – diz tirando a mão quando tentei alcançá-la – pode ir com eles, eu preciso ir sozinha – diz olhando para mim de uma forma que vi não adiantaria negar ou contrariar então eu aceno concordando e dando um último olhar para Sam ela sai andando apressada.

–Eu disse que ela não me ouviria, talvez quando estivermos mil anos mais velhos e ela se esquecer, o que também vai ser impossível, ela volte a olhar para mim – diz Sam se aproximando ele olha para Aysha, que já estava longe, com pesar, mas eu solto uma risada baixa com seu drama.

–Não seja tão pessimista, Aysha vai te dar a chance quando achar que merece – digo oferecendo um sorriso encorajador para ele, mas volto a rir quando ele geme frustrado. – acho que não fomos apresentados direito, sou Luna – digo estendendo a mão que ele aperta firme cobrindo toda a minha com uma mão quente e abre um sorriso lindo.

–Samuel, mas prefiro Sam e por 'prefiro' eu quero dizer que você deve me chamar assim – diz num tom sombrio e sério me fazendo sorrir.

–Tudo bem Sam, é um prazer finalmente conhecê-lo, Aysha me falou muito sobre você – digo soltando sua mão, ele abre mais os olhos ficando um pouco pálido.

–Mesmo? E o que ela falou de mim? – pergunta tentando parecer indiferente quando Calleb o olha com uma sobrancelha arqueada como se estranhasse a atitude do amigo, mas não obtém muito sucesso.

–Não posso dizer... coisa de garotas – digo e começo meu caminho para o campus.

–Não... espere um minuto, não pode fazer isso comigo – diz Sam vindo atrás de mim – pode pelo menos me dizer se tenho alguma chance...

–Bem... talvez... – digo propositalmente vaga, Calleb apoia o braço no ombro do amigo e balança a cabeça em negativa.

–Você meu amigo, não vai conseguir arrancar nada dessas garotas – diz em tom de pesar me fazendo rir.

–Ele está certo – digo.

Meu rosto já estava dolorido de tanto que esses dois me fizeram rir durante todo o caminho para o campus enquanto tentavam entender como funcionava a cabeça das mulheres. Sam não era mesmo o idiota que eu imaginei que fosse quando Aysha falou sobre ele o desenhando da pior forma possível, mas ele não era o cara egocêntrico e arrogante que imaginei e muito menos aquele tipo de idiota que refere a si mesmo em terceira pessoa como os garotos da minha antiga escola... e eu agradeci a Deus por isso, porque seria muita má sorte Aysha estar interessada em um cara como esse e em Jonah que está na mira de minhas suspeitas.

Mas minha alegria foi se acabando durante o dia, começou quando eu cheguei acompanhada por eles chamando toda a atenção que eu não queria no momento e só foi piorando quando percebi as fofocas que estavam rolando pela universidade sobre a corrida que eu havia participado e o que aconteceu entre Joanne e eu no bar... as pessoas cochichavam umas comas outras toda vez que eu passava por elas e me lançavam olhares tanto curiosos quanto de desprezo e alguns até admirados, mas se eu já não estivesse acostumada a isso por causa das coisas que Caroline fazia no colegial comigo, eu teria surtado com toda essa coisa de boato.

Mas eu consegui não dar a mínima pra isso e continuar a me concentrar nas aulas e me manter longe de Joanne que fazia questão de me ignorar assim como eu fazia com ela e por fim tudo estava indo muito bem com os olhares e os cochichos diminuindo... até a hora do almoço.

Encontrei Aysha e as meninas na mesma mesa de ontem e me apressei até lá percebendo como Aysha parecia distante e até meio triste, me sentei ao seu lado dando um 'oi' para as meninas que responderam coletivamente e estava prestes a perguntar a Aysha o que estava havendo por ela estar tão mais abatida do que antes, quando fui interrompida.

–Oh meu Deus – diz Clara corando e se abanando com a mão enquanto olha para trás de mim com olhos arregalados, eu franzo a testa para ela.

–O que foi? – pergunto.

–Jonah Durand está vindo pra cá – diz Bri fazendo o mesmo que Clara e se abanando como se estivesse com um calor insuportável.

