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O dia foi puxado, o dia todo esperando por notícias e informações da quadrilha, talvez dê mais algum suspeito mas nada.. só o básico que nós já sabíamos, a autópsia de Cláudio só sairia o resultado com a análise que pedi somente amanhã, então não me restava me preocupar daquela maneira, o horário do meu plantão já tinha passado e eu ainda ali trabalhando.. Luiz já tinha ido embora, somente alguns da equipe que entraram no segundo turno para a investigação não parar, como não tinha mais nada para fazer ali, me troco colocando minha roupa normal e saio do plantão.. já passava das oito, tudo escuro lá fora, eu sigo até o pátio em direção ao meu carro, vejo Zoraide sair
Luan: agora descansar? - eu a vejo colocando sua blusa de frio
Zoraide: sim.. descansar.. - ela sorri, caminhamos juntos até nossos carros - vai pra casa?? - eu pego a chave
Luan: sim.. vou passar em um drive-tru comprar algo para comer e já vou para casa.. - eu bato o alarme do carro
Zoraide: a gente pode ir juntos se não se importar.. aproveitamos e conversamos no restaurante ou na minha casa.. - ela fala meio sedutora acanhada, eu sorrio de canto
Luan: pelo o que eu sei, vc tem namorado certo? - ela sorri
Zoraide: mas ele não precisa saber.. - ela pisca - qualé, vc sabe que tenho uma queda por vc Luan.. não se faça de difícil.. - sorrio
Luan: uhum.. sei.. e por mais 20 do esquadrão de bombas.. - ela gargalha - estou de boa, não quero ninguém agora, nem ficaria com vc mesmo estando namorado, temos que ser justos dentro e fora da central de polícia, isso serve para vc também.. boa conduta sempre em tudo que fazemos! - ela fica sem jeito - vc é linda mas não é mulher para mim.. - ela engole
Zoraide: e qual o seu tipo de mulher? - ela se aproxima, eu lembro de Allana
Luan: doce.. brincalhona.. ter um sorriso que cativa.. um olhar fatal, sedutora sem sair do jeito menina meiga, ter atitude, ser amiga.. - o rosto de Allana e seu sorriso meigo vem na minha mente, sorrio lembrando daquela mulher em que por anos tive uma queda, porém depois do nossos beijos.. tudo desandou.. - eu.. eu já achei a minha mulher.. - olho para Zoraide, seu semblante muda, ela engole
Zoraide: certo.. - ela fica sem graça, bom.. não era desse jeito que queria fazer ela entender mas.. - eu já estou indo, boa noite.. - ela entra no seu carro e sai com tudo, ela não gostou muito..
Luan: boa noite.. - vejo ela já virar a esquina, eu entro no meu carro e me encosto no banco, respiro fundo, lembro do ocorrido de hoje a tarde, poderia jurar que tinha visto Allana no calçadão, não era sonho ou delírio, eu vi ela!! Mas só tinha um jeito de descobrir.. era eu indo lá na sua casa, ligo o carro passando o cinto de segurança e saio pelas ruas, depois de semanas, ela nem sequer me ligou ou algo do tipo, eu estava preocupado por ela ter sumido, fugido de mim dessa forma.. fico em pensamentos até chegar na sua rua, estaciono o carro na frente da casa dos meus pais e caminho até a sua casa, toco a campainha e em segundos sua mãe atende
Sara: oi Luan.. boa noite.. - eu a olho
Luan: oi Dona Sara, boa noite.. - ela sorri - desculpe vir assim mas eu preciso falar com Allana, ela está?? - ela me olha meio perdida
Sara: Allana?? - ela fala preocupada - ela não está Luan, ela ainda está em viagem, na casa da tia.. - eu engulo seco
Luan: ainda?? - ela afirma com a cabeça - é que eu a vi hoje aqui no centro comercial, pensei que ela estivesse aqui.. - ela me olha surpresa
Sara: vc viu Allana?? Falou com ela?? - eu coço a cabeça, acho aquilo estranho
Luan: não.. eu acho que a vi, estava em trabalho e acabei vendo uma mulher parecida com ela, para mim era Allana.. por isso vim, ela não me ligou nem nada.. - ela me olha - ela ligou?? A senhora deu o meu recado?? - ela balança a cabeça
Sara: sim.. ela ligou ontem, eu dei o seu recado e o seu número.. - eu a olho - ela disse que o sinal de lá é péssimo, por isso demorou a ligar.. mas ela está bem, só a tia que piorou.. - eu compreendo
Luan: certo.. então ela não chegou?? - ela nega - ok.. obrigado, boa noite e desculpa atrapalhar.. - eu me viro mas paro, me viro novamente e a olho - só mais uma coisa, que cidade ela está mesmo? - ele me olha
Sara: Poços de Caldas, interior de minas.. - eu gravo isso
Luan: obrigado.. boa noite..
