Um Anjo...

Vinte e Seis parte II

*Luna*

–Se acalmou ou vai continuar agindo como uma selvagem? – pergunta Calleb com sua voz firme e meio rouca em minha orelha fazendo os pelos do meu corpo se eriçarem e uma descarga de desejo cruzar meu corpo. – não que eu me importe, mas faça isso quando tivermos sós! – diz suas mãos firmando em minha cintura e seus lábios roçando minha orelha me fazendo toda mole e excitada em segundos.

–Foi ela... e-ela quem começou – disse rouca.

–Eu não comecei nada... sabe que está enganado com ela Calleb... Luna não é o doce que finge ser... – começa Joanne ainda se debatendo contra o cara que a segurava – me solte idiota! – diz chutando-o e o cara a solta.

–Eu sei que Luna não é o doce que parece ser... ela é muito mais do que parece ser o que não posso dizer de você... – diz Calleb. Seu tom é calmo, porém firme deixando Joanne ainda mais furiosa por ele tê-la deixado sem graça na frente de todas as pessoas e claro que não pude segurar meu sorriso triunfante.

–E vocês não há mais nada pra verem aqui, o show já acabou... vão cuidar das suas vidas! – diz Aysha chutando as pessoas que ainda estavam aglomeradas ao nosso redor até que estávamos somente nós quatro e Joanne que de repente abriu um sorrisinho estranho se afastando alguns passos para trás sem tirar seus olhos de mim e segurando seu pingente.

–Sabe Luna... Aysha... meninos, eu acredito que Camael já está cansado de esperar assim como eu para conseguir o que quer...

–Joanne! Pare já com isso! – Jonah aparece correndo até sua irmã com um olhar furioso que assustou até a mim, olhei para Aysha que apenas acenou com a cabeça respondendo minha pergunta silenciosa. Parece que conseguiram convencer Jonah a nos ajudar.

–É meio tarde pra tentar me impedir Jonah! – diz Joanne apenas dando um passo para o lado, Jonah iria alcançá-la, mas alguma coisa... um vulto preto pelo que consegui enxergar o impediu, derrubando-o no chão e o prendendo lá enquanto ele parecia agonizar em silencio, sua expressão era de dor e eu tentei sair do aperto de Calleb para tentar ajudá-lo num ímpeto desesperado e impensado, mas Calleb não me permitiu. O que era aquilo?

–Essa não... – Calleb geme atrás de mim e sinto seu aperto em minha cintura diminuir, vejo o sorriso de Joanne aumentar enquanto olha para algum lugar atrás de mim e eu me viro rapidamente...

–Merda... eles estão aqui! – ouço Aysha gritar em algum lugar, mas eu não consigo me mover enquanto vejo Calleb cair de joelhos na minha frente com uma careta de dor levando a mão ao seu ombro esquerdo...

Meu coração se aperta e todo meu corpo gela com a cena que se segue, tudo a minha volta parece escurecer e um vento gélido nos rodeia fazendo meus cabelos voarem pra todos os lados assim como meu vestido... sinto-me perdida, tão perdida como me senti quando levaram minha mãe, tão sem chão quando tive que a ver sendo enterrada... toda aquela dor parecia me cobrir com o dobro de intensidade... Camael! Ele também está aqui e dessa vez o maldito não veio sozinho... tento chamar Calleb, mas ele está no chão se contorcendo...

Depois disso vejo tudo o que acontece como se estivesse em câmera lenta, mais vultos negros se espalham ao nosso redor alguns deles prendem Aysha a abraçando prendendo seus braços enquanto ela tentava se debater sem muito sucesso vejo quando colocam nela o mesmo colar que Joanne possui, com Sam eles tem um pouco mais de trabalho, mas também conseguem colocar nele o colar... quando vejo Joanne se aproximar de mim, me ajoelho junto com Calleb segurando seu rosto firme com minhas mãos e ergo seu rosto pra que pudesse olhar em meus olhos, mas ele mal consegue mantê-los abertos e é quando seguro em seus ombros para poder colocá-lo de pé que sinto encravado em seu ombro uma das adaga, um pouco maior do que o pingente de Joanne.