Um climão se instala na sala. Todos se olhavam na sala. Thomáz olhava fixamente para Kara.
- Dr. Benjamim que bom que você veio! - dispara minha mãe - Imagino que ela não fale português? - questiona
- Ela fala sim, bem pouco... - diz - Eu e minha esposa não queríamos atrapalhar seu jantar.
- Vocês não atrapalharam nada! Como estou sendo mau educada. Prazer em conhecê-la, Kara! - rebate minha mãe
- Prazer! É bom revê-los Isla, Edward e Thomáz... - responde
- É bom revê-lá também, Kara! - diz Edward
- O mesmo... - dispara Isla
- Kara, quero te apresentar a Valentina. Ela é a causa de estar-mos aqui! - diz Dr. Benjamim
- Prazer, Valentina! Ouvi falar muito de você. O Ben admirava sua força para conseguir melhorar... - indaga
Olho para ele. Que encolhe seus ombros.
- Obrigado, eu apenas queria sair daquele hospital! - digo
- Agora só falta o Christopher para poder jantar-mos! - dispara minha mãe
- Vou ligar para ele... - diz Isla
Observo todos na sala. Como havia uma tensão. Thomáz não parava de encarar a Kara. E ela conversava com a minha mãe. Diana estava incomodada com aquilo. E o Dr. Benjamim também estava incomodado com aquela situação. Ele foi pego de surpresa, acho que não devia saber deste relacionamento com o Thomáz. Ele me olha. Como da outra vez, não sei explicar mais era diferente. Ele desvia seu olhar para o copo de Bourbon em suas mãos.
A campainha toca. Era o Christopher ele estava meio estranho. Parecia meio bêbado.
- Christopher! - dispara Edward com repreensão - Não vai me dizer que bebeu?
- Não foi quase nada... talvez um pouquinho! - brinca
- Eu não acredito! - diz Isla - Você achou conveniente beber hoje? Começar hoje no caso! - rebate
- Eu tenho motivos para beber. Mais também não exagera não bebi tanto assim... - rebate
- Nos desculpe Esme. Por mais essa situação! - dispara Isla
- Kara! - grita Christopher - o Thomáz está brincando com você também? Ele é craque nisso! - completa
- O garoto acho melhor você parar! - repreende Thomáz
- Ou que me bate? Ou roubar a garota que amo? - dispara Christopher
- Chega Christopher, vou te levar para casa! - diz Edward
- Não precisa, eu vou sozinho... não se preocupem eu vou a pé! - rebate e sai
Todos se olham.
- Realmente me desculpem, por tudo isso! - diz Isla
- Não precisa Isla... isso é apenas uma fase! - rebate minha mãe
- Assim espero! - diz Edward
Todos na mesa ficam em silêncio. Chega ser agonizante, acho que está sendo o pior jantar da minha vida.
- Papa, o prato está divino! - dispara Diana
- Diana, está certa papa. Está tudo maravilhoso! - completo
- Vocês são os primeiros a provarem. Será inserido no cardápio em breve no Le Villeneuve... - responde papa
- O Le Villeneuve é seu? - dispara Kara - Eu amo aquele lugar. O ambiente é incrível, o serviço é maravilhoso e a comida é divina... - completa
- Fico contente que você goste. Falarei para a equipe que o trabalho deles está sendo elogiado... - responde papa
- Queria poder ir com mais frequência. Mais o hospital me consome! - diz o Dr Benjamim
- Imagino, ser um médico já é difícil ainda mais um de trauma... - rebate minha mãe - Tem algum razão para essa escolha? - questiona
- Uma pessoa muito importante para mim, morreu atropelada...- responde sombrio o Dr Benjamim
- Realmente sinto muito pela sua perda! - diz minha mãe
- E você, filha? Está tão quieta! Você está bem? - questiona papa
- Só minha cabeça que dói um pouco! - respondo
- Está tomando seus remédios? - questiona Dr. Benjamim
- Sim, estou! - respondo o encarando - Papa, o jantar estava uma delícia! Eu vou me recolher, estou me sentindo um pouco indisposta... - aviso
- Tá, filha! - diz papa
- Querida, deixa que eu te ajude a levantar! - dispara minha mãe
- Me desculpem não poder ficar mais, realmente preciso descansar um pouco, o dia foi puxado... - me desculpo - Com licença!
Chegamos no quarto. Tento tirar o vestido.
- Querida, deixa abri para você... - dispara - A noite não foi boa, né! - completa
- Foi meio agitada, mais o jantar foi ótimo... - digo
- Você está sendo gentil! - indaga
- Mãe, se quiser descer, pode ir! Consigo me virar daqui... - digo - Seus convidados ainda estão aí!
- Tem certeza? - questiona
- Tenho pode ir! - digo
Fico me encarando no espelho. Vejo a cicatriz da bala. To nela pela primeira vez. Ainda estava feia, vermelha com manchas roxas. Me encaro, tentando entender tudo.
