Capítulo Vinte e Cinco

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*Luna*

–Eu preciso que você se concentre! Tente se lembrar do que sentiu quando viu Camael pela primeira vez e quando ele tocou em você... se concentre em Camael! – a voz de Sam soa já um pouco distante, ela é doce e calma e me ajuda a ficar com ainda mais sono e a cama confortável de Calleb ajuda um pouco também.

–Tem certeza de que sabe o que está fazendo? – pergunta Calleb, ele está mesmo muito preocupado e eu o entendo ainda estou com muito medo do que pode acontecer, porque pelo que entendi do que Sam me disse, eu tenho que me concentrar em Camael e em tudo o que sinto quando penso nele e o que senti quando ele estava perto de mim e segundo Sam se eu for capaz de alguma forma encontrá-lo, ouvir seus pensamentos ou vê-lo exatamente onde ele está e o que está fazendo nesse momento é porque de alguma forma Camael conseguiu se ligar a mim e se ele descobrir sobre essa ligação poderá fazer qualquer coisa comigo, mas se ele ainda não sabe teremos que quebrar essa ligação... mas com essa investigação psíquica que estamos fazendo agora, se Camael ainda não sabe ele pode descobrir. E é isso que mais me assusta...

–Alguém prestou atenção na aula sobre ligações atípicas durante o treinamento... – a voz de Sam fica cada vez mais longe e nem sou capaz de perguntar do que é que está falando.

–Isso não quer dizer que saiba o que fazer caso eles tenham a ligação...

–Calem a boca, estão atrapalhando!

–É Calleb... calado!

–Claro, não é a razão da sua vida que está prestes a entrar na mente de um anjo caído!

De repente tudo fica mudo, escuro e frio! Percebo que estou sentada em um chão frio e que machuca minhas mãos quando me apoio para me levantar. Onde é que eu vim parar? E como foi que eu vim parar aqui?

Olho em volta, mas não vejo mais do que a total escuridão tanta que nem fazia diferença se estivesse de olhos abertos ou fechados. Engulo em seco e sinto o pânico tomar conta de mim até que finalmente uma pequena fresta de luz surge alguns metros a minha frente como se uma porta estivesse sendo aberta... o que percebi que era exatamente o que estava acontecendo.

–O que foi? – ouço uma voz grossa e rouca a minha frente e reconheço seu sotaque imediatamente e fico tensa.

–Eles o chamam! – ouço... Joanne? A porta se abre mais e fico surpresa, apesar de não ter que ficar, quando vejo que é mesmo Joanne que, ela entra pela porta e fico alarmada com a possibilidade de ela poder me ver, mas respiro aliviada quando vejo que ela nem notou minha presença.

–O que querem agora? – pergunta Camael se levantando da poltrona que nem havia notado que se encontrava sentado nela antes.

–Eles dizem que estão cansados de ficarem lá enquanto você não faz nada! – Joanne diz e ela não parece mais aquela garota rebelde e dona de si que se mostra na faculdade ou em qualquer lugar... aqui e agora ela parece apenas uma garota submissa, cabisbaixa... obediente.

E tenho que dizer que por um minuto ou um segundo no máximo admiro Camael por ter colocado essa garota em seu lugar. Assim que Camael se levanta e sai da sala escura onde estava, sinto que sou forçada a segui-lo e mesmo que eu não quisesse meus pés simplesmente se movem na mesma direção que ele.

Eu não sou capaz de dizer qualquer coisa e nem gostaria, e se ele for capaz de me ouvir? Não quero nem pensar! Joanne seguiu a frente e Camael em seu encalço enquanto eu me mantinha comportada logo atrás enquanto caminhávamos por longos corredores e depois de virar e virar em diversos deles chegamos a um alçapão que Joanne abriu facilmente mesmo aquela coisa parecendo pesada, descemos por uma escadaria que parecia não ter fim assim como os corredores.

Um Anjo...Onde as histórias ganham vida. Descobre agora