Burn

By Leitoramaster1

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Eu via todo o medo refletido no castanho dos seus olhos. Dizem que os olhos são os espelhos da alma e, defini... More

Personagens
Sinopse
Prefácio
Prólogo
| Capítulo Um |
| Capítulo Três |
| Capítulo Quatro |
| Capítulo Cinco |
| Capítulo Seis | pérola
| Capítulo Sete |
| Capítulo Oito | Bad Things
| Capítulo Nove |
| Capítulo Dez| pérola
capítulo onze | entertainer
capítulo doze | dark horse
capítulo treze
capítulo catorze
capítulo quinze
capítulo dezesseis | pérola
capítulo dezessete | pérola
capítulo dezoito
capítulo dezenove | especial
capítulo vinte
capítulo vinte e um
capítulo vinte e dois
especial dalillah | flashlight
capítulo vinte e três | pérola
the end | mirror - SoMo
m e d u s a | woman
| Dalillah is real |

| Capítulo Dois |

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By Leitoramaster1

Saint

Seus olhos transmitiam todo o seu medo, mas, mesmo com todo aquele medo, eu ainda enxergava toda a sua garra.

A mulher de pele escura, longos cabelos castanhos e cacheados e lindos olhos, está sentada em um canto, com dezenas de crianças a cercando, como se para protegê-la. E eu me encanto mais uma vez.

—Todos bem? -a voz de Marmadoc chama a minha atenção, tirando-me de meu devaneio.

Eu percebo que as crianças parecem acuadas e confusas, então decido que a melhor abordagem seria em seu próprio dialeto.

—Todos bem? -eu digo passando os olhos rapidamente por todas as crianças, mas logo voltando à pequena mulher.

—Vocês conseguem nos entender? -Marmadoc usa o dialeto também.

—Sim... -uma pequena menina sussurra e um garoto ao seu lado lhe dá um pequeno empurrão, a fazendo ficar quieta novamente.

—Não precisam ter medo, somos do exército americano, vêem? -aponto para a bandeira costurada em meu braço. —Viemos em uma missão para tirá-los daqui e levá-los em segurança.

Vejo que seus rostinhos se transfomam com o alívio.

—Ah... -o suave gemido chama a minha atenção e eu arregalo os olhos, observando a mulher que se contorce. Seus olhos fecham inconscientes por alguns segundos.

—Crianças, se afastem, por favor. -relutantemente, as crianças se afastam.

—Trevor, encaminhe todos para o furgão e os leve para o abrigo temporário. -Marmadoc comanda e as crianças começam a seguir Trevor. Uma a uma, todas se vão.

Depois de ajudá-los, eu me volto para a mulher que ainda está sentada, mas parece quase inconsciente, seus olhos parecem nublados, confusos Meus olhos se arregalam e meu coração bate mais forte, em desespero, quando percebo a mancha escura e vermelha que se alarga na parte inferior do seu peito, à cima do umbigo

—Você consegue me entender? -chego mais perto e me ajoelho ao seu lado.

Levo a mão a parte lateral da minha calça e vejo seu corpo se retrair ainda mais.

—Calma eu não vou machucar você. -seguro seu ombro para que ela para de se mover e a pressiono ainda mais contra a parede.

Tiro o meu cinto. Seus olhos inconscientes se arregalam e eu percebo toda a força que elas faz para não apagar completamente. Ela se contorce.

—Agora eu preciso que fique quieta.

—Por favor, não... -sua voz é chorosa, como se eu realmente fosse machucá-la. Seus olhos transbordam em lágrimas que ela não solta. Seus dedos tremem quando segura meu pulso, tentando, inutilmente, me afastar.

—Vamos, Saint, não temos o tempo todo. O prédio já foi evacuado, mas temos tropas rebeldes vindo pra cá. -eu olho sobre o meu ombro e vejo Marmadoc já se virando para sair do porão novamente. Volto a olhar a mulher a minha frente.

—Calma, calma. Eu não quero machucar você. -ela me olha como se analisasse se pode ou não confiar em mim. Seus olhos vagam por todo o meu rosto e desce pelo meu pescoço onde vê algumas das minhas centenas de tatuagens. Ela se encolhe ainda mais contra a parede.

—Não tenha medo. Não quero machucar você, eu prometo. -agora eu seguro seus ombros com muito mais força e a seguro em seu lugar com mais pressão.

