Kismet [concluída]

由 laur_xxvii

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Tímida e romântica, Camila tem uma queda pela introspectiva Lauren desde o primeiro ano na SOAP, uma escola a... 更多

I - Kismet
II - Real Friends
III - Oh My God
IV - Everlasting Love
V - Eres Tú
VI - Like Friends
VII - Into It
VIII - Sledgehammer
IX - Reflection
X - Inside Out
XI - Must Be Love
XII - Beautiful
XIII - Write on Me
XIV - Dope
XV - Freedom
XVI - Inside
XVII - Never Be The Same
XVIII - Consequences
XIX - Love Incredible
XX - No Way
XXI - More Than That
XXII - In The Dark
XXIII - Down
XXIV - All Night
XXV - I Have Questions
XXVI - Something's Gotta Give
XXVII - Miss Movin' On
XXVIII - Scar Tissue
XXIX - A Thousand Years
XXXI - Back To Me
XXXII - 1000 Hands
XXXIII - Kismet - Fim

XXX - Expectations

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由 laur_xxvii

Nunca testemunhei um momento como esse. Eu nem sabia que tinha idade para presenciar um momento desses. Amigas ficando noivas (será que posso chamá-las assim? Acho que se não me considerassem amiga, eu não estaria aqui hoje). Aos dezenove anos!

Normani mostra a aliança. É discreta, simples e bonita. Os olhos dela brilham, e ela se vira para a noiva.

- Então foi por isso que você arrumou um emprego.

Ela sorri.

- Eu não ia comprar uma aliança para você com o dinheiro dos meus pais.

Lauren dá um abraço apertado em Dinah.

- Só fico triste porque agora você não está mais disponível.

- Não conta pra Mani, mas comprei uma aliança para você também - brinca Dinah.

Ally envolve Troy com os braços.

- Não acredito que você não me contou nada.

- Eu queria ter contado. Mas é que às vezes você... pensa alto demais - diz ela.

- Até parece!

- É verdade - dizem Normani e Dinah ao mesmo tempo.

Ally resmunga, mas sorri.

- Atenção, atenção - chama Dinah. - Minha noiva e eu...

Todos rimos ao constatar como essa palavra soa estranha e diferente aos nossos ouvidos. É como descobrir um novo idioma ou se inserir em uma nova cultura. A cultura dos adultos. A gente ainda não sabe como funciona, mas, até o momento, parece bom.

Dinah pigarreia e prossegue:

- Minha noiva e eu vamos comer uma sobremesa agora para comemorar. Eu os convidaria para participarem desse momento com a gente, mas não quero ver a cara de nenhum de vocês lá.

Nós rimos, Normani e Dinah começam a se despedir de todos novamente. Dessa vez, Normani e Keana dão um abraço mais demorado.

Keana sussurra algo em seu ouvido, e Normani parece emocionada. Ela volta a abraçar a amiga. Assim, Normani e Dinah se distanciam do grupo, deixando as marcas de seus passos na neve. Dinah cantarola alto e feliz.

Ally olha para a lua cheia.

- Sabe... não está tão tarde.

Troy estende o braço para ela.

- Quer dar uma volta?

Os dois entrelaçam os braços e andam bem juntinhos lado a lado.

- Não acredito que estamos em Paris. Juntos.

- Foi um prazer conhecê-la - diz Troy para mim, e me sinto triste por ver todos irem embora. - Vejo você amanhã de manhã? - pergunta ele a Lauren, que confirma com a cabeça.

Ally e Troy se afastam, um pingo colorido na noite de neve. E agora somos três. Lauren está com um ar solene. Ela passa um braço ao redor dos ombros de Keana, e me dou conta de que ela já foi apaixonada por Dinah.

- Está tudo bem, Keke? - pergunta ela.

- Sim - responde ela. - Obrigada por perguntar.

Elas se abraçam de verdade agora, e ficam assim por um bom tempo, um abraço repleto de lembranças. Keana a solta primeiro.

- Vocês vão ter que me desculpar, mas meu dia começou cedo... estou super cansada. Vou voltar para o albergue.

Com certeza Keana não está super cansada. Ela quer nos deixar sozinhas, é claro. Está escolhendo ficar sozinha, em uma noite que deve ser especialmente difícil para ela, para nos dar uma chance de... sei lá de quê.