Minha boca cai aberta quando tudo agora se encaixa na minha cabeça. Então Jonah é mesmo parente da bruxa da Joanne, provavelmente irmãos por ter nomes tão parecidos, isso também explicaria o envolvimento dele com essa coisa de apostas. Eu tenho quase certeza de que isso é influência do pai, ou seja lá o que o senhor Mistério Durand seja deles.

Posso até estar me adiantando ou tomando conclusões precipitadas, mas trabalhar com meu pai me ensinou a pensar em todas as possibilidades antes mesmo de investigar, mas eu acho que tudo o que Jonah ganha com as apostas que faz aqui ele repassa grande parte ao Durand chefe... tudo deve fazer parte de algum esquema e não acho que esteja enganada pelo tom em que Jake havia me falado sobre o pai de Joanne.

E isso só me leva a pensar que esse homem seja ele quem for tem alguma coisa a ver com aqueles motoqueiros... ele deve sim ter se envolvido nos negócios do meu pai em algum momento, porque eu sei que esse nome não me é estranho.

–Como vai minha piloto favorita? – ouço Jonah perguntar atrás de mim me arrancando de meus pensamentos, eu viro a cabeça para encará-lo e sorrio quando ele abre o seu para mim me encarando com seus olhos verdes maliciosos.

–Não sou sua piloto Jonah – digo me voltando para meu lanche natural sobre a mesa.

–Bom isso porque você não quer, porque está mais do que convidada a participar da equipe, tenho certeza de que vai me trazer muita emoção como faz da última vez – diz virando a cadeira com o encosto de frente para mim e se sentado com as penas abertas apoiando os braços no encosto da cadeira me encarando com um sorrisinho todo sensual, bem provável que ele use dele para seduzir garotas e não vou negar ele é lindo, mas eu não sou mais... 'conquistável'. 'Não mesmo! Calleb já fez essa parte!' mini Luna aparece finalmente quando pensava que havia me livrado dela.

–Obrigada pelo convite, mas não vai rolar – digo pondo uma mexa de cabelo atrás da orelha me sentindo nervosa de repente.

–Bem... o convite está de pé, assim como para Calleb pra participar de nossas lutas, para a qual as meninas estão convidadas a assistir hoje as onze no mesmo prédio da festa de boas vindas – diz se levantando e oferecendo seu sorriso para as três meninas admiradas e emudecidas do outro lado da mesa, elas acenam em concordância, enquanto meus pensamentos tomam outros rumos mais uma vez quando Jonah menciona o convite que fez à Calleb.

Como ele sabe que Calleb luta? Já se conheciam antes, ou só conversaram sobre isso? Pela forma que ele falou Calleb também se recusou a participar, certo?

–Eu já vou indo, e Luna pensa melhor sobre minha proposta, nós dois sabemos do que você é capaz e pode ganhar muito mais do que ganhará trabalhando naquele bar – diz em um tom um pouco mais sério enquanto olha em meus olhos de um jeito estranho que me dá arrepios, eu apenas aceno pela falta do que falar ou mesmo por minha voz ter sumido, depois ele olha para Aysha dando um pequeno sorrisinho me fazendo franzir as sobrancelhas pela forma em que ele a olha... é como se quisesse dizer algo, ou mesmo um olhar de saudade que me deixou com uma impressão estranha sobre o que pode ter havido entre esses dois, mas Aysha apenas sorri de volta parecendo tão confusa quanto eu pela forma que ele a encarou, e ele se vai com até logo para as meninas e volta para sua mesa sendo recebido por uma Joanne nervosa.

Mas esse estranho episódio foi momentaneamente esquecido quando Sam finalmente conseguiu conversar com Aysha em particular, eu preferia Aysha com Sam do que com Jonah é claro, por isso fiquei aliviada de ela ter finalmente cedido.

