Anjo de Água

By milenerosa4

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đŸ„‡1° Lugar na categoria Fantasia do Concurso Palavreando đŸ„ˆ2° Lugar na categoria Fantasia do Concurso GGAK đŸ„ˆ... More

Booktrailer e EpĂ­grafe
PrĂłlogo
Parte I - ParaĂ­so de Meus Sonhos
1. In Vino Veritas (p.1)
1. In Vino Veritas (p.2)
1. In Vino Veritas (p.3)
1. In Vino Veritas (p.4)
2. Alexandria (p.1)
2. Alexandria (p.2)
2. Alexandria (p.3)
2. Alexandria (p.4)
3. MemĂłrias de Papel (p.1)
3. MemĂłrias de Papel (p.2)
3. MemĂłrias de Papel (p.3)
4. Escrito nas Estrelas (p.1)
4. Escrito nas Estrelas (p.2)
4. Escrito nas Estrelas (p.3)
4. Escrito nas Estrelas (p.4)
5. Delacroix (p.1)
5. Delacroix (p.2)
5. Delacroix (p.3)
5. Delacroix (p.4)
6. A Biblioteca de Alexandria (p.1)
6. A Biblioteca de Alexandria (p.2)
6. A Biblioteca de Alexandria (p.3)
6. A Biblioteca de Alexandria (p.4)
7. Um Novo Aliado (p.1)
7. Um Novo Aliado (p.2)
7. Um Novo Aliado (p.3)
7. Um Novo Aliado (p.4)
8. Fantasmas do Passado (p.1)
8. Fantasmas do Passado (p.2)
8. Fantasmas do Passado (p.3)
8. Fantasmas do Passado (p.4)
9. O Mar (p.1)
9. O Mar (p.2)
Parte II - Antigos Pecados
10. Safira (p.1)
10. Safira (p.2)
10. Safira (p.3)
10. Safira (p.4)
11. Entre Versos e Estrofes (p.1)
11. Entre Versos e Estrofes (p.2)
11. Entre Versos e Estrofes (p.3)
11. Entre Versos e Estrofes (p.4)
12. Espelho, Espelho Meu (p.1)
12. Espelho, Espelho Meu (p.2)
12. Espelho, Espelho Meu (p.3)
12. Espelho, Espelho Meu (p.4)
13. O Peso de Mil Mentiras (p.1)
13. O Peso de Mil Mentiras (p.2)
13. O Peso de Mil Mentiras (p.3)
Parte III - Anjos em FĂșria
14. A CĂąmara dos Cinco TĂșneis (p.1)
14. A CĂąmara dos Cinco TĂșneis (p.2)
14. A CĂąmara dos Cinco TĂșneis (p.3)
14. A CĂąmara dos Cinco TĂșneis (p.4)
15. Anjo Guerreiro (p.1)
15. Anjo Guerreiro (p.2)
15. Anjo Guerreiro (p.3)
15. Anjo Guerreiro (p.4)
16. Falsa Paz
EpĂ­logo
ANJO DE AR
Extra: A Morte de Alice
Extra: Curiosidades
Agradecimentos

8. Fantasmas do Passado (p.5)

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By milenerosa4

Já era tarde, e Arthur e Lívia estavam no quarto dela. Diana havia feito ela treinar pela manhã, mas disse que tinha que cuidar da preparação de algumas poções durante a tarde, então ela tinha o resto do dia livre, apesar dela desconfiar que a feiticeira também estivesse um pouco arrependida de ter sido tão dura no dia anterior.

Lívia pediu que Diana ligasse para Arthur e o convidasse pra vir a casa dela. Em meia hora ele já estava lá.

Notou que Arthur parecia diferente, e quando lhe disse isso, ele riu respondeu:

— Cortei o cabelo.

Lívia imaginou que devia ter estado muito cansada no dia anterior para não notar. Agora, sem o cabelo caindo no rosto, ele estava ainda mais bonito, se é que era possível.

Apesar disso, guardou o comentário para si mesma, considerando que Arthur já se achava bonito o suficiente.

Ele lhe havia trazido uma caixa, dizendo que era um presente para ela que Diana havia pedido pra ele comprar.

— Um celular? — perguntou Lívia com as sobrancelhas arqueadas, examinando o conteúdo na caixa. Era uma grande tela preta com alguns poucos botões nas laterais. — Eu não faço ideia de como usar.

