Capítulo Dois

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*Luna*

O som soava alto por todo meu carro e eu cantava feito louca junto com a música errando miseravelmente algumas partes e acabo rindo parecendo uma idiota quando a música acaba e logo o som de Sex on Fire de Kings of Leon soou nos alto–falantes de meu pequeno fusca preto daqueles de modelo novo, que ganhei de meu pai assim que recebi a carta de aceitação da faculdade no Arizona.

Essa faculdade foi a que me chamou a atenção por ter um bom programa de medicina e ficava longe o suficiente de Nova Iorque e longe dos problemas que meu pai tanto me queria longe. Sem contar que estava super ansiosa por ser uma universitária agora.

Continuo dirigindo para o complexo de prédios dos estudantes onde dividiria meu quarto com tal de Aysha que meu querido pai teve a audácia e paranoia de investigar, mas não fiz muita questão de saber o que ele investigou queria conhecê-la pessoalmente.

E continuo cantando uma das minhas músicas favoritas tão alto quanto o próprio Calleb Followill, mas a vibração do meu celular no bolso de minha calça me faz pular assustada e abaixando o volume da música até um sonzinho de fundo, puxo meu celular do bolso com força demais e ele acaba voando de minha mão para o piso do lado do passageiro.

–Merda! – murmuro olhando em volta pra ver se vinha algum carro, mas parecia bem tranquilo pra mim, reduzo a velocidade e rapidamente me abaixo para pegar o celular que ainda vibrava com o rosto de Paul, um dos amigos de meu pai, brilhando com seu enorme sorriso por baixo de sua barba escura.

Com dificuldades de alcançar a merda do celular decido parar no acostamento de uma vez e retornar a ligação, mas antes que eu pudesse ter tempo de fazê-lo ouço uma buzina alta de um caminhão e me ergo no banco assustada e arregalo os olhos vendo que o caminhão estava a poucos metros de distância e, com certeza, amassaria todo meu fusca comigo junto.

Eu fiquei completamente paralisada com o grito preso em minha garganta quando em vão o caminhão freava deixando as marcas dos pneus no chão, mas não parava de se aproximar numa velocidade considerável de meu insignificante carrinho perto de seu tamanho... e foi quando aconteceu. Alguma coisa, que parecia ter agarrado minha mão, girou minha direção e acelerou meu carro me tirando da frente do caminhão no último minuto.

Não sei o que aconteceu comigo, fui criada com pilotos de corrida e quando tinha que por o que aprendi em prática... paralisei! A manobra que meu carro fez aparentemente sozinho eu teria feito se não tivesse entrado em choque... mas eu sei que eu não manobrei esse carro.

–Que merda foi essa? – ouço um homem gritar ao meu lado, eu volto a respirar, e eu nem havia percebido que ainda segurava a respiração, e ergo meu olhar para ele impassível diante de seu olhar escuro e furioso, é um homem grande e gordo com barba cobrindo seu rosto todo e ainda usava um boné do Chicago Bulls. Típico! Pensei sarcasticamente.

–Bem, eu é que pergunto senhor – digo com a voz firme abrindo a porta de meu carro e saindo pra ficar de frente com aquele brutamonte, eu o encaro olhando para cima já que ele tem dez vezes meu tamanho. – acho, ou melhor, eu sei que caminhões desse porte não são permitidos aqui! – digo me mantendo firme diante de sua risada estrondosa.

–Não é daqui é, moça bonita? – pergunta se aproximando um pouco de mim, cambaleio um passo para trás um pouco alarmada com sua investida.

–Não sei o que eu ser daqui ou não tem a ver com a proibição dessa coisa monstruosa passar por aqui! – digo cruzando os braços em meu peito fechando a cara para seu sorrisinho malicioso que me deu calafrios.

–Adoro mocinhas rebeldes como você! – sussurra e de repente todo o ar dos meus pulmões é expulso quando aquele monte de gordura me esmaga contra meu carro e passa sua língua fedorenta em minha bochecha, eu me debato contra ele dando socos e tentando empurrá–lo pra longe de mim, mas ele era uma merda de um monte de gordura que mal se movia diante de minhas tentativas de afastá-lo e eu realmente estava prestes a desmaiar de nojo por seu cheiro de suor e falta de banho junto com fumo e ainda por sufocamento com seu peso me esmagando, quando ele se afastou cambaleando para trás como se tivesse sido empurrado violentamente para longe.

Um Anjo...Onde as histórias ganham vida. Descobre agora