Não Acredito Em Signos

Da GioviSouza

6.9K 1.1K 723

Julia Silva é totalmente cética - como uma boa virginiana com certeza seria. Enquanto seus amigos - e todos à... Altro

Boas Vindas!
1. Virgem
2. Virgem
3. Áries
4. Áries
5. Áries
6. Touro
7. Touro
8. Touro
9. Touro
10. Gêmeos
11. Gêmeos
12. Gêmeos
13. Gêmeos
14. Gêmeos
15. Gêmeos
16. Câncer
17. Câncer
18. Câncer
19. Câncer
20. Leão
21. Leão
22. Leão
23. Libra
24. Libra
25. Libra
26. Escorpião
27. Escorpião
28. Escorpião
30. Sagitário
31. Sagitário
32. Sagitário
33. Sagitário
34. Sagitário
35. Capricórnio
36. Capricórnio
37. Capricórnio
38. Capricórnio
39. Aquário
40. Aquário
41. Aquário
42. Peixes
43. Peixes
44. Peixes
Epílogo
Agradecimentos

29. Escorpião

110 19 16
Da GioviSouza

Enquanto eu me arrumava pela manhã, ainda levemente atordoada pelos recentes acontecimentos e pelas poucas horas de sono, ouvi a porta se entreabrir e me virei de imediato, encontrando os olhos curiosos de meu irmão mais novo.

- Pode entrar, Davi. - Sorri, terminando de prender meu cabelo em um rabo de cavalo.

Meu irmão entrou e fez questão de fechar a porta atrás de si. Com aquele movimento, eu notei que ele queria ter uma conversa em particular comigo. Deixei que ele se sentasse em minha cama e me sentei ao seu lado, esperando que ele dissesse algo.

- E então? - Davi não conseguia olhar nos meus olhos, preocupado em mexer em suas mãos em um gesto nervoso.

- O quê? - Pressionando os lábios para conter o sorriso.

Meu irmão sempre queria se manter atualizado da minha vida sexual e amorosa, mas raramente tinha jeito para falar sobre o assunto comigo. Não queria torturá-lo, mas confesso que estava sendo divertido vê-lo todo constrangido.

- Já decidiu? - Ele finalmente me olhou nos olhos, sabendo exatamente o que queria perguntar.

- Já sim. - Assenti, sorrindo abertamente. - E acredite, pensei o bastante para não ter arrependimentos mais tarde. Quer dizer... A Julia Escorpiana não vai se arrepender, não posso responder pelas minhas outras personalidades.

- Ainda vai ser um longo mês, não é? - Davi afagou minhas costas.

- Ainda temos um longo mês pela frente. - Concordei.





Depois de devidamente almoçados, decidi que ajudaria a minha avó com a louça do almoço. Insistir para fazer o trabalho por ela era em vão. Ela queria se manter ativa e sã, como se um dia na semana que fizéssemos um agrado à ela pudesse influenciar em algo.

Enquanto eu secava a louça, ela perguntava sobre o colégio e meus amigos. Não demorou nada para que chegasse onde ela queria desde o começo.

- E o garoto? Aquele que você pediu conselhos umas semanas atrás? Como é mesmo o nome?

- Thomás. - Respondi, sabendo exatamente sobre o que ela falava. - Acho que estamos caminhando bem. Quem sabe eu não o trago em breve? - Sorri feito boba.

Quando pensei sobre o signo que me encontrava, não imaginava que poderia me apaixonar. Acreditava que ia querer transar até com Lucas, mas não havia acontecido. Meu sentimento por ele continuava sendo o mesmo: desprezo.

- Isso é ótimo. Estou ansiosa para conhecê-lo. - Confessou vovó com um sorriso sincero no rosto.

- Também estou ansiosa para que vocês o conheçam. - Assenti, me aproximando e abraçando a senhora idosa. - Obrigada por tudo.

- Estarei sempre aqui para o que precisar, minha neta. - Ela retribuiu o abraço e eu me senti segura como sempre me sentia em seu abraço.





Logo na segunda feira, eu decidi que conversaria primeiro com Matheus. Não falava direito com ele há uns dias, então fui direta na mensagem. O garoto aceitou me encontrar entre as aulas e assim eu teria tempo de falar com ele longe Thomás.