Enquanto eles se acertavam eu me divertia com Calleb, Jeff e Charles que haviam se sentado com a gente na mesa (chamando um pouco de atenção é claro, mas quem se importa?). Charles havia se sentado ao lado de Helena que pareceu surpresa e abalada pela proximidade dele por um momento, mas logo se acalmou e estava conversando mais com ele do que com qualquer outra na mesa e isso vez um sorrio se apossar de meu rosto... ele gosta dela isso se vê de longe pela forma que ele a olha e tudo o mais, porém Helena parece não notar isso e eu, com certeza, não vou deixar isso ficar assim por muito tempo.

–Eu soube que Jonah convidou você pra fazer parte da nossa equipe Luna – diz Jeff tirando minha atenção do casal, Calleb fica um pouco tenso ao meu lado, mas decido não me importar.

–Sim ele convidou, mas não obrigada, prefiro me formar – digo, Calleb também enfatiza que não vamos mesmo fazer parte de nada daquilo outra vez e acabo sorrindo com isso... então ele não vai mesmo participar de luta nenhuma! 'O que é uma pena, eu ia adorar ver seu corpo em ação... uhuum!' mini Luna ataca me enchendo a cabeça de imagens de Calleb apenas com aqueles cauções de boxeador esmurrando algum saco de pancada todo suado...

–Vocês são tipo namorados? – a pergunta de Jeff me arranca de meu devaneio me fazendo piscar enquanto sinto meu rosto corar tanto pela pergunta quanto por meus pensamentos errantes.

–Bem... – Calleb tenta responder levando a mão à nuca parecendo receoso enquanto olha para mim um pouco aflito também, me fazendo sorrir para seu desespero. Eu também não sei o que somos, ainda não tivemos oportunidade de conversar sobre o que houve entre nós ontem no apartamento e em que pé estamos, mas decido ajudá-lo a sair dessa situação.

–Não houve qualquer pedido oficial, então somos o que podem chamar de amigos – digo, Calleb me olha um pouco surpreso, mas aparentemente aliviado...

–Com benefícios? – pergunta Charles me fazendo corar outra vez e a todos na mesa rirem inclusive Calleb.

–Não é da sua conta – digo jogando uma fatia de cenoura do meu lanche em Charles que apenas ri desfiando do meu ataque.

–Isso que dizer sim – diz Bri e eu a fuzilo com os olhos e ela apenas pisca para mim.

–Joanne não vai gostar disso – diz Jeff parecendo um pouco sombrio me chamando a atenção, ele olha para a mesa onde ela deve estar e depois para mim como se me pedisse cair fora, mas eu não tive tempo de dizer nada, Calleb foi mais rápido.

–Não tenho e nunca tive e muito menos vou ter algo com Joanne, não devo nada a ela e de quem sou amigo ou saio não é da conta dela – diz ele tranquilamente fazendo borboletas felizes se agitarem em meu estômago.

–Uau! Você é um dos primeiros caras que ouço dizer isso... tenho que te parabenizar cara, é muito sábio da sua parte manter distância daquela garota! – diz Charles lançando um olhar de desprezo para a mesa onde ela está.

–Com certeza! Aquela garota é uma bruxa horrível... eu a odeio! – diz Helena com um olhar cintilante de ódio e me pego imaginando o que Joanne fez pra ela.

O almoço termina com um grande complô contra Joanne como se fossemos o clérigo e estivéssemos prontos a acusá-la de bruxaria e fossemos queimá-la em público... mas claro que não podíamos fazer isso, estamos em tempos modernos e isso não funcionaria.

Então cada um seguiu seu caminho e tive que passar todo o resto do dia me contorcendo de curiosidade, tudo porque Aysha não me quis dizer como foi à conversa dela com Sam alegando que tínhamos que voltar para a aula que só conversaríamos quando chegássemos em casa.

Consegui me distrair com as aulas que se seguiram e respirei aliviada quando o sinal da última aula soou, Aysha e eu ainda teríamos que trabalhar no Sanger's Bar e já estava me sentindo exausta. Estava quase chagando na porta quando fui interceptada por duas garotas, uma loira e outra morena, as duas bastante bonitas e agitadas enquanto sorriam para mim com expectativa.

–Então... é verdade? – pergunta a morena quase saltitando na minha frente.

–O que é verdade? – pergunto ajeitando a alça de minha bolsa no ombro tentando não se grossa e deixá-las falando sozinha, eu estava com pressa e ela resolveram que queriam me encher.

