Sem revisão.
Motivo: Bêbada, e quando comecei a escrevi que bebi mesmo. Cheiro!
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Lauren andou sorrateiramente até a brasileira. O cheiro da pele morena entorpecia os seus sentidos, como anos atrás. O seu corpo tremia em pura reação. Aquele cheiro adocicado era uma das maiores entorpecentes que o seu organismo tinha o prazer de se embriagar...
Subiu na cama, e posicionou-se atrás de Camila... As mãos trêmulas tocaram-lhe nas coxas da menor que estremeceu, aproveitando-se disso, subiu as mãos até os quadris da brasileira até chegar nos laços soltos do corset posicionados na lombar. A ponta do seu nariz cheirava o pescoço doce, raspando-o levemente até a escapula, sentindo-se a menor agita-se e encostar o corpo contra o seu...
— Deixei-me que eu a ajudo com isto... — Pediu, murmurando contra a pele sedosa, depositando um beijo contra a mesma. Suas mãos tocaram no de Camila para ela soltar as amarrações.
E Camila fez. A respiração de Lauren e os leves toques estavam a deixando arrepiada, e ofegante. O seu coração batia desesperadamente contra o peito. A saudade gritando quase loucamente. Ela queria que Lauren arrancasse a sua lingerie e a fode-se com força, mas sabia que a maior por enquanto, iria matar a saudade lentamente... Era como se fosse uma piscina, e ambas iam se afogando...
Uma parte de Lauren achava que ela estava sonhando... Estar novamente com Camila depois de dois anos de privatização parecia tão surreal... Mas na medida que foi disfarçando as amarrações, liberando as costas daquela peça e suas mãos iam se esparramando, sentindo a quentura da pele embaixo de suas palmas, soube que não era um sonho, era a realidade, e isso quase fez o seu coração explodir de tão forte que batia. Os seus lábios trilharam a escapula de Camila com pequenos beijinhos, deixando um rastro de saliva até chegar no pescoço.
Camila mordeu o lábio inferior, soltando um leve suspiro ao ter a pele sensível do seu pescoço sendo sugada levemente, mas com pressão pela boca da mexicana. Oh, céus! Era tão bom estar novamente nos braços de Lauren, nenhuma nunca se compararia a ela. Jamais. As mãos de Lauren deslizaram pela barriga da brasileira, afastando por completo o corset do corpo dela... Os seios medianos estavam livres e ansiosos por um toque.
Sem nenhuma pressa, as mãos de Lauren acariciaram a barriga de Camila, dando pequenos apertos, intercalando entre o quadril e a cintura... Mas nunca chegando ao ponto que a brasileira queria. Os corpos já estavam fervendo e os pontos latejantes. O ar foi preenchido pelo cheiro de luxúria, essências, suores e velas aromatizadas.
— Você está me matando! — Camila murmurou ao agita-se quando a maior fez menção de segura-lhe os seios, mas as mãos recuaram novamente para baixo. O seu pescoço latejava, provavelmente estava repleto de marcas, já que Lauren beijava com mais precisão, deslizando os lábios ás vezes para o ombro.
Ao escutar uma risada abafada de Lauren em resposta. Resolveu também ser malvada, empinou mais a bunda coberta com a calcinha transparente e cinta-liga e encaixou-a bem no centro de Lauren. Sentiu como a mexicana estremeceu e resfolegou, principalmente, porque a menor empurrou a bunda para trás, mantendo uma pressão na boceta da maior.
— Camila... — Lauren gemeu, depositando uma mordida firme no ombro da menor, que gemeu.
— Não parece tão engraçado agora, não é? — Camila provocou com a voz ofegante, voltando a rebolar. Infelizmente, Lauren ainda estava de roupa, mas sabia que podia sentir a raspagem firmemente.
— Eu quero ir devagar com você, estamos há dois anos sem nos ver, quero te amar lentamente... — Lauren explicou, apesar de estar tremendo quase violentamente para controlar os seus instintos mais selvagens.
Camila a olhou sob os ombros, com os olhos quase pretos de tanto tesão:
— Eu não quero que você vá devagar, Lauren! Eu quero que você me foda, me coma com força e violência. Eu quero gritar e derramar o meu gozo em seus dedos, estou há muito tempo esperando isso, e o que eu quero é selvageria! Porque o seu amor eu já tenho, agora eu quero a porra dos seus dedos e língua em mim, me levantando ao limite.
Lauren encarou firmemente os olhos de Camila com a respiração descompensada. Fechou os olhos por uns segundos pelo poder das palavras em seu corpo, quase teve um clímax. Respirava tão forte que o seu peitoral subia e descia com rapidez. Quando abriu os olhos, os seus esverdeados pareciam uma explosão de cores em que incluía o mel e o azulado...
A brasileira não teve tempo de admirar aquela obra de arte que eram os olhos de Lauren, já que a maior segurou-lhe pelos cabelos com força, puxando-os para trás, e obrigando-a a erguer a cabeça. Camila gemeu de dor, e também de prazer pela pegada, principalmente quando os lábios de Lauren a sufocaram em um beijo saudoso e sacana.
Beijaram-se com ardor e selvageria. As línguas se tocaram, mas rapidamente se abandonaram para explorar novamente as bocas que estavam anos sem se encontrar. O encontro dos lábios continuavam tão perfeitos quanto antes. Lauren moveu um pouco o rosto, encaixando mais os lábios, enquanto, as línguas voltaram a se encontrar e moverem-se juntas, em uma brincadeira maldosa que fazia um belo desastre na calcinha de ambas.
A mão livre de Lauren subiu e agarrou um seio de Camila que gemeu abafado contra a boca da mexicana. Os bicos estavam duros e carentes, e Lauren colocou um entre os dedos e apertou com pressão, fazendo Camila mover-se mais contra a sua intimidade.
Elas estavam desesperadas.
Romperam o beijo apenas para respirar, mas Lauren não abandonou a boca de Camila, dando uma mordida no lábio inferior da mesma e puxando para si. Soltou os cabelos da menor e agarrou o seio carente com a outra mão, assim, iniciou carícias longas nos seios e nos mamilos, fazendo com que Camila aumentasse mais as reboladas em seu colo. Estavam tão encaixadas que podiam gozar daquele jeito...