— Eu posso ensinar — disse Arthur.

E assim foram algumas das horas seguintes. De inicio o aparelho pareceu um bicho de sete cabeças, mas por fim, Lívia achava que havia aprendido.

— O que é isso? — perguntou Arthur pegando o livro que estava com a capa virada para baixo em seu criado mudo. Ele examinou a capa e bateu na própria testa. — Rei Arthur e Os Cavaleiros da Távola Redonda. Você me pediu varias vezes e eu não trouxe.

Lívia riu despreocupada e fez um gesto de desdém com a mão que não estava segurando o celular.

— Não se preocupe com isso, Diana me emprestou.

— Você leu? — ele perguntou.

Lívia assentiu e colocou o celular de lado, bloqueando-o antes com a tecla lateral, como Arthur havia ensinado.

— Sim. E achei bem interessante. Menos a parte em que Arthur se apaixona por Guinevere. Achei um pouco entediante.

— E de que parte você gosta então?

— Quando Vivien e Morgana enganam o Merlin. Aliás, achei elas maravilhosas. O que são? Feiticeiras? Não consegui entender muito bem.

Arthur parecia surpreso.

— Você gosta das vilãs? Como pode gostar delas!?

Lívia deu de ombros se desculpando. Era sua opinião sincera.

— Então você deve gostar de quando Vivien mata o Merlin. Certo? — perguntou ele, mas pela sua expressão, não parecia crer que isso fosse possível.

— Sim, e também de quando Morgana entrega a bainha de Excalibur pra Acalon. Ai vem a parte da batalha, onde o Rei Arthur deveria ter morrido, mas Vivien surge pra atender o ultimo pedido do Merlin e salvar a vida de Arthur.

Ele balançou a cabeça inconformado.

— Você não pode gostar das vilãs. Elas são ruins.

Lívia riu. Arthur parecia levar aquela história muito a sério.

— São só personagens, Arthur, não pessoas de verdade.

— Ainda bem — disse ele. — Eu as odiaria se fossem pessoas reais.

A discussão se estendeu pelo resto da tarde. A noite, quando tiveram fome, prepararam um jantar, mas nem sinal de Diana.

Lívia notou que Arthur já começava a ficar desinquieto com a ausência da feiticeira.

Já era tarde da noite quando ele anunciou que iria para casa, despediu-se dela e disse que pretendia procurar por Diana, partindo para casa em seguida.

Assim que ele saiu, ela apagou as luzes de seu quarto, deitou na cama, fechou os olhos e dormiu.
* * *
Arthur se lembrava do caminho para o que Diana chamava de Sala de Magia. Estava preocupado com seu sumiço. Ela não costumava ficar tanto tempo sem aparecer. Nem no jantar eles a viram, o que significava que ela também estava sem comer.

Estava para tocar na maçaneta da porta quando sentiu um forte fedor de coisa podre, morta, em decomposição. Arthur engasgou e tossiu, aquilo ardeu quando passou pelo nariz, como se queimasse, fazendo os olhos lacrimejarem.

O coração acelerou dentro do peito, batia como um martelo. Todo o sangue se esvaiu de seu rosto em um repentino momento de pânico.

Ele prendeu a respiração e abriu a porta.

Haviam vidros quebrados, e líquidos estranhos se misturando no chão e levantando vapores em direção ao teto.

E em meio a tudo isso, estava Diana e Arthur preferiu pensar que estava apenas desacordada.

Estava sentada, com o corpo desabado sobre a mesa, um braço parcialmente pendurado, o outro, juntamente com o rosto, apoiava-se no tampo, sobre líquidos estranhos e cacos de vidro.

Arthur correu e a pegou no colo. Diana estava completamente mole, mas o corpo ainda era quente e ele precisou suprimir um suspiro de alívio para manter a respiração presa.

Diana era pequena e fácil de carregar, então a levou direto para seu quarto. Acabou encostando o próprio braço no dela acidentalmente, e sua pele ardeu imediatamente.

Colocou a feiticeira sobre a cama e verificou a pulsação, que estava normal. Aproximou o ouvido da boca dela. A respiração era ruidosa e dava para sentir o hálito quente suave no rosto, além de um pouco do mesmo cheiro podre da sala de magia.