Sara: boa noite Luan.. - ela sorri e fecha a porta, eu respiro fundo e entro no carro, Allana já tinha o meu número, ela tinha ligado ontem para a mãe mas nada de me ligar, pego o meu celular e vejo se tinha alguma chamada de número desconhecido, infelizmente nada! Deve ser mesmo o sinal.. não tinha outra explicação! Eu respiro ainda mais fundo, deixa de ser ansioso cara!! Se ela se importar ela vai ligar!! Ligo o carro e sigo para um drive-tru mais perto em pensamentos, compro minha comida e sigo para o apartamento, chegando eu estaciono e subo para o meu andar, tomo um banho quente tentando relaxar depois de um dia longo e cansativo de trabalho, me troco e vou para a sala, ligo a tv colocando no jogo de futebol que passava, pego minha comida embalada e me sento no sofá, tudo o que eu mais queria era relaxar, esquecer do ocorrido de hoje, esquecer do trabalho nem que fosse por aqueles minutos finais do segundo tempo do jogo.. mesmo assim, olhava direto para o celular na esperança de uma ligação "por acaso" chegasse para mim, sempre na confiança e esperando que seria ela..
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Já estava ficando tarde, o dia passou voando, talvez por estar com Melissa, pela sua energia que não me deixava quieto um só minuto, admito que ficar perto da minha filha é a melhor sensação que eu poderia ter, mulher nenhuma no mundo supria o que Mel me dava, todo o carinho, o amor puro de uma filha carente, ela era a minha princesa que eu amava muito.. via ela com Allana, as duas brincavam, se divertiam, riam, trocavam carinhos, parecia mãe e filha de tão apegadas as duas ficaram, vejo as duas tão próximas no mesmo tempo que me fazia bem, me fazia mal.. pois do jeito que Melissa é emotiva, a partida de Allana quando ela fosse embora, a machucaria e muito.. o que eu não queria de jeito nenhum.. a festa estava ótima, até o momento em que Olívia apareceu.. eu mal a reconheci, tinha mudado muito, porém seu corpo tinha dado uma boa turbinada, vejo ela cumprimentar todos e logo ela fala comigo, realmente ela tinha ficado um mulherão, vejo a cara de Allana, ela a olhava sem rodeios, sem expressão ou cara feia, mas via como a olhava de cima a baixo.. Olívia estava muito bonita assumo mas não trocaria a minha Allana por nada nem mulher alguma, ela era única, linda, dominadora, sensual e marrenta, eu adorava isso nela mesmo me deixando puto de raiva as vezes.. a provoco Allana falando com Olívia mas o meu divertimento foi interrompido por alguém chamado Bruno!! Bruno chega na festa estragando o meu divertimento e me fazendo querer explodir ali, pelo jeito de Allana, ela quis dar o troco, claro! Foi correndo falar com o Bruno para me fazer perder a cabeça.. e a mejera conseguia mexer com o meu psicologico!! Mesmo conversado com Olívia, não parava de olhar para os dois que riam sem parar, e o beijo na bochecha demorado que ele deu nela a agarrando pela cintura??! Cintura que era minha!! Me segurei para não ir lá, ciúmes?? Sim!! Ciúmes!! Odiava provocação ainda mais se fosse com Allana!! Tento me distrair conversando com ela, via que ela se jogava com segundas intenções, tentou diversas vezes me convencer a ir no seu apartamento para relembrar velhos tempos, a última vez que a vi, eu ainda não era casado, já éramos de maior e tinha rolado, porém não era tão experiente como eu sou hoje! Creio que nós dois não éramos.. tentei contornar a situação pois não queria outra mulher a não ser aquela morena que me provocava com o Bruno que me deixava doido! Um certo tempo depois, Bruno se despede para ir embora, Olívia se despede e aceita a carona em que ele a ofereceu, enfim Bruno larga do pé de Allana me deixando mais tranquilo.. o tempo passa e Melissa acaba dormindo em meu colo, eu a coloco no quarto de hospede aonde ela estava dormindo, a ajeito com o sua pelúcia e desço as escadas, a festa já estava quase acabando mesmo, logo iríamos embora, nesse tempo, vejo Allana ajudar a Tris e a Maria na cozinha, ela fazia