Quando cheguei no colégio, todos os meus amigos estavam reunidos em uma conversa animada. Thomás ainda não estava ali, dando margem para os meus amigos me encherem de perguntas e piadinhas.

- Bom dia, garota transante. - Carol brincou, fazendo todos rirem.

- Adoro a sua discrição, Carolina. - Revirei os olhos, mantendo o sorriso brincalhão nos lábios. - Por que você é minha melhor amiga mesmo? - Franzi o cenho, fingindo fazer um esforço para me lembrar.

- Porque você me ama e eu sou a melhor pessoa do mundo. - Minha amiga deu de ombros.

- Há controvérsias. - Gui interviu.

- Cala a boca, Guilherme. - Carol mudou a expressão de divertida para uma irritada. - Por que não vai procurar a Tati?

- Isso tudo é ciúmes, Carol? - Meu amigo provocou.

- Você vai ver o ciúmes já já. - Ameaçou.

- Bom dia, pessoal. - A voz de Thomás interrompeu a discussão dos meus amigos. - Bom dia, Ju.

Me virei para ele, sentindo como se milhares de borboletas batessem as asas em meu estômago ao mesmo tempo.

- Bom dia, Thomás. - Mordi o lábio inferior, sentindo as bochechas corarem.

- Que tensão sexual mais ridícula. Se beijem logo! - Carol disse no tom irritado de sempre.

- É pra já. - Thomás não se acanhou e envolveu minha cintura com seus mãos, me puxando para um beijo breve e me deixando surpresa com a atitude.

Meus amigos aplaudiram e assoviaram, chamando uma atenção desnecessária.

- Tudo bem, já chega. - Pedi, abraçando o garoto e deitando a cabeça em seu peito enquanto o sentia envolver minha cintura.

- Pode ser que eu esteja apaixonada por um casal. - Carol olhou por cima das nossas cabeças, procurando por meu irmão e Lola. - Que o outro casal não ouça isso.

Nós caímos na gargalhada e continuamos a conversar sobre a festa. Carol revelou que havia flertado com alguns garotos - em sua maioria para espantar Lucas -, mas nada mais do que isso. Gui, que prometera estar ao lado dela a noite toda como um guarda-costas, acabou se enroscando em Tati, deixando a nossa amiga irritada. Davi e Lola também encontraram algum canto em que pudessem ficar sozinhos em paz - e não é como se pudéssemos contar com eles quando estavam juntos.

Quando a aula se iniciou, decidimos que estava na hora de entrar e prestar a atenção. Eu ainda tinha que recuperar algumas notas.





Próximo do intervalo das aulas para lancharmos, recebi uma mensagem de Matheus e decidi verificar enquanto finalizava a atividade passada pelo professor.

Matheus: Me encontra agora?

Eu: Estou indo.

Pedi para que o professor deixasse que eu fosse até o banheiro e fiz o caminho oposto, indo encontrar com o garoto no portão de entrada do colégio. Não havia ninguém ali naquele horário e seria possível que pudéssemos conversar sem que fôssemos interrompidos.

Ele já me esperava recostado na parede ao lado do portão e sorriu ao meu ver. Será que eu partiria seu coração? Será que ele continuaria sendo meu amigo? Não havia mais tempo para temer, eu tinha que fazer aquilo.

- Oi. - Sorri, cumprimentando-o com um beijo no rosto como era de costume.

- Oi, Ju. - Matheus se desencostou da parede, acariciou meus braços até encontrar minhas mãos e as segurar. - Sobre o que queria falar que era tão importante para termos que nos encontrar tão logo?

Respirei fundo, mordendo o lábio inferior enquanto mirava nossas mãos unidas. Era agora, não tinha porquê enrolar.

- Eu tomei uma decisão importante nesse fim de semana que passou. - Ergui meu olhar para encontrar o seu atento. - Uma decisão que pode afetar tanto nós dois quanto terceiros.

- Que decisão é essa? - Perguntou, ansioso.

- Eu decidi ficar apenas com Thomás. - Disse de uma vez, vendo a surpresa em sua expressão. - Nós já tínhamos algo antes e nos conectamos verdadeiramente há uns dias. Eu entendi que só podia ter um de vocês e finalmente consegui tomar uma decisão. Peço desculpas por ter feito você perder seu tempo, saiba que eu te acho um garoto incrível, mas não posso continuar negando esse sentimento que nutro por Thomás.