Minha cabeça dói. Umas imagens invade a minha cabeça. Um borrão de um cara, conversando com alguém. Me sento, respiro. Tento entender aquilo tudo. As imagens voltam mais nítidas. Sou eu e o Christopher!?
- Me deixa te proteger. Quando você for embora eu vou com você. Largo tudo para ficar com você... - diz
- Você é louco! - digo
- Não louco, apaixonado... - rebate - E eu sei que você sente a mesma coisa, eu sinto - completa
Não pode ser! Eu e o Christopher? Ele apaixonando por mim?
Minha cabeça dói mais ainda. Mais imagens invadem a minha cabeça.
- Agora eu sei! Você quer o nosso "nós" mais algo te impede. Você é como um pássaro que está preso numa gaiola, só esperando alguém abrir a porta da gaiola...- diz - Eu vou ser esse alguém!!!
Uma toneladas de imagens invadem a minha cabeça.
- Você não sabe o quão é linda!!! - dispara
- Não comece... - rebato
- Não estou começando nada, só afirmando que você é linda! - rebate - Você não sabe o quanto estou me segurando para não beijar essa sua boca de novo!
A imagem de um beijo invade os meus pensamentos. O nosso beijo...
Um sentimento estranho me invade, o Christopher e eu. Eu quero me lembrar mais, eu quero mais.
Saio do banheiro. Vejo um vulto na varanda. As maçanetas começam a se mexer.
- Valentina, sou eu Christopher! Abre a porta! - dispara
Um alívio sai na minha respiração. Pego a bengala e tento ir o mais rápido que puder. Chego até a porta e abro.
- Desculpa, te incomodar! - dispara
- Não, não incomoda. Entre... - digo
- Eu queria me desculpar com você por antes... - indaga - Não queria que me visse daquele jeito! - completa - Eu não aguento mais essa situação! De te ver, não poder te tocar. Você sem aquele brilho nos seus olhos. Você não se lembra da gente, dos nossos beijos...
- Eu lembro! - disparo
- O quê? Como assim? Você se lembra de tudo? - questiona
- Não tudo mais de você! Lembro de você falando que me protegeria. Lembro de você querendo o nosso "nós". Me lembro do nosso beijo. Esse sentimento forte que eu sinto por você é totalmente estranho! Eu não o consigo explicar, só sei que o sinto por você! - digo
- Então eu estava certo! Você me amava, agora eu sei! Que o amor que você sente por mim está aí... - completa
- Eu quero entender isso que eu sinto por você... - dispara
- Me deixa entrar, Valentina? - pergunto - Me deixa te amar como deve ser amada...
- Sim, me ame, por favor! - respondo
Ele beija. Aquele beijo era tão familiar. Ele me beijava tão docilmente.
- Me desculpe! Não quero que sinta dor. Sei que ainda se recupera... - dispara
- Eu gosto do seu beijo! - disparo - Provoca-me sensações boas. Você me traz uma sensação boa...
- Voltou! - dispara
- O quê? - rebato
- O brilho nos seus olhos! O brilho que me fez me encantar na primeira vez... - responde - Esse brilho que foi ofuscado!
- Pelo que? - questiono
- Não vale a pena lembrar... - dispara seco
Ficamos deitados nos encarando.
- Ficaria por horas te olhando... - dispara
- Eu também! - rebato
Ouvimos batidas na porta.
- Filha sou eu mamãe! Vim ver se está tudo bem? Porque fechou a porta! - dispara
- Vai para debaixo da cama! - disparo
- Sério? - brinca
- Agora! - digo
Ele desce e se esconde.
Pego a bengala e vou até a porta e a abro.
- Me desculpe, eu só não queria ver ninguém! Estava com muita dor de cabeça... - invento
- Nem a mim? - questiona
- Você e o papa são os únicos que abriria - respondo carinhosamente
- Acho bom. Tomou os remédios? - questiona
- Sim, estava deitada tentando dormir! - digo
- Só não tranque, como vou saber se está bem ou não? - repreende
- Me desculpe, não vai se repetir! - afirmo
Me dá um beijo.
- Te amo, querida! Te amo muito... - dispara
- Também te amo demais! - rebato
Ela deixa o quarto. Me sinto culpada por ter que mentir para ela.
Christopher sai debaixo da cama.
- Me senti com 16 anos de novo! - dispara
- Porque já fez muito isso antes? - questiono
- Não vou mentir! Sim... - responde - Mas em minha defesa, o pai dela me odiava...
- Porquê? - questiono
- Ele não aprovava eu ser o cara que a filha dele escolheu! É passado, não vale a pena relembrar isso... - rebate - Eu preciso ir...
- Queria que ficasse mais...- digo
- Você precisa descansar e eu embora. - rebate
Ele segue pela varanda. E desce agilmente. Eu o acompanho descer.
- Te amo - dispara
- Vai logo! - rebato
O vejo sumir na escuridão do jardim.
- Acho que também te amo! - digo sozinha
Continua no próximo capítulo!