A proposta

By Elismnz

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Quando Vitória Guedes enfrenta uma situação catastrófica, seu melhor amigo, Ramon Xavier, é o único que pode... More

Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 10
AVISO
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18

Capítulo 9

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By Elismnz

Vitória

Tocava uma música lenta ao fundo, o volume estava agradável, pois dava para ouvi-la ao mesmo tempo em que escutava perfeitamente o que conversavam a mesa. Havíamos comido bruschetta de tomate e queijo de cabra de entrada e estavam trazendo o prato principal: fettuccine Alfredo. Geovana e Marcelo elogiavam a comida e contavam para minha mãe e Lívia de quando eles haviam comido esse mesmo prato na Itália.

Ramon estava sentado ao meu lado e segurava minha mão ao mesmo tempo em que acariciava o dorso com seu polegar. Eu estava extremamente feliz, tudo estava dando certo, todos estavam se entendendo. Nada conseguiria destruir a paz que eu estava sentindo.

O jantar foi servido e enquanto comíamos a conversa migrou para as recordações da época em que éramos crianças. Rimos bastante lembrando das viagens e o quanto aprontávamos, fazendo pegadinhas que os pais do Ramon sempre caíam. A minha mãe lembrou de uma vez que colocamos um balde cheio de água na porta do banheiro e o meu pai abriu e se molhou todo.

- Eu queria que ele estivesse aqui – disse tentando conter as lágrimas.

- Ele estaria muito feliz – Lívia disse.

- Sim, ele estaria. Mas o seu pai está aqui com a gente. Dentro dos nossos corações, em nossas lembranças. Ele nunca vai deixar de estar conosco – minha mãe falou enquanto lágrimas escorriam de seus olhos.

Levantei e a abracei, tentando de alguma forma compartilhar a dor que ela estava sentindo, a dor de não poder mais ter o companheiro por perto, de não poder compartilhar momentos que foram planejados. Queria mostrar que ela não precisava passar por nada sozinha, pois eu sempre estaria ao seu lado, fornecendo o que fosse necessário pra que a felicidade dela fosse constante.

Geovana dotada de toda a sabedoria do mundo se levantou e disse que estava na hora de dançarmos e espantarmos aquele sentimento de tristeza da mesa.

- É um momento de comemorar a união de nossas famílias – ela disse.

Ela se dirigiu a cerimonialista e pediu que a música fosse trocada para os hits dos anos 80. E assim dançamos todos juntos, rindo enquanto minha mãe e os pais do Ramon mostravam como se fazia na época deles.

Enquanto os outros se divertiam o Ramon pegou duas taças de champanhe e bebemos enquanto observávamos o modo como nossas famílias estavam se dando tão bem. A minha maior preocupação era a Lívia, mas ela estava fazendo o máximo para se enturmar e aquilo estava me deixando muito feliz.

- Sabe o que eu queria fazer agora? – perguntou o Ramon.

- Não faço a mínima ideia – respondi o encarando com curiosidade.

Ele se aproximou e falou ao meu ouvido:

- Queria te raptar – disse tentando segurar o riso.

Eu comecei a rir e o olhei nos olhos tentando entender de onde ele estava tirando aquela ideia e pra onde ele me levaria.

- Eu te levaria a praia, nós caminharíamos pela orla, sentaríamos e observaríamos a lua, que só não está mais deslumbrante que você – olhei para cima e vi a lua cheia no céu limpo. Ele seguiu meu olhar e segurou minha mão que estava livre – E aí, você topa?

Voltei meu olhar pra ele. Olhei para onde os outros dançavam e novamente voltei a olhá-lo. Por fim respondi:

- Você é louco, sabia? – sorri quando ele deu uma risada como resposta a minha indagação – Sim, eu topo! – respondi mordendo os lábios.

Ramon

- Por que a senhora acha que eu fiz alguma coisa? – perguntei enquanto andava de mãos dadas com a Vitória na praia – Mãe, não precisa me ofender – falei enquanto colocava o celular no modo viva-voz.

"Eu não estou te ofendendo, Ramon. Vocês simplesmente sumiram! Você acha que eu vou pensar que foi a Vitória que fez alguma coisa? Eu te conheço!"

- Conhece mesmo, mãe. – disse sorrindo – Eu a trouxe na praia. A gente está aqui caminhando. A noite está linda aqui fora, e eu queria ficar sozinho com a minha esposa – disse a última palavra olhando no fundo dos olhos da Vitória e a vi corando.

"Tudo bem. Já entendi... Vocês não vão voltar. Vamos aproveitar o resto da festa sem vocês mesmo. Cuida dela, viu? Te amo, filho!"

­- Também te amo, mãe. – falei e desliguei o telefone.

Quando olhei para o lado a Vitória caminhava olhando para o chão. Eu sabia que ela estava sem graça, então precisava quebrar o gelo de alguma forma. Mas eu não conseguia pensar em nada. Ainda com o celular na mão, o senti vibrar e quando olhei era tudo que eu precisava. Agradeci a Deus mentalmente.