—Não, tire as mãos de... -percebo que a conversa acabou quando mais uma vez seus olhos rolam em sua cabeça e ela parece que vai desmaiar.

Seguro meu cinto e passo em volta do seu corpo.

—Isso pode doer um pouco. -sem esperar a sua resposta, eu puxo.

—AHHHH! -seu grito é quase insurdecedor, mas agora eu posso garantir que ela tenha vida, até chegarmos aos médicos da fronteira. O sangue já não sai mais com tanta pressão.

—Vamos, precisamos sair daqui. -me levanto e arrumo a arma em minhas costas. Jogo a pistola no chão, já que tirei o cinto e o coldre.

—Eu não consigo... vá. -sua voz fraca chama a minha atenção e eu sorrio minimamente.

—Eu não vou te deixar nunca. -e em meio a todo o caos, ela me olha e ali eu vejo esperança pela primeira vez.

Me abaixo e seguro o seu corpo.
—Você precisa passar os braços ao redor dos meus ombros e esconda o rosto em meu pescoço.

—Sim. -ela faz. Eu a seguro e me levanto com ela em meu braços.

—VAMOS, SAINT. -ao longe eu escuto o grito de Marmadoc e logo em seguida uma explosão e o pequeno corpo que seguro treme fortemente.

O soldado em mim toma todo o controle.

Eu ajeito o seu corpo e sigo até a pequena passagem. Antes de sair, vejo como está o movimento e não capto nada suspeito. Pela porta lateral, consigo ver o caminhão com o pelotão e sei que eles me aguardam. Vejo que eles estão com a suas armas em punho. Estamos a cerca de noventa metros.

—Saint, você tem cerca de trinta segundos para estar aqui fora antes que os rebeldes cheguem. Eles já dispararam duas granadas contra o prédio. Vamos, agora é a hora de irmos. -eu escuto o comando de Julian.

30.

Subo correndo e passo pela porta. A claridade me cega por alguns segundos, mas eu não tenho tempo para parar.

20.

Enquanto corro, olho rapidamente para a mulher em meu colo e vejo o seu olhar atento em meu rosto. O tempo parece parar, toda a destruição ao meu redor parece se dissipar. Eu imagino como seria estar com essa mulher, em meus braços, em uma outra situação, onde estivéssemos sorrindo. Onde estivéssemos felizes.

10.

Mas dou-me conta de que essa não é a nossa realidade. Que, infelizmente, o mundo em que vivemos é cruel com pessoas como ela. E meus passos em direção ao caminhão que parece tão próximo, mas tão distante, me lembra de tudo que há de ruim ao meu redor.

Já posso escutar disparos vindos te todos os lados. Sinto uma dor ligeiramente aguda em minhas costas, sei que é um disparo que acaba de me atingir.

Mas eu continuo a correr. Não por mim.

Mas pela mulher em meus braços.

Por minha mãe.

Por minha irmã.

Por meu pai.

—Vamos Saint, vem, vem. -ouço gritos e com a minha visão embaçada e turva, consigo ver o caminhão já com as portas abertas.

Estou a poucos metros, mas, sem mais nem menos, todas as minhas forças parecem se esvair e eu caio de joelhos no chão quente.

O corpo da mulher se agarra ainda mais à mim e agora, quem treme incontrolavelmente sou eu. Meus olhos embaçam um pouco mais.

A dor em minhas costas se torna agonizante.

Palavras desconexas são ditas em meu ponto.

Uma lágrima escorre por meus olhos.

—Me desculpe. -eu peço a mulher em meus braços, ela me oferece um sorriso terno. Então estende a sua pequena mão e com um dedo, captura a lágrima solitária que escorre pelo meu rosto.

—Saint. -a sua voz parece alegre quando diz o meu nome.

Sim, seu Saint.

Ela toca a rosa tatuada em meu pescoço e parece achar graça de algo.

Sim, eu não pareço um anjo.

Minha visão fica turva e meu corpo amolece. Então eu caio.

Seu rosto está em frente ao meu e eu observo seus detalhes mais atentamente e antes de eu apagar, vejo seus lábios se moverem em uma mensagem dizendo que vai ficar tudo bem.






...

Gente, tentei!

Espero que vocês gostem e se emocionem. Dei meu máximo! Eu amo vocês.

Comentem o que acharem e deixem a sua estrelinha. FELIZ CAPÍTULO DOIS!

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