Abriu as janelas do quarto, pra tentar fazer o ar circular.

Correu para o banheiro do quarto, onde umedeceu uma toalha e voltou para limpa-la dos líquidos.

Como imaginava, a pele estava queimada, e ele limpou delicadamente. Depois usou a toalha para limpar o próprio braço, que já exibia uma grande mancha vermelha.

Diana tinha um corte no rosto e mais alguns outros no braço. E desses cortes, alguns ainda tinham pequenos cacos de vidro que ele teve que remover com cuidado. Sangrava bastante, manchando o lençol branco que cobria a cama.

Quando terminou, umedeceu outra toalha no banheiro e limpou o rosto e o braço novamente, pra ter certeza de que estava limpo.

Usou os poderes então para curar as queimaduras e fechar os cortes.

Estava quase terminando quando ela acordou, puxando o inspirando com força como se estivesse com falta de ar.

Arthur a puxou rapidamente, pra que ficasse sentada. Diana começou a tossir e segurou o braço dele , machucando-o com as unhas compridas.

Ela estava tossindo sangue, respingava a sua frente. Arthur pôs a mão sobre seu peito e tentou curar. Isso pareceu amenizar a tosse, e Diana o afastou um pouco.

Ela esfregou os próprios olhos, que lacrimejavam.

— Eu vou buscar agua — disse Arthur e ela assentiu.

Arthur desceu rapidamente ate a cozinha e logo estava de volta com um copo de agua fresca.

Ela bebeu todo o conteúdo e devolveu o copo vazio para Arthur, que o deixou de lado em uma penteadeira.

— Obrigada — disse ela com a voz rouca.

Diana estalou os dedos e pareceu usar magia em si mesma.

— Obrigada — repetiu ela quando terminou, desta vez com a voz clara.

— Como está se sentindo? — perguntou ele ainda preocupado.

— Melhor — ela respondeu passando a mão pelos fios de cabelo que haviam se soltado da trança. — Mas ainda me sentindo mal, preciso de um banho.

Enquanto Diana tomava seu banho, Arthur se livrou dos lençóis sujos de sangue e preparou a cama para ela dormir. Fechou as janelas, que já estavam resfriando o quarto e ela voltou enquanto ele estava no ato de travar a ultima delas.

— Melhor? — ele perguntou enquanto ela se sentava na beira da cama.

— Sim — respondeu começando a desmanchar e refazer a trança no próprio cabelo.

— O que aconteceu lá? — Arthur perguntou se sentando ao lado dela e observando enquanto seus dedos torciam as mechas habilmente.

Diana começou a rir e Arthur franziu o cenho confuso.

— Eu derrubei uma poção dentro da outra acidentalmente. A mistura virou um vapor que me deixou tonta e eu desabei na mesa. Quebrei os vidros das outras poções, deve ter misturado tudo. Só me lembro de um cheiro terrível que queimava por dentro, e apaguei.

— E você ri?

— Sim, com mais de quinhentos anos de idade, cometo um erro infantil desses — disse ela ainda rindo.

Arthur ergueu as sobrancelhas surpreso.

— Quinhentos anos?

— Um pouco mais — disse ela refletindo. — Não pergunte quantos exatamente, eu não me lembro de cor, muda todos os anos. Só fazendo as contas, mas não agora.

Arthur estava sinceramente impressionado.

— Eu sabia que você era velha, mas nunca imaginei que era tanto assim — disse ele e recebeu um sorriso como resposta. — Você parece melhor — disse se levantando. — Acho que deveria descansar, só por precaução.

— Você vai embora? — perguntou ela prendendo a ponta da trança com um elástico. Ela segurou a mão dele com a própria — Porque não dorme aqui comigo?

Arthur deu um sorriso torto.

— Não vai me oferecer seu quarto de hóspedes?

Ela deu um de seus sorrisos maliciosos ao mesmo tempo que o puxava para a cama.

— De jeito nenhum — disse ela antes de colar os lábios nos dele.

Aos poucos Arthur foi percebendo que o nó que parecia ter se apertado em seu peito quando a viu sobre aquela mesa ia se afrouxando conforme tocava o corpo dela com o próprio. Descobriu que a proximidade com ela lhe confortava.

E algum tempo depois, quando ela dormiu, Arthur notou que para ele jamais poderia existir um Anjo que fosse mais lindo do que Diana.

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