Camila abriu a boca para gemer alto ao ter os bicos endurecidos beliscados, lançando pressões latejantes em sua boceta molhada... Sentia o tecido fino de sua calcinha lhe incomodar de tão ensopado que estava... Encontrava-se tão pronta pra Lauren que se naquele momento a mexicana a invadisse, só iria empinar o rabo e pedir por mais.
Lauren passou a língua entre os lábios de Camila, e a brasileira colocou a língua pra fora... As línguas se encontraram novamente, mas foram da boca, em pequenas lambidas, até Camila enroscar a sua língua na de Lauren, e puxar novamente para a sua boca, iniciando outro beijo, mais ofegante e muito mais excitante.
A mexicana sentia o seu corpo molhar-se não apenas de seu fluído sexual, mas também de suor. Queria muito se livrar da roupa, mas isso, significava que tinha que soltar a Camila, e não estava preparada para isso, ainda. Soltou um seio de Camila, e deslizou pela barriga chapada, avançando até o ponto do seu maior desejo, ultrapassou o tecido fino e molhado, e gemeu quando as pontas dos seus dedos tocaram no clitóris molhado de Camila.
— Caralho, você está tão molhada! — Lauren murmurou contra os lábios da brasileira, ainda vistoriando a intimidade de Camila com as pontas dos dedos.
— Oh sim, mama! Estou, e somente para você. — Camila lambeu o lábio inferior de Lauren. — Sente isso? — Perguntou em um gemido quando rebolou nos dedos da mexicana, fazendo-a sentir as suas dobras.
Elas gemeram.
Lauren resfolegou em ter aquela boceta tão quente e molhada em seus dedos. A sua própria boceta estava um caos, ensopada e fechando-se contra o nada num pedido mudo de invasão. Em um movimento rápido, voltou a agarrar os cabelos longos de Camila e a forçou contra o colchão, deixando-a com o tronco enterrado no colchão, e a bunda bastante empinada.
— Vou te foder assim, empina e toda exposta pra mim. Não é isso que você quer, safada? — Lauren perguntou com a voz mais rouca que o habitual, quando não teve resposta, deu uma firme tapa na bunda de Camila. — Responda-me!
— Sim! — Camila gritou sentindo a sua nádega queimar. — Sim, porra!
— Não se mexa, só quando eu mandar. — Lauren ordenou.
Camila ficou parada, com a respiração ofegante e o rosto deitado lateralizado no travesseiro. Escutou um barulho e Lauren movendo-se sobre a cama, soube que a mexicana tinha se livrado da roupa quando a mesma sentou em sua panturrilha e sentiu o molhado da boceta da mexicana, gemeu, e moveu um pouco a perna, fazendo a Lauren gemer.
— Eu disse quieta! — Lauren voltou a falar, depositando mais uma tapa firme na outra nádega de Camila que nessa altura já estava com os dois lados avermelhados.
Camila gritou e agarrou-se nos lençóis. Era uma dor muito gostosa, mas também muito dolorida. Continuou empinada para o bem prazer de Lauren, até que sentiu a sua calcinha ser arrastada para o lado e uma língua quente e aveludada mergulhar em sua gruta. Agitou-se e gemeu alto, revirando os olhos e jogando a cabeça para trás ao ter os seus pontos mais quentes tocados com a ponta da língua.
Oh inferno! Lauren ainda sabia chupá-la como ninguém. Voltou a gritar, não queria ser uma escandalosa, mas era impossível quando Lauren Jauregui estava lhe oferecendo um oral de tirar o fôlego.
Lauren sentia-se deliciada ao ouvir os gemidos de Camila... Primeiro brincou na entradinha, recolhendo qualquer liquido que extraia dali, gostava do sabor de Camila, era tão doce quanto ela... Com a língua dura, forçou-se contra a entradinha, e moveu a cabeça detrás para frente, simulando penetrações, enquanto, segurava com as duas mãos firmemente as nádegas de Camila, sempre que a brasileira tentava desvencilha-lhe ou puxar o corpo para frente por não suportar o prazer, Lauren cravava as unhas naquela linda bunda, fazendo Camila soltar alguns palavrões, e também gemidos.
Sabia que estava machucando aquela bunda que tanto amava, mas depois iria cuidar com carinho. Depois de beber o suficiente de Camila, subiu a língua até a altura do ânus, dando pequenas batidinhas com a ponta da língua que agitou a Camila, mas não demorou-se lá... Voltou a deslizar a língua até o tão carente e inchado clitóris, fez um movimento circular nele e Camila gritou afundando mais o tórax no colchão, consequentemente, empinando-se mais.
Lauren fechou os lábios entorno do clitóris endurecido e rosado de Camila, e isso foi o fim para as duas. Tanto para Camila que recebia aquelas chupadas intercaladas de lambidas que fazia o seu sexo liberar mais do seu mel, quanto para Lauren que escutava e sentia toda a reação do corpo de Camila.
A mexicana não fez-se de rogada ao mexer-se contra a panturrilha de Camila, dando-se prazer. Enquanto, matinha a boca ocupada na boceta de Camila. A brasileira movia-se, rebolava, gemia e ás vezes gritava. O corpo de ambas estavam em combustão.
Camila sentia o seu corpo sendo lançado ao inferno com calafrios e estremecimentos profundos, sua boceta estava tão sensível e tão acalorada que a qualquer momento parecia que iria explodir, sentia o baixo ventre a pressão que ia aumentando cada vez mais, e quando Lauren a penetrou com dois dedos em um movimentos contínuos de vai e vem, foi demais para a sua coerência.
A brasileira cravou as unhas nos lençóis e os puxou, enquanto, seu corpo tinham convulsões de prazer e sua boceta era preenchida tanto pela língua como pelos dedos de Lauren que não diminuíram a frequência, mesmo com os apelos fracos de misericórdia. Ela revirou os olhos e jogou a cabeça para trás quando os dedos de Lauren curvaram-se e encontraram o seu ponto esponjoso.
