De Fã para Amante

By IludidaKar

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Camila Cabello tinha várias certezas em sua vida, mas uma era irrevogável: Amava condicionalmente Lauren Jaur... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Penúltimo Capítulo.

Último Capítulo.

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By IludidaKar




"E cada verso meu será, para te dizer que eu sempre vou te amar, por toda a minha vida" – Vinicius de Moraes.

Há que lindo o amor que canta a mais doce melodia para os corações apaixonados.

Lauren sentia-se levemente dopada. Não era por conta de remédios, não... Era por estar olhando nos olhos de sua amada. A mulher de sua vida que achara que nunca mais iria rever.

Quando o carro despencou no barranco, o seu último pensamento foi a Camila. Lembrara que tinha pedido fervorosamente em uma prese desesperada para que o universo conspirasse ao seu favor e lhe permitisse ter mais uma chance com a Camila. Uma chance sem a maldade alheia para corromper. Uma chance para o amor e para a felicidade que tanto o seu coração implorava para ter.

Por alguns dias, a sua mente estava desestabilizada. Ela não conseguia compreender o que acontecia em sua volta. Ouvia vozes, geralmente de uma senhora e de uma criança, mas não conseguia reconhecer, em poucos minutos que ficara acordada, a dor era tão intensa que rapidamente caia para a inconsciência.

Para muito, a inconsciência era apenas um breu ou um lugar muito claro. Mas para a Lauren, era a personificação do seu paraíso: Camila.

Ela teve diversos sonhos, alucinações com a brasileira. Doces sonhos que se agarrou firmemente para não despertar. Mas uma voz pipocava entre as suas fantasias e lhe dizia que ela precisava lutar e acordar.

E Lauren lutou contra a escuridão que queria invadir as suas doces fantasias. Resistiu, foi forte, o nome de Camila sempre ecoava em seus ouvidos e ela sentia energizada. Era por Camila. Era Camila que lhe dava forças.

Lauren afugentou a escuridão.

Lutou contra os seus próprios demônios.

E agora estava tendo a sua recompensa em ver a figura pequena com um biquinho adorável e um chorinho que lembrava mais um bebê, parada na porta do quarto.

Elas estavam reticentes. Não conseguiam se mover ou falar. Elas estavam com medo de que se movessem ou piscassem iriam sumir. Era algo que elas não iriam suportar. Estar longe uma da outra. Era inaceitável esse pensamento e fazia com que os corações ainda na fase de cicatrização sangrasse.

Lauren queria levantar, correr até a sua menina e abraçá-la. Mas a verdade é que estava com as costelas quebradas e qualquer movimento abrupto a dor era insuportável, mesmo com medicamentos. A perna, o médico conseguiu salvar depois de horas de cirurgia, mas as costelas tinham que curar naturalmente. Infelizmente, não tinha como suturar uma costela quebrada. E a mexicana estava com quatro quebradas. A recuperação seria lenta, mas ela não reclamava. Estava sentindo-se abençoada por poder olhar novamente nos olhos de sua amada e sentir o calor que propagava pelo seu corpo e alma toda vez que os achocolatados lhe miravam tão apaixonados.

Castanhos nos verdes.

Verdes nos castanhos.

E eles se derramaram um nos outros. As lágrimas quentes ainda caiam pelas bordas dos olhos, mas eram irrelevantes, a conexidade que elas transmitiam entre si com o olhar era intensa e rara demais para que algumas gotas salgadas pudessem atrapalhar ou interromper.

Passou-se minutos com a sensação de segundos até que lentamente, a mexicana abriu os braços para receber o amor de sua vida. Camila não pensou em mais nada e correu em direção de Lauren, chocando-se contra o corpo da maior em um abraço apertado e protetor.

A mexicana gemeu de dor, as suas costelas queimando debaixo do seu peito. Mas ela ignorou a dor, e passou os braços ao redor do corpo de Camila, a abraçando na mesma proteção, e ansiedade da menor. Nenhuma dor era capaz de vencer o sentimento quente que explodiu no coração de Lauren e derramou em suas veias ao ter novamente o corpo de Camila contra o seu... O cheiro da brasileira era o seu preferido, assim como o calor que aquecia o seu corpo com maestria.

Camila soluçou agarrada a Lauren, e respirou fundo, inalando todo o perfume natural da mexicana até que os seus pulmões ficassem embriagados com a essência da maior. Um soluço de alívio escapou dos seus lábios ao senti-la tão viva em seus braços.

Lauren a apertou mais contra o seu corpo, e roçou o nariz nos cabelos castanhos, cheirando-a, fechando os olhos e abrindo um sorriso, deixando os seus dentinhos de castores a mostra. O seu coração palpitava descontroladamente, mas de maneira saudável. O seu coração estava em equilíbrio e batia a mesma melodia que o coração de Camila ditava contra o seu peito.

Pouquíssimas pessoas sabiam, mas a cantora tinha ficado com sequela depois do atentado. Adquiriu a doença chamada arritmia cardíaca que consiste no aumento ou diminuição do batimento cardíaco. O dela era o benigno, tratava com medicamentos e exercício físico. Era algo controlável.

Geralmente quando tinha emoções fortes, o seu coração desembestava a bater muito forte, e ela sempre sentia quando era negativo. Mas desta vez, ela sabia que não era nenhuma arritmia cardíaca, era apenas as batidas violentas de um coração bobo apaixonado.

Por favor, diga-me que isto não é um sonho... — Camila implorou com o rosto enterrado no pescoço de Lauren, a voz saiu abafada.

Lauren acariciou os longos cabelos castanhos, sentindo a maciez dos fios em seus dedos. Ainda estava com os olhos fechados, a voz de Camila reproduzindo ondulações dentro de todo o seu ser. O sorriso da mexicana abriu mais ainda ao constatar a verdade.

