Os Eternos

By Luana_Bastos

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O que fazer quando seu destino é se tornar aquilo que mais teme? A vida de Elari é regida pelo medo, medo dos... More

Entenda um pouco de Corea
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Guia de Pronúncia
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Wattys 2018
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Comentários da autora
🎊ANIVERSÁRIO!🎊
Entrevista
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Aestethic
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Quadro de Avisos
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Final
Curiosidades
Corea
COMPETIÇÃO!
Capitulo Extra (Aniversario de 2 anos)

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By Luana_Bastos

O tempo frio e nublado fazia parecer que o céu tinha ficado de mau humor junto com Elari, dentro da armadura era abafado e apesar de não estar mais carregando a lança pesada ainda sentia a dor nos ombros, um dia inteiro na cozinha não se comparava àquela caminhada.

Quando tirou as luvas viu que as mãos estavam calejadas e xingou Ruilara pela vigésima vez naquele dia. 

- Um dia se acostuma.

Cassien comentou ao a ver abrir e fechar as mãos repetidamente. Ele tinha retirado a armadura e Elari estava evitando olhar seu rosto.

- Não vai se trocar? Imagino que ser aprendiz da Conselheira não lhe dê muito tempo.

- E não dá.

Ela ainda teria que correr com escândalo quando ela retornasse e depois começar a manejar alguma arma isso se a carrasco branca não resolvesse lhe colocar na cozinha naquele dia também.

- Você é calada.

Ela riu ao imaginar o que ele diria se conhecesse Oldren e a curiosidade do porquê ele havia se aberto somente para ela a atingiu. Talvez tivesse relação com serem da mesma terra, ou simplesmente por terem passado mais tempo a sós, de qualquer forma não tinha sido ruim.

- O que está acontecendo?

Cassien tinha se afastado e virado as costas, aproveitando a oportunidade
Elari também olhou adiante, quatro montarias se aproximavam velozmente, entre elas estava a ilustre figura solar de Jasti, o que significava que aquela era a escolta do rei. Eles adentraram a área da guarda ainda montados e todos que estavam ali, inclusive pessoas que haviam chegado naquele instante às pressas estando entre tais Steve, foram na direção deles, preocupados e exasperados demais para se lembrarem de cumprimentar o rei adequadamente. Um borrão branco passou e logo em seguida Ruilara Golynda era o fronte.

- O que houve?

O rei desceu e sua figura sombria era o destaque junto com a da Conselheira, preto e branco centravam tudo. Eles estavam molhados, provavelmente por conta do orvalho acumulado nas folhagens do bosque, e suados. A voz que era como um pesadelo com seu assassino não hesitou apesar do aparente cansaço.

- Um groule. É jovem e violento. - ele olhou para Steve - Mande guardas para se livrar desse problema.

Depois ele falou baixo, apenas para Ruilara e em seguida olhou pra trás à sua esquerda onde estava a escândalo terminando de desmontar o cavalo e saiu pisando forte.
Um groule, era tudo em que Elari pensava, um groule. Nunca havia visto um por serem criaturas do continente, não deveria estar em uma ilha, mas se era jovem devia ter sido levado por alguém que pretendia criar o felino mais belo e letal de todo o Continente, era o ser que estava estampado na bandeira e lembrava muito os companheiros, as metades dos dourados, mas esses não estavam presos a ninguém, haviam lendas de serem dourados que se uniram para sempre com o laço que ligava suas mentes apertado e os transformando em um só, mas o groule era bem diferente de um dourado, não haviam dourados pretos como o desconhecido, com olhos prateados e garras tão mortais, não. Se o groule já houvesse sido um dourado deveria ser o mais antigo ancestral, o mais belo, assustador e letal, violentos como se fossem a própria morte e aqueles que os viam e sobreviviam eram poucos.
Elari encarou o jardim e o bosque mais adiante, estava escuro devido ao céu nublado e mesmo com todas as histórias e lendas que já ouvira e lera envolvendo o groule, ela teve vontade de o ver.

- O que ainda faz parada aqui?

Ela piscou e viu um par de olhos dourados enraivecidos.

- Deveria estar correndo.

Ela ainda teve a audácia, por conta de seu recém estado de devaneio, de questionar.

- O groule...

- Não vai chegar nem perto do Palácio. Agora vá.

Golynda interrompeu.
Ainda ali, escândalo riu, sem sequer se dar ao trabalho de esconder.

- E es- Jasti?

Ruilara não reagiu quanto à mudança súbita da designação.

- Ela está liberada para ver o curandeiro. Mas você não. Entendido?

As duas automaticamente responderam. Ruilara partiu e Jasti andou devagar na direção de Elari, ao passar cantarolou:

- Privilégios de uma queridinha do rei. No final, eu sempre consigo o que quero.

Elari tentou muito não trincar os dentes para não dar a satisfação que a escândalo tanto queria, mas ela não era feita de ferro como gostaria de ser, ainda era aquela garotinha explosiva de anos antes e por isso mesmo ela tinha agarrado o braço com a mão levantada da escândalo, a mesma mão que ela tinha exibido como se fosse a rainha, puxou para perto de si e falou com os olhos fixos nas íris cor avelã, tão baixo que talvez nem mesmo um convertido conseguisse escutar àquela exata distância menor que trinta centímetros.