questão de ajudar, via o quanto era prestativa, cuidadosa com tudo, gostava de ajudar em tudo que estava em seu alcance.. nunca tinha conhecido alguém assim.. talvez pela sua vida difícil na qual ela viveu por anos em ajudar em casa a fez virar uma mulher admirável hoje.. EU a admirava! Em meio a conversa com o meu pai e meu cunhado, vi Allana voltar para a sala, ela mal me olhava, imagino que seja por conta de Olívia essa sua braveza que me deixava ainda mais doido por ela, adorava ve-la com ciumes, ficava ainda mais irresistível.. Já minha mãe, desde a hora que chegamos ela tinha fechado a cara, sorri com todos mas quando olhava para Allana.. parecia ter um ódio sem fim, mesmo não a conhecendo direito.. para piorar, vejo que ela provocava Allana falando de Olívia, claro que ela sabia que estava rolando algo entre nós dois, por isso ela a convidou.. o clima esquenta com o jeito que minha mãe se referia a Alana e a minha vida amorosa na frente de todos que ali estava, uma coisa que eu odiava era ouvir alguém falar algo de mim que mal sabia tirando conclusões precipitadas e erradas de tudo, era mais para um julgamento aquilo.. isso me dava nos nervos não importava que fosse..
Amélia: só digo a verdade.. eu me preocupo com vc filho, já está na hora de casar novamente e dar uma nova mãe para Melissa depois da morte de Alana.. Olívia é uma óti..
Melissa: que??? - eu ouço a voz de Melissa, me viro e a vejo parada na porta da sala já em lágrimas, eu tento contornar a situação mesmo não tendo o que falar, estava sem reação, mas paro e penso, como faria se ela já tinha ouvido tudo?? Mentiria ainda mais?? não.. - mentiroso.. - ela sai correndo e sobe as escadas aos prantos, "mentiroso", nossa como aquilo me machucou naquele momento ainda mais.. a raiva toma conta de mim, não era dessa forma que queria que ela soubesse.. eu juro que não era.. olho para minha mãe me controlando, como pode ser tão.. eu só quebro o vaso descontando a raiva ou eu iria explodir ali.. subo as escadas a procura de Melissa e escuto minha mãe me chamar, pelos comodos eu procuro pela minha filha, a vejo no quarto, em cima da cama chorando
Amélia: Bernardo!! filho.. - ela gritava vindo atrás de mim, eu me viro e a olho
Bernardo: saia daqui, já não basta o que vc fez?? SAI DAQUI MÃE!! - ela me olha espantada com minha reação, eu entro no quarto e me aproximo de Melissa, escuto o seu choro descontrolado - filha.. amor.. olha para mim.. - eu me sento na cama ao seu lado colocando a mão em seu ombro, ela rapidamente sai se distanciando de mim, aquilo me fere ainda mais - não faz isso amor.. deixa eu explicar.. - ela senta no chão e abraça a sua pelúcia em choro, seus soluços descontrolados me fazia ver a sua dor..
Melissa: VC É MENTIROSOO !!! - ela me acusa - MENTIU PARA MIM PAPAI!!! - seu desespero e acusações me quebra por inteiro
Bernardo: eu sei que errei meu amor, errei em não ter te contado antes mas não foi por mal, eu te poupei dessa dor filha.. - ela chorava ainda mais - deixa o papai cuidar de vc amor, deixa eu explicar.. - eu me aproximo dela com calma
Melissa: SAII.. EU NÃO QUEROO.. - ela se levanta e se senta próximo a porta do banheiro da suite, sendo rejeitado pela minha própria filha.. isso machuca muito.. olha que ponto eu cheguei.. respiro fundo a vendo encolhida aos prantos
Amélia: pare de ser mal criada Melissa, escuta o seu pai.. - ela fala entrando, eu a olho com o meu nervo quase explodindo - vem com a vó então.. - ela se aproxima de Mel
Melissa: SAIII DAQUIII.. VC MENTIU.. PA MIM.. TODOS.. VCS!!! - ela fala soluçando, ela limpa o seu rostinho na pelúcia - eu quero.. a.. tia Allana, eu.. quero.. ela.. - como?? minha mãe me olha
Bernardo: filha.. deixa eu explicar tudo a vc.. - ela se encolhe ainda mais
Melissa: eu.. quero a .. tia..- sua voz quase não sai, eu vejo aquela cena e abaixo minha cabeça.. que situação, mas eu merecia, devo assumir que isso iria a acontecer mesmo, a mentira tem perna curta, só não sabia que iria doer tanto..
