UM AMOR PARA ETERNIDADE

By Jaqueline_Carvalho69

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Um passado. Um medo. Uma vida. Mariana Assunção viveu essas palavras com tanta intensidade, que só ela sabe a... More

PRÓLOGO
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 6
CAPÍTULO 8
CAPÍTULO 9
CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 11
CAPÍTULO 12
CAPÍTULO 13
CAPÍTULO 14
CAPÍTULO 15
CAPÍTULO 16
CAPÍTULO 17
CAPÍTULO 18
CAPÍTULO 19
CAPÍTULO 20
CAPÍTULO 21
CAPÍTULO 22
CAPÍTULO 23
CAPÍTULO 24
CAPÍTULO 25
CAPÍTULO 26
CAPÍTULO 27
CAPÍTULO 28
CAPÍTULO 29
CAPÍTULO 30
CAPÍTULO 31

CAPÍTULO 7

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By Jaqueline_Carvalho69

                MARIANA ASSUNÇÃO

Tinha um nó gigante na minha garganta que me sufocava, me deixando desnorteada. O coração acelerado, batendo forte nas costelas do meu corpo. Parecia que ia quebrar tudo dentro de mim.

Meus olhos estavam vermelhos por causa das lágrimas, queria desabar, mas não na frente dele. Confesso que foi um grande sufoco ter que encara-lo e revirar emoções do passado. Acho que mesmo por breves minutos eu pude sentir tudo novamente, a mesma dor, as mesmas lágrimas, as mesmas angústias.

Eu queria fugir novamente, mas desta vez eu não estava sozinha, tem uma menina linda me esperando e eu jamais a deixaria.

Passo pela porta do hotel e começo a andar pela rua, o céu está nublado dando sinal de que logo uma chuva forte vai chegar na região, mas eu nem estava me importando com aquilo. A chuva me acalmaria por fora e por dentro e também iria disfarçar as minhas lágrimas.

[...]

A caminhada foi rápida e relaxante. Chego em casa toda encharcada pela água da chuva.

— Bom dia. – digo a todos que estão na sala e sigo para o quarto.

— Filha o que houve com você? – minha mãe me segue até o quarto.

— Não houve nada. – rebato.

— Como não? Se olhe no espelho e veja o seu estado Mariana.

Minha mãe continua insistindo.

— Ah, isso? Foi apenas um banho de chuva.

— Conseguiu falar com ele? – pergunta.

— Consegui. – respondo.

— E? – ela vai mesmo continuar insistindo.

— E só isso. – pego o celular na bolsa e verifico se está molhado.

— Você continua amarga do mesmo jeito.

— Desculpe, só estou nervosa.

— Tudo bem.

Jogo o aparelho na cama e procuro por uma toalha.

— Posso ficar sozinha? – peço, mas sem encara-la.

— Um dia essa solidão irá matar você. – ela vai até a porta mais não sai.

— Talvez, já passei por coisa pior durante os últimos cinco anos da minha vida e quando digo pior é no sentido ruim mesmo. Ficar sozinha agora será apenas um detalhe.

— Quando foi que o ódio tomou conta da alegria que reinava no seu coração? – sua expressão era de tristeza.

— A senhora sabe muito bem, ou já esqueceu daquelas férias de verão? Sendo mais específica, naquele dia em que a senhora me deixou sozinha naquela casa e preferiu ficar ao lado do marido. Você me abandonou mãe! – grito.

Ela enxuga uma lágrima que caiu pelo canto do rosto e me encara.

— Não foi bem assim, e você sabe muito bem. Não jogue a culpa das suas loucuras em mim Mariana, eu sofri tanto quanto você naquela época.

— Tá, tudo bem. Posso ficar sozinha agora? – tento me acalmar, mas não tá adiantando.

— Estarei esperando na sala junto com o seu pai e a Mel. Ela quer muito uma foto nossa, juntos.

— Ok. Desço daqui a pouco.

— E de preferência mais calma, por favor.

Minha mãe bateu a porta quando saiu, fazendo o que pedi, me deixando sozinha. Tiro minhas roupas e vou até o banheiro tomar um banho e secar o cabelo na toalha.

[...]

Visto uma calça preta, uma camisa de mangas longas também na cor preta. Quando mais jovem eu tinha mania de expressar o meu humor de acordo com as cores das minhas roupas, hoje, vestir preto já é algo comum na minha vida.

Calço os meus chinelos e deixo meu cabelo solto.

Caminho até a sala e vejo minha filha toda sorridente brincando com os avós, ela merece uma família grande e alegre, não uma mãe amargurada pelas feridas do passado. Ponho um sorisso no rosto e vou até eles.

— Cheguei. – me sento no sofá ao lado da minha mãe.

Meu pai me olha do seu lugar e abaixa a cabeça, olhando para as mãos.

— Só faltava a senhora. – Melissa me mostra a câmera fotográfica nas mãos e sorri.

— Então vamos logo, porque precisamos arrumar as coisas pra voltarmos pra casa.

Nesse momento meu pai levantou a cabeça e me olhou de forma passiva.

— Vocês poderiam ficar mais alguns dias. – ele diz.

— Não, obrigada. Tenho que trabalhar pra sustentar a minha filha e Melissa também tem aula. Não quero que ela perca nenhuma dia sequer. – respondo.

— Como quiser. – abaixou a cabeça novamente.

— Ah mãe!

— Nem comece mocinha, voltaremos hoje mesmo. – digo.

— Quase nunca vejo os meus avós. – ela reclama.

Nisso, ela tem razão!

— Sem reclamações Melissa. – digo firme.

Meu pai ajudou a neta a posicionar a câmera no lugar certo e sentou-se ao meu lado, colocando a neta no colo.

— Digam x. – pede Melissa toda alegre e assim fizemos.

Tiramos umas quatro fotos fazendo careta e outras sorrindo. Fomos para a cozinha almoçar e na hora da sobremesa a campainha tocou.

— Eu atendo. – estava aliviada por sair daquela cozinha.

Ter que fingir que tudo está tudo bem nunca foi tão difícil na minha vida.

Abro a porta e sinto o meu mundo despencar de uma só vez no chão.

— Thor!

Melissa passa por mim e agarra as pernas do pai que nem conhece.

— Oi pequena. – ele agacha e alisa os cabelos dela. Os dois ficam se olhando e sorrindo um para o outro.

— O que você está fazendo aqui? – pergunto.

— Algumas coisas não ficaram claras na nossa conversa, foi tudo muito rápido e assustador. Precisamos conversar com calma, por favor. – ele me pede.

— Acho que tudo já foi dito. – respondo.

Melissa fica apenas nos encarando sem saber o que está acontecendo.

— Não vamos tornar as coisas mais difíceis do que já estão. – ele pede olhando pra minha filha.

— As coisas nunca foram fáceis pra mim. – rebato.

— O que é isso moço? – Melissa perguntou quando viu uma sacola em sua mão.

— Isso é pra você. – ele entrega a ela.

Melissa pega a sacola e logo rasga a embalagem ficando deslumbrada com a boneca de pano que vestia um vestidinho azul.

O primeiro presente em cinco anos!

— Olha mamãe. – me mostrou a boneca. Até que é bonita.

— É linda filha.

— Obrigada! – ela beija o rosto do pai e beija a boneca.

— Você merece, minha... querida. – estreito os olhos para ele que parece ter entendido o meu recado.

— Vou mostar a meu vovô e minha vovó.

— Vai lá.

Melissa saiu pulando e cantarolando de felicidade enquanto esmagava o presente de tanto abraço.

Volto a minha atenção para o homem a minha frente.

— Não precisava. – digo.

— Eu quero me aproximar dela, conhecê-la, sentir o amor incondicional que tanto falam e também ciúmes dela quando ficar mais jovem e querer sair com as amigas. Sou o pai e tenho os meus direitos. – ele diz num tom rude.

Agora ele é o pai? Palhaçada!

— Porque você não volta pra Europa e fica por lá mesmo, como se nada tivesse mudado?

— Porque tudo mudou Mariana, como você mesmo disse: agora eu tenho uma filha e eu quero dar o meu melhor como pai.

— Um pouco atrasado, não acha?

— Eu não sabia da existência dela.

— Mas nada justifica o fato de você ter me abandonado naquele dia, o dia em que descobri que estava grávida. Você nem me deu chances de dizer Dominic.

— E me arrependo por isso, todos os dias.

— Mentira, você sequer sente um pingo de remorso pelo o que fez.

— Não diga com falsas certezas o que não sabe. Eu sofri e sofro por culpa das minhas escolhas. Perdi o grande amor da minha vida e cinco anos da vida de uma filha que nem sabia que tinha. Porque você não me procurou, ou me escreveu?

— Você desistiu de mim, me abandonou sem dar uma explicação óbvia. Como vou insistir numa pessoa assim?

— Mas você estava grávida Mariana.

— E sobrevivi. Agora eu preciso ir. – digo.

Entro e bato a porta na sua cara sem dá chances para ele. Fico apenas espiando pela janela Domínio chutar uma lixeira e entrar no carro cheio de fúria.

Calma Mariana, tudo passa, é só ter paciência. A porra da paciência que não tenho.

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Boa leitura!
Beijos, Jaqueline Carvalho.

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