De Fã para Amante

By IludidaKar

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Camila Cabello tinha várias certezas em sua vida, mas uma era irrevogável: Amava condicionalmente Lauren Jaur... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Penúltimo Capítulo.
Último Capítulo.

Capítulo 10

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By IludidaKar


Os olhos esverdeados estavam dilatados, enquanto, mantinham-se fixos nos castanhos que neste momento derramavam-se em suas pupilas como ouro líquido. O quarto estava quente, apesar do ar condicionado estar ligado não era o suficiente para aplacar o calor dos corpos que moviam-se em sincronia.

O cheiro era forte: Uma mistura de adocicado com cítrico, com um quê de odor sexual e marijuana... Fragrâncias fortes, mas ao se misturarem tornava-se embriagante e atraente para o olfato da brasileira e mexicana que se amavam despudoramente em cima da cama.

Elas não tiveram tempo para pensar em algo mais ao não ser em se querer. A saudade de dias complicados ainda estavam presentes e elas precisavam saciar a abstinência que a assolaram nesses dias que agora juntas, deram-se conta do quanto fora angustiada.

Caralho! Elas estavam muito apaixonadas uma pela outra. Obviamente que tudo tinha ficado bem claro no decorrer dos capítulos, mas nessa altura do campeonato, constatar essa situação tinha causado um grande impacto entre as duas que enquanto se amavam, chegaram à conclusão de que não existia mais escapatória. Elas nasceram uma para a outra. Nasceram para ficar juntas, o destino as fizeram tropeçar em outras ruas antes de encontrar o caminho certo.

O caminho para o amor. Os seus corações estavam conectados, assim como as suas almas. Elas sentiam que se pertenciam. Não precisavam de palavras para consolidar isto, os seus olhos declaravam-se. Existia admiração e devoção nos olhos de ambas que seria muito difícil de esconder em público. Elas se amavam tão profundamente que chegava a doer. A dor apenas sanava quando estavam juntas, como agora...

No som de fundo, a voz de Lana Del Rey soava atraentemente melancólica, enquanto, os gemidos delas se mesclava com a música, encaixando-se perfeitamente bem com a melodia.

O braço esquerdo de Lauren esticou-se um pouco e sua mão agarrou firmemente o lençol de seda, enquanto, soltava um gemido profundo e cravava os seus dedos da mão direta na anca de Camila que rebolou lentamente acompanhando a melodia de música... A mexicana poderia muito bem desmanchar com aquela visão:

Camila estava em cima dela, sentada em seu colo, com as suas intimidades encaixadas, completamente nua e com a cabeça jogada levemente para trás, os lábios estava entreabertos e avermelhados, entre eles, um cigarro de maconha descansava. A fumaça do cigarro causava um distorcidamente no rosto da brasileira, tornando-a alucinante. As mãos da menor percorrem os seus próprios seios endurecidos, em seguida, subiram para o pescoço e terminaram em seus cabelos bagunçados.

A desgraçada tinha feito tudo isso com os olhos fechados, Lauren precisou de muito alto controle para não inverter a posição e foder a Camila com todo desejo que queimava as suas veias. A brasileira abriu os olhos e retornou a encarar a mexicana, um sorriso malicioso brincou nos lábios carnudos, principalmente com a intensidade dos olhos esverdeados e pelo pulsar violento da boceta de Lauren contra a sua... Camila resfolegou por um segundo, sentindo-se molhar cada vez mais... Ela escorregava a sua intimidade contra a de Lauren com tanta facilidade... Elas estavam tão molhadas e prontas para o amor.

Camila segurou o cigarro de maconha entre os dedos, e pressionou os seus quadris para baixo, arrancando quase um grito de Lauren. Elas estremeceram com o atrito e a breve pincelada nos clitóris endurecidos e carentes de atenção.

— Você é minha? — Camila perguntou com propriedade, aumentando o atrito, fazendo com que o seu clitóris escorregasse diversas vezes no de Lauren.

— Oh sim... — Lauren voltou a mão esquerda para a outra anca de Camila, e apertou-a com as duas mãos, mantendo a pressão daqueles movimentos. Ela sentia tanto prazer que estava quase revirando os olhos. Os mamilos rosados pareciam que iriam explodir de tão endurecidos que estavam. — Sou muito sua, Camila... — A mexicana ergueu os quadris para ter mais contato quando a brasileira afastou-se levemente, causando uma dor no baixo ventre da mais velha. —... Oh, por favor, baby...

Camila sentiu-se envaidecida. Ela gostava de fazer a Lauren implorar, tinha algo pecaminosamente gostoso em ouvir a voz rouca em agonia do êxtase. A mexicana estava deixando-a ditar os movimentos. A menor estava a dominando, assim como ela dominou a Camila no carro. A relatividade tornava o sexo mais gostoso, já que não tinha apenas uma dominante... Elas eram generosas uma com a outra e não se limitavam.

— Você me quer? — Camila provocou, voltando a descer, dando uma cavalgada intensa que fizeram ambos sexos latejarem.

Lauren gritou, e contorceu-se, ela estava quase se rompendo de tanto prazer.

— Quero, amor... Muito... — A voz rouca saiu entrecortante, implorativa. — Não brinque assim, amor... Me fode, eu preciso tanto de você... — Os olhos esverdeados lacrimejaram, mas não era de tristeza, era de prazer.

Tudo isso foi demais para a sanidade de Camila que estava praticamente perdida ao ver a Lauren daquele jeito: Os cabelos bagunçados, os olhos semicerrados, as bochechas avermelhadas e com o lábio inferior bem avermelhado pelo maltrato que os seus próprios dentes faziam.

A brasileira deu uma longa tragada no cigarro que já estava no fim. O tragou até que não sobrasse quase nada, inalando profundamente aquela fumaça entorpecente, inclinou-se sobre a Lauren, os seus lábios fechados passaram na curva dos seios da maior que agitou-se mais, Camila foi subindo o rosto até que ficasse rente ao de Lauren... Os seus lábios se encontraram, quando a Lauren fez menção de beijá-la, a brasileira abriu a boca e soltou lentamente a fumaça na boca de Lauren que inalou sem pestanejar. Antes mesmo que o compartilhamento fosse concluído, elas se beijaram com fúria.

Os braços de Lauren agarraram a cintura de Camila, mantendo-a refém contra o seu corpo. A brasileira deixou que o resto do cigarro caísse no chão amadeirado do quarto, e agarrou-se nos cabelos de Lauren, sem parar o beijo... As suas línguas tinham gosto de álcool e maconha, mas esse detalhe só as deixavam mais desejosas. Suas línguas brincaram, e depois, entrelaçaram, enquanto, os quadris de Camila tinha criado vida própria e rebolava constantemente e velozmente na boceta molhada de Lauren...

Elas estavam chapadas e excitadas. O efeito da maconha aumentou ainda mais a libido. As mãos de Lauren acariciam as costas de Camila até chegarem nas nádegas protuberantes, agarrou-as e aperto-as firmemente, ditando os movimentos, sem separar as bocas. Camila gemeu entre os lábios avermelhados, e deu algumas sentadinhas no sexo de Lauren... As suas intimidades estavam palpitantes, molhadas e muito quentes.

As vibrações internas aconteciam em ambas, pressões intensas nos baixos ventres, as fizeram se mover com mais rapidez e em plena sintonia. Os beijos tornaram-se alucinante, elas se chupavam, se mordiam e se lambiam durante os beijos, uma mais querendo provar da boca da outra, até que se romperam em um orgasmo quente e delicioso.

Elas ficaram fora de órbita por alguns minutos. Uma em cima da outra, paradas, apenas sentindo os tremores e sensações de uma boa foda. Camila afundou o rosto no pescoço cheiroso e suado de Lauren, enquanto, a mais velha via explosões de fogos de artifícios diante dos seus olhos, ela sabia que isso era resultado da vibe...

— Uau. — Camila foi a primeira a falar com a voz arrastada e sentindo uma leveza beirando o incomum no seu corpo, como se a qualquer momento pudesse levitar e sair por aí, flutuando. — Isso foi bom pra...

— Caralho! — Lauren completou, sua mente perdendo-se em alguns pontos, mas ela tinha a noção do quanto tinha sido maravilhoso.

Camila riu e balançou a cabeça em positivo. Ela não se moveu, nem tirou a cabeça do pescoço de Lauren, a posição estava muito confortável, apesar de saber que precisava de um banho. Lauren também não reclamou, aninhou a mais nova em seus braços, desfrutando do cheiro do shampoo de Camila, doce.

Elas estavam felizes por estarem naquele mundo paralelo em que ninguém pudesse as interromper, e muito menos a realidade as alcançar. Seria muito bom se pudessem viver assim para sempre...

•••

Ally estava frustrada.

Bem, desde que tinha descoberto o caso de Camila com a Lauren que uma crescente onda de frustração e indignação percorria o seu corpo. Ela queria muito abrir o jogo para o Pablo, mas sabia que ele não iria acreditar nela e outra a coisa: Ally queria sair como a boazinha na história, sempre.

Você acha que ela vai gostar, Ally? Seja sincera comigo, por favor. — Pablo pediu com a voz suplicante.

— Claro que sim, Pablo. Ela vai simplesmente amar, porque achas o contrário? — Perguntou usando o seu tom de voz amável, enquanto, organizava algumas pastas na sua sala do colégio.

Ela tinha trabalho acumulado e não estava com nenhuma paciência para ficar no apartamento mesmo sabendo que a Camila não estaria lá. Ontem, a traíra de sua amiga antes de sair toda arrumada avisou que dormiria fora, quando questionada com quem, Camila deu de ombros e disse que estaria com Bella Thorne, claramente uma mentira. Ally sabia muito bem com quem Camila estaria.

Porque ela está estranha comigo, distante, como se não me quisesse mais. — A voz de Pablo foi invadida por medo, o que apertou o coração de Ally, ele não merecia estar passando por aquilo. Era um bom homem. — É como se o amor dela não me pertencesse mais. Eu não sei o que seria da minha vida sem a Camila...

— Oh, que bobeira, Pablo. — Ally olhou para as suas unhas, irritada, mas disfarçando bem. — É claro que amor de Camila é inteiramente seu, você sabe que ela está passando por um momento complicado com o trabalho. Ela está trabalhando para o governador, imagine a responsabilidade. Se você pensa que ela tem outro alguém...

Ally foi interrompida por ele.

Outro alguém? Obviamente que não! — Pablo usou um tom quase chocado. — Camila não seria capaz de ter um outro alguém enquanto estar comigo, não faz parte da índole dela, se por uma remota razão alguém surgisse na vida dela e balançasse o seu coração, ela me diria, ela não seria capaz de me trair nem fisicamente muito menos sentimentalmente, ela me garantiu isso, muitas vezes.

— E você acreditar nela, hum? — Ally perguntou venenosa, sem se conter.

Com toda a minha alma, eu me jogo no fogo por Camila. — Pablo respondeu sem titubear.

— E se remotamente, ela estivesse o traindo, como você reagiria? — Ally perguntou ao morder o canto da boca. — Lembrando que é apenas uma pergunta, querido. — Agregou depois do silêncio no outro lado da linha.

Eu nunca mais iria querer olhar pra cara dela. — Pablo respondeu pesadamente. — Se existe algo que eu não perdoo é traição e Camila sabe muito bem disto.

Ally quase pulou de felicidade ao ouvi-lo.

— Não perdoaria? Nem mesmo com todo esse amor que sente por ela?

Eu a amo muito e Deus sabe disso, mas todo esse amor se transformaria em asco se ela estivesse me traindo, Ally. Posso suportar tudo, menos injustiça, desonestidade e traição, são três coisas abomináveis para mim. — Pablo declarou seriamente.

Ally deu um pulo de sua poltrona com um sorriso de orelha à orelha.

— Tudo bem, chega desse assunto tenso, e voltando ao inicial: Porque não querer aceitar o meu convite?

Porque eu não quero ser invasivo...

— Você não será, eu tenho certeza que Camila vai amar, e outra coisa, é um momento muito especial para ela. Não desperdice isso, Pablo.

Houve uns segundos de silêncio, até a concordância vir:

Tudo bem. Você me convenceu!

Ally soltou um gritinho e bateu palmas. Ela realmente estava empolgada. A primeira parte do plano estava feita, demorou algumas semanas para conseguir até porque o Pablo era um poço de insegurança, ás vezes, mas com a confirmação dele, restava apenas ir para a próxima fase.

E depois, teria o Pablo apenas para si e mostraria a Camila Cabello que o mundo não girava em torno dela.

•••

Camila observava pela primeira vez o apartamento de Lauren, enquanto, devorava um pacote de banana chips. Era pequeno, porém, com pequenos toques de luxo e aconchegante. Claramente uma pessoa de classe média alta poderia residir naquele condomínio. Dando-se conta o estilo de vida da cantora, ela não tinha adquirido um imóvel altamente luxuoso por não querer, já que condições, ela tinha.

— Pronto, a torta está no forno. — Lauren avisou assim que adentrou a sala e jogou-se no sofá, ao lado de Camila, roubando uma banana arredondada e salgada.

— Ei, é meu! — Camila retrucou gulosa, fazendo uma carranca que fez a mais velha rir. Façam de tudo, mas não tentem roubar a comida de Camila, ela ficava uma fera.

— Eu sei, amor, mas você não acha que eu sou digna de ter um pouquinho de banana chips? — Lauren perguntou fazendo um biquinho que Camila poderia considerar fofo, se não tivesse irritada pelo pequeno furto.

Camila pensou um pouco antes de responder:

— Hum, não.

— Camila! — Lauren abriu a boca em choque com os olhos arregalados.

Camila riu um pouco com a expressão da mais velha e passou os braços ao redor do pescoço da mesma, roubando um beijo rápido.

— Amor, você precisa entender as regras sobre a minha comida, okay? — Começou a dizer, olhando-a nos olhos. — A minha comida é apenas, inteiramente e absolutamente minha, e a sua comida é minha e sua, entendeu?

Lauren franziu o cenho, mas não deixou de abraçar a Camila pela cintura e a puxou para o seu colo.

— Hum, não. Estou um pouco confusa.

Já era por volta de duas da tarde do sábado. Depois de fazer amor à noite toda, elas praticamente apagaram e quando acordaram estavam famintas e necessitando de um longo banho. Elas tomaram banho, e depois foram preparar algo para se alimentar. A larica estava forte, e elas comeram as besteiras que encontraram. Felizmente, a Lauren tinha pedido para a Mercedes encher a dispensa, principalmente com algo que envolvia bananas, já que era a fruta preferida de Camila.

Então, Camila se apropriou do saco de banana chips e correu para a sala, declinando o convite para ajudar na preparação do almoço. Lauren resmungou um pouco, mas preparou sozinha uma torta de carne que estava no forno. Elas estavam vestidas despojadamente, já que ninguém iria perturbá-las ali.

Lauren usava uma camiseta cavada do Ramones com uma boxer feminina. E Camila apenas um robe de seda, a mais nova tivera preguiça de vestir qualquer peça a mais do que isso alegando que iria ter que tirar a qualquer momento. E não, não era para sexo, já que a mexicana a avisou que depois do almoço, a levaria para um lugar. A brasileira insistiu em saber onde era, mas a maior não revelou.

— O que eu quero dizer, meu pãozinho anêmico... — Camila recomeçou doce, dando vários beijos no rosto em Lauren que estava com as sobrancelhas arqueadas com o apelido. — Que ao se tratar de comida: O que é meu, é meu. E o que é seu, é meu também, entendeu?

— O que eu entendi é que você é uma cara de pau, Srta. Cabello. — Lauren soltou uma risadinha, dando uma mordidinha no queixo de Camila que gemeu manhosa e se ajeitou no colo de Lauren, a maior não quis focar no detalhe de que a mais nova estava sem nada por debaixo do robe.

— Você me ama assim. — Camila afirmou, dando cheirinhos em Lauren, mas sem soltar o seu pacote de banana chips.

— Pra sua sorte, sim. — Lauren brincou. Então, os seus lábios buscaram o de Camila em um beijo suave.

Ficaram se beijando por longos minutos, sem nenhuma malícia, apenas aproveitando e curtindo uma a outra, quando o forno apitou, informando que a torta estava pronta. Com pesar, Camila saiu do colo de Lauren.

— Vem, vamos comer que ainda temos que sair. — Lauren disse ao se levantar.

— Você não vai me dizer mesmo aonde vamos? — Camila questionou, ao andar atrás de Lauren, observando a bunda da mais velha na calcinha boxer.

— Já disse que não, você é muito curiosa, mocinha. Lembre-se: curiosidade matou o gato!

— Sou bonita demais para deixar esse mundo... — Camila resmungou.

Lauren lançou um sorriso de lado para a mais nova.

Elas almoçaram em um clima tranquilo, e feliz. Lauren contou que tinha adquirido aquele apartamento uns meses depois que mudou-se para Guadalajara, como tinha dito antes era o seu porto-seguro e ela amava ir até ele quando precisava ficar sozinha, ter um pouco de paz ou até mesmo para compor. Ninguém tinha conhecimento aquele apartamento, além de Ramirez, Mercedes e agora, Camila. Nem mesmo a família de Lauren ou o seu marido sabia.

A cantora gostava de mantê-lo em anonimato, tanto que quando o comprou, registrou o nome como Michelle Morgado.

— Sabe... Você bem que poderia vim morar aqui. — Lauren soltou depois de ter dado uma mordida em sua torta.

Camila quase engasgou, precisou tomar um pouco de água para não tossir mais.

— O quê? Não, eu moro com a Ally.

— Eu sei, mas estou dizendo que não acharia ruim em dividi esse apartamento com você. Seria muito bom chegar aqui e sentir o seu cheiro e sua presença me presenteando como boas-vindas.

Camila sorriu docemente para a Lauren, e segurou a mão dela por cima da mesa.

— Seria realmente bom, se você vivesse aqui. Eu não quero ter que passar maior parte do meu tempo sozinha, dado as circunstâncias do nosso relacionamento. — O rosto de Lauren torceu um pouco. — E eu realmente gosto da companhia de Ally, apesar que nesses últimos dias eu não a tenho visto pela correria do dia-a-dia, mas eu sei que ela estar lá e que não ficarei sozinha, sabe?

Lauren suspirou.

— Sei... Mas, eu quero transformar esse lugar em nosso lugar.

— E ele pode ser, não é preciso que eu more aqui para que ele seja o nosso cantinho. — Camila apertou a mão de Lauren e sorriu. — Porque eu já o tenho como o nosso refúgio.

Lauren sorriu, então, beijou a mão de Camila.

Elas terminaram o almoço entre conversas amenas, e depois foram se arrumar para sair. Como não tinha levado roupas, Camila pegou um par de roupas de Lauren emprestado, a mais nova descobriu que tinha um prazer genuíno em usar as roupas de Lauren, até porque tinha o cheiro da mesma.

Depois que se arrumaram, ao invés de descerem, subiram para cobertura sob olhar confuso de Camila, ela não pode questionar com a Lauren sobre, porque a cantora estava ao telefone e falava seriamente, apesar de entender espanhol, a brasileira não conseguia acompanhar a conversa de Lauren, principalmente porque a mexicana estava falando muito rápido e usando dialetos desconhecidos pela Camila.

O elevador abriu e o queixo de Camila quase caiu ao ver um helicóptero as aguardando com o Ramirez próximo do mesmo.

— Ramirez! Você sabe pilotar? — Camila perguntou impressionada ao ser direcionada para dentro do helicóptero.

— Sim, senhora. — Ele respondeu.

— Uau... Estou impressionada! — Camila comentou, recebendo um olhar semicerrado de Lauren que tinha terminado a ligação e com ajuda do Ramirez subiu no helicóptero.

— Eu também sei pilotar, viu? — Lauren murmurou baixinho, levemente enciumada quando Ramirez fechou a porta e rodeou para subir na nave.

— Sério? — Os olhos de Camila brilharam, olhando para Lauren com encanto.

— Mais ou menos. — Lauren fez uma caretinha, franzindo o nariz. — Não passei na prova, mas sei como tirar um helicóptero do chão, só não sei o que fazer em seguida.

Camila riu, e deu uma tapinha de leve em Lauren.

— Você é uma boba! — Deu um selinho na mais velha ao ver o biquinho dela. — Aonde vamos?

— Para o céu, meu amor... Para o céu... — Lauren respondeu, segurando o rosto de Camila em formato de concha e cobrindo a sua boca na dela.

•••

— A puta está usando o meu helicóptero para viajar com a vagabunda da amante dela? — Cain perguntou com a voz fria para o seu segurança.

Ele estava em Sayula. Uma cidade de merda na opinião do Cain, mas que infelizmente, ele precisava de votos daqueles cidadãos. Ainda não tinha começado a sua política na região, porque estava usando a desculpa de adorar a cidade para ter um tempo de descanso e fazer a população acreditar que ele era humilde o suficiente para conviver mesmo que poucos dias com eles.

Estava hospedado na casa do prefeito que parecia mais uma hospedaria da pior categoria. Luís Cain estava acostumado com luxos. Era lastimável que tivesse que abrir mão deles para ter que conseguir alguns votos.

Mas era aquela coisa...

Uns meses não iria matá-lo, depois voltaria para a sua vida regada de luxo e esnobaria os trouxas que lhe deram votos até precisar de novo deles. Se existia uma coisa que o eleitor era é esquecido, principalmente a população mexicana que parecia que vivia envolta de uma bolha de alienação.

— Sim, senhor. A Sra. Jauregui solicitou o helicóptero, e dando-se conta que ontem ela estava com a Srta. Cabello, e que Srta. Cabello não retornou para o apartamento que divide com a Srta. Brooke, acreditamos que estão juntas.

— Onde elas passaram à noite? — Cain quis saber por fora estava um poço de indiferença, mas por dentro, fervia.

— Não sabemos, não foi em um hotel.

— Como não sabem, eu não os coloquei para segui-la?

— Sim. — O homem do outro lado respondeu nervoso. — Mas em um dado momento, o Ramirez percebeu que estávamos seguindo e conseguiu nos despistar.

— Merda! — Cain esmurrou o criado-mudo.

Ramirez, aquele maldito motorista/segurança. O único, além de Mercedes que não tinha se corrompido e muito menos se vendido para o Cain. Ele já tentou demitir o homem, mas sempre que tentava, a Lauren fazia um escândalo, e Cain sempre deixava para lá, mesmo contra a vontade.

— Bem. — Cain retornou a falar, diante do silêncio do seu empregado. — O helicóptero tem rastreador, não é muito difícil de saber de onde ele decolou.

— Num condomínio privativo no centro da cidade, Sr. Cain.

Cain apertou os lábios, mas é claro, se o próprio tinha um condomínio de luxo que podia escapar, ás vezes, a Lauren também pode ter feito muito bem isso.

— Quero que descubra se a Lauren passou a noite neste condomínio, se tem algum apartamento no nome dela. Se tiver, quero que descubra o andar, a numeração e quanto tempo de uso. — Cain disse seriamente. — Quero que descubra tudo antes da 15 horas! — E desligou.

— Lauren, como sempre, dando trabalho. — A voz veio de Tara que estava sentada com as pernas cruzadas na cama. — Está bem na cara que ela deve ter um apartamento nesse condomínio. O que você vai fazer quando confirmar isso, de fato?

— Nada. — Cain respondeu calmamente.

— Nada? — Tara estranhou a frieza do homem a sua frente. Ele sempre foi muito desiquilibrado ao tratar-se de Lauren. — E para que quer saber, então?

— Pra me manter informado. Eu tenho que saber de tudo que envolve a minha esposa, Tara. — Cain explicou, levantou-se ao escutar umas batidas na porta. — Não posso ser surpreendido com absolutamente nada. — Abriu a porta do quarto, era o prefeito da cidade, Pascual. — Sim?

— Aquela pessoa de confiança estar lhe aguardando no escritório, Sr. Governador.

Cain assentiu satisfeito, retirou um bolo de dinheiro de sua calça, e entregou para o Pascual que teve os olhos brilhando ao ver a quantia ali.

— Ah, Pascual, você não viu nada, não sabe de nada. Lembre-se: É melhor ser meu aliado do que meu inimigo.

— Seu inimigo? Jamais, Sr. Governador, o senhor tem todo o meu apoio, incondicionalmente. — Pascual afirmou sem piscar.

— Ótimo, pode se retirar. — Descartou Pascual que partiu sem nem olhar para trás. — E você, vem comigo. — Estalou os dedos para a Tara.

A mulher levantou-se, e os dois se retiraram do quarto, andando pelos corredores daquela casa que era tão tipicamente mexicana que chegava a ser irritante. Esbarraram com alguns trabalhadores no caminho, eles alimentavam os bichos que perambulavam pelo largo pátio. Depararam-se com a primeira-dama, esposa de Pascual com a roupa típica. A mulher não foi simpática com eles, principalmente com Tara, já que todos ali, sabiam que Tara era amante de Cain, já que na noite anterior, eles ficaram juntos no mesmo quarto.

Era algo que ela desaprovava, mas Tara nem Cain estava se importando com a opinião daquela mulher, e ela sabia que tinha que se manter calada pra não ter represarias.

— Quem é essa pessoa que nos aguarda?

— Alguém que vai mudar o rumo da história. — Cain respondeu baixo.

— Não entendi... — Tara franziu o cenho.

— Não esperava que entendesse, dando-se conta ao nível quase inexistente do seu Q.I. — Ele a ofendeu com um sorriso de lado, Tara cerrou os punhos. — As coisas não estão indo bem, e chegará um momento que se tornará insustentável, aí que essa pessoa entrará. Será o auge do momento.

— Para mim, você continua falando grego. — Tara reclamou. — Por que não fala abertamente? Isso tem a ver com a sua carreira? O seu casamento? O quê?

— Tem a ver com tudo, Tara. Como eu disse e volto a repetir: Essa pessoa mudará o rumo da história, trará perdas, mas a vitória que vai me proporcionar, compensará qualquer perda.

Cain abriu a porta ao chegarem no escritório, Tara foi a primeira entrar, mas estacou ao ver a figura parada junto a janela. Em seguida, Cain adentrou e fechou a porta, caminhando até a pessoa.

Tratava-se de um homem alto, corpulento de expressões fechadas e olhar sanguinário. O homem era careca e tinha o corpo todo tatuado, até mesmo o rosto, não dava para distinguir a tonalidade de sua pele. Existiam muitas cruzes espalhadas pelo seu corpo, até mesmo em suas orelhas. Cada cruz era uma morte. De longe, dava pra perceber que aquele homem fazia parte de uma gangue, o que não era muito difícil no México. Ele usava uma camisa branca, com um rosário também branco – o que era irônico –, uma calça jeans e botas de exército. Os seus olhos negros olhavam para todos os lados, demonstrando que ele estava desconfiado. Assim que os seus olhos pararam em Tara e fizeram uma análise minuciosa sobre ela, Tara deu um passo para trás, sentindo um calafrio de medo percorrer o seu corpo. O homem abriu o sorriso malvado, revelando os dentes cobertos de ouro.

— Quem é esse homem, Cain? — Tara sussurrou aterrorizada.

— Quero apresentá-la, a um colega... Ex-fuzileiro naval, atualmente, chefe de Los Zetas. — Cain falou normalmente, se aproximando do homem com um sorriso aberto.

Tara voltou a estremecer, principalmente por saber que Los Zetas era uma das gangues mais perigosas e sanguinárias do mundo. Ver o Cain apertando a mão de um sujeito que tinha tantas mortes nas costas, fez o seu estômago embrulhar, mas ela não podia correr ou passar mal, apenas tropeçou para o lado e encostou-se na poltrona para evitar cair.

Percebendo que Tara ficou para trás e que o seu convidado olhava para ela como um pedaço de carne, Cain soltou a mão do homem virou-se para a mulher.

— Cadê a sua educação, Tara? — Cain recriminou sério. — Venha aqui, e o cumprimente. — Ordenou como se ela fosse uma criança.

Contra a vontade e engolindo a seco, Tara foi até o brutamontes e o ofereceu a sua mão que foi acolhida quase com violência em um aperto firme que lhe causou dor.

— Tara, quero que conheça El Matador... — Cain falou com a voz maldosa. — O homem que vai solucionar todos os meus problemas.

Tara tombou a cabeça para o Cain e ficou com mais medo ao ver simplesmente o nada nos olhos azuis dele.

Um julgamento: A diferença entre um louco e um psicopata, é que o psicopata faz as coisas em plena consciência mas sem nenhuma emoção e o louco faz as coisas sem consciência devido ao excesso de emoções.

•••

Camila estava encantada pela visão que tivera do México por quase uma hora e meia. Era tão mais lindo de cima... O seu queixo praticamente caiu ao dar-se conta que estava na Cidade do México. Os olhos castanhos arregalaram e ela soltou alguns gritinhos de animação. Era a primeira vez que estava na cidade principal do México, e sentia-se muito feliz por estar ali. Grudou as palmas das mãos na porta do helicóptero e observou com adoração ao sobrevoar pela Praça do Zócalo. Era simplesmente de tirar o fôlego.

— Uau... É tão incrível... — Camila comentou baixinho, quase para si mesmo, abobalhada com a visão. As pessoas eram pequenas formiguinhas em sua visão, menos a catedral que continuava mais imponente, mesmo de cima.

Lauren sorriu levemente, enquanto a brasileira admirava a cidade, a cantora admirava a Camila. A menor parecia uma criança com um grande doce na boca, os olhos brilhavam tanto, e ela se remexia inquieta, como se quisesse descer do helicóptero e andar por entre as pessoas.

O helicóptero continuou o seu percurso, e passou pelo Paseo de la Reforma.

— É o Ángel de la independencia! — Camila soltou sem folego para a monumento com um grande anjo dourado que ela tinha visto tanto em novelas mexicanas. Agora estava sobrevoando por ele. Como a vida era surpreendentemente louca!

— Lindo, não é? — Lauren perguntou orgulhosa pela beleza de sua cidade natal.

— Demais. Eu gostaria muito de tirar uma foto lá... — Camila comentou sem tirar os olhos do monumento que ia se afastando aos poucos.

— Podemos fazer isso. — Lauren afirmou, pegando o seu celular que tinha vibrado. Ela o olhou, era o seu empresário. — Só preciso antes resolver uma questão pendente, então, vamos.

— Sério? — Camila virou a cabeça para olhar a cantora que ainda estava com os olhos voltados para o celular.

— Claro, meu amor. — Lauren parou de digitar e ergueu o olhar para a sua amada, sorrindo levemente. — Acho muito justo, já que estamos aqui, você ir em alguns pontos turísticos.

— Ai, te amo! — Camila gritou, jogando-se em Lauren, a abraçando e dando vários beijos desajeitados pelo rosto da cantora.

Lauren riu com o ataque repentino da brasileira que encerrou-se com um beijo demorado na boca. Elas passaram uns bons minutos com os lábios colados, se provando, que só perceberam que o helicóptero tinha pousado quando o Ramirez pigarreou suavemente e avisou que tinham chegado ao destino.

O heliporto era em um grande edifício que sobressaia os outros, no centro da cidade. Um homem bem arrumado com o semblante mais maduro, de cabelo mergulhado no gel e sorriso fácil, as aguardavam. Camila o reconheceu rapidamente, era o John, empresário da Lauren. Ele recebeu a Lauren com um abraço apertado, pareciam que além de cliente e empresário, eles eram amigos, e isso era muito bom. Claro que Lauren já tinha demonstrado afeto pelo empresário nas redes sociais, mas como a indústria era tão corrompida, sempre ficava a dúvida se era verdade ou apenas aparência, mas observando a maneira que o John olhava para a Lauren com evidente carinho e zelo, a brasileira soube que havia amizade ali.

— Meu potinho de ouro. — John brincou. — Achei que não chegaria nunca.

— Me atrasei um pouco, acho que dormir mais do que a cama. — Lauren revirou os olhos, então, segurou na mão de Camila e a puxou para junto. — Essa é Camila Cabello... — A cantora apresentou com um imenso sorriso. — Camila, esse é o John Quatzo.

Camila sorriu timidamente para o homem que a olhava minuciosamente, não tinha maldade no olhar dele, era apenas atenção.

— A Camz da Lolo! — John anunciou com um sorrisão antes de abraçar a Camila que foi tomada de surpresa e olhou de relance para a Lauren que estava com as bochechas coradas. — É um prazer finalmente conhecê-la. — Ele disse ao se afastar e depositar dois beijos rápidos nas bochechas da menor. — Achei que a Laur estava lhe escondendo nas cavernas.

— Pare com isso, John. — Lauren bufou, mas logo sorriu. — Você sabe que a minha agenda estava cheia, e da Camila também.

— Argh. — John revirou os olhos. — Sempre esqueço das torturas obrigacionais que você tem com o Cain. — Soltou contragosto, mas então, bateu palmas. — Vamos entrar, a equipe estar nos aguardando, será um grande momento, querida.

Camila observou o homem ir na frente, quase saltitando ao andar, ele estava realmente muito animado pela presença de Lauren.

— Espera... — Camila puxou a mão de Lauren que parou de andar. — Ele sabe de mim?

— Sim, eu não escondo nada do John, ele é um grande amigo, quase um irmão. — Lauren respondeu a olhando com intensidade.

— Ele falou de equipe...

— É a minha equipe de trabalho. — Lauren explicou. — Estão todos reunidos para uma rápida reunião. Você vai conhecê-los, e amá-los, eles são maravilhosos.

Camila arregalou os olhos, estava surpresa ainda do empresário de Lauren ter conhecido de sua existência.

— E eles não vão achar estranho? Que dizer... Não é perigoso? — Camila perguntou preocupada.

Lauren a olhou com mais intensamente por uns minutos, com a força daquele olhar era quase possível sustentar, mas a Camila manteve o olhar fixo.

— Não, não é. Todos que estão naquela sala são de extremamente confiança, são a minha segunda família e eu posso confiar a minha vida neles. Eu não trabalho com ninguém tóxico nem duvidoso. Com exceção de Tara, mas aquela eu nem considero como parte de minha equipe. — A cantora disse com segurança. — Você não precisa ter medo, Camila.

Camila suspirou.

— Eu sei, é só que... Não vai ser estranho? — A brasileira voltou a perguntar ao morder o lábio inferior com insegurança. — Querendo ou não, você é casada, e mesmo que você me apresente como amiga, eles podem estranhar.

Lauren puxou a Camila e deu um beijo em sua testa.

— Não vai se estranho, e eu não vou lhe apresentar como amiga porque eles me conhecem o suficiente para saber que você vai muito além de uma amiga para mim, basta olhar em meus olhos. — Lauren murmurou contra a testa de Camila, os seus braços estavam envoltos a cintura da menor. — Eles não me julgam e não vão julgar você, eles só querem que eu seja feliz e vão ter a confirmação da minha felicidade só de nos ver juntas.

— Hum... — Camila levantou o olhar, soltando um beijo rápido no queixo de Lauren. — Tudo bem, vamos lá.

Camila ainda tinha um pouco de receio, mesmo com a explicação de Lauren. Era estranho ser apresentada as pessoas do meio de Lauren, que convive com a cantora, porque eles sabiam que a maior era casada e que Camila representava o papel de amante. Isso que incomodava a mais nova. O incômodo permaneceu até irem em uma porta que dava para uma pequena escada que para a cobertura do edifício. Ao adentrar o mesmo, encontraram as pessoas reunidas, bebendo e conversando animadamente, enquanto, a música nova de Lauren que tinha sido recentemente lançada era tocada em um volume considerável.

Parecia mais uma festa do que uma reunião.

Eles saudaram a Lauren com alegria, a cantora cumprimentou a todos com um amplo sorriso, em nenhum momento tinha soltado a mão de Camila. A cantora aproveitava para apresentar a brasileira para cada um deles, e foi exatamente como a Lauren disse: Eles não a julgaram, nenhum lhe lançou um olhar estranho, nos olhos tinham apenas a felicidade genuína.

Uau, isso era tão estranho, porque geralmente, existia a recriminação e o julgamento quando as pessoas descobriam que existia um caso de adultério. Mas a equipe de Lauren aceitou tudo em uma boa. Era tudo moderno demais.

Camila aceitou uma taça de champanhe, aparentemente, eles estavam comemorando algo. A brasileira arrepiou-se ao se dar conta que estava fazendo parte de algo importante na vida de Lauren, não pode deixar de se sentir ansiosa para saber do que se tratava, apesar de já sentir que era algo grande. Novamente voltou a pensar que a vida era muito louca, um tempo atrás, ela estaria nas redes sociais, enlouquecida por alguma novidade ou notícia de Lauren. Agora, ela estava participando do cotidiano da cantora. Novamente a sua vida foi zerada.

Quantas vezes a vida poderia ser zerada ao todo?

John puxou a Lauren para conversar rapidamente com a produtora musical, a cantora preocupou-se em deixar a brasileira sozinha, não por medo de que alguém de sua equipe fosse desagradável, porque sabia que isso não iria acontecer, mas por saber que Camila não conhecia ninguém e não queria deixá-la deslocada, mas a Camila a tranquilizou, então, a maior foi.

Poucos minutos, algumas pessoas tinham se aproximado para puxar papo com a brasileira que sentiu-se confortável pela receptividade deles e até mesmo ria com alguns comentários até que o seu celular tocou. Ela o tirou do bolso e automaticamente o seu sorriso morreu ao ver que era o Pablo.

— Onde é o banheiro? — Camila perguntou para a baterista.

— Siga o corredor, é a primeira porta a direita. — Fer Fuentes informou com um sorriso amigável.

Camila sorriu agradecida, então, rumou para as coordenadas da baterista, sentiu-se aliviada pela música não chegar até lá. Ela podia muito bem ignorar a ligação do Pablo, mas tinha feito isso tanto durante a semana que chegou um momento que isso não era mais opcional. Ela entrou no banheiro e fechou a porta, o celular continuava a tocar, era a terceira vez que ele insistia na ligação.

A luz do banheiro acendeu automaticamente e Camila encostou-se na pia, respirou algumas vezes e deu um gole de sua bebida antes de atender.

Ela definitivamente não queria falar com o Pablo.

— Pronto. — Disse rapidamente ao atender.

Amor, finalmente! — Ela pode sentir o sorriso de Pablo na ligação. — Eu achei que não iria me atender, demorou muito.

— Se eu demorei é porque estava ocupada, Pablo. — Camila bufou, depois se deu conta que tinha sido grossa e ele não merecia isso, foi invadida pela culpa. — Desculpa, eu estou um pouco estressada.

Tudo bem, eu entendo, amor. — Pablo desculpou facilmente. Droga! Por que ele tinha que ser tão compressível? Isso definitivamente não facilitava as coisas. Okay, Camila já tinha parado de se flagelar por estar o traindo, mas não significava que era fácil sempre que falava com ele. — Muito trabalho? Coisas da faculdade?

— Sim... Como eu te contei a última vez que nos falamos, eu realmente estou muito ocupada e dado duro para fazer acontecer.

Eu sinto tanto orgulho de você, amor. — Pablo começou sem conter a felicidade na voz e sem dar-se conta do tom frio dela. — Eu não me canso de dizer para todo mundo que encontro que a minha namorada é maravilhosamente linda e inteligente, claro que ressalto também que em menos de alguns meses no México conseguiu trabalho com o governador! Você é incrível, Mila.

Camila abaixou o olhar quando o ouviu, soltando um longo suspiro, ela não esperava por essas palavras, principalmente por passar vários dias fugindo dele. Os seus olhos encheram-se de lágrimas e ela fungou. Ela não o merecia. Boa parte de sua consciência disse-lhe para terminar com ele e o deixar livre para uma mulher que realmente pudesse retribuir todo o sentimento que o Pablo necessitava e merecia, mas a outra parte ainda continuava martelando na mesma tecla ao dizer que era no mínimo desumano terminar com o Pablo por telefone.

Mas ela tinha bons meses no México, e sabia que ia se envolver cada vez mais com a Lauren. Mais ainda, se é que isso fosse possível. Ela estava praticamente jogada aos pés de Lauren. Tinha seguido um caminho que não tinha mais volta, algo insuperável, mesmo que o seu caso acabasse hoje com a Lauren, ela nunca iria superar a representatividade e intensidade da cantora em sua vida.

Lauren não marcou apenas o seu corpo e coração, mas também a sua alma. Algo que o Pablo nunca conseguiu fazer... Sim, ela ainda o amava, como foi citado outras vezes, mas era um amor transformado, ela o amava como amigo. E por amá-lo assim que tentava justificar a sua consciência que romper com o Pablo por telefone era maldade.

Ei, você está aí? — Ele insistiu, a voz parecia preocupada.

— Sim, desculpa, eu fiquei sem palavras com o que me disse. — Camila soltou.

Eu sinto saudades... — Pablo confessou baixinho. — Eu sempre marco no calendário o dia, e conto quantos faltas para te ver novamente. Você tem noção o quanto é essencial para mim?

Camila sentiu-se muito mal.

— Pablo... — Ela choramingou.

Eu sei que você está lutando pelo o seu futuro, mas eu não tenho o menor peso na consciência em dizer que não vejo a hora de tudo terminar para tê-la novamente em meus braços.

Camila respirou fundo porque pensar em uma remota partida do México, sentia uma dor profunda no peito, ela não queria ir embora, não queria ter que abrir mão do que estava vivendo com a Lauren. Sofreu por antecipação e seus olhos marejaram mais ainda, obrigando a fungar baixinho. O que obviamente, o Pablo interpretou como emoção.

Não chore amor... — Pediu ele. — Quando menos esperar, vamos nos ver novamente.

— Eu sei. — Camila fungou mais uma vez, esfregou o antebraço pelos seus olhos e bochechas, limpando as lágrimas, ela não queria pensar naquilo, não agora. — Eu só estou um pouco cansada, de verdade, acho que tudo isso me transforma em um poço ambulante de sentimentos, só preciso de cama. — Mentiu, na esperança que ele se tocasse e desligasse.

Uns gritos alcançaram o banheiro.

Camila? Onde você está? — Pablo perguntou com a voz séria.

— O quê?

Eu escutei gritos, onde você está? Você não está em casa?

— Não, Pablo. Uma amiga da faculdade me chamou para sua festa de aniversário, eu não quis fazer desfeita e estou aqui. Nada em especial, acho que já falei dela pra você, a Bella. — Camila mentiu e bebeu o resto do champanhe, depositou a taça na pia, um pouco longe, do jeito que era desajeitada poderia até quebrar.

Menos mal, eu achei que estava metida nas coisas daquela cantorazinha. — Pablo resmungou.

A pequena crise de melancolia intrusa de Camila passou quando ela ouviu as palavras dele, os seus olhos automaticamente se fecharam e ela apertou o aparelho no ouvido.

— O quê? — Exclamou com a voz perigosa.

Você sabe, aquela cantorazinha que você era louca. — A palavra em diminuitivo fervia o sangue de Camila, era como se ele estivesse não apenas diminuindo a palavra, mas também a Lauren, isso era inaceitável. — Confesso que fiquei preocupado quando você partiu para o México, achei que iria procurar aquela cantora e ficar atrás como aquelas fãs lunáticos, estou profundamente aliviado que você não tenha feito isso.

— E se eu tivesse feito isso? Era a sua vida ou a porra da minha? — Camila perguntou com raiva, soltando mais veneno do que imaginara.

Pablo travou por um momento, ela sabia disso porque ele tinha engolido a seco para respondê-la.

Camila, o que isso? — Questionou assustado.

— Isso sou eu muito puta por você achar que é o dono da minha vida. — Ela quase gritou. — E daí se eu tivesse ido atrás dela? Quem é você pra querer julgar as minhas atitudes?

Eu sou o seu namorado! — Pablo se alterou.

— E que significância isso tem em minha vida mesmo? — Camila soltou antes de medir as palavras, então, levou a mão na boca, surpresa por ter dito isso. Claro que namorado ou namorada não mandavam em nossas vidas, mas eram significantes, bastante até.

Camila, o que merda está acontecendo com você? Não é de hoje que eu venho aturando esse seu comportamento! Eu estou tentando ser paciente contigo, mas você não está me dando outra opção, qual é o problema? — Pablo quase gritou. — Vamos, me fale!

Camila engoliu seco, ainda estava com raiva, mas se aprofundasse ao assunto, chegaria a um ponto que ela não queria. Ela tinha que liberar o Pablo, isso era irrevogável, mas não conseguia fazer isso, não agora. Por tanto, ela respirou fundo, diversas vezes antes de responder. Ela era a errada da história, ela já sabia disso.

— Perdão, eu estou nervosa com o meu trabalho e faculdade, estou jorrando tudo em você. Eu não queria ser grossa, eu não sei o que me deu, só não gostei do seu termo diminuitivo.

Só porque eu chamei de "cantorazinha?". — Pablo questionou sarcástico.

— Por isso mesmo, porra! — Camila alterou-se novamente, então, voltou a respirar fundo, virou-se de frente para o espelho e mirou os seus olhos que estavam mais claros, era a raiva. — Escute, nunca diminuía uma mulher, nem em termos, pessoalmente ou em pensamento, isso lhe transforma em um canalha, e eu tenho repugnância de homens assim.

Eu... Eu não a diminui, foi mal se por algum momento transmitir isso. — Pablo falou confuso. Talvez, tinha sido um ato inconsciente, mas não importava.

— Mas transmitiu e eu não gostei. — Camila retrucou dura. A porta do banheiro abriu e ela meio que se assustou, mas relaxou depois que viu que era a Lauren. — Respeito é a base de tudo.

Camila encarou a Lauren pelo espelho, a cantora tinha se posicionado atrás dela e os olhos esverdeados brilhavam com uma perversidade que fizeram a brasileira tremer involuntariamente. A mexicana encostou o seu corpo no da brasileira, imprensando a Camila contra a pia, suas mãos seguraram a cintura da menor, enquanto, sem parar de encarar a Camila, depositou um beijo quente no pescoço da mesma, fazendo a brasileira estremecer e cerrar os olhos, sentindo um arrepio delicioso em seu corpo, ela fez o possível para não gemer, principalmente ao ter o ventre de Lauren forçando a sua bunda.

Desculpa, isso não vai mais acontecer... — Pablo falou... Ele também disse outras coisas, mas a atenção de Camila era desviada.

Ela não conseguia escutar mais nada porque Lauren estava maltratando o seu pescoço, ela sentia os lábios da maior fecharem em sua pele e lhe sugarem deliciosamente, deixando-a molhada rapidamente, era incrível como o seu corpo reagia a Lauren, ela segurou no espelho com a mão livre, enquanto, sentia a Lauren empurrando o ventre mais ainda contra a sua bunda, as mãos da mexicana subiram e estavam em seus seios, apertando-os contra o sutiã e a blusa. Caralho, Camila sentiu-se incendiar, como a Lauren fazia lhe sentir assim com os mínimos toques?

Camila jogou a cabeça para trás, soltando um longo gemido de prazer quando a mordida certeira e maldosa foi bem em seu ponto de pulsação, fazendo-a estremecer violentamente, os seus mamilos endureceram contra a renda do sutiã, tornando-os quase doloridos, uma mão de Lauren continuou em seus seios, enquanto, a outra, deslizava até o seu abdômen até adentrar em suas calças.

Os olhos se encontraram e se queimaram, os esverdeados estavam determinados e os castanhos entregues. A brasileira tinha até esquecido que estava com o Pablo no telefone, principalmente quando as pontas dos dedos de Lauren rasparam em seu sexo molhado, concentrando-se em seu clitóris inchado.

A brasileira soltou um suspiro alto, perdendo-se em um fôlego e sendo invadida por formigamento, os toques de Lauren em seu nervo só lhe deixava ansiosa e prazerosa por mais, Camila rebolou nos dedos da cantora, enquanto, era devorada pelos olhos famintos de Lauren que em nenhum momento largou os seus... A cantora ainda empurrava os quadris contra a sua bunda, como se tivesse se estimulando e pela expressão prazerosa de Lauren, a Camila sabia que sim...

Mila, você está bem? — Pablo chamou, estranhando o comportamento da namorada. — Sua respiração está muito rápida, você está passando mal?

Camila abriu a boca para responder, mas ofegou mais, principalmente porque a Lauren tinha deslizou os dedos por toda extensão da boceta da brasileira e penetrou dois dedos, quase com selvageria, que fez Camila mover os quadris e simular requebradas nos dedos de Lauren, estava tão molhada que os seus movimentos escorregavam nos dedos da cantora, sentia todo o seu corpo explodindo de prazer.

Porra! Praticamente estava se desmanchando nos dedos torturantes de Lauren que afundava-se dentro dela cada vez mais, enquanto, a boca experiente da cantora maltratava a sua pele, fazendo-a suar, tremer e ofegar de tanto tesão. Mas sabe o que lhe deixava mais fora de si? Era que em nenhum momento os olhos esverdeados e famintos largavam os seus pelo reflexo do espelho.

Camila? — Pablo insistiu ao escutar só respirações alteradas. — Camila, você está bem?

— Sim... Oh sim, Deus! — Quase gritou quando sentiu os dedos de Lauren alcançar o seu ponto sensível. Caralho. Mil vezes, caralho! Camila estava quase desmanchando sem nenhum pudor, ela tinha levado a mão para trás e agarrado nos cabelos de Lauren, enquanto, começou a quicar nos dedos endurecidos da cantora, revirando os olhos de prazer.

Camila? — Pablo chamou quase usando um tom chocado, ele não sabia o que estava acontecendo com a namorada, mas isso só aumentava a sua preocupação.

— Eu tenho que desligar! — Camila informou, olhando nos olhos de Lauren, quase se fundindo os dois. A cantora tinha abaixado a sua blusa e sutiã e liberado os seus seios pequenos, porém um mamilo era totalmente maltratado com beliscadas liberando ondas de prazer eloquentes para a sua boceta. — De... Depois nos falamos.

Você está bem? — Pablo tentou mais uma vez.

— Sim! — Camila obrigou-se a não gritar mesmo tendo os dedos de Lauren dentro de si, a fodendo sem pudor, era possível o barulho dos dedos dentro de si, levando-a ao céu e inferno ao mesmo tempo... Porra! Por que Lauren tinha que ir tão fundo? Ela sentia-se desintegrar nos dedos que lhe provocam tanto prazer. Ela visualizava a pele do seu pescoço que agora latejava, a mexicana estava deixando-a totalmente marcada, o vermelhidão já se formava e a brasileira sabia que se tornaria roxo mais tarde. — Tenho que ir.

Nos falamos depois?

Ah pergunta idiota quando você está perto de um orgasmo!

— Sim! — Camila respondeu com urgência.

Te amo. — Pablo declarou.

Camila não respondeu, simplesmente desligou e jogou o celular em cima da pia, empinou a bunda pra Lauren, afundando ainda mais os dedos dentro de si, revirou os olhos ao sentir as pontas em seu tecido esponjoso novamente. Puta merda!

— Filha de puta! — Camila resfolegou ao sentir mais um dedo adentrando em si, escorrendo em suas paredes internas lisas e molhadas, a fricção era tão gostosa que a deixava ainda mais babada, ela gritou, e sentiu a mão de Lauren lhe calando, enquanto, a respiração da mais velha assoprava em sua orelha, causando-lhe arrepios desejáveis e deliciosos.

— Sou e você vai gozar bem gostosinho pra mim, vai implorar e chamar pelos meus dedos quando estiver se rompendo sobre eles. — Lauren falou rouca, cheia de tesão, sentia-se romper de tanto prazer em foder a Camila, os seus dedos estavam bem acolhidos e recebidos na boceta da mais nova, o vai e vem se tornou mais intenso, os sons eram altos. — Geme pra mim... Geme, cadela! — Ordenou a cantora, dando uma estocada na mais nova.

Camila gritou mesmo com os dedos de Lauren em sua boca, ela os lambiam, intercalando com gemidos, sua outra mão livre segurava também no espelho, elas estavam suando e ofegantes, pareciam que iriam se romper de prazer a qualquer momento. Jogando a cabeça para trás e revirando os olhos, a brasileira nunca teve a lembrança de ter sido comida desse jeito, tão gostoso e proibido, até porque em algum momento, alguém poderia bater à porta ou vir atrás de Lauren.

Isso lhe aguçava mais, talvez, fosse exibicionista e não soubesse...

Lauren agarrou-lhe pelos cabelos, formando um coque na mão e empurrou o tronco da brasileira contra a pia. Camila foi obrigada a deitar o seu tronco parcialmente na pia, ficando mais entregue a cantora, a violência do ato lhe fez gemer muito mais, sua boceta contraia, principalmente pelas socadas que tornaram-se violentas.

— Porra! — Camila gritou com a cara amassada na pia. Quase não conseguia respirar, mas estava tudo tão gostoso que os olhos castanhos lacrimejavam, iria explodir, iria ter um orgasmo intenso e profundo, ela sentia isso... Ela sentia o seu interior virando-se pelo avesso e formando uma pressão no seu baixo ventre. — Oh Lauren, eu vou gozar, caralho!

Ela recebeu uma sonora tapa em resposta, Lauren continua pressionando o ventre na grande bunda da brasileira e ofegava descontroladamente, o banheiro tornou-se um forno.

As duas ofegavam e gemiam.

Lauren curvou-se e mordeu a escapula de Camila, na mesma hora que afundou mais os seus dedos no sexo da brasileira que lhe recebeu com mais receptividade e latejadas. Ambas gemeram, mas nenhuma pararam os movimentos, Camila mesmo com metade do corpo forçado contra o inox da pia, os seus quadris estavam livres e ela continuou as reboladas.

— Goza, safada... Goza... — Lauren ordenou ofegante, os seus dedos abriram-se dentro da boceta de Camila, e forçando as paredes internas da brasileira que gemia sem pudor. — Vai caralho! Derrame em meus dedos que eu quero chupar todo o seu mel!

Camila não suportou, fechou os olhos, sentindo-se tonta e anestesiada pelo poder do orgasmo que revirava o seu ventre e explodia nos dedos de Lauren que continuava a meter os três dedos com força e sem gentileza, o que prologava mais o orgasmo da brasileira que gemia incontrolavelmente o nome de Lauren... Lauren empurrava o seu ventre contra a bunda de Camila, como se em algum momento fosse entrar na brasileira, até que um gemido alto e potente escapou do fundo da mexicana ela estava se desmanchando na bunda da menor...

A mão de Lauren soltou os cabelos de Camila e segurou na bunda da mesma, simulando pequenas metidas, enquanto se perdia em seu prazer e aumentava o prazer da brasileira, já que os seus dedos da outra mão estava dentro da mesma.

Elas gemeram e estremeceram, as respirações estavam violentas, e os movimentos também. Já que nem a Camila e Lauren pararam de se movimentar até que os espasmos pararam.

Ficaram um tempo assim, com a Lauren em cima de Camila, sentindo os seus dedos ainda sendo massacrados pela boceta da menor e Camila ofegante em cima da pia, até que a maior tirou os dedos ensopados dentro da menor e os chupou, sentindo um prazer imensurável por ter o gosto de Camila em seu paladar.

Lauren não precisou se tocar para gozar, só de se esfregar e ter as reações de Camila foi o suficiente para ela. Camila levantou-se, estava toda bagunçada, os seus cabelos pareciam um ninho, mas ela não se importou, rodou o corpo e ficou de frente para a Lauren, elas se encaram profundamente, até que os lábios se encontraram famintos...

•••

Se antes Pablo tinha dúvida que existia algo de errado com o seu relacionamento com a Camila, agora tinha certeza.

Ela não era a mesma.

Ele não reconhecia aquela Camila que lhe falava no telefone, era tão diferente de sua Camila. Talvez, fosse a distância... Ás vezes, as pessoas quando viajavam e participavam de outro cotidiano se modificam. Era isso que ele queria acreditar.

Apesar que existia algo dentro de si que lhe dizia claramente que não era isso. Ele não era burro, apesar de se comportar como um. Ele fazia isso para não perder a Camila, ele não queria confrontá-la. Porque ás vezes, é melhor se manter preso a armadilha e mentira do que encarar a verdade.

Porque a verdade era bem explicito para ele: Camila não o amava mais.

Não do jeito que ele necessitava. Ela não o queria mais como homem, e isso era tão exposto pelo o tom de voz dela que tornava-se explicito. Ele sentia o desinteresse de Camila, tudo nela refletia o desamor: a voz, as desculpas, a distância, o desapego.

Fazia meses que ele não escutava um "Eu te amo" dela, quando antes era algo corriqueiro.

Camila não o amava mais, e existia algum motivo para ela não lhe dizer, porém, ele interpretava isso como uma oportunidade para reconquistá-la. Ele morria por Camila. Ela era o seu mundo. Ele não sabia existir sem ela, demorou muito para tê-la, ele precisou a esperar desabrochar para tomar para si, não iria perdê-la por qualquer bobeira que passasse na mente dela.

Camila era dele.

Não interessava se durante meses, mesmo ela achando que não. Ele tinha certeza que se pertenciam. Nasceram um para o outro e continuaria assim. Pablo não sabia qual era o motivo para fazer a Camila desprendesse dele dessa maneira e sinceramente? Não se importava porque ele conhecia a Camila o suficiente para saber como jogar com ela e suas cartas estavam na mesa. Por isso que tinha aceitado o convite da Ally.

Ele encheu o copo de conhaque, algo que não fazia com frequência.

Camila ia sempre ser sua, nem que para isso fizesse uma loucura!

•••

Depois do momento do banheiro e vários beijos trocados, Camila e Lauren tiveram que se separar já que alguém batia na porta do banheiro e era o John que parecia em crise de ansiedade. Eles queria mostrá-la o grand moment da tarde que transformava em noite.

Ao entrarem novamente no salão em que estavam todos reunidos, receberam alguns olhares maliciosos e divertidos, nada além disso. O John fez um discurso, depois a sua assistente entrou algo físico que ele se aproximou de Lauren para entregá-la ao ver do que se tratava, Camila ofegou e arregalou os olhos. Sim, ela podia estar tendo um caso com a mexicana, mas a Lauren sempre seria a sua ídola e ali na sua frente estava o CD da mesma, ela queria tanto segurá-lo, tê-lo em suas mãos que toda a sua alma clamava por aquilo.

Percebendo o olhar desejoso de sua amada, Lauren sorriu e a abraçou pelos ombros.

— Dê a Camila, eu tenho certeza que ela vai cuidar dele como se fosse a sua própria vida.

John não questionou e deu o CD para a brasileira que o agarrou como se a sua vida dependesse disso, ela até se afastou um pouco de Lauren para observar aquela coisa pequena com tanto significado, os seus olhos encheram-se de lágrimas, depois de tantos anos, tinha algo de Lauren e estava tudo tão lindo que lhe faltava ar, estava tão empolgada em sua admiração no objeto que não sentiu os olhos de todos em si.


— Aprovado, Camila? — John perguntou achando graça a admiração profunda da mais nova.

— Sim. — Camila pronunciou com a voz afônica pelo choro prendido, ela relutava para não chorar, mas a verdade que ter algo de Lauren em suas mãos era demais para o seu coração. Sim, ela amava a Lauren ser humano, mas também amava a Lauren artística, a sua boca contorceu em uma careta e a brasileira levou a mão até a boca para evitar que o soluço saísse alto, estava tão emocionada que sentia uma camada de gelo mesclada com calor em todo seu corpo, mas os seus olhos nunca pararam de lacrimejar. — Está maravilhoso. — Ela olhou diretamente para Lauren, seus castanhos transbordando amor. — Como tudo o que você faz e você é, absurdamente incrível.

Lauren ensaiou um sorriso, porém, as emoções tomaram conta de si, os esverdeados clarearam mais e ganharam uns fios dourados, as metamorfoses de um olhar que deixava a Camila sem ar, para a brasileira o olhar da cantora era incomum, mas na realidade, a Lauren que achava o olhar de Camila exoticamente diferente, para muitos olhos castanhos poderiam ser comum, mas apenas para quem apreciava a arte, poderia detectar e apreciar a beleza e grandiosidade dos olhos castanhos. A mexicana sempre classificou os olhos de Camila como "castanhos", mas tinha sido insensível ao fazer isso, os olhos de Camila era mais do que uma definição, era a beleza indiscreta, era a pura arte agregada com emoção, apenas os corações sensíveis poderiam reconhecer a exaltação do castanho que parecia o mel mesclado com vermelhidão.

Uma verdade: Os olhos de Camila Cabello era digno de concerto. Nem maior e ilustre maestro reagindo uma grande peça poderia descrever a intensidade da beleza dos castanhos.

Nada em Camila era simplório. Nada. Nem a cor do seus olhos, nem seu corpo e muito menos sua beleza. Ela era exótica e única. Lauren pensou com os seus olhos transbordando em lágrimas, ela sorriu quando na verdade, ela quis chorar, porque ela conhecia e reconhecia a grandeza de Camila. As suas bochechas cresceram um pouco mais ao sorrir, porém, as lágrimas deslizaram pelas suas bochechas. A mexicana não se importou em limpar, não se importou em transformar para si, aquele momento era apenas para envaidecer a Camila.

Camila era o seu tudo. Muitas pessoas idolatravam os olhos esverdeados e azuis, mas pararam para observar a preciosidade dos castanhos? Lauren tinha certeza que não. Também Lauren tinha outra certeza: Se os olhos que muitos achavam comuns fossem verdadeiramente observados e cativados, eles seriam apreciados.

Ela amava o fato de Camila ter os olhos castanhos, ela amava descobrir a beleza e o brilho entre eles. Ela amava amar a Camila, tanto que sorriu, mesmo com as lágrimas rompendo os seus olhos. Santo Cristo, como ela amava cada partícula de Camila Cabello!

Elas se entreolharam, olhos marejados e emoções compartilhadas... Os sorrisos nasceram perante as lágrimas, elas se enalteciam, não precisa de palavras ou gesto, os olharem gritavam por si.

Quem assistia tinha apenas uma certeza: Quando as almas se amavam, apenas um sorriso fazia transbordar diretamente em seus olhos...

Apesar da plateia, nenhum tinha conhecimento daquilo que elas sentiam, era particular demais para que qualquer um entendesse, eles viam o amor refletindo nos olhos de ambas, mas não entediam a profundidade que os olhos transbordavam.

                                      Love me like you do, love me like you do...

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