Bernardo: chama a Allana.. - eu olho para minha mãe - manda ela subir ao meu pedido.. por favor - eu mantenho a calma e o domínio próprio a olhando, ela me olha de um modo triste, desapontada, minha mãe sai do quarto em silencio enquanto eu fico ali com Melissa a vendo chorar, não podendo fazer nada, pois nem chegar perto eu podia..
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Eu fico aflita esperando noticias de Melissa, olhava para a escada e nada, me levanto e fico andando de um lado para o outro, espero que estejam se entendendo.. Bernardo era calmo mas até certo ponto, do jeito que Melissa subiu, espero que não esteja o fazendo perder a cabeça..
Marcos: e ai?? cade Melissa?? como ela está?? - eu me viro e vejo Amélia descer o ultimo degrau da escada e vir para a sala, seu semblante estava caído, lá vem bomba.. aquilo me deixa aflita, praticamente todos a olhava esperando respostas, ela me olha
Amélia: Melissa está te chamando.. - eu engulo seco.. como??? ela me encara - Bernardo pediu para te chamar.. - ela fala seca mas ainda sim triste, eu olho para todos que me olhavam sem entender, eu respiro fundo e caminho até as escadas, subo e no corredor eu os procuro, sem pensar muito só ouço o choro, sigo até a encontrar, paro em um quarto, vejo Bernardo sentado na cama de cabeça baixa a olhando, eu a vejo no chão chorando toda encolhida, aquilo foi uma cena horrível de se ver.. cortou ainda mais o meu coração, eu entro no quarto, Bernardo me olha, seus olhos vermelhos quase chorando, eu engulo ainda mais seco, caminho até Melissa e me abaixo, coloco a mão em sua costa, ela me olha e me abraça forte soluçando muito, eu a abraço tirando aquela pelucia que estava no nosso meio
Allana: amor.. calma.. - sinto ela me abraçar forte quase subindo no meu colo, eu a seguro em meus braços a acariciando
Melissa: fica.. co..migo tia.. - ela fala soluçando quase sem voz, eu a abraço ainda mais forte
Allana: claro que sim amor, ficarei com vc minha baixinha, não vou para lugar nenhum.. fica tranquila, deixa a tia cuidar de vc.. - eu ajeito o seu cabelo que estava sobre seu rosto todo molhado de lágrimas, escuto Bernardo se aproximar, ele se abaixa do nosso lado
Bernardo: filha.. olha para o pai.. deixa eu cuidar de vc amor, deixa eu te explicar por favor.. - sua voz estava em um tom triste, perdido, decepcionado.. ela me aperta ainda mais não o olhando, ela não queria nem olha-lo pela sua atitude, eu o olho
Allana: deixa eu falar com ela.. por favor.. - falo calma o olhando, vejo o seu semblante caído e sobrecarregado, nunca tinha o visto assim, ele estava muito preocupado, ele olha para Mel por alguns segundos e se levanta, escuto ele sair do quarto entre passos em silencio, olho para Melissa e ela me olha - vem.. vamos sair desse chão gelado.. - eu me levanto e a levanto, caminhamos até a cama, ela ainda estava aflita, me sento na cama encostando na cabeceira e ela se senta me abraçando forte ainda em choro, com o seu soluço descontrolado me fazia pensar em algo para a faze-la se acalmar, mas o que?? ouvindo seu choro eu me lembro de algo, respiro fundo e começo - quando o sol se põe e finda a tarde.. vagalumes só piscam sem cessar.. - começo a cantar uma música que cantava para minha irmã mais nova, Melissa para o choro em instantes e vai se acalmando.. isso! - conhece?? - falo acariciando seus cabelos, ela me olha, vejo o seu rostinho todo molhado, ela limpa o rosto ainda soluçando, cai na minha baixinha.. volto a cantar a olhando - quando o sol se põe e finda a tarde.. vagalumes só piscam sem cessar.. - ela me olha triste, aquilo me doi tanto.. - fique aqui que o sonho te invade..