— Não, não meu amor. Não é um sonho, é a nossa doce realidade. — Respondeu baixinho, a voz ainda rouca demais, o peito queimando, mas a felicidade a mil. — Eu estou aqui com você.

Camila afastou-se um pouquinho, porque não tinha coragem de sair daqueles braços tão acolhedores. Os seus olhos encontraram o de Lauren e o seu fôlego faltou. Ela jamais iria se acostumar com a beleza dos olhos esverdeados que estavam tão claros que pareciam águas de um mar paradisíaco. Nunca tinha os visto assim, tão vividos, tão claros e vibrantes, era simplesmente viciante.

Adoração.

Lauren a olhava da mesma forma... Os achocolatados a mantinha cativa e completamente apaixonada.

— Oh Lauren... — Camila levou as mãos para o rosto da maior, e o segurou. Ainda mergulhada no oceano que eram os olhos verdes. — Você não sabe o quanto ansiei por esse momento, de vê-la em minha frente, bem e salva. — Chorou. — Você está aqui, meu amor... Esse é o maior presente que o universo poderia me proporcionar.

Algumas lágrimas escaparam do rosto da mexicana, e ela fungou, mas sem nenhum momento desviar o olhar da brasileira.

— Eu voltei, Camz. — Disse emocionada. — Voltei pra você e para o nosso amor, e nunca, nunca mais eu vou embora, porque estar ao seu lado e fazê-la feliz é a missão que recebi em minha vida.

— Eu te amo tanto. — Camila disse embargada, aproximando o rosto do seu amor, sorrindo entre as lágrimas. — Por Deus como eu te amo!

Lauren colocou uma madeixa atrás da orelha da brasileira. Percebeu quando a Camila estremeceu. O reencontro poderia ser classificado como um dos dias mais felizes de sua vida, só iria perder para o dia que levaria a Camila para o altar. Com esse pensamento, olhou rapidamente na direção do dedo e o seu coração palpitou quando viu o laço amarrado no anelar da brasileira.

— Eu te amo, Karla Camila. Eu te amo com toda força do meu ser, da minha existência. — Declarou e ao terminar de falar encostou a sua boca na da menor.

Um simples roçar de lábios, e todas aquelas sensações tão intensas e únicas as envolveram na medida em que os lábios iam se encaixando, matando a saudade, sem aumentar o ritmo, apenas saboreando e se saudando depois de todo o drama. E mais uma vez, todo o amor que existiam entre elas, renasceu...

(...)

Depois que tiveram o seu momento em particular. As visitaram ousaram em aparecer, para o bico de Camila que queria ficar apenas aconchegada no peito de Lauren. Algo que ela tinha que fazer com limitação ao saber que toda vez que pressionava o seu corpo ou apertava a mexicana para si, a mesma sentia dor. Então, passou a ser zelosa, porque não queria que Lauren sofresse, mesmo a maior não reclamando nada, sabia que ela sentia dor pelas caretas quase imperceptíveis.

Alejandro e Sinu ficaram felizes em conhecer a Lauren pessoalmente, apesar da mexicana ficar um tanto nervosa por conhecer os seus sogros oficialmente. Ela não queria que fosse assim, queria em um jantar em que pudesse impressioná-los, mas esqueceu desse detalhe ao perceber que eles tinham a adorado sem que ela fizesse qualquer esforço, sendo apenas ela mesmo. Eles se deram bem, a sua afinidade pipocou com Sinu que surpreendente mostrou-se fã das músicas de Lauren.

Isso deixou a Lauren radiante, como também deixou a Camila por ver os seus progenitores se dando bem com a Lauren. Ali, eram as três pessoas que mais amava no mundo, era gratificante demais vê-los rindo e se dando bem. Era muito importante para ela saber que tinha a benção dos seus pais.

Eric chegou em um determinado momento e chorou muito ao ver sua melhor amiga bem e feliz. Lauren também foi apenas lágrimas, mas Camila mudou a atmosfera de choro para risos com as suas palhaçadas.

O assunto ficou suave e feliz no quarto, até Alejandro e Sinu se retirarem ao dizer que iriam tomar um café. Assim que eles saíram, Lauren exigiu saber de tudo que tinha acontecido em sua ausência.

Camila e Normani se entreolharam, mas já tinha decidido que contariam tudo a Lauren, e o fizeram. Cada relato deixava a Lauren de olhos arregalados, ela escutava em silêncio, assim como a Dinah que estava ao lado da Kordei. Eric mantinha-se calado, apenas observando. Por muitas vezes, Lauren apertou a mão de Camila que estava entrelaçada na sua, para saber se ela continuava ao seu lado, sentiu-se temorosa em saber de todos os perigos que Camila passara em busca da justiça.

— Está tudo bem, meu amor. Eu estou aqui com você. Isso tudo faz parte do passado. — Camila murmurou ao perceber a Lauren tensa e depositou um beijo carinhoso na bochecha dela.

Lauren relaxou um pouco, mas a ideia de Camila envolvendo-se com Cain e Paula a deixava de cabelos em pés. Sabia que a brasileira sabia se virar, já que a mesma envolvia-se com gente da barra pesada por conta do seu trabalho. Mesmo sendo trabalho por amor, isso não apaziguava o coração da mexicana que sempre temia pela vida da brasileira.

— Lauren. — Camila chamou ao ver os olhos esverdeados inquietos, e Lauren rapidamente a olhou. — Tudo por você.