O garoto soltou minhas mãos e passou o polegar por seus lábios, mirando o chão e colocando a mão livre em sua cintura, parecendo pensativo.

Imaginei que ele sairia sem falar nada, que não falaria mais comigo, que faria questão de estragar minha relação com Thomás, mas foi o oposto.

- Ele sabe que transamos? - Quis saber, procurando por meus olhos.

- Não. - Fiz uma careta, sem entender onde ele queria chegar. - Mas eu vou contar à ele em breve. Por quê?

Matheus abriu um sorriso esperto e se aproximou, tocando minha cintura e roçando nossos lábios. Minhas mãos foram diretamente para seus ombros, prontas para afastá-lo, mas me peguei querendo saber qual seria seu próximo movimento.

- Só quero que saiba que estarei aqui caso precise. - E se afastou.

Sem um beijo, sem especificar ao que se referia, me deixando cheia de dúvidas e inseguranças.

O que ele queria dizer com aquilo? Eu ainda voltaria para ele? Thomás não aceitaria minha relação com Matheus tão bem quanto eu imaginava?

Engoli em seco e fiz o caminho de volta para a sala, ouvindo o sinal para o fim das aulas e início do horário para lancharmos se iniciar.





Mesmo com todas as complicações - que eu achava que diminuiriam quando eu terminasse com Matheus -, chamei Thomás para ir à minha casa naquela tarde. Meu pai trabalharia a tarde toda com o Uber e minha mãe estaria em seu próprio emprego. Tuti continuaria preso em seu quarto enquanto Davi faria questão de ficar na sala com a televisão no volume mínimo para que pudesse me ajudar caso algo acontecesse, o que era uma preocupação boba do meu irmão, porque Thomás não era uma pessoa agressiva. Se eu me envolvesse com alguém como Lucas, talvez ele devesse se preocupar já que o garoto mostrara muitas vezes o quanto era dissimulado, mas era apenas Thomás.

Meu irmão não sabia ainda qual eu havia escolhido, mas depois de observar minha interação com Thomás, antes do início das aulas e na hora de lancharmos, deve ter ficado claro para ele qual era a minha escolha.

Almoçamos os três juntos em um fast food perto do colégio e então fomos para casa de transporte público. Sem demora, puxei um Thomás constrangido para o meu quarto. Sabia que era esquisito para ele ter meu irmão ali, mas não faríamos nada demais... Certo?

Fechei a porta atrás de mim e deixei a mochila perto da sua, indo deitar em minha cama junto com ele. Quando seu corpo cobriu o meu e seus lábios procuraram os meus, eu quis resistir, quis dizer que precisava conversar, mas não consegui. Retribuí seu beijo, tocando seus braços, cabelos, voltando a senti-lo e a sentir todas as sensações daquele fim de semana que havia passado.

Eu o queria tanto, mas não seria justo que eu adiasse mais o assunto que tinha para tratar com ele. Thomás não merecia ficar ignorante quanto ao que acontecia à sua volta. Aquilo envolvia seus sentimentos, ele merecia saber.

Foi por isso que eu o afastei levemente, me sentando e vendo uma expressão confusa estampada em seu rosto.

- O que foi, Ju? Fiz algo de errado? Você não quer? - A última pergunta foi pronunciada pausadamente enquanto ele tentava descobrir o que tinha de errado conosco.

- Não. Calma, Thom. - Dei uma risada baixa e passei a mão nos cabelos, sem conseguir olhá-lo. - Só preciso te dizer uma coisa.

- Pode falar. - Thomás tocou minha mão, chamando minha atenção para seus olhos aflitos.

- Eu te escolhi. Eu escolhi ficar só com você e quero que você fique só comigo. - Impedi que ele se aproximasse, erguendo uma mão espalmada entre nós. Sua expressão de felicidade se tornou uma confusa. Minhas palavras diziam uma coisa enquanto meus gestos diziam outra. Decidi continuar: - Mas antes de tomar sua decisão, tem algo que você precisa saber. - Engoli em seco e soltei o ar por entre meus lábios, olhando fundo em seus olhos. - Eu também transei com Matheus na semana passada. Antes mesmo de estar com você. Foi depois que a gente se envolveu profundamente que eu tive certeza de que você é o certo pra mim, Thomás.