— Porra Lauren! — Gritou quando rompeu-se em um orgasmo que lhe fez gritar e se encolher, mas jamais deixou de ser invadida. O que prolongou ainda mais a sua reação, suas pernas tremiam e sua respiração entrecortante fazia os seus pulmões queimarem, mas mesmo assim, o torpor estava lá, levando-a para o céu. — Filha de uma puta, caralho!
Lauren sentiu-se orgulhosa por proporcionar tanto prazer para a sua amada. Lambeu todo o líquido, e continuou a se mover na panturrilha dela, até que rompeu-se em seu próprio prazer, mas sem deixar de lamber a Camila.
Quando as duas estavam amolecidas. Lauren retirou os dedos de dentro da brasileira e os lambeu, fechando os olhos com o prazer sentido por ter o gosto de sua amada novamente na sua boca.
Camila virou-se, os cabelos estavam colados na testa e no pescoço, estava transpirando e ofegante. Uma imagem linda... os lábios inchados e o corpo todo marcado. A mexicana sorriu com a imagem, mas não teve tempo para pensar, já que a brasileira a puxou, e virou os corpos, ficando por cima, e rapidamente encaixou os sexos sensíveis e molhados.
— Camila... — Lauren gemeu quando sentiu a primeira rebolada lenta em seu clitóris tão dolorido.
Camila esparramou as mãos pela barriga até os seios de Lauren, e os apertou, disse com o prazer:
— Foram dois anos, meu amor... E isso é apenas o começo...
Lauren riu, e puxou a menor pelo pescoço até os rostos estarem juntos e os lábios se conectarem novamente.
(...)
As duas estavam na cama, ainda. Entrelaçadas, trocando profundos e apaixonados beijos. Os corpos estavam abraçados, e vez ou outra, soltavam pequenos suspiros. Elas tinham se amando diversas vezes. Felizmente, parecia que o universo estava conspirando a favor, já que as horas pareciam correr lentamente.
Dois anos sem aquele contato. Sem aquele toque, cheiro, carinho, beijo, amor... Muitos não aguentariam, algumas pessoas não conseguem manter um relacionamento a longe e ainda privatizado. Mas elas conseguiram, precisaram de muita paciência e também força de vontade para não jogar tudo para o alto e estragar o plano.
24 longos meses, mas a espera e paciência tivera recompensa, agora estava uma no braço da outra, compartilhando do sentimento tão único e tão dela que nem o tempo e maldade alheia pode corromper.
Vocês devem estar curiosos para saber como a Camila perdoou a Lauren depois de todas as palavras ditas, hum?
Simples: Depois que Lauren retornou para o quarto, juntamente com a Mercedes gravou um vídeo explicando a situação, e a ameaça do Cain. Foi um vídeo de um minuto em que Lauren expressava a sua dor por ter feito a Camila sofrer, mas que ela tinha que fazer o possível para manter todos em segurança, inclusive a própria Camila e os seus familiares. Pediu para que a brasileira confiasse nela, e saísse do México que assim que possível, iria manter contato, mas que era de suma importância que Camila representasse um papel de sofrida, e arrasada pelo rompimento.
Antes de Camila receber alta do hospital, Mercedes pediu encarecidamente a uma enfermeira para entregar uma caixinha envelopada para a Camila. A enfermeira fez de boa ação e sem desconfiar de nada, aliás, o Cain não tinha as corrompido, só estava de olho para saber se Lauren ou Mercedes ia se aproximar do leito de Camila, ou se Camila e seus familiares iam até o leito de Lauren. Estava tão preocupado com isso que esqueceu que a vida era um teatro que além dos personagens principais, tinham os adjuvantes.
De primeiro, Camila estranhou ao receber a caixa, ficou com medo de que fosse um novo atentado a sua vida, mas ao ver a expressão tão bondosa da enfermeira, descartou a possibilidade. Porém, só abriu quando estava sozinha no quarto. Surpreendeu-se com o vídeo e também com o relato. Ela quis ficar e enfrentar ao Cain, mas sabia que não tinha forças e isso podia custar a vida de muitas pessoas, por tanto, seguiu o que a Lauren pediu, e ficou com o celular, já que era por ele que iriam se comunicar.
Lauren nunca usou o seu próprio celular para falar com a Camila porque tinha receio de que Cain tivesse o rastreado, então, enquanto, não obtivera confiança do marido, tinha falado com a Camila pelo celular de Mercedes. O primeiro contato fora difícil, já que apesar de saber que as palavras foram no intuito de alimentar o ódio e preservar a própria vida e dos seus entes queridos, elas ainda lhe consumia, mas Camila decidiu que não permitiria que isso acontecesse... O Cain já tinha lhe roubado o amor da sua vida, e quase lhe matado. Ela decidiu que ele não sairia vencedor, tentou esquecer as palavras de Lauren, por saber que a mexicana a amava e o plano foi arquitetado.
Para as duas foi muito difícil exercer os papéis. Camila não convivia com o Cain, mas em compensação, embarcava em um mundo desconhecido de bandidagens, assassinos cruéis e homens sem índole para alcançar o seu objetivo: El Matador. Já a Lauren transformou-se na esposa abdicada, engolindo as suas ideologias e seus posicionamentos, vivendo com medo por Camila e por si mesmo por estar debaixo do mesmo teto que o psicopata do Cain.
Foram meses difíceis, complicados e ás vezes, quase insustentáveis. Mas elas ganharam, estavam aqui, juntas. A maldade não foi maior do que a força do bem e do amor. Eles não podem lhe arrancar isso.
O bem sempre vence, não?
— O que você tanto pensa? — Camila perguntou ao perceber que Lauren estava meio aérea, depositou um cheiro em cima do seio da mesma.
Lauren sorriu encontrando os olhos castanhos que tanto amava, acariciou os cabelos lisos e finos de Camila, gostava de vê-los tão grandes assim. Aliás, ela amava todas as fases de Camila Cabello.