–Você e Calleb? – dessa vez a loira pergunta, e isso me chama a atenção. Qual é a fofoca agora?

–O que tem ele? – pergunto fechando a cara.

–Soubemos que você tirou ele da Joanne e agora estão namorando! – diz a morena parecendo bastante feliz com essa notícia, mas eu não e fecho ainda mais a cara ficando cada vez mais nervosa. Que tipo de garota eu sou agora? Ladra de namorados? E a ideia de que Calleb já foi de Joanne em algum momento só piora minha irritação.

–Primeiro Calleb não é e nunca foi de Joanne ou de qualquer outra garota... ele não é uma coisa ou um objeto, depois parem de se meter na vida dos outros e fazerem fofocas, vão acabar machucando pessoas com isso – digo passando bruscamente entre as duas e praticamente correndo pra fora do campus me sentindo cada vez mais irritada enquanto as pessoas me olhavam interessadas e curiosas percebendo meu estado enfurecido.

Quando Aysha e eu chegamos ao apartamento joguei minha bolsa no sofá e fui tomar logo uma água gelada pra ver se aplacava um pouco minha raiva que eu não sabia exatamente porque estava sentindo... talvez a ideia de que Calleb possa ter sido de Joanne ou ainda o fato das pessoas pensarem que eu sou alguma vadia vingativa e só esteja com Calleb porque ele esteve com ela!

Agradeci por Aysha ter mantido o silêncio entre nós no caminho de volta, mas sei que ela não o vai manter por mais tempo, e ela lança a primeira pergunta assim que coloco o copo sobre a pia.

–O que há com você? – pergunta dando a volta no balcão e se aproximando de mim se apoia de costas contra o balcão ficando de frente para mim.

–Nada de mais, essas pessoas que adoram fofocas... mas não é nada de muito grave, agora você sua garota má que me deixou de molho a tarde toda, pode me dizer agora mesmo o que foi que aconteceu entre você e Sam – digo e puxo-a pelo braço para a sala nos sentando no sofá, Aysha sorri largo para mim e faço o mesmo.

–Ele se desculpou claro e sei que foi sincero quando disse que não tinha intenção de me ofender... o que me surpreendeu foi ele ter dito que só me disse aquilo porque estava com... ciúme.

–Ahá... eu disse não foi?

–Sim... você disse, ele foi gentil e me disse coisas que jamais imaginei ouvir dele... – diz ela perdendo um pouco o foco de seus olhos – Sam disse que não estava acostumado a sentir as coisas que estava sentindo e que estava meio perdido com tudo o que está acontecendo... ele disse que gostava de mim e que nunca havia sentido isso antes e ficou muito nervoso quando aceitei que Jonah me acompanhasse como se eu nem me importasse com ele... Luna eu não sei o que fazer – diz me abraçando e eu a aperto contra mim. Deve ser bem difícil estar numa situação dessa e eu também não sei bem o que dizer, mas não posso deixar minha melhor amiga ficar assim.

–Aysha eu acho que já deve saber da minha opinião, mas ainda sim vou dizer... – ela se afasta de meu abraço e me olha atentamente. – Jonah não parece ser o tipo de pessoa com quem você se envolve seriamente... ele é bonito e parece ser educado e gentil, mas... eu meio que...

–Desfia dele, eu sei... eu também, mas o que posso fazer se ele tem aquela coisa que me chama...

–Então... devia dar uma chance a Sam pra ver se ele consegue fazer isso com Jonah passar... ou simplesmente não escolha nenhum dos dois e foque mais nos seus estudos e mais em si mesma e quem sabe o tempo possa dizer de qual dos dois você vai mais precisar ou mesmo sentir falta.

–Você está certa... eu devia era me esquecer dos dois e me concentrar no que tenho que fazer com minha vida.

–É isso ai!

******

A noite no bar estava tranquila e Aysha e eu passamos uma boa parte na cozinha conversando com o senhor Sanger que contava as histórias de sua juventude que nos faziam ter cólicas de tanto rir. Jake estava fora da cidade e agradeci muito a Deus por isso, assim não vou ter que vê-lo tão cedo depois do que houve em seu escritório.