Lauren a encarou firmemente. Ela entendia o que Camila queria dizer: Não importava o perigo, o seu coração queimava por justiça e ela jamais deixaria que qualquer mal causado a Lauren saísse impune. A mexicana compreendia o sentimento, porque faria o mesmo se estivesse no lugar de Camila, e a perdesse pela maldade dos homens.

Gradativamente, Lauren ia ficando mais tranquila ao perceber que a paz estava prestes a reinar em sua vida. Sabia que Mercedes, Taís e Manuel estavam bem em Amsterdã, Cece até queria encontra-la, mas o FBI preferia deixar que a poeira abaixasse. Medida protetiva. A mexicana entendeu bem. Ficou surpresa com a morte de Cain, principalmente por ter sido a Paula que tivesse tirado a vida do próprio filho. Sentiu-se satisfeita por Tara ter ajudado no caso, sabia que a mulher se arrependia do que fez antes, agora, Lauren torcia para que Tara encontrasse um caminho que lhe deixasse feliz.

Ela queria muito recompensar a Keane e Louis. Principalmente o James e Guadalupe. Sabia que sem eles, não estaria viva, e tinha uma dívida para com os dois pelo resto da sua vida.

— Agora uma pergunta, Lauren... — Kordei interrompeu o momento delas, atraindo a atenção delas. — Você está disposta a testemunhar contra a Paula Cain?

Camila e Lauren se entreolharam, a resposta vibrava nos olhos de ambas.

(...)

Dias depois...

— Fisioterapia toda a semana por tempo indeterminado. A alta quem vai decidir é o fisioterapeuta. Eu quero vê-la ao menos uma vez por mês. — O ortopedista disse com a prancheta na mão. — Felizmente, você tem uma boa cicatrização, Lauren. Se não fizer nenhuma estripulia, as suas costelas vão cicatrizar rapidamente, assim como a sua perna.

— Não se preocupe, doutor. Eu farei vigilância constante para que Lauren não abuse da sorte. — Camila respondeu.

Lauren que estava na cadeira de rodas com a perna suspensa, bufou. O que ocasionou um leve desconforto. As suas costelas estavam cicatrizando muito bem, então, pequenas coisas como respirar fundo, falar ou bufar não lhe doía tanto mais.

Quando recebeu a notícia que teria alta, ficou feliz, porque imaginava momentos a sós com a Camila. Pensava nisso na maior parte do tempo, de compartilhar a intimidade com a brasileira, principalmente com as roupas provocantes que a brasileira usava e instigavam a sua imaginação. Mas sabia que a Camila era Caxias, e não permitiria nenhuma ato intimo enquanto ela não estivesse completamente curada.

Para o desalento de Lauren.

— Eu confio em você, Camila. — O ortopedista disse em bom humor.

Lauren revirou os olhos ao vê-lo derretido por sua mulher. Mas, quem não se derretia? Camila fazia qualquer coração se derreter, ela tinha cativado toda a equipe médica e também as enfermeiras. Bastava sorrir que todos estavam aos seus pés.

Paqueradora safada. Lauren pensou ao olhar para Camila com os olhos semicerrados, mas rapidamente abriu um sorriso quando os achocolatados lhe avaliaram. Ela amava tanto essa mulher que sentia vontade de enchê-la de beijos, depois de mordidas, depois de beijos de novo. Talvez, fosse um pouquinho trouxa pela Camila.

Apesar de sentir levemente ciumenta com os fletes inocentes de Camila, uma voz no fundo retumbava em todo o seu ser ao gritar para si: That's my girl. Porque sim, Camila era a sua garota, e pouco importava esses fletes, sabia que Camila era inteiramente sua. Assim como era inteiramente dela.

— Nos vermos. — O ortopedista disse, mas antes de sair do quarto, olhou para a Lauren em advertência. — Juízo, Lauren.

— Pode deixar, tenente! — Lauren respondeu cinicamente, fazendo o médico apertar os olhos e Camila a beliscar. — Ai! — Reclamou com um bico.

— Comporte-se. — Camila ralhou, como se ela fosse uma criança.

O ortopedista deu de ombros, e retirou-se. Lauren o apelidou de tenente por ele ser um pé no saco de exigente, mas ela sabia que ele queria apenas o seu bem. Um maqueiro adentrou no quarto, e empurrou a cadeira de rodas de Lauren pelos corredores do hospital, com Camila ao seu encalce, a menor puxava uma mala de rodinhas.

Depois que Camila soube que Lauren estava viva, o seu estresse diminuiu completamente e as suas taxas voltaram ao normal, depois de dois dias com Lauren apresentando apenas melhora, o psiquiatra decidiu liberar a brasileira, já que ela não apresentava nenhuma anormalidade. Como esperado, a brasileira não quis ir para o apartamento, ficou acompanhando a Lauren, era o seu maior prazer e alimentava o seu coração que necessitava de suas doses diária de Lauren Jauregui para se sentir bem.

— Deve estar o inferno de repórteres na entrada principal do hospital. — Lauren torceu a boca.

— Sim, está. É por isso que iremos sair pelo portão dos funcionários. Ramirez estar nos aguardando. — Camila respondeu ao entrar no elevador.

Lauren ergueu a cabeça para olhá-la.

— Você pensou em tudo, hum?

— Obviamente, não deixaria você sofrer um grande estresse depois de tudo que passou por conta de repórteres. Eles que me perdoem, mas a sua saúde em primeiro lugar. — Camila respondeu protetiva.

Lauren sorriu ternamente para a brasileira que retribuiu. Desde que descobriram que Lauren estava viva e que o responsável pelo seu acidente foi o Cain e sua mãe, parecia que todos vínculos de notícias do México funcionavam apenas para falar de Lauren Jauregui. O twitter também estava uma loucura com os fãs da mexicana, ela tinha feito uma conta nova, já que a antiga tinha se perdido, e ficou impressionada com a quantidade de mensagens de apoio que recebera do seu fandom. Isso a fez chorar de alegria.