— Na nossa caminhada até aqui, é quase inacreditável que tudo esteja acabado, e que por fim, estaremos livres para viver isso... — Lauren falou emocionada, as lágrimas inoportunas mergulhando os seus olhos. Ela riu pra quebrar um pouco o drama. — O nosso amor. Eles tentaram tanto... Eles quase conseguiram e...
Percebendo o rumo da conversa, Camila rompeu as palavras com um bicada nos lábios da mais velha e a aconchegou mais em seus braços. Lauren deitou a cabeça no braço da menor, mas os olhos nunca se desgrudaram.
— Estamos aqui, e estamos bem, okay? O que passou, passou. Não precisamos ficar remoendo isso. — Camila disse, a encarando. — Tivemos pequenas perdas, e também batalhas, mas o importante é que a vitória foi nossa. E estamos em vantagem porque eles não imaginam que foram derrubados. — Sorriu pra sua amada. — Vencemos, meu amor, depois de dois anos... Vencemos! — A própria brasileira não conseguiu controlar as lágrimas dos olhos, segurou o rosto do seu amor e beijou carinhosamente. — Você trouxe as provas?
— Não.
— Por que não? — Camila questionou com o cenho franzido.
— Porque os meus sobrinhos e Mercedes ainda estão na mansão. Eu fiquei com medo de tirá-los de lá durante a madrugada e alarmar o Cain. Querendo ou não, e mesmo tendo o FBI ao seu alcance, ele pode fugir ou fazer mal à eles. E você sabe que os três são a minha vida, em seguido de você.
— Entendo. Você não queria alarmá-lo, hum?
— Sim. — Lauren suspirou. — Eu prefiro que... — Olhou no relógio, faltava três horas para amanhecer. — Amanhã seja um dia normal na cabeça do Cain em que Mercedes levam a Taís e Manuel para o colégio, e eu vou os acompanhando porque sou uma tia coruja demais para deixá-los sozinhos por um segundo. Mas o que ele não vai saber é que será a última vez que nos verá. — Sorriu, mas as lágrimas caíram, era de felicidade. — Última vez, Camila. — Buscou a mão de sua amada e apertou. — Entende isso?
— Claro que eu entendo, meu amor. — Beijou a pontinha do nariz de Lauren e entrelaçou os dedos. — E compreendo todo sentimento que sentes.
— Conte-me sobre o El Matador. — Pediu Lauren.
Camila contraiu o rosto ao ouvir o nome, mas relatou tudo para a Lauren que ficou indignada. Obviamente que a mexicana sabia que o Cain estava por trás de tudo, mas isso não impedia que doesse. Isso aumentava mais a sua vontade de fugir daquele homem, de vê-lo atrás das grandes e retirar todos que amasse de perto dele.
— Teremos uma testemunha chave. — Camila anunciou com um sorriso de lado.
Lauren arregalou os olhos, a surpresa em suas pupilas.
— Não!
— Sim! — Camila riu.
— Ela aceitou?
— Felizmente sim, depois de dois anos e longa conversar, sim! Ela é toda nossa e estar bem disposta para colocar o Cain atrás das grandes também!
Lauren gritou e agarrou Camila a enchendo de beijos, a menor ria com a euforia de sua amada. As risadas preencheram o recinto, estavam tão felizes que no íntimo sentiram um frio penoso no fundo dos seus seres, algo como um presságio que a felicidade jamais era duradoura.
Percebendo que o clima mudou de feliz para duvidoso, Camila perguntou:
— Quantos?
Lauren sorriu abertamente com a pergunta, deixando a sua mente vagar pelo futuro próximo.
— Dois, para fazer companhia a Taís e Manuel.
— Os nomes?
— Camilo e Michelle. — As duas sorriram.
— Aonde?
— Espanha. — Lauren suspirou ao dizer onde queria morar. — Especialmente em Barcelona.
— Bicho de estimação?
— Um labrador ou husky siberiano.
Camila sorriu ternamente para a sua amada, então, ofereceu a mão:
— Together?
Lauren segurou a mão de Camila e cruzou os dedos, fazendo carinho com o polegar no dorso, antes de responder:
— Forever.
Elas voltaram a se beijar carinhosamente. Os corações estavam tão felizes. Era como se não tivesse tido um tempo de dois anos entre elas, parecia que nunca ficaram longes. Que aquele momento fosse tão especial e corriqueiros entre elas.
Um estalo veio na cabeça de Lauren, então, ela encerrou o beijo com um selinho e virou-se na direção do criado-mudo que tinha duas velas perfumadas e na sua decoração tinham laços de cetim rosas. Ela puxou as duas e virou-se para Camila com um sorriso de orelha-a-orelha, os olhos marejados e um coração apaixonado.
Camila a olhou com um sorriso de lado, e um sorriso desconfiado.
— Camila Cabello, eu sei que esse não é o momento oportuno, e muito menos próprio para isso. Não tem pétalas de rosas caindo do céu e nem Mariachis cantando as mais doces e lindas melodias de amor, nem toda essa breguice que uma mexicana como eu poderia arquitetar. — Lauren riu, mas as lágrimas deslizaram pelas suas bochechas, o seu rosto tornando-se escarlate em seguida. Ao perceber que estava pra acontecer, o rosto de Camila também ficaram vermelhos, e lágrimas pipocaram em seus olhos castanhos. — Mas estamos aqui, eu e você... Enfrentando o mundo sem soltar as nossas mãos, porque somos o completamente uma da outra. E eu amo tanto, mas tanto você que eu sinto que uma vida é pouco para nós. Eu quero estar com você hoje, amanhã, sempre... Quero um mundo com nós, e pequenos minis Cabello-Jauregui correndo pela casa, nos deixando de cabelos brancos, mas também felizes por tê-los em nossas vidas. — Suspirou, olhando a mulher a sua frente. — Você é tão perfeita que eu não podia desejar uma outra história ou destino em minha vida... Quero estar com você, percorrer esse mundo, viver a nossa história e nossa aventura, mas sem nenhum momento soltar a sua mão, porque é você quem mantem o meu caminho e minha direção. — Fungou. — Então, Karla Camila Cabello Estrabao, o que eu quero saber, é que você aceita ser a minha esposa.. Mia, mi amor y mia mujer... Tu me quieres como yo te quiero?
Camila tentou rir, mas apenas chorou, não conseguia acreditar que a mulher da sua vida estava fazendo esse pedido. Será que ela tinha noção como deixou o seu coração mais apaixonado e louco por ela?
— Sí. Yo quiero. Solamente tua, Lauren Jauregui, mi amor, mi vida, mi respiración... Te quiero mucho, mi joya...
Lauren soltou a sua risada típica de bebê, apesar de ainda chorar, sentia-se a mulher mais sortuda do mundo, e não importasse que lhe acontecesse, ela tinha o sim de Camila Cabello. Delicadamente, amarrou o lacinho rosa no dedo de Camila, depois, a brasileira fez o mesmo em seu dedo. Era apenas simbólico, mas ás vezes, a simbologia era mais importante do que um grande diamante.
Voltaram a se beijar. Estavam noivas, e quando Lauren estivesse livre de Luís Cain, iria imediatamente casar com a Camila e ter a vida que sempre idealizou.
Ficaram uns minutos se curtindo, até que Lauren perguntou algo que lhe incomodava:
— Você acha que os meus fãs, a indústria musical vai me aceitar de volta?
— Claro que sim. — Camila respondeu sem titubear. — Você é Lauren Jauregui, uma das cantoras com mais influência no mundo. Os seus fãs vão entender quando souber que você viveu nas garras de um homem psicótico, violento e abusivo. Você é a vítima aqui, Lauren. Somos as vítimas, e jamais deixaremos que ninguém diga o contrário. — Terminou de responder com firmeza.
Lauren concordou com a cabeça e aconchegou-se mais em Camila, cheirando o pescoço da mesma. Memorizou novamente aquele cheiro, não que tivesse esquecido, mas era bom sentir novamente direto da fonte.
Desta vez o relógio resolveu correr, e Lauren já estava pronta para ir embora, com uma Camila relutante na sala de estar, sentia-se atordoada ao olhar a porta e saber que a Lauren sairia dali a qualquer momento, de sua proteção. Ela sentia coisas dentro de si que a deixava inquieta, e sempre que olhava pra Lauren parecia que a sensação aumentava.
Segurou o braço de Lauren quando a mesma seguiu até a porta. A mexicana a olhou com dúvida.
— Por favor, não vá. Fique aqui. — Pediu Camila, aflita.
— Meu amor... — Lauren voltou até ela e colocou as mãos no rosto dela, então alisou até os cabelos, depositando um beijo na testa da brasileira. — Eu tenho que ir para resolver tudo, em poucas horas, estarei aqui novamente, não é um adeus, é apenas um até logo, vamos destruir o Cain, lembra-se?
Camila segurou nos braços de Lauren, sem conseguir se controlar, de primeiro achou que teria uma crise de pânico, mas não era isso, era bem diferente, apesar de mesmo assim ser desesperador.
— Fique, Mercedes pode resolver tudo, por favor, Lauren... — Implorou com a voz agoniada. — Eu tenho essa sensação... Aqui dentro... — Apontou para o peito. — Por favor, não vá. — Já estava chorando novamente.
Lauren abraçou Camila, e tentou consolá-la com palavras, ela mesmo estava confiante sobre o dia de hoje. Ela sabia que sairiam vitoriosas, mas entendia o medo de Camila.
— Vai ficar tudo bem, meu amor, eu prometo a você. — Disse dando beijos ternos na cabeça de Camila.
Camila chorou, agarrando-se mais de Lauren, aspirando o seu cheiro, drenando o seu coração.
— Fique Lauren, por todo amor que você tem a mim, fique. — Implorou mais uma vez entre lágrimas, esfregando o rosto no colarinho da mexicana.
— Eu não posso deixar os meninos e Mercedes à mercê do Cain, eu vou, mas volto, Camila, confie em mim. — Lauren murmurou, beijando o alto da cabeça da mais nova.
Camila se afastou da mais velha para olhá-la nos olhos.
— Você promete?
— Com toda a minha alma. — Lauren prometeu, e rapidamente sentiu uma tristeza de congelar seus ossos. — Eu prometo que sempre estarei com você e para você.
As duas se encararam profundamente, os castanhos mergulhados em lágrimas, e os esverdeados com esperança.
— Eu tenho que ir. — Lauren voltou a falar.
Camila concordou ao soltar a roupa da mexicana, então, Lauren se virou para ir, mas algo a impeliu. Voltou-se rapidamente até Camila, beijando-a de uma forma diferenciada, mas tão delas que ficaram tontas.
— Eu volto. — Lauren pronunciou, então, saiu.
Camila fungou alto, levando a mão ao peito e agarrando o tecido da blusa, com o desespero aumentando cada segundo que Lauren se afastou dela.
— And I will always love you, will always love you... You.., My darling, you. — Camila murmurou, sentindo todo o seu ser se rasgar e o seu corpo indo caindo no chão até sentar-se e colocar as mãos na cabeça.
Volte, só volte. Camila pediu em seu pranto.
(...)
Lauren voltou para a mansão, sentindo-se incomodada com o comportamento de Camila, isso a deixou meio com o pé atrás, mas quis considerar apenas como medo. Adentrou a mansão, e foi diretamente para o quarto que o Cain dormia, retirou as suas roupas, vestiu uma camisola, e deitou-se. Esperou que o dia amanhecesse, e depois de meia-hora aconteceu, por tanto, o seu marido não acordou.
Ela levantou, tomou um banho e vestiu-se como nos outros dias: Formalmente. Arrumou-se, e rumou para o quarto dos seus sobrinhos, os acordou com beijos e palavras de amor, não demorou muito para a Mercedes aparecer e as duas trocaram olhares significativos.
Lauren fez questão de arrumar e brincar com os seus sobrinhos, e depois tomar café da manhã com eles. Supostamente, eles iam para o colégio com a Mercedes, mas na realidade, iria para um lugar escondido por proteção própria até que o Cain tivesse atrás das grades.
