UM AMOR PARA ETERNIDADE

By Jaqueline_Carvalho69

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Um passado. Um medo. Uma vida. Mariana Assunção viveu essas palavras com tanta intensidade, que só ela sabe a... More

PRÓLOGO
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 6
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 8
CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 11
CAPÍTULO 12
CAPÍTULO 13
CAPÍTULO 14
CAPÍTULO 15
CAPÍTULO 16
CAPÍTULO 17
CAPÍTULO 18
CAPÍTULO 19
CAPÍTULO 20
CAPÍTULO 21
CAPÍTULO 22
CAPÍTULO 23
CAPÍTULO 24
CAPÍTULO 25
CAPÍTULO 26
CAPÍTULO 27
CAPÍTULO 28
CAPÍTULO 29
CAPÍTULO 30
CAPÍTULO 31

CAPÍTULO 9

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By Jaqueline_Carvalho69

MARIANA ASSUNÇÃO

Me enrolei na toalha e saí do banheiro, só quero jantar e xair na cama, mas hoje Melissa tinha convidado uma amiguinha pra dormir aqui em casa. Não consegui recusar, nem resistir a duas coisinhas fofas quase implorando. Definivamente eu sou uma manteiga perto de crianças.

Visto uma calça moletom e uma blusa confortável com um coração estampado bem na frente, amarro meu cabelo em um coque tradicional e passo um pouco de desodorante nas axilas.

Me olho no espelho e gosto do que vejo. Nos últimos cinco anos eu deixei de me produzir para dormir. Afinal, durmo sozinha mesmo.

Karol sempre diz que preciso me arrumar mais um pouco, sair e festejar. Mas nem tenho vontade. Ouço o meu celular tocar e vejo a foto dela na tela.

Essa não morre tão cedo!

— Boa noite moça fogosa. – digo.

— Você esta falando com a pessoa errada amiga.

— Duvido muito dona Karol, conheço você.

Ouço sua risada do outro lado da linha.

— Como esta aí com a Mel e a amiguinha dela?

— Tá tudo tranquilo, elas estão arrumando a cabana que inventaram. Vamos assistir um filme e depois brincar de acampamento.

Depois de crescida eu vou ter uma nova infância.

— Nem me chamaram, magoou viu? – ela faz voz de tristeza mas eu sei que é fingimento.

— Fica para a próxima amiga. – respondo.

— Tudo bem. Mari, ontem foi tão agitado que nem te contei o babado do dia. – ela fala toda empolgada, acho que perdi coisa boa.

— Sou toda ouvidos. – me sento na cama e fico esperando as fofocas.

— Ontem quando você saiu feito uma louca pra almoçar com a Melissa chegou um pedaço de mal caminho aqui no restaurante... e não era qualquer pedaço de mal caminho, era um dos investidores financeiro do Pallace.

— Deixa de ser tarada Karol.

— Eu não sou nenhuma tarada Mariana. – mentira.

— Hum, sei.

— Tá bom, só um pouco. Mas o cara era tipo um deus grego. Alto, musculoso, cabelos longos e sedosos... ah, sem falar do perfume e da barba selvagem. Sabe, aqueles homens extremamente gatos? Tipo isso amiga. Paisagem rara. Sem mencionar também aquela bunda, nossa senhora. Você tinha que ter visto. – ela realmente tá empolgada.

— Você definitivamente não vai para o céu.

Fato!

— Claro que vou, já a Débora... eu tenho certeza que aquela lá já tem passagem de ida para o inferno. Aquela praga!

— O que foi que ela fez dessa fez? – pergunto revirando os olhos.

— O investidor mal entrou e ela já foi se jogando pra cima dele, e pior... ela quase me demitiu só porque esbarrei nele e olha que nem sujei o paletó daquela perdição. Que ódio daquela ave de rapina falsa

Fico apenas garganlhando enquanto ouço a minha amiga xingar a nossa gerente de tudo o que não presta.

— Você ainda vai sair no tapa com essa mulher.

— Respiro e conto até dez pra não surtar quando ela passa por mim. Ai! Me dá uma vontade tão grande de arremessar uma garrafa naquela cobra.

— Que desperdício amiga, tadinha da garrafa.

— Você é terrível Mariana.

— Eu? Mas é você quem quer matar a Débora.

— Por mérito todinho dela, pode ter certeza.

[...]

Se e não desligasse o celular estava até agora escutando os planos mirabolantes da Karol. Ela realmente não gosta nem um pouco da Débora, mas a megera também não facilita em nada a convivência entre ambas no restaurante. Aliás, ela não facilita pra ninguém, nem mesmo pra mim, mas tento não me importa com as provocações dela. Qualquer vacilo posso perder o meu empregoe não é isso que eu quero.

— Tá tudo pronto. – Melissa diz quando entra no quarto com sua amiga.

— Então vamos jantar e depois tá tudo liberado, mas sem exageros. Beleza?

— Beleza tia. – responde a menina com pijama de coelho.

Ficamos um bom tempo brincando e cantando músicas infantis até o sono e o cansaço render as duas. Coloco ambas na cama e apago as luzes depois de dar um beijinho em cada uma.

Vou para o meu quarto e fico deitada esperando o sono chegar mas acho que hoje ele não quer aparecer. Por instantes fecho meus olhos e recordo do beijo que Dominic me deu. Eu nem devia estar pensando nele, mas é só o que consigo fazer desde o dia da praia.

Eu sei que ele tem direito de conhecer e conviver com a filha, mas pra mim é difícil olhar na sua cara e não sentir raiva pelo que me fez a cinco anos atrás.

De um jeito ou de outro Melissa precisa saber que o pai esta vivo e bem mais perto do que ela imagina. Tenho medo da reação dela, apesar de ser uma criança doce e alegre a notícia pode provocar reações não muito legais.

[...]

Fico me encarando no espelho esperando um pouco do cansaço passar. Como sempre o meu cabelo esta parecendo um ninho. Melissa gosta de pentea-lo e fazer tranças.  Normalmente o deixo preso ou solto, sem muita frescura. Minhas madeixas são na cor castanho escuro contrastando com minha pele clara.

Olho no relógio e pela hora e pelo silêncio as meninas ainda estão dormindo. Tomo um banho bem relaxante e vou para o quarto vestir o meu uniforme sufocante. Qualquer dia eu morro sufocada naquela roupa, sem falar dos saltos. Parece que a roupa encolheu, ou eu quem engordei.

Ponho uma lingerie preta com detalhes em renda, hidrato meu corpo combum pouco de óleo florais e visto o meu uniforme. O tecido desliza pelo meu corpo e instantaneamente lembro das mãos do Dominic na minha pele. Fico arrepiada somente em pensar no seu toque. Infelizmente ainda sinto com perfeição cada centímetro das suas mãos.

Eu preciso parar com isso. Não posso deixar algumas lembranças me amolecer do dia para noite.

Calço meus soltos e me sento pra fazer uma maquiagem básica. Passo um pouco de protetor no rosto, uma sombra marrom com esfumado mais escuro e um deliniado fininho, ponho a máscara de cílios e na boca um batom vermelho. Deixo meus cabelos soltos, coloco uma pulseira sem muitos detalhes e um colar com pingente solitário acompanhado dos brincos da mesma forma.

Ponho meus objetos necessários na bolsa e vou para o quarto acordar as duas princesas.

— Bom dia meninas, dormiram bem? – abro as cortinas da janela.

— Bom dia. – respondem juntas.

— Vamos lá, despertem, tomem banho e se arrumem pra ir a escola. Vou preparar o nosso café.

Beijo as duas meninas e vou pra cozinha. Preparo ovos mexidos, torradas, lavo algumas frutas e faço suco de laranja e café forte pra mim.

[...]

Retoco o meu batom e guardo minha bolsa no meu armário e como sempre, Karol esta louca pra matar a nossa gerente.

— É sério amiga, eu vou colocar barata na sobremesa daquela vaca. – ela xinga e bate a porta do banheiro.

— Relaxa criatura, desse jeito você vai acabar arranjando uma grande encrenca.

— Eu tento, juro que tento. Mas ela pede por uma surra, melhor, ela implora. Cretina!

Puxo seu braço e sento no banco com ela.

— Amiga eu tô aqui, se você quiser dar uma surra naquela salamandra eu até apoio, desde que seja bem longe daqui e quando já tivermos emprego garantido. Ok?! – pisco o olho pra ela e sorrio.

— Tudo bem, eu vou me acalmar. Mas se ela me provocar só mais um pouquinho eu juro que arremesso um caldeirão fervente nela.

— Em quem? – Débora pergunta ao entrar no banheiro.

"Em você sua nojenta."

— Em ninguém, vamos Karol. – saio do vestuário rebocando ela pelo braço.

— Viu só?! Ela tá implorando.

Fico apenas rindo da agonia toda. Karol não seria tão louca a ponto de bater na Débora aqui dentro, ou seria? É, ela seria sim.

Vou para o meu lugar e noto que os primeiros clientes já começam a chegar. Ainda bem que trabalho durante o dia, porque se fosse a noite eu não teria tanta disposição como agora. Ponho um sorriso no rosto e cumprimento os primeiros casais.

— Bom dia Sr. e Sra. Dantas, a mesa de sempre? – pergunto simpática.

— Com certeza. – me responde a mulher elegante trajando o mais novo lançamento da moda.

— Já esta disponível. Bom café!

— Obrigado. – responde o homem muito bem vestido.

Eles formam um lindo casal, porém sua esposa adora diversões que não inclui o mardio. Traduzindo, ele é corno!

Verifico algumas reservas para o dia, e faço um check-list de todos que já confirmaram presença no almoço de negócios hoje.

As horas foram passando e o movimento no restaurante teve um aumento espantoso no número de clientes. Engraçado, todos que fizeram reservas são mulheres. Talvez seja pela reunião, já que todos os investidores e acionistas irão almoçar aqui.

Esse bando de urubus não perdem uma chance sequer de fisgar um homem rico. Que ridículo!

De um lado esta Karol, fingindo felicidade ao lado da nossa gerente, que conversava com alguns clientes.

Ela caminha até mim e Karol faz caretas pra ela enquanto ninguém vê.

— O almoço será na sala do Betinho. Quando os acionistas e investidores chegarem levem todos até lá. – Débora fala.

— Betinho? – pergunto.

— Sim, Betinho ué. – ela responde deixando claro que já foi pra cama com o dono do Pallace.

— É... Tudo bem. Está quase na hora. – digo.

— Vou retocar o meu batom, sabe como é né?! Preciso causar uma boa impressão. – diz mexendo nos cabelos.

— Pensei que precisasse mostrar um bom trabalho ao invés dos peitos. – resmungo.

— O que disse? – ela me encara.

— O seu vestido é lindo, é novo? – me finjo de sínica.

Ela abre um sorriso enorme toda metida.

— Sim, comprei ontem. Não resisti quando o vi na loja. É a minha cara não acha? – ela dá uma voltinha mostrando o seu vestido justo. Consigo ver até a sua calcinha fio dental enterrada na sua bunda cheia de silicone.

— Com certeza esse vestido é a sua cara. – digo com um sorriso contido.

— Eu sei docinho. – ela sai rebolando pelo salão arrastando olhares.

Desde quando comecei a trabalhar aqui sempre vi a Débora tentando chamar a atenção de todos ao seu redor. Ela é bonita, mas metade do seu corpo foi comprado.

[...]

Lavei as mãos e retoquei o meu batom, faltava poucos minutos para o início da reunião e no mínimo eu tinha que estar apresentável e não com um litro de óleo na cara.

— Que chique. – diz Karol quando entra no vestuário.

— Boba, é só um retoque básico. – digo.

— Posso saber o porquê desse "retoque básico"? Alguém especial? – ela me olha pelo reflexo do espelho.

— Ninguém. Agora me deixa ir que já devem estar chegando e se eu não levar aquelas pessoas pra sala do Betinho a Débora vai me comer viva.

— Aquele docinho? Imagina. – responde irônica.

— É mesmo né, ela não faria isso. – digo sorrindo.

— Claro que não. – Karol fala com pura ironia.

Passo as mãos no cabelo para alinhar os fios e saio ainda gargalhando.

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Boa leitura.
Beijos, Jaqueline Carvalho.

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