Eles nunca a abandonariam.

Também ficou surpresa ao ver que tinha um fandom destinado para ela e Camila. Apesar de ser apenas boatos de que elas viviam um caso de amor, já tinha um grande número de pessoas que shippavam as duas juntas. Elas amaram essa ideia!

Eles foram até o estacionamento, encontrando o Ramirez que estava à espera. Ele olhou para a patroa e abriu um largo sorriso ao vê-la bem.

— Para casa? — Ramirez perguntou depois de ter ajudado a colocar Lauren no banco de passageiro.

— Para o nosso apartamento... — Quem respondeu foi Camila com um grande sorriso.

Ela tinha uma surpresa para Lauren.

(...)

— Seja bem vinda! — Vozes ecoaram no recinto assim que Ramirez empurrou a cadeira de rodas para o apartamento parcialmente escuro. As luzes se acenderam, confetes e tirinhas coloridas explodiram no ar.

Apenas os importantes na vida de Lauren que se encontrava ali... O seu empresário com o seu marido, a sua equipe, os seus sogros, seus amigos, seus salvadores, sua babá e os seus sobrinhos.

Muito choro aconteceu, principalmente do John, da Mercedes e seus sobrinhos. Lauren nem estava acreditando que eles estavam ali. Mais uma vez se sentiu muito abonada por ter uma nova oportunidade por abraçar e sorrir ao lado de quem amava.

Lauren não sabia que os seus sobrinhos e sua babá estava no México, apesar de sempre falar com eles por chamada de vídeo, fez um bem danado para o seu coração ao abraçá-los novamente e sentir o cheirinho de morango que eles exalavam. Assim como o cheiro de algodão de Mercedes que lembrava tanto o cheiro de mãe, porque para a Lauren isso que Mercedes era para ela: Uma mãe.

Mercedes a tinha como filha, e sabia que o sentimento era reciproco ao ver a Lauren lhe admirando e exaltando com olhar, e isso explodia o seu coração de felicidade. Doou a sua vida para cuidar de Lauren, e não se arrependia, e se pudesse voltar ao passado, faria tudo novamente porque Lauren era o seu maior orgulho.

Depois de falar com John, Mercedes e sobrinhos. Lauren moveu sua cadeira de rodas até Keane e Louis que estavam nervosos por ver a cantora de frente a frente.

— Obrigada por terem me salvado, eu tenho uma dívida eterna com vocês. — Lauren disse com sinceridade.

— Imagina, Srta. Jauregui... Fizemos o nosso trabalho, estamos muito contentes em vê-la bem e saudável. — Keane respondeu.

— Exatamente, reforço as palavras de Keane, vê-la bem e saudável é um dos maiores presentes que podemos receber por exercer a nossa profissão. — Disse o Louis.

— Eu tenho certeza que sim. — Lauren sorriu. — Mas isso não impede de agradecê-los. Vocês foram essencial para a minha vida, e tenho certeza que são para de muitas pessoas que precisam de ajuda, apesar das limitações que é o hospital de Tlaqueparque. — Adotou uma postura séria. — Por isso que estou investindo no hospital, tanto na equipe interna como externa, e quero que você Keane Marie e Louis Tomlinson sejam os responsáveis por tudo.

Tanto Keane como Louis arregalaram os olhos.

— Eu... Eu me sinto lisonjeada pelo convite, Srta. Jauregui, mas o hospital tem a sua hierarquia que não podemos interromper.

— Bobagem. — Lauren retrucou. — Hierarquia não serve para nada além de classificar as pessoas. Você tem potencial, Srta. Marie, muito, tem garra e determinação, é o que o hospital de Tlaqueparque precisa, uma mulher de fibra e humanizada, assim como você, Sr. Tomlinson é altamente capacitado para dar assistência, proporcionar o bem-estar e salvar vidas. É isso que um hospital precisa, de pessoas que estejam dispostas e visem o bem, e não apenas status e dinheiro. — Respirou. — Eu quero um mundo em que as pessoas sejam bem tratadas e tenham os seus direitos sem implorar ou se humilhar para conseguir, o meu começo será em Tlaqueparque, depois iniciarei mais projetos até ver o meu povo bem cuidado. — Sorriu suavemente. — Quero que essa ideia contagie os governantes e que o México promova a igualdade. Quero que sejamos um exemplo para os outros países se inspirarem e quebrarem esse pensamento de subdivisão.

Keane e Louis ficaram tão abobalhados que apenas sorriram em concordância, eles estavam em êxtase. Percebendo que tinha terminado com eles, Lauren partiu para as duas pessoas mais deslocadas da festa. James e Guadalupe sentiam um peixinho fora da agua no apartamento, era um contrate muito grande com a cabana que viviam.

Lauren se aproximou deles. James a olhou com carinho, e inesperadamente a abraçou com o mesmo carinho que exalava nos olhos.

— Senhora, fico muito feliz que esteja bem. — Ele disse com toda sinceridade que tinha em seu pequeno corpo.

Lauren sorriu, como era maravilhoso a inocência de uma criança. O abraçou com carinho e o beijou na testa, se afastou para olhá-lo e segurá-lo no rosto.

— Se estou aqui, é porque lutaste por mim. Obrigada pequeno anjo, que a bondade continue presente em teu coração. — Lauren disse com carinho. — No dia em que eu tiver um filho, eu quero que seja assim como você, bondoso, e de grande coração.

James sorriu, cheio da felicidade genuína. Abraçou a Lauren novamente, para ele era o máximo vê-la com saúde, não por ser uma mulher importante, mas por estar viva e bem.

— Eu posso pegar um pouquinho de refrigerante? — Cochichou ele baixinho, olhando para a abuelita com ares desconfiados. A velha senhora o encarava em repressão, mas não o suficiente para repeli-lo.

Lauren riu da ousadia do menino. Se antes o adorava sem conhecê-lo, agora ele era uma de suas melhores pessoas. Sabia que Taís e Manuel o adoraria.

— Sabe aquela bonitona ali? — Apontou para Camila que ria de alguma coisa que Rick falava. — Peça a ela.

James concordou, depois de dar um beijo na testa de Lauren correu até a Camila. Lauren observou sorrindo a Camila se derretendo pelo garoto, até que olhou para Guadalupe que a encarava com o semblante suave.

— Guadalupe... Tú tienes el mismo nombre de nuestra santa y sé que la mantra de ella cae sobre tu vida haciéndola bendecida. — Pegou a mão da senhora e a beijou o dorso de sua mão em sinal de respeito. — Obrigada por ter me salvado e me dado uma nova oportunidade de vida ao lado das pessoas que tanto amo. — Que nuestra virgen de Guadalupe nos proteja y mantenga nuestros días felices.

Guadalupe sorriu e sentiu-se emocionada pelo respeito direcionada a si, geralmente não encontrava isso nas pessoas. Muitos achavam que ela era bruxa por ser curandeira, mas ela via nos olhos esverdeados refletindo admiração. Segurou o queixo da mulher a sua frente e sentiu uma energia fluindo por todo o seu corpo, sabia que Lauren seria muito feliz.

— Ella bendecirá a todos nosotros de buen corazón. — Acariciou o queixo de Lauren com o polegar. — Renascesse da morte, Lauren. Você teve uma segunda chance, algo que muitos não conseguem. Tiveste tudo para estar morta, mas a nossa virgem se compadeceu de ti, você terá uma vida plena ao lado daquela que tanto o seu coração queima... — Elas olharam para a Camila que enchia o James de comida.

Lauren sentiu-se leve com as palavras da mais velha. Como se a Santa Guadalupe tivesse a cobrindo de suas benções.

— Amém. — Lauren murmurou com a voz embargada, ainda sentindo toda vibração pinicando o seu corpo de um jeito bom.

Elas ficaram um minuto em silêncio, apenas saboreando o momento, até que a cantora voltou a falar:

— James tem um futuro brilhante. É um garoto inteligente.

— Sabia que você iria tocar no assunto. — Guadalupe disse, mas não tinha nenhum aborrecimento em sua voz.

— Eu quero o melhor para ele.

— Nós queremos, minha filha.

— Eu não quero soar indelicada nem presunçosa, mas eu realmente vejo um futuro brilhante para o James. Quero que ele frequente as melhores escolas juntamente com os meus sobrinhos, e para isso, ele tem que estar acessível, morar na cabana vai atrapalhar o horário acadêmico, em contrapartida, não quero que ele perca as raízes ou a senhora se sinta desconfortável ou ofendida com os meus queres.

Guadalupe olhou Lauren, gostava dela, a mesma tinha conquistado o seu coração quando estava agonizando em sua cabana com a identidade desconhecida, a admiração da velha aumentou mais, não por Lauren ser famosa, mas por ter tato e preocupação com suas crenças e raízes.

— Eu sei que não teve nenhum intuito de me ofender, e acredite não ofendeu. Eu sei que James é um menino espetacular e precisa se desenvolver. Ele será brilhante, porque além de ter talento, tem também um grande coração. James nasceu por um propósito e irá consegui-lo através de sua ajuda. — Ela olhou para Lauren. — A sua proposta será aceita, sem nenhum drama. O amor e atenção que oferece ao meu neto é como o manto que me cobre a noite e me aquece. — Ela sorriu. — Tiene un buen corazón, hija.

Os olhos de Lauren brilharam, ela queria se levantar, e abraçar a senhora, mas não podia, então, voltou a beijar o dorso da mais velha, lembrando de um tempo que não voltava mais e suas avós estavam vivas, lembrou-se quando pedia a benção e beijava as mãos enrugadas as velhas senhoras com carinho. Quem diria... Na época que podia fazer, reclamava algumas vezes por fazê-lo, agora sentia falta de ter alguém para beijar o dorso e receber um doce "deus te abençoe". Ergueu o olhar e encontrou os olhos de Guadalupe, parecia que ela sabia que ela estava sentindo, então, ambas sorriam.

E mais um vínculo se criou...

(...)

Paula Cain estava destruída.

Dois meses em uma prisão sem direito a habeas corpus ou fiança. Ela não tinha dinheiro para pagar, e todas aquelas que julgava ser amiga na verdade não era nada, já que suas amizades visavam apenas os status. E o status de Paula Cain era inexistente.

Teve que ficar numa cela comum por não ter graduação. Recebeu muitas provocações das detentas que sabiam quem ela era, elas exigiam dinheiro. Paula até que conseguiu nos primeiros dias até que todo o seu bem foi bloqueado, não por ser uma delinquente, mas por sonegação fiscal.

Por conta disso não podia pagar pelas mordomias que tinha na cela, consequentemente, a chefona não ficou feliz em não receber o seu dinheiro, o que ocasionou em um ataque na Paula que a levou para enfermaria, o advogado aproveitou o ensejo e apelou para libertação de sua cliente, mas não obteve sucesso. Paula estava usando as joias de sua mãe para pagar o advogado, era algo inestimável emocionalmente que ela guardava com imenso carinho, mas que se viu obrigada a abrir mão para a sua liberdade.

Uma liberdade que parecia inalcançável.

