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O tempo frio e nublado fazia parecer que o céu tinha ficado de mau humor junto com Elari, dentro da armadura era abafado e apesar de não estar mais carregando a lança pesada ainda sentia a dor nos ombros, um dia inteiro na cozinha não se comparava àquela caminhada.

Quando tirou as luvas viu que as mãos estavam calejadas e xingou Ruilara pela vigésima vez naquele dia. 

- Um dia se acostuma.

Cassien comentou ao a ver abrir e fechar as mãos repetidamente. Ele tinha retirado a armadura e Elari estava evitando olