Meu medo é te amar...

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Na entrada do Plaza, Christopher para e se afasta para fazer uma ligação. Ali parada eu podia o admirar um pouquinho. Era tão estranho ver ele todo elegante com smoking e os cabelos para atrás com gel. Parecia muito surreal para mim. Nunca imaginei sair dessa forma que estamos vestidos, era estranho mais um estranho bom. Nunca tinha percebido o quão ele era bonito. Eu só via o rebelde que me atraiu uma vez, mais ver ele assim. Era uma nova percepção. E esse encontro que ele planejou. Aí meu Deus, agora que caiu a ficha que era um encontro!

Ele retorna e pega a minha mão.

- Nossa carona chegou! - diz
- Carona? - questiono
- Não pensou que íamos de moto vestidos assim? Estamos bonitos demais para irmos de moto! - brinca
- Ok...- digo

Ele abre a porta do carro para mim e logo em seguida entra.

- Broadway - diz
- Ok, sir! - diz o motorista

Durante a viagem não trocamos uma palavra até chegar. Aquele silêncio era perturbador, não ouvi-lo falando nada. Eu também não conseguia formular nada para acabar com aquilo. Então seguimos em silêncio.

Chegando na Broadway. Vejo muitas pessoas e crianças. Olho para ver qual peça que estava em cartaz, era Aladdin. Como ele saberia que era o meu desenho favorito na infância e até hoje?

- Vamos ver Aladdin? - pergunto
- Sim, é o seu favorito, não é? - questiona
- Sim, mais como você sabia disso? - rebato
- Tenho os meus informantes! - finaliza
- Acho que te amo! - brinco vidrada no cartaz
- Eu sei! - brinca

Passamos pela a entrada direto. E subimos umas escadas, uma moça nos acompanha até os nossos lugares. Estranho quando passamos pelo auditório, depois me dou conta que era no camarote.

- Não precisava ser no camarote! - sussurro
- Eu planejei essa noite, e nela está incluso uma vista perfeita! - rebate - Além do mais os ingressos normais estavam esgotados, eu conferi antes de gastar $2000 em cada ingresso! - brinca
- Não precisava mesmo...- disparo
- Precisava sim, por você precisava! - rebate

Chegamos aos nossos lugares. A vista era perfeita, só estávamos nos dois isolados e sozinhos. Começa o espetáculo, eu estava tão entusiasmada. Durante quase todo o espetáculo eu notava o Christopher me olhando. E quando ele olhava a apresentação eu também o olhava e foi assim por mais de 2 horas.

Saímos do teatro. O carro já nos esperava. Entramos eu o silêncio de antes volta.

- Obrigado! - digo
- Pelo o quê? - rebate
- Por tudo isso, o dia, o musical, a noite... - respondo
- Ela ainda não acabou! - diz

O encaro e me mantenho em silêncio.

O carro para em frente à um restaurante bem familiar. Então é aqui a nossa próxima parada?
Christopher sai do carro e abre a porta para mim. O restaurante da minha família o Le Villeneuve.

- Não imagino o porque da escolha! - disparo
- Imaginei que deve estar com saudades de casa... - responde
- Obrigado por isso, não sabe o quanto está me fazendo feliz! - digo
- Nada de querer aparecer só porque é a filha do dono! Eu fiz as reservas e eu pago... - brinca
- Não abrirei a boca! - brinco
- Vamos? - pergunto estendendo o braço

Eu pego o braço e entramos. Entramos ele da o seu nome, depois o maître vem até nós. Ele nos leva até a mesa e entrega os cardápios. Peço o de sempre quando vou nos restaurantes a dica do chefe. Sempre é uma coisa nova e diferenciada.

- Chief's tip, please!(Diva do chefe, por favor!)- digo
- The same, please!( O mesmo, por favor!)- diz Christopher
- And some drink?( E alguma bebida?)- diz o maître
- Two orange juices, please!(Dois sucos de laranja, por favor!)- Christopher responde

O maître sai e passa o nosso pedido pro garçom.

- Seus informantes falaram do suco também? - questiono
- Nunca brinco em serviço, Valentina! - rebate
- Você não precisa pedir a mesma coisa. Você tem idade eu que não tenho! - rebato
- Eu quis te acompanhar no suco, afinal eu ando de moto. Não brinco com a sorte - diz
- O bad boy no final é um good boy. Surpresas e mais surpresas não paro de ter com você! - digo
- As pessoas é que me fazem de cara mau e não é verdade. - diz
- Eu nunca o conheci de verdade, não sei o que gosta ou não... - pergunto
- Temos tempo até você voltar para o Brasil! - diz

Ficamos conversando sobre a peça e nem vemos o tempo passar. Christopher pede a conta e a paga. O nosso carro chega. O gelo de antes foi quebrado. Voltamos para o Plaza, conversando assuntos totalmente aleatórios.

Entramos no elevador.

- Vamos passar a noite aqui? - questiono
- Se você quiser eu não me importo...- diz - Podemos ir amanhã pela manhã!
- Melhor. Já está tarde para pegar estrada! - digo
- Tá então passamos a noite aqui! - indaga

Entro no quarto. Noto que tinha esquecido o meu celular no quarto. Olho e vejo mais de 20 chamadas do Thomáz. Por um momento eu tinha esquecido dele. Ele deve estar furioso e ficará ainda mais quando saber que passarei a noite fora. Irei falar com ele somente amanhã. Tenho medo do que ele possa fazer se falar com ele agora. Parece que todos os meu problemas retornaram. Me jogo a cama, para tentar esquecer de novo.

Não quero ficar sozinha. Não quero voltar a ficar maluca pensando nos problemas. Me levando da cama e saio. Vou até o quarto do Christopher. Êxito se devo ou não bater na porta dele. Ele é meu único remédio contra isso. Mas ao mesmo tempo não posso ferrar ele mais ainda. Então decido voltar para o meu quarto.

Eu tenho que aprender a lidar com as minhas merdas. Eu sou a única culpada. Ouço batidas na porta. Era ele...

- Porque não bateu? - questiona
- Como sabe? - pergunto
- Vi sua sombra, depois a vi no olho mágico... - rebate
- Foi um momento de loucura... - respondo
- Não, você foi até mim. Não foi por loucura! - rebate entrando no quarto - Do que você tem tanto medo, Valentina? - pressiona
- Eu tenho medo de você! - grito - Eu tenho medo de te amar!!!
- Então me ame, como eu te amo! - grita
- Eu não posso, eu não posso te amar! - disparo
- Por que você não pode? - pergunta
- Porque eu estou presa! - respondo
- Me deixa te libertar, me deixa eu te amar! - diz - Eu quero te amar!
- Eu não sou garota para você, Christopher! - digo - Eu sou toda estragada, perdida e podre...
- Não, você não é. Você é linda, doce, amorosa... Você é perfeita! - dispara - O Thomáz que é o podre!

Meu corpo gela, meu coração para.

Ele sabe...

Continua no próximo capítulo!

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