Melissa: como é.. bom.. sonhar.. - ela canta baixo e soluçando me interrompendo, isso.. um ponto a mais.. eu continuo a canção
Allana: com você, posso ver..
Melissa: estelas a.. bilhar.. - ela canta um tom mais alto, ela ia se acalmando, sorrio com seu jeito meiga
Allana e Melissa: melodias, têm magia, doces sons no ar.. quando o sol se põe e finda a tarde.. vagalumes piscam sem cessar, fique aqui, que o sonho nos invade, como é bom sonhar.. sonhar.. - cantamos juntas, ela cantava ainda em soluço porém foi passando aos poucos, ela segurava a minha mão mais calma, eu limpo o seu rosto sorrindo.. um ponto para mim, consegui a fazer parar de chorar..
(musica cantada abaixo para
quem não conhece 👇🏼)
Allana: ainda soluçando?? já sei.. - eu penso em outra musica mais agitada, ok.. me lembro mais de uma - o pé na estrada eu vou botar, que já tá na hora de ir.. um lindo horizonte e um céu azul, o que mais eu poderia pediiiiir? - ela abre um sorriso com o meu jeito brincalhona de cantar, issooo! Mais um ponto - já sei.. assim ó.. Hakuna Matata, é liiiiindo dizer.. - ela sorri ainda mais
Melissa: Hatuna Batata!! sim vai entendeeee!! - ela canta tudo errado, eu rio
Allana: os seus problemas, você deve esquecer...
Allana e Melissa: isso é viver, é aprender... Hakuna Matata!!
Allana: oo garota esperta.. sabe de tudo!! canta certo menina, é Atum com Batata.. - eu a zouo a fazendo esquecer daquela tristeza, nós rimos juntas, vejo seu sorriso estampar aquele rosto lindo, a olho por alguns segundos - seu sorriso é tão lindo, vc tem o sorriso do seu pai sabia?.. - ela me olha, seu semblante muda novamente, eu beijo sua mãozinha - agora falando sério minha linda, eu sei o quanto está machucada, a dor de perder sua mãe e descobrir assim de uma hora pra outra é muito difícil.. não é fácil.. - ela abaixa sua cabeça - seu pai errou sim em não ter te contado antes, mas.. ele fez isso para te poupar amor, errou mas não fez na má intenção.. - ela me olha, vejo o seu bico, parecia segurar o choro, era Bernardo em forma de criança..
Melissa: papai mentiu tia.. a mamãe não vai mais voltar.. - ela deixa algumas lágrimas cair, eu a olho
Allana: faria alguma diferença se ela voltasse agora amor? Quando vc a viu pela última vez vc se lembra? Quando ela se foi, vc só tinha dois aninhos, vc se lembra dela fisicamente? - ela pensa e nega limpando o rosto
Melissa: nao tia.. só em foto.. - eu sorrio de canto
Allana: então minha linda, ela é sua mãe.. claro! mas quem cuidou de vc foi seu pai, foi ele que ficou com vc, que te educou, que te deu amor, carinho.. que passou por tantas coisas para te fazer feliz.. - ela me olha - já faz muitos anos em que vc não a vê.. mesmo se ela estivesse aqui, creio que vc não teria tanto apego com ela como vc tem com o seu pai.. - ela me encara
Melissa: vc sabia tia? - eu a olho
Allana: não vou mentir, sabia sim, soube a alguns dias atrás mas não cabia a mim falar para vc.. isso era pessoal, somente com o seu pai e com vc.. - ela abaixa a cabeça, eu me aproximo ainda mais e levanto a sua cabeça devagar pelo queixo - seu pai te ama meu anjo, ele daria a vida dele para salvar a sua pelo tamanho do amor que ele sente por vc.. sua mamãe está lá em cima, olhando vc aqui embaixo.. - ela deixa as lágrimas cair - eu queria ter a sorte que vc tem.. pois eu estou longe da minha mãe e infelizmente não tenho pai.. - me lembro da cachorrada em que ele fez comigo me vendendo como pagamento - minha mãe mora bem longe daqui e não tenho comunicação nenhuma com ela, o meu pai.. bom.. eu o não conheço.. - eu minto - eu estou aqui nessa cidade sozinha, só eu e Deus.. não tenho ninguém por mim, já vc não.. vc não tem mais sua mãe, infelizmente mas vc tem o seu pai que te ama mais do que ele mesmo, vc tem sua família, seus avós, tios, tias.. vc tem a mim que conta as horas para te ver, que se preocupa com vc, que gosta muito, muito de vc.. meu anjinho.. vc é amada amor, muito amada e não importa mais nada.. - ela me olha com seus olhinhos vermelhos