- Cuidado! Às vezes nossos desejos são traiçoeiros, mesmo ao serem conquistados.

Ela sabia bem daquilo, tinha desejado tanto se afastar daquela cidade, da casa, da mãe e havia ido parar no centro de poder dos seres que mais temia.
Jasti a viu diferente, com um olhar que poderia ser medo, empatia ou mesmo nada, o que ela observava estava além daquela Elari naquele instante, aquela com um brilho inatural nos olhos que era semelhante a chamas congelantes ou gelos crepitantes. Tomou o pulso de volta e somente porque Elari permitiu, por mais que fosse fraca fisicamente a sua mente havia tomado o corpo e nada era mais forte que ela ali, naquele momento.

- Guardarei seu conselho.

Elari acompanhou a escândalo enquanto ela desfilava porta afora, somente vários segundos depois lembrou-se de sua companhia anterior e o procurou, mas o que viu foi um salão deserto, a mesa de armas vazia com exceção da armadura que ela ainda estava tirando, já tinham partido. Ela entendia, um groule precisava ser caçado.

Mais uma vez ela observou o jardim, a grama estava escura devido à pouca luz e claramente úmida.
Removeu o restante do metal do corpo e se alongou, apenas algumas voltas, repetia para si enquanto sentia os músculos das pernas, costas e ombros, cansados depois daquela manhã exaustiva. Apenas algumas voltas e iria comer e aproveitar a tarde enquanto Golynda estava ocupada, esperava que o groule desse bastante trabalho, o suficiente para que dormisse até o dia seguinte.

Com um breve aquecimento ela disparou e iniciou a volta. Quando chegava à montanha que dividia a ilha, passava pelo único túnel corredor aberto do Palácio, o mais largo e mais claro, não fosse pela ausência de fontes luminosas.

Aquele lugar parecia abençoado e amaldiçoado, como se cada deus conhecesse apenas uma parte dele e decidisse sozinho se haveria luz ou escuridão, porém, naquele instante, todos os deuses deviam estar de mal humor para que não houvesse luz ou alegria ou esperança ou paz ou vida em quase todo aquele Palácio e assim o estava desde a chegada do rei, realmente, Seo Morthana podia não ser um rei iluminado, podia ser a decadência do Reino Negro, como muitos sussurravam desde que Elari podia se lembrar, o rei da destruição, que levaria os negros ao seu fim.

Foi durante a terceira volta enquanto estava naquele corredor entre Rocha e Palácio que a chuva começou, intensa e repentina. Ela decidiu entrar, mas quando tentou abrir uma das portas não conseguiu, nem a seguinte. Por isso bateu e gritou e esperou, mas o frio estava dominando e aquela chuva estava para se tornar tempestuosa com aqueles prenúncios dados por trovões distantes.
Se encolhendo e tremendo de frio e um pouco de medo, bem, estava sozinha e trancada do lado de fora com um groule à solta, tinha o direito de ter medo, ela debateu sobre enfrentar as gotas densas e pesadas para encontrar outra porta ou esperar ali, sozinha, com frio e no escuro podendo ser atacada a qualquer instante.
Ficar molhada não era tão assustador quanto àquela solidão, preferia uma acolhida no calor da cama.
Por isso Elari se abraçou e disparou na direção da chuva correndo atrapalhada na grama enquanto tentava se manter equilibrada mesmo escorregando e sem enxergar muito.

A primeira porta estava trancada e ninguém vinha com suas batidas e gritos, a segunda também.
Encolhida sob o portal imaginou que as pessoas ali dentro também podiam estar com medo do groule sob seus lençóis e orando aos deuses para que mantivessem a fera do lado de fora.

Os lábios já estavam ficando dormentes quando viu a pequena construção a poucos metros, borrada, mas visível. Não lhe custaria muito ir até lá para ver se estava aberta.
E foi o que fez, com meio pensamento já estava na metade do percurso.

Sob a proteção da construção ela encontrou uma porta aberta e se arrependeu de ter reclamado de como os que viviam além a tinham abandonado.

Velas estavam acesas fornecendo um calor bem vindo, flores adoravam todo o ambiente repleto de belas pinturas de paisagens coloridas e pacíficas. O cheiro das peônias era predominante sobre as demais, mais adentro tinha uma cortina de tecido pesado, nenhuma janela, reparou Elari por fim.

A curiosidade a atiçava para que explorasse mais, contudo sua mente a conteve e ela ficou parada ali, esperando e absorvendo calor.

Alguns minutos depois um flash de luz invadiu o lugar rapidamente pela porta ainda aberta e em milésimos de segundos depois o som estrondoso ecoou pelos tímpanos de Elari a assustando fazendo com que um grito escapasse de sua garganta e ela pulasse e se agachasse com o medo. Estava sozinha durante uma tempestade, com frio e isolada, a imaginação já tratava de atormentar-la com imagens a cada raio, as lembranças de uma noite com o tempo como aquele fluindo...

- Quem está aí?

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