De início, o plano era que Lauren fosse com eles, mas a mexicana mudou de ideia, ia diretamente ao FBI, queria participar da prisão do Cain. Depois encontraria com os seus sobrinhos, Mercedes e consequentemente a Camila.
— Tudo está pronto. — Lauren murmurou para a Mercedes. — Você realmente deixará a impressão que os meninos ficaram na escola juntamente com você, invente a desculpa que a professora que falar com os responsáveis dos meninos, mas como tem apenas você, ficará. Libere o motorista. A equipe de Normani irá lhe buscar juntamente com eles, então, estarão seguros.
— E você? — Mercedes perguntou com preocupação.
— Eu usarei a desculpa de ir para brunch de qualquer esposa de político, e o Cain vai acreditar, mas na realidade, estarei ido na sede do FBI, depois estarei com Camila, e depois de tudo resolvido, com vocês.
Mercedes fechou as mãos em punhos e cravou as unhas em sua carne, sem e importar com a dor, estava mais preocupada com a Lauren.
— Acha isso viável e seguro?
— Totalmente. — Lauren respondeu, mas não teve tempo de dizer nada, pois, Cain apareceu já tomado banho e com ressaca na sala de jantar. Ela levantou-se e foi até ele, dando-lhe um falso carinho. — Querido, sente-se bem?
— Parece que um caminhão passou por cima de mim. — Cain resmungou. — Não me lembro de ter bebido tanto.
— Mas bebeu. — Ela beijou a bochecha dele, então, murmurou no ouvido: — E transou como um coelho, estou dolorida até agora.
Cain a olhou surpreso, ia dizer algo quando viu as crianças no recinto. Ele odiava aquelas criaturas, sua vontade era de mandá-las para o internato. Mas sabia como a Lauren estava obediente com eles, ele podia se rebelar sem a presença dos fedelhos.
— Venha, vou te servir um café preto sem açúcar para que essa ressaca passe. — Sorriu abertamente e o puxou pela mão até a mesa. Lauren fez o seu papel de boa esposa, e amável, apesar de querer enfiar a faca no olho do Cain. Tudo moveu-se bem até que Mercedes anunciou que iria levar os meninos para o colégio e que tinha visita para a mexicana.
Cain que não estava com cabeça para nada, manteve-se sentado, comendo pausadamente, enquanto, Lauren se levantava e ia atrás de Mercedes. As crianças já estavam prontas. Ela olhou para os três e sorriu, queria fazer mais, queria abraçá-los tão apertadamente e nunca mais soltá-los, mas sabia que se fizesse isso, iria levantar suspeitas.
— Cuide deles para mim, Mercedes. Não deixe que falte nada, nem afeto, nem carinho, nem compreensão, muito amor. — Pediu baixinho. — E você também, por favor, cuide-se, nunca se esquece nem os façam esquecer que eu os amei até meu último suspiro. — Seus olhos já estavam cheios, mas ela os apertou para livrar das lágrimas. — Por favor, não deixe que eles pensem em mim como covarde.
— Você é tudo menos covarde, minha menina. — Mercedes disse com um sorriso quebrado. — E vamos nos encontrar, certo? — Perguntou sem muita convicção.
— Certo. — Lauren tocou as bochechas e o nariz com o dorso da mão. — Iremos. Eu te amo.
— Eu te amo, minha doce menina. — Mercedes disse com emoção.
Lauren baixou-se para despedir-se dos sobrinhos e reforçou que os amavam, depois foi até a sala de estar que os convidados esperavam...
(...)
Lauren foi de encontro aos seus visitantes inesperados e não se surpreendeu ao ver os seus pais. Claro que eles manteriam contato depois da mesada cortada por decisão da própria.
Mike estava com uma dose de bebida, um alcoólatra sem salvação e sua mãe estava bem vestida, bem maquiada, e bem penteada, mas isso não era capaz de esconder a escuridão de sua alma que refletia em seus olhos.
Quando ela apareceu, eles apenas se encararam, Mike a dispensando com o olhar para tomar uma dose de bebida, e Clara com o queixo erguida, mas a olhando com tanto ódio que pareciam lâminas em pulsos.
— Ora, ora, que surpresa. — Lauren disse irônica. — Achei que estavam em uma de suas viagens.
Clara a olhou com nojo.
— Estaríamos se você não tivesse cortado a nossa mesada, sua vagabunda! — Em um movimento rápido, a mais velha avançou até a mais nova e depositou uma bofetada firme que deixou a marca dos dedos no rosto branco. — Quem você pensa quem é para nos menosprezar dessa forma? Você tem um dever moral e econômico conosco, somos os seus pais!
Lauren riu com a bochecha ardendo em brasa. Não que ela achasse graça a situação, mas tudo era tão surreal que as risadas sem humor explodiam em sua boca à ponto de fazê-la lacrimejar.
— Dever moral e econômico? De onde você tirou isso, Clara? — Perguntou friamente depois de rir. — Pelo o que lembro não tenho nenhuma obrigação com você, aliás, com vocês. — Apontou para o seu pai.
— Somos os seus pais, a colocamos no mundo! — Clara bravejou furiosa.
— Como também colocou a Taylor, mas nem tiveram a capacidade de aparecer no velório dela. De uma de suas filhas que precisou tanto de vocês, mas recebeu apenas a indiferença. Se isso é ser mãe ou pai, sinto em dizer que prefiro não ter nenhum dos dois, estou bem sozinha. — Lauren falou com amargura.
— Taylor era uma viciada, ninguém a mandou seguir aquele caminho. — Clara disse friamente. — Não merecia a nossa perda de tempo, não perderíamos a nossa viagem por uma perdida como a sua irmã.
Lauren se agitou, indignada.
— Já parou pra pensar que se ela era assim porque nunca teve a presença e o apoio materno e fraterno? — Seus olhos caíram em Mike que ainda bebia. — Vocês nunca foram o exemplo de nada, apenas nos colocaram no mundo e deixaram que as babás tomassem conta, eu ainda tive a sorte da Mercedes, e a Taylor, o que teve?
