Nova jornada

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A claridade começa a invadir o meu quarto. Me levanto do chão onde passei o resto da noite.

Me sinto destruída, suja, não consigo me encarar no espelho. Como eu pude ter sido tão baixa em fazer isso com a Diana.

Meu celular não para de chegar mensagens do Christopher. A mágoa começou a se transformar em raiva. Jogo na parede de tanta raiva que estava sentindo dele, de mim, sem falar do Thomáz. As imagens invadem de nós dois não param de invadir os meus pensamentos. Me dá uma aflição, uma agonia e uma raiva. Vou para o banheiro e ligo chuveiro. Entro de pijama, e deixo a água correr livremente pelo meu corpo. Eu me sinto tão suja, que começo a me esfregar para tentar ver se melhorava isso que estava sentindo.

O que eu estava na cabeça em fazer isso?

Me sento no chão e deixo o desespero vim novamente e tomar conta de mim. Toda a raiva que sinto, o horror á isso tudo, vem a mim como um soco. As lágrimas acompanhava todos os sentimentos que sinto.

Por quê?
Por quê, eu fiz isso!
Por quê, o Christopher me escondeu isso!
Ele sabia o tempo todo!
Quando eu o questionava, ele sempre se esquivava. Falando que não era importante!
COMO ISSO NÃO É IMPORTANTE?
Em que mundo, você trair a sua própria irmã, não era importante!
Eu me sinto tão violada, usada, enganada!
Thomáz, nunca gostou de mim. Ele sempre me quis como uma forma de poder.
Ele não ama ninguém!
Ele não respeita ninguém!
Em que mundo, eu me propus a fazer essa sujeira toda!
Eu to com mais nojo de mim!
Por me deixar se envolver com alguém que não vale merda nenhuma!
Aí que ódio de mim!
Aí que ódio do Thomáz!
Aí que ódio do Christopher, por esconder tudo isso.

Saio do banheiro e encontro na cabeceira o anel que tinha devolvido ao Christopher.

...............................

Faz dois dias que não consigo sair desta cama. Tenho vergonha de até olhar para a minha mãe, de tão filha da puta que fui.

Ouço batidas na porta. Minha mãe entra logo em seguida.

- Filha, é o Christopher de novo! - dispara
- Fala que eu morri! E manda ele ir pro inferno! - respondo
- Não acha melhor falar com ele? - questiona - O menino está devastado. Vem todos os dias, manhã, tarde e noite! E também, eu soube que ele brigou feio com Thomáz...
- Por mim, eles podem se matar se quiserem! - respondo

Ela me encarando hesitante de descer para falar com ele. Mas, por fim sai. Sinto a sua preocupação comigo, sinto seu desespero em poder ajudar. E sua curiosidade em saber o que aconteceu, para acabar tudo assim. Se ela soubesse o motivo, acho que ela nunca me olharia no rosto e com razão. Não posso contar isso nunca nem para ela e nem para ninguém. A humilhação seria muito grande, junto com o nojo, indignação em saber o que eu tive coragem de fazer.

Preciso sair daqui. Pego o Mac na cabeceira e vou até os meus e-mails e abro a confirmação o email de confirmação de Oxford. Que vai direto para um site, que me dá a opção de confirmação. E confirmo a minha matrícula.

Congratulations, you are a student at Oxford University.

Fecho o Mac. E saio do quarto.

Chego na sala. Vejo meu papa e minha mãe no sofá conversando. Eles param quando me vê.

- Eu fui aceita em Oxford! - disparo

Os pego de surpresa.

- Recebi o email há algumas semanas, como eu queria ficar aqui em Nova York. Resolvi esquecer, mais como hoje era o último dia para confirmar a minha matrícula. Eu confirmei... - indago
- Mais e a Columbia? - pergunta meu papa
- É, Valentina! Estava tudo certo para o seu ingresso! - completa minha mãe
- Vocês sabem que a Columbia nunca foi minha primeira opção. O nosso sonho sempre foi Oxford, não a Columbia! - respondo

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