Já tinha recebido alta da enfermaria apesar de todo o seu corpo quebrado, ela sentia que a sua ulna e radio não estava conectadas, a dor era intensa, mas mesmo assim a enfermeira a enxotou dizendo que tinha paciente mais grave. O seu braço estava muito inchado, sem tirar o hematoma dos seus olhos e maçãs do rosto, parecia que todo seu corpo tinha sido quebrado em milhares de pontos, até respirar era agonizante.

Finalmente tinha chegado o dia do seu julgamento, apesar de ela não estar nem um pouco otimista. Foi obrigada a ir para o fórum sem se arrumar... Usava o macacão alaranjado, o rosto com hematomas e os cabelos maltratados em um coque desajeito. Achou que não teria muita gente, mas se surpreendeu com a quantidade de pessoas e repórteres. Ela se sentiu derrotada quando as palavras de asco foram lançadas contra ela, e os fotógrafos registravam o seu fracasso.

Sentou-se resignada na cadeira ao lado do advogado, ignorando as palavras de ódio. A vontade de chorar sempre presente, não por arrependimento dos seus atos, mas por ter falhado. Lutou tanto na vida para terminar com absolutamente nada. A juíza adentrou, iniciando o julgamento, e cada prova mostrada a Paula se sentia pequena, tudo a fazia se reduzir, mas quando Lauren adentrou para testemunhar contra ela, Paula surtou.

— Sua desgraçada, miserável! Era pra você estar morta! — Gritou em cólera, o advogado tentou contê-la, mas ela cotovelou o nariz dele. Escutou o grito de dor, mas não se importou, correu e tentou avançar em Lauren que mostrava medo com atitude da mais velha. Os agentes seguraram a Paula. — Eu odeio você. — Paula gritou descontrolada.

— Chega, Paula! — A juíza gritou.

Mas Paula não ouviu, soltou uma risada alta e assustadora.

— Eu vou destruir você! — Ela cantou alto, olhando fixamente para Lauren, apesar de estar sendo segurada pelos agentes, a mesma parecia que tinha uma força de um batalhão. Ela conseguiu se soltar e a juíza gritou para segurá-la, mas ela correu até a Lauren e ergueu os braços com as mãos nervosas para agarrar o pescoço de Lauren que se retraiu em sua cadeira de rodas, de onde estava não tinha como Paula a pegar, mas isso não diminuía o seu medo. — Eu vou te matar, desgraçada! Depois irei triturar a sua carne e distribuir pelo zoológico, sua nojenta.

— Guardas! — A juíza gritava, enquanto, os juris e convidados estavam horrorizados.

Lauren estava quase desmaiando de medo, as mãos de Paula não era capaz de pegá-la, mas as unhas raspavam em sua pele. Antes mesmo dos agentes chegarem a Paula, um murro a fez cair para trás.

Era a Camila que estava malhada de ódio por aquela mulher encostar um dedo em sua mexicana!

(...)

Camila recebeu uma advertência da juíza pelo seu ato inconsequente. Teria que passar uma semana fazendo trabalho voluntário para dar o exemplo. A brasileira não se arrependia. Por ela, teria nocauteado a Paula desde que ela surtou. Não suportava ver Lauren sendo agredida emocionalmente e fisicamente depois de tudo que passara. Sabia que nada se resolvida com violência, mas ela tinha que fazer algo, ver a Lauren assustada enquanto o sistema era lento foi como um gatilho dentro de si. Ela era capaz de tudo por Lauren, e isso não era novidade para ninguém.

Paula Cain foi internada em um manicômio. Era nítido que a mulher tinha perdido a razão. Ela estava fora de si, era uma sociopatia, o psiquiatra já tinha atestado isso antes do julgamento, mas agora estava mais nítido.

A mulher terminaria os seus dias naquele lugar.

Isso foi um peso tirado nas costas de Lauren e Camila. Os Cain não tinha mais nenhum poder sobre elas. El Matador foi condenado a prisão perpétua, os mercenários que tentaram matar a Lauren também. A sorte do FBI era que eles eram burros e se encontravam com qualquer um que tivesse dinheiro.

Elas estavam livres de todos aqueles calos que apertavam os seus sapatos.

Lauren recebeu a fortuna do Cain, aqueles que foram considerado legais pela justiça. Ela não quis ficar com nenhum tostão daquele homem que lhe fez tão mal e doou tudo. Boa parte foi para o projeto que tinha com a Keane e Louis, e a outra parte foi para os estudos de James. O dinheiro que tinha guardado era pouco, mas sabia que com o trabalho duro poderia ter mais cédulas em sua conta, assim poderia ajudar as causas e viver relativamente bem.

Teria que começar do zero, mas com ajuda e o apoio de Camila, sabia que iria longe...

(...)

Seis anos depois...

Lauren e Camila estavam no auge.

Lauren com a sua carreira musical, depois de todo o drama envolvendo a sua vida, teve um grande recepção em sua carreira artística. Gravou dois CD's nesse tempo, e eles foram acalmados pela indústria musical. As músicas que lançou foi no intuito de agradar os fãs e de passar mensagem, e não de hitar. Mas as músicas eram tão boas que ela hitaram. Já tinha ganhado inúmeros prêmios, inclusive o Grammy para o seu choque ao ser chamada para receber o prêmio pela música: "This is me". Uma música de empoderamento que exaltava a excelência da mulher e suas lutas. Era uma música grandiosa que só confirmou uma coisa: Lauren Jauregui além de ser uma fada militante tinha talento para dar e vender.