- Sabe, eu fiquei bem chateado com o fato de não conseguir fazer nossa viagem. – ela olhou pra mim e vi que tinha seu total interesse – Eu queria de alguma forma fazer algo diferente, ter um momento só nosso. – parei no meio da areia da praia de frente para a Vitória, olhei nos olhos dela – A sua banda preferida está vindo pro Brasil, certo? – vi seus olhos brilharem – Mas, só vão pra São Paulo, né? – esperei que ela respondesse.

- Sim, é isso mesmo. – ela disse baixinho – O show é depois de amanhã.

- E, se, eu dissesse que consegui um par de ingressos pro show na pista premium – vi ela tentando conter o sorriso – e acesso ao camarim depois do show? – ela estava quase pulando.

- Você está falando sério? – ela perguntou com lágrimas de felicidade nos olhos.

- Sim, estou. Topa?

- Claro - ela se jogou nos meus braços me abraçando enquanto respondia.

A abracei de volta e fiquei transbordando com a felicidade dela, que fazia a minha triplicar e não caber mais dentro de mim e se transformar em um sorriso que eu não conseguia tirar dos lábios.

A alegria dela era tanta que ela me beijou e acho que nem percebeu que o fazia. Só repetia obrigada, obrigada e voltou a me abraçar. Eu apenas aproveitei o momento e continuamos andando na praia até certo ponto, pra depois voltarmos e irmos até onde o meu carro estava para podermos ir para a casa que agora seria nossa.

No caminho até casa combinamos como iriamos para o show. Por ser em São Paulo dava pra ir tranquilamente de carro, então ficou decidido que usaríamos o carro como meio de locomoção. Eu apenas havia conseguido os ingressos, então ainda precisávamos achar algum hotel próximo.

- Esse é muito caro, esse aqui também – Vitória dizia enquanto rolava a página de um site de hospedagem.

- Não precisa se preocupar com o preço – eu disse alternando o olhar entre a estrada à frente, o celular e seus olhos.

- Eu sei que você tem dinheiro, mas também não precisa gastar tanto assim – ela disse tentando demonstrar certa indignação.

- São só dois dias e uma noite, Vitória. Além do mais é só um quarto. Pode escolher o melhor entre eles. – disse enquanto reduzia a velocidade do carro para parar no semáforo e então olhar pra ela – Não quero que você se abstenha de conforto por achar alguma coisa cara. – olhei para o celular e vi que tinha um hotel perfeito, e o apontei – Vamos nesse.

- A diária dele é R1.800 reais. – ela disse quase gritando.

- Sim, eu vi. – disse enquanto começávamos a andar novamente, pois o semáforo agora estava verde.

- Isso é muito dinheiro. Não acho justo gastar tanto assim.

- Eu já fui nesse hotel antes. Ele tem tudo que a gente precisa e até mais. Confia em mim – disse olhando no fundo dos olhos dela.

- Tudo bem – ela disse com um suspiro.

Enquanto ela fazia as reservas chegamos ao condomínio onde eu morava, ou melhor, onde agora nós dois morávamos. Ela estava tão focada na tarefa que não percebeu. Quando terminou eu já terminava de estacionar o carro.

- Pronto – ela falou olhando ao redor e vendo que já havíamos chegado. Notei que certo nervosismo passou pelos olhos dela.

Não posso mentir e dizer que eu não estava nervoso. Nada havia acontecido entre a gente antes, além do beijo. Eu queria que fosse algo especial. Então, não insinuei nada durante o tempo antes do casamento.

Saí do carro e fui até o porta-malas, onde havia uma mala pequena com algumas coisas da Vitória. Ela desceu do carro e caminhamos até a entrada da minha casa. Abri a porta e fiz sinal para que ela entrasse na minha frente.

Ela ainda não tinha ido a casa, então mostrei pra ela onde ficavam todos os cômodos e todas as coisas que ela poderia precisar. Ao nos encaminharmos para o quarto meu coração já batia descompassadamente. Tentei transparecer tranquilidade, pois percebia que ela também estava nervosa.

Coloquei a mala dela sob o recamier baú na frente da cama e fui até a cozinha para buscar água. Ela bebeu a água e voltei para a cozinha para lavar os copos e encher a garrafa. Respirei fundo e ri sozinho, tentando espantar o nervosismo que me perseguia.

Não adiantava tentar adiar algo que deveria acontecer. Voltei para o quarto e ela estava de costas pra mim e de frente para a janela do quarto, observando alguma coisa lá fora. Parei atrás dela e único barulho que dava para ouvir era o de nossas respirações. Toquei seus braços e senti sua pele arrepiar. Beijei o topo da sua cabeça e a virei de frente pra mim. Ela era mais baixa do que eu, seu olhar estava na direção do meu peito. Levantei seu rosto, segurando seu queixo, e a beijei.

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