Seus olhos, antes nos meus, agora pareciam pensativos, fixos na parede atrás de mim enquanto ele mordia o lábio inferior. Suas mãos soltaram as minhas para que ele pudesse mexer nos cachos, deixando-os desgrenhados.

- Julia, eu... Eu não sei o que te dizer. - O garoto engoliu em seco e então colocou os olhos em cima de mim. Parecia magoado e eu não duvidava que estivesse. - Eu não fui tão longe com outra garota que não fosse você. Na verdade, desde que nós voltamos, eu estava só com você.

- Eu sei que você está magoado e vou dar o tempo que precisar para pensar. - Engoli em seco, sentindo um nó grande e difícil de engolir em minha garganta. - Sei que, no fundo, nosso combinado não envolvia envolvimento sexual com outras pessoas.

- Você se arrepende? - Thomás me cortou, querendo saber.

- Não. - Respondi com sinceridade. - Se eu não tivesse feito, não teria a certeza que tenho hoje.

O garoto respirou fundo e assentiu, se levantando e indo até sua mochila.

- É melhor eu ir andando. - Ele apontou com o polegar para a porta e eu me levantei rapidamente.

- Claro. - Caminhei a passos largo e fiquei em frente a porta, impedindo sua passagem enquanto segurava a maçaneta. Seus olhos encontraram os meus enquanto nossos corpos e rostos estavam tão próximos. - Só quero que pense em tudo o que sentiu naquela noite comigo, quero que se lembre de tudo o que sentiu, porque sei que não foi diferente do que eu senti.

Thomás assentiu uma vez e eu vi o brilho da esperança em seus olhos verdes.

- Eu vou me lembrar. Não tem como eu me esquecer. - Sussurrou como se fosse um segredo que ele não pudesse revelar para mim, mas quisesse.

- Estarei esperando pela sua decisão. - Disse, assentindo uma vez.

Abri a porta do quarto, deixando que ele passasse e o acompanhei até a porta, acenando quando ele entrou dentro do elevador e me olhou por sob o ombro, recebendo um aceno e um sorriso de lado de volta.

Voltei para a sala de estar sem dizer uma palavra, sentindo o olhar do meu irmão queimar em minha pele.

- Não aceitou a verdade tão bem assim? - Davi perguntou.

Balancei a cabeça em negação, sentindo os olhos marejarem e o peito apertar.

Meu irmão se levantou e passou os braços em volta do meu corpo enquanto eu afundava meu rosto em seu peito e derramava algumas lágrimas.

- Vai ficar tudo bem. - Meu irmão afagou meus cabelos e beijou o alto da minha cabeça.

Eu sabia que ficaria, mas o medo de perdê-lo se fazia maior naquele momento. Doía fisicamente.

Por que eu não percebera todos esses sentimentos antes? Por que havia tomado tantas decisões erradas? Por que o Universo havia brincado comigo quando eu havia conhecido alguém como Thomás?

Pouco a pouco eu me acalmei, até adormecer nos braços do meu irmão.

"Se você me amar direito, nós fodemos a vida toda de novo e de novo e de novo"


xx

N/A: O que acharam da Julia Escorpiana?

Confesso que me surpreendi ao pesquisar mais sobre os nativos desse signo e ver que não era tudo sobre sexo e safadeza.

Mas acham que esse amor pelo Thomás é o famoso amor de pica?

E como será que a Julia Sagitariana lidará com a espera e solidão?

Estão gostando?

xx



Continua a leggere

Ti piacerà anche

42.1K 4.2K 57
Adolescência pode ser a fase mais divertida da vida, mas, quando algo sai fora do programado, ela se transforma em algo bem difícil. Julia não sabia...
10.4M 803K 89
Por um lado temos uma mulher que sofreu de todas as formas, e a cada dia perde a fé em tudo, do outro, temos algum cabeça dura, fechado, e totalmente...
77.6K 9.4K 32
- - - ESTE LIVRO ESTÁ REGISTRADO NA BIBLIOTECA NACIONAL. PLÁGIO É CRIME.- - - Tudo o que ela lutou para manter em sigilo foi para o espaço. Zoey é...
618 167 29
Ao se sacrificar por Alaric na mansão Keziah's, o local fora abandonado e loteado. Após a casa ser reformada, o comprador muda-se para sua nova morad...