Clara bufou, andando de um lado para o outro.
— Vocês tiveram a sorte de que disponibilizamos babás para cuidar de vocês, não sei porque a crítica, estavam bem criadas. Taylor caiu no vício porque era fraca! Entenda isso! — Empinou o queixo. — Agora vamos falar sobre a minha mesada mensal. Eu a quero de volta e com reajuste, porque a vergonha que eu passei, merecemos bônus.
Lauren coçou a testa ao olhar para a mulher que lhe colocou no mundo. Noção era algo que realmente não existia nela.
— Você não terá nada. — Disse com a voz firme, recebendo um olhar violento da mãe. — Não iremos mais bancar as suas viagens e os seus luxos, nem do papai, se querem isso, então, trabalhem, ou venda suas mansões, mas de mim não vai extrair absolutamente nada.
Outra bofetada foi escutada e Lauren levou a mão no rosto, nada era comparada a dor da alma por confirmar que sua mão era totalmente fútil e desapegada.
— Sua irmã era uma perdida e você uma medíocre! — Clara acusou com os olhos e narinas inflamadas. — Como eu me arrependo de tê-las colocado no mundo!
Lauren sorriu, apesar que sua alma estava se rasgado em milhares pedaços pelas palavras de sua mãe.
— Então, se arrependa fora da minha mansão. Você e ele... — Apontou novamente para o seu pai. — Não são bem vindos aqui.
Clara pegou a sua bolsa de mão, mas sem deixar o queixo cair, encarou a filha como todo o desprezo que poderia transmitir.
— Eu espero que você tenha o mesmo final de Taylor, e que antes de amanhecer o seu corpo esteja enterrado debaixo de sete palmos. — Caminhou até o Mike e o levantou. — Vamos embora, não temos mais nada a perder aqui.
Eles saíram, mas Lauren ficou chocada e dura no mesmo lugar com a praga de sua mãe. A decepção triplicou e ela não conseguia compreender como uma mãe podia desejar tanto mal a uma filha por conta de dinheiro...
(...)
— Por favor, Mani. Você tem que vigiá-la, não sei, coloque toda a sua equipe na cola de Lauren, eu não estou com um bom pressentimento. Por favor! — Camila pediu mais uma vez ao choro.
Normani que estava do outro lado da linha se preocupou, em um ano e poucos meses trabalhando em conjunto com a Cabello nunca a viu tão desesperada. Era preocupante demais para ignorar.
— Ela recebeu uma nova ameaça? — Questionou.
— Não! — Camila fungou em seu pranto. — Mas eu sinto que vai acontecer algo muito ruim, por favor, cuide de minha Lauren, se acontecer algo com ela, eu morro junto, não deixe nada de ruim acontecer a minha mulher, Mani. Eu nunca te pedi nada tão sério, mas peço pela vida da amor da minha vida. — Ela chorou. — Eu não consigo me imaginar sem ela. — Soluçou.
— Não se preocupe, Camila, iremos cuidar bem da Lauren. Fique calma e paz.
— Obrigada. — Camila agradeceu e desligou mais tranquila.
Normani colocou o telefone no gancho quando o seu superior adentrou no escritório.
— Algum problema? — Mendes questionou.
— Nenhum, apenas a Cabello que está um pouco neurótica. — Normani respondeu o olhando.
— Algo preocupante? Que precisa de reforços?
— Obviamente que não, trata-se apenas de uma mulher que está preocupada com a sua amada, nada de alarmante. Apenas drama. — Deu de ombros.
Mendes a olhou seriamente.
— Tem certeza, Agente Kordei? Srta. Cabello não é de nos ligar em casos extremos.
— Absoluta, senhor. Com todo respeito, Camila está apenas assustada, já que mesmo estando entre os casos mais perigosos da américa latina, a sua única preocupação é a Lauren Jauregui, caminhamos aqui por causa disto. — Deu de ombros. — Ela só que Lauren saia bem, mas não tem nenhum índice que Lauren sairá mal, é apenas um drama e superstição feminina boba. — Ergueu as mãos. — Não se preocupe, Lauren está bem, assim como os sobrinhos, Mercedes e Camila. Eu estou de olho em todos.
Mendes considerou até menear a cabeça.
— Mantenha tudo no controle.
— Sim senhor.
Mendes saiu, e Kordei preocupou-se em outros assuntos que em nenhum momento era Lauren Jauregui, ignorando todos os pedidos de Camila.
(...)
Paula Cain adentrou na mansão bem no momento que Lauren estava despedindo-se do Cain e segurava uma mala de couro na mão. Encarou a sua nora, enquanto, a mesma beijava o seu filho que ficou abobalhado sem muito esforço.
Quando Lauren se separou, encontrou os olhos da sogra.
— Sra. Cain, não a vi aí. — Sorriu. — Bom, vê-la. Uma pena que eu não poderei me manter presente na sua visita, tenho assuntos a resolver.
A mulher mais velha viu o seu filho ir até o bar e servir-se de uma bebida, apesar de ser menos de dez horas da manhã. Alguma coisa estava errada com Lauren, apesar de mostrar-se submissa, algo nos olhos esverdeados demonstrava a agressividade, isso despertou a Paula.
— O que irá fazer, querida? — Perguntou, usando um tom amavelmente falso.
— Um brunch com a Sra. Carolyne. — Lauren revirou os olhos e riu. — Não posso me atrasar, sabem como ela é rígida. — Beijou suavemente o marido, depois a sogra. — Vejo-os logo.
Paula observou a sogra se afastar, então, o seu olhar cruzou com o do filho que estava alheio, bebendo o seu drinque. O uísque no centro de mesa, com os cubos de gelo mergulhando-se e soltando algumas bolhas de vento. Cain estava bem vestido, e escorado na mesa, parecia de ressaca, mas que ia melhorando gradativamente que bebida. Bem que diziam que nada melhor que para curar uma ressaca do que uma nova cachaça.
— Ela está mentindo. — Paula acusou depois que escutou a porta bater.
— O quê? — Cain perguntou ao pegar sua dose e dá um gole.