Camila também tinha recebido inúmeros prêmios em sua carreira jornalística. Ela ainda continuava usando o pseudônimo e nunca ia receber os prêmios para evitar que sua identidade fosse revelada, ninguém sabia que Karla Estrabao era ela. Mantinha tudo muito seguro, principalmente por ter uma família. Como ainda tinha contato e apoio do FBI, eles continuavam passando o pano para ela. Quem visse a Camila Cabello jamais pensaria que era a Karla Estrabao, e Camila gostava disso, da dupla identidade que o seu trabalho lhe garantia.

Nos últimos meses estava afastada, apesar de sentir todo o seu ser vibrar por adrenalina, jamais iria arriscar quando tinha um ser tão precioso se desenvolvendo dentro de si. Estava uma pata, literalmente falando. Os seus passos estavam lentos, as pernas um tanto abertas, parecia que remar era mais rápido do que os seus passos. Mas ela não se importava, estava feliz assim. Com o rosto de lua cheia, as pernas inchadas, a bexiga parecendo baixa e com dores nas costas. E também os enjoos e desejos, que deveria ter passado porém não, mas apesar de tudo, estava se sentindo maravilhosa com o seu barrigão.

Adentrou a sua residência sendo recebida por dois cachorros enormes. Um labrador com o nome de Spaky e um Husky Siberiano chamado de DeadPool, ideia de Lauren que era louca por esse filme. Camila não reclamou, o cachorro parecia ter aderido a personalidade do seu nome. Camila nunca viu um cachorro tão cínico em toda sua vida, nem mesmo Spaky com os seus olhos dourados e pelos negros conseguia igualar ao DeadPool em suas façanhas.

— Olá, olá. — Gritou ao adentrar ao casarão extremamente limpo. Sorriu o sentir o cheiro do de limpeza, pinho e limão, sentir aquele cheiro lhe causava um eterno prazer. — Alguém em casa?

Apesar do silêncio de vozes, Camila escutava a voz de Aretha Franklin soando. Coisa de Lauren. Não pode deixar de sorrir. Remou com graciosidade para a cozinha e viu pela paredes de vidro, a Lauren dançando com o James, Taís e Manuel, todos adolescentes, a sua mulher usava uma colher de pau pra se movimentar e com a outra mão tinha uma forma funda com uma substância misturada que parecia ser um bolo, pela coloração e também a densidade da massa.

Camila era completamente apaixonada por isso... Chegar em casa e ver todos os seus amores juntos. Os seus sobrinhos eram como filhos, e até mesmo o James, o mesmo não passava muito tempo com elas por conta dos estudos, e quando tinha alguma folga, ele optava em ficar com a Guadalupe na cabana, a mulher resistia em ficar no mesmo lugar e Lauren não tinha nenhuma ganas de tirá-la de lá.

Felizmente, as coisas deram certos para elas.

Sem nenhum rastro da família Cain em suas vidas, elas viviam muito bem. Paula continuava no manicômio, mas cada dia longe da sua realidade. El matador e os mercenários continuavam presos, eles tinham pegado prisão perpetua. Não era um risco para Lauren e Camila. Aliás, eles eram uma página virada na vida delas.

Após a imprensa saber do relacionamento caótico e abusivo que Lauren sofria com o Cain, eles a recepcionaram muito bem quando ela voltou para o ramo musical. John fez um excelente trabalho em relançar a Lauren na carreira artística.

Lauren com auxílio de Camila também escreveu um livro com o título "Imprisoned". Um livro que conta toda a trajetória de Lauren e seus obstáculos. Quase uma biografia que foi bem recebida pelos eleitores e as críticas.

Viu no canto da cozinha, a Mercedes tentando argumentar com uma pequena que parecia irredutível até que os seus olhos esverdeados encontrarem o de Camila e ela saiu em disparada até o encontro da mãe, deixando a Mercedes desesperada pela energia da pequena, mas ficou tranquila ao ver a Camila do lado de fora.

Elas sorriam uma para outra.

A pequena parecia que tinha foguete nos pés, as pernas curtas não impediam a afobação. Camila agachou-se e esperou o furacão de braços abertos.

— Mamãe— Karla Michelle gritou ao correr até ela com os braços abertos e repleto de amor.

— Oi meu amor. — Camila riu ao agarrar o pequeno corpo.

Karla Michelle tinha apenas quatro anos, tinha enormes olhos verdes, a pele bronzeada e cabelos castanhos. Era uma réplica dela e Lauren, principalmente por ter o bico da viúva, o que Camila achava adorável. Por um momento sentiu saudade de ver a Lauren com um barrigão, graciosamente sexy.

Como o tempo não voltava, Camila aproveitava o presente.

Depois de beijar a cabeça de sua filha e ficar em pé porque o seu corpo parecia chumbo e não conseguia se manter muito tempo agachada.

— O que está fazendo?

— Desenhando. — Karla Michelle disse entusiasmada. — Olha. — Empurrou o caderno de desenhos para mãe.

Camila o pegou e analisou o desenho, ficando surpresa com o resultado. Para uma criança de 4 anos, Karla Michelle tinha muita coordenação motora e talento. A menina seria uma maravilhosa desenhista, a arte aflorava nas veias dela.

— Perfeitamente lindo, meu anjo. Você é incrível. — Camila beijou bem em cima do bico da viúva. — Mamãe explode de amor só de te ver.

Karla Michelle sorriu feliz e depois correu até Mercedes, falando coisas que a mais velha tentava entender. Camila se perdeu por uns segundos na imagem de sua filha até que soltou um grito ao ter braços rodeados em seu corpo, mas relaxou ao sentir o cheiro e o calor de sua mulher.

Sim... Camila podia chamar a Lauren de sua mulher saboreando toda as letras, já que casaram há quatro anos e meio atrás, Uma cerimônia simbólica com pouquíssimas pessoas. Elas ainda usavam os laços tão significantes em suas histórias, além das alianças.