Voltamos ao trabalho quando uma turma de jovens chegaram ao bar rindo e conversando alto sobre tal de Harper ser enorme e ganhar facilmente de qualquer um que cruzasse seu caminho, mas não prestei muita atenção... não queria saber de nada dessas lutas porque eu não iria a nenhuma delas.

Depois de servir as mesas deles me sentei num dos banquinhos na ponta do balcão perto de onde a banda ensaiava para um show que foram convidados a fazer numa cidade do Texas, eles eram muito bons e se a pessoa certa os ouvisse, com certeza, logo estarão fazendo sucesso no país todo. Eles tocavam minha banda favorita, Kings of Leon, Use Somebody e acabei cantando junto e quando percebi eles tinham parado de tocar e todos olhavam para mim espantados me fazendo corar até a raiz dos cabelos.

–Desculpe, atrapalhei? – pergunto um pouco alarmada, Ben o vocalista um rapaz alto e um pouco magro com algumas tatuagens nos braços e no pescoço e cabelos loiros cotados bem rentes a cabeça, desce do pequeno palco me olhando com grandes e agitados olhos castanhos e com um grande sorriso.

–Atrapalhou? Imagina! Você arrasou garota, porque não disse que sabia cantar? – pergunta com um olhar acusador.

–É... estava ai escondendo o ouro esse tempo todo – diz Nick o irmão gêmeo mais musculoso e moreno de Ben e o guitarrista.

–Não estava escondendo nada, nem eu sabia que cantava...

–Nem vem com essa – diz Max e Lucas, o baixista e baterista respectivamente. Eles são todos muito bonitos... com certeza a cara da banda que faria muitas garotas chorarem e molharem suas calcinhas quando chegarem ao sucesso que merecem.

–Bem... eu cantei desde pequena com minha mãe e também com alguns velhos amigos em Nova Iorque, mas não precisam fazer grande coisa sobre isso.– digo me levantando para voltar ao trabalho vendo que um dos garotos de uma mesa precisava de alguma coisa com aquela mão erguida e Aysha devia estar no banheiro porque não a via em lugar nenhum.

–Não estamos fazendo grande coisa Luna, estamos falando a verdade... e gostaríamos muito que cantasse com a gente um dia desses – diz Ben me oferecendo uma piscada cúmplice, eu apenas reviro os olhos e volto ao trabalho ao som de mais algumas boas músicas.

Já eram quase onze da noite quando o grupo que havia chegado mais cedo decidiu ir embora esvaziando todo o bar, mas antes de todos saírem uma garota com mexas roxas no cabelo parou na minha frente me medindo com o olhar como se procurasse por algo.

–Você é Luna, certo? – pergunta estreitando os olhos, ela não parece que quer me bater ou algo assim então respiro aliviada e aceno com a cabeça fazendo-a abrir um pequeno sorriso. – vi o que fez com aquela vadia da Jo... é um prazer conhecê-la menina corajosa – diz estendendo a mão para mim e eu aperto sem hesitar.

–Obrigada... eu acho – digo – e você é?

–Lara, você vem para a luta? – pergunta soltando minha mão.

–Não...

–É uma pena, é um grande espetáculo sabe... e você me parece alguém que aprecia espetáculos – sorrindo me olhando de cima a baixo outra vez me fazendo sorrir.

–Aprecio... mas não vou a esse tipo de coisa...

–Mesmo? Bem, é uma pena, porque eu soube que Joanne conseguiu com que Calleb fosse e imagino que vocês sejam amigos, certo?

–Certo...

–Se eu fosse você não deixaria que Calleb ficasse muito próximo de Jo... ela não é uma boa pessoa e vai transformá-lo em alguém como ela.

******

Assim que o senhor Sanger fecha o bar puxo Aysha com força pelo braço até nosso carro.

–Hei, pra que essa pressa toda? – pergunta ela se sentando do lado do passageiro e pondo o sinto de segurança se agarra a porta arregalando os olhos quando arranco com o carro pela rua.

–Temos uma luta para assistir!

***

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