- Mais uma vez, foi um prazer conhecê-la - digo, e estou sendo sincera. Fico grata pela atitude dela.

- Tenho certeza de que vamos voltar a nos ver um dia desses - diz ela, e dá uma piscadinha antes de ir embora.

- Até amanhã, Laur! - grita Keana, de longe.

Lauren está com as mãos nos bolsos, e seus ombros estão quase encostando nas orelhas.

- Ela não é uma das minhas amigas mais discretas. Desculpa.

- Tudo bem. Ela é muito legal.

- É mesmo.

- Todas as suas amigas são muito legais.

Ela me observa.

- Fico feliz por ter achado isso.

Ficamos em silêncio. A neve cai lentamente, pousando em seu cabelo escuro.

- Então... - digo.

- Então... - diz ela, encarando os pés. - Posso acompanhar você até em casa?

- Sim. Por favor. Obrigada. - Desvio o olhar, envergonhada.

Não combinamos nada, mas acabamos fazendo um caminho com menos gente pelas ruas. Caminhamos em silêncio. Os flocos de neve ficam mais espessos. O silêncio deveria me transmitir tranquilidade, mas meu nervosismo só aumenta.

Lauren fica linda sob as luzes da rua. Acho que eu estava errada em relação a ela. Espero estar errada em relação a ela. Sei que estava errada em relação a mim mesma. Não dizemos uma palavra sequer até chegarmos ao dormitório. Na primeira vez que caminhamos por aqui, era o nosso dormitório. Agora, é só meu. Lauren foi corajosa por voltar aqui. E eu posso ser corajosa também.

- Você gostaria de... - começo.

Lauren me encara. Espera eu terminar a pergunta. Ela quer que eu termine.

- Quer entrar? E conversar? - acrescento.

É como se o que ela está prestes a dizer pudesse matá-la.

- Queria muito, mas acho que não serei bem-vinda aí.

Por favor, não me rejeita.

- E desde quando você se importa com as regras?

- Não quero arrumar confusão para você.

- Eu não ligo - retruco.

- Mas eu ligo.

Meu coração se contorce todo.

- Pelo menos você vai estar por aqui amanhã de manhã? A que horas o seu trem sai?

- Não tenho certeza - responde ela.

Como é que ela não se lembra de uma coisa dessas? Que tipo de desculpa é essa?

- Quero que fique com isso - diz ela.

Lauren está tentando tirar a autobiografia da mochila, e agora vejo por que parecia tão cheia. Os papéis ocuparam todo o espaço.

Fico perplexa. Era por isso que ela queria me encontrar hoje.

Sem pensar muito, seguro o fundo da mochila para ajudá-la a retirar o livro. Ela aperta as páginas contra o peito antes de entregá-lo a mim. Suas mãos estão tremendo, não sei se por causa do frio ou do nervosismo.

Pego o livro. Tem um título novo. Espaços.

- Você estava certa. Sobre... aquele monte de coisas. Me empenhei bastante e adoraria saber a sua opinião. Sobre as mudanças que fiz.

Por favor, não me faz ler isso de novo.

- Hum... tudo bem.

Ela parece esperançosa.

- Sério?

- Sim, claro.

O livro, agora em meus braços, fica mais pesado.

- Er... quando você quer que eu devolva?

- Ah, não. É seu. Fica com ele.

Silêncio.

- Tudo bem - digo.

Ela volta a enfiar as mãos nos bolsos do casaco.

- Pode me ligar assim que terminar de ler?

Estou confusa.

- Quer que eu leia agora?

- Sim. Quer dizer, não. Não precisa. Mas eu vou embora amanhã...

- Não, tudo bem. Posso ler agora, sim.

- Mesmo?

- Mesmo.

- Combinado, então. Você tem o meu número.

Essa entrou para a lista das conversas mais desconfortáveis que já tive com alguém. É muito pior do que qualquer outra coisa que tenha acontecido antes de namorarmos.

- Legal - digo.

Lauren inclina o corpo para a frente, para me abraçar. Ela hesita, mas eu já estou me aproximando. Ela se aproxima também.

O livro, frio e pesado, pende entre nós duas. E quando ela, estranhamente, me dá um aperto em meus ombros, percebo que esta será a última vez que nos tocaremos.

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