Camila virou o rosto e encontrou os lábios suculentos de Lauren em um beijo profundo.

A mais velha sentiu irradiar ao ter os lábios de sua amada nos seus. Os anos passavam, mas o seu amor por Camila continua o mesmo: Intacto e forte. Sentia-se profundamente feliz ao vê-la carregando o seu filho, era mágico saber que em alguns meses, um dos seus bem-maior nasceria. Não se importava com dinheiro e mordomia, importava-se apenas com o que o amor lhe dava: Uma linda família. O bebê que estava para nascer seria tão amada quanto a Karla Michelle.

Karla Michelle tinha sido um presente tão maravilhoso, quando a Lauren achou que a sua cota de felicidade tinha preenchido, deu à luz a sua primeira joia rara. Ter sofrido quase 36 horas de parto foi insignificante quando deparou com o ser mais lindo de toda a sua vida. Se antes sabia que sua existência tinha um significado, ele aumentou ao ver aos mãos pequeninas, a pele caramelada, um biquinho dos deuses e os olhos tão esverdeados quanto os seus. Era o ser mais adorável do mundo inteiro. Ela e Camila babaram enlouquecida por aquele pequeno anjo.

Era a iniciação da família Cabello-Jauregui.

— Tenho uma surpresa pra você. — Lauren disse assim que encerrou o beijou com um selinho.

Lauren deslizou a mão pelo braço da Camila e a puxou. Elas seguiram para fora da mansão... Não estavam morando em Barcelona ou em Miami como elas imaginaram, mas tinha uma bela casa confortável em Cancún, o mar era o maior terapeuta de ambas. Tinham o labrador e o Husky como em suas imaginações, caminhavam para o segundo filho. Mas elas consideravam a Taís, Manuel e James como os seus filhos, então, a família estava cada vez maior... E com o nascimento de Morgana estariam completas.

Camila acompanhou os passos da esposa lentamente, caminharam por uma trilha iluminadas por velas de diversas cores, Lauren acariciava a mão da esposa com o polegar, vez ou outra, a olhava e os seus cabelos pareciam mais revoltados com o vento forte.

Olharam apaixonadamente até a Lauren a guiou para a beira da praia que tinha uma tenda armada com uma grande cama com pétalas de rosas e velas perfumadas espalhadas no recinto. Tinha um balde de prata com gelos e suco de uva integral, a mexicana tomou cuidado, sabendo que Camila não podia beber, tinha também petiscos saudáveis em uma pequena mesa.

— Lauren? — Camila questionou quando uma música caliente soou no recinto.

Lauren se curvou, então, ofereceu a mão para a sua amada.

— Me concede o prazer dessa dança? — Perguntou com a mão estirada.

Camila riu e pegou na mão da fonte de sua felicidade. Rapidamente a Lauren ficou em posição normal, e começou a se mover, respeitando o limite de Camila que para uma grávida movia-se graciosamente rápido. Ela acompanhava os movimentos de sua mulher, vez ou outra, Lauren a fazia rodar sem soltar a sua mão e depois a puxava para ela, então, quando Camila estava de encontro ao seu corpo, curvava-se lentamente e pouco para não causar mal-estar em sua amada.

Elas riram, e continuaram a dançar, sem perder a batida da música. Lauren rodou Camila, puxou para si, a segurou pela cintura e a jogou para trás levemente para não machucar a coluna da mais nova, a barriga pontiaguda forçava o abdômen de Lauren, mas ela não se importou. Camila estava absurdamente sexy em seus olhos.

— Eu te amo, Camila Cabello-Jauregui. — Lauren declarou com os lábios quase colados nos de Camila, os olhos conectados, como a primeira vez.

Camila ergueu-se, e moveu o corpo, requebrando suave os quadris, os cabelos estavam soltos e selvagens, do jeito que Lauren gostava, não tardou muito para a maior puxá-la para si, agarrando-a pelos quadris. A brasileira gostava disso, a forma que Lauren a fazia sentir...

Sentia sexy e muito quente. Achou que quando estivesse grávida o interesse de Lauren por si, ficaria morno. Mas era o contrário, Lauren a devorava com o olhar, a fazendo se sentir profundamente desejável. Mordeu o lábio inferior, sentia-se bem com o seu corpo de grávida porque tinha uma eterna admiradora que com um olhar incendiava o seu corpo e lhe fazia se sentir extremamente gostosa.

— Eu te amo muito mais, Lauren Jauregui. — Murmurou com a voz rouca.

Lauren subiu uma mão pelas costas de Camila até chegar na nuca da mesma, enquanto, mantinha a outra mão cativa na lombar da menor. Estava tão excitada pelo mexido dos quadris de Camila que parecia hipnotização. O suor deliberava pelos corpos de ambas, mas elas não paravam de dançar, o cheiro quente de Camila levava a cantora ao inferno. Ela passou a mão entre os cabelos de Camila, segurou os fios e puxou, fazendo Camila erguer um pouco a cabeça e ficar presa em seu corpo. O gemido manhoso e prazeroso de Camila aguçou mais os instintos de Lauren, deixando o corpo arrepiado, os mamilos enrijecidos, o baixo ventre sedento por toque. Curvou-se levemente, com a Camila acompanhando os seus comandos. Que os deuses fossem abençoados, e glorificados.

Lauren perdeu-se nos olhos de Camila.

Castanhos nos verdes.

Verdes nos castanhos.

E uma promessa para toda eternidade.

                                                                                                                              FIM!

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                                 Obrigada por acompanharem a estória, pela credibilidade e confiança em minha escrita. Sem vocês isso não iria acontecer. Eu amo vocês!

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