— Lauren está mentindo, Sra. Carolyne não está fazendo nenhum brunch, inclusive, ela estar no Caribe nesse momento curtindo o verão com um namorado com a idade de ser o seu filho. — Paula anunciou contra gosto. — Ela aprontou.
Cain riu, sentindo o gosto da bebida melhorar a sua dor de cabeça, nunca teve uma ressaca tão pesada assim, até os seus olhos doíam, a sua existência parecia que iria se transformada em pó em cada respirada.
— Você está surtando, mamãe.
Paula se aproximou.
— Não estou surtado, seu idiota! Você não viu o sorriso no rosto dela? Era debochado e vitorioso! Ela é uma bomba pronta pra ser acionada e saiu daqui sem que pudéssemos ter o controle.
— Mamãe, eu já disse que você está surtando, Lauren continua a mesma. Não mudou nada. — Riu. — Só se ela tivesse tido acesso ao meu cofre pra ter aquele sorrisinho e...
Cain calou-se quando os olhos de sua mãe arregalaram e a respiração ficou suspensa. Rapidamente os dois correram até o escritório, tiraram o quadro, e Cain fez todo os processos até que o cofre abriu, e o seu coração juntamente com a sua mãe foi diretamente para os pés. Faltava muita coisa ali.
Ele cambaleou para trás, desnorteado e sem forças, segurando-se na mesa, enquanto, Paula estava com o rosto vermelho e tremendo de ódio.
— Ela me pegou. — Cain murmurou fraco, sem forças, olhando para o buraco no cofre.
— Não. — Paula resmungou furiosa, tirando o celular da bolsa de ouro, de mão. — Ela não vai lhe destruir, não mesmo. Eu avisei a você, seu inútil! — Gritou, com o celular no ouvido. — Eu avisei que aquilo era apenas um teatro, mas você não acreditou em mim. Ela tem tudo que pode lhe destruir. Mas não. — Balançou a cabeça em negativo. — Não mesmo, ela não vai conseguir, não enquanto eu estiver respirando. — A pessoa atendeu do outro lado da linha, o Cain continuou inerte. — Oi, sou eu, pode fazer, sem nenhuma dó e com recuperação de vestígios. — Desligou e encarou o filho. — Você me agradece depois.
Cain estava em choque com os pensamentos perdidos. Então, esses dois anos não passou de uma farsa? A Lauren não o amou nem foi entregue a ele?
(...)
Lauren dirigia até o escritório do FBI. Sua alma estava tranquila. Já tinha saído da mansão, e os seus sobrinhos e Mercedes estavam seguros. E Camila também, já que os agentes estavam de olho nela. O que poderia mais querer de sua vida? Todos que amavam estavam seguros, e em poucas horas estaria com eles.
E isso era que apaziguava o seu coração. Ter os seus amados seguros.
Ligou o rádio baixinho do carro, sem parar de dirigir, vez ou outra olhava para retrovisores, viu três carros avançando, mas considerou, estava em uma estrada aberta, era normal que os motoristas corressem.
Olhou para a pasta ao seu lado, e sorriu, era o fim do Cain, depois disso, estaria com Camila e construiriam a família que tanto almejava desde o envolvimento delas.
Olhou novamente para o retrovisor e franziu o cenho ao ver os carros e aproximando, parecia que a qualquer momento iria bater nela. Pisou no acelerador, afastando-se mais um pouco deles. Estava engajada nisso, quando o seu celular tocou, apertou no painel do carro e atendeu.
— Jauregui. — Estava nervosa, mas não queria deixar transparecer, os carros continuavam a se aproximar, mesmo com o seu distanciamento, não tinha deixado de pisar no acelerador.
— Oi, sou eu. — A voz de Camila soou como a de um anjo. — Onde está?
— Na rodovia, ao caminho do escritório da FBA. — Respondeu com os olhos no retrovisor, suas mãos estavam fixas no volante, e afastava-se de alguns carros da frente.
— E os meninos e Mercedes? — A brasileira perguntou com preocupação.
— A salvos.
— Ótimo. — Respondeu com alivio. — Só falta você aqui para tudo sair bem.
Lauren sorriu, mas a sua vontade era de gritar desesperadamente, os carros estavam se aproximando. Ela fez manobras, e eles ainda estavam em sua cola.
— Quantos? — Lauren perguntou de repente, entrando em uma viela, o pneu cantou, mas parecia que Camila não tinha escutado, ela continuou com o pé no acelerador, até que virou e voltou para a rodovia.
— Três. — Camila respondeu, e ela podia sentir o sorriso na voz de sua amada.
— Os nomes? — Lauren perguntou, tentando manter a voz tranquila, apesar de estar tensa, os carros continuavam atrás dela. Ela pisou mais fundo no acelerador, e adentrou em um túnel.
— Ariel, Laura e Michael. — Camila disse emocionada.
Lauren saiu do túnel, e deparou-se com a estrada e um barranco, tinha esquecido desse trecho. Por um momento, levou a mão a boca para controlar o choro que queria lhe invadir, não podia deixar a Camila preocupada. O suor da sua nuca aumentou, e ela só queria acreditar que existia um futuro e que aqueles carros não estavam atrás de si.
— Aonde? — Perguntou mais uma vez.
— Miami. — Camila respondeu. — Uma grande casa à beira mar com um labrador e também um husky siberiano, vamos ensinar tanto os nosso filhos, como também os seus sobrinhos que eu considero meus o inglês, e português. Como os nossos sobrinhos saberão o espanhol, eles nos ajudará a ensinar os meninos o espanhol. Mas todos serão poliglotas.
— Que futuro maravilhoso, amor... — Lauren murmurou, engolindo as lágrimas, já que estava sendo encurralada. — Eu te amo.
— Eu te amo muito mais. — Camila respondeu com amor. — Você estará aqui, não é?
— Claro que sim. — Lauren respondeu chorando, mas a ligação cortou por um momento. — Eu também te amo.
— Nos vermos daqui a pouco. — Camila disse com convicção.
Mas a ligação foi perdida,
Uma verdade: Lauren nunca apareceu.