Melissa: vc tem a mim tia.. eu gosto muitão de vc.. - ela me abraça forte, a emoção vem, meus olhos se encheram de lágrimas, foco Allana.. ela me solta, eu a olho
Allana: eu também gosto muito de vc anjo.. muito mesmo.. - eu deixo um lágrima cair, ela limpa - que sorte a minha se eu tivesse vc como minha filha ou ter uma filha igual a vc, toda esperta, linda, inteligente.. vc é uma menina incrível Mel, e eu fico muito feliz por tem um pouco do seu carinho.. sendo sua amiga, sua "tia".. - ela sorri e acaricia o meu rosto, eu acaricio o seu retribuindo o carinho, eu volto ao contexto principal - depois de tudo que vc é seu pai passaram juntos, vc trocaria seu paizinho por qualquer outro?? - ela pensa e nega
Melissa: não.. - sorrio e a faço sentar no meu colo
Allana: então.. perdoa seu pai, ele está tão triste depois de tudo isso, não era assim que ele imaginava contar para vc.. - eu passo minha mão na dela, ela a segura - hoje pode doer sim, mas amanhã isso vai passar.. a sua mamãe Alana é única, vai ficar guardada aqui no seu coração e na sua mente para sempre, mas lá na frente seu pai pode se casar novamente te dar uma nova mamãe, alguém que vai te amar tanto, mais tanto, com o mesmo amor que o seu pai te ama.. aí, tenha certeza que esse vazio vai ser preenchido e vc terá uma família completa novamente.. - ela sorri de canto - mas não culpe o seu pai amor, ele só não contou antes, por medo.. medo de te ver assim.. fala com ele, o perdoe.. - ela me olha
Melissa: eu quero ir embora daqui tia.. quero ir para casa.. - eu a abraço
Allana: ok.. nós vamos.. eu vou falar com o seu pai.. já volto.. - eu a deixo na cama e caminho para fora do quarto, eu me viro e o vejo encostado na parede ao lado do quarto, ele com as mãos no bolso da calça, parecia ter ouvido tudo, eu engulo seco - Melissa quer ir para casa.. - ele me olha, seus olhos vermelhos mas sua expressão estava calma, além de derrotado..
Bernardo: ok.. - ele apenas fala isso e aparece na porta do quarto, eu entro e me aproximo dela, ela me olha e desce da cama, a ajudo pegando sua mochila e sua pelúcia, Bernardo me ajuda pegando as coisas de Melissa, ela me abraça evitando Bernardo e caminhamos até a sala, Bernardo vem atrás de nós duas, só ouvia o seus passos, descemos as escadas e vejo todos no sofá ansiosos por notícias, eles nos vê.. - estamos indo.. - eu olho ao redor, a Sra Amélia vem até Melissa que estava ao meu lado me abraçando, ela se aproxima
Amélia: minha pequena, eu não queria que fosse dessa maneira.. perdoa a vó.. - ela mexe com Mel mas nem uma palavra saiu da boca dela, ela vira a cara e me abraça ainda mais, eu a seguro na costa
Melissa: quero ir embora.. - a mãe de Bernardo me olha quase me matando de raiva, eu olho para todos.. eu também queria sair dali
Allana: obrigada Tris por tudo, pelo convite.. sua festa estava ótima.. a comida então nem se fala.. - eu sorrio - antes de ir, quero me desculpar com todos, se fiz algo de errado, se acabei fazendo algo que desagradou a vcs.. enfim, peço perdão.. - vejo Marcos vir até mim.. na verdade falei isso por conta de Amélia
Marcos: magina Allana, as portas sempre estará aberta para vc viu.. venha sempre que quiser.. - eu sorrio de canto e me despeço de todos, Mel não olhava para ninguém, somente me abraçava, eu caminho até o carro de Bernardo com ela e entro no banco de trás, ele coloca as coisas da baixinha no porta malas, ele entra e se senta no banco da frente, olho pelo vidro e vejo a cara de Amélia.. eu respiro fundo.. Melissa sentada ao meu lado me abraçando, ela mexe no meu cabelo com sua cabeça encostada no meu peito, Bernardo liga o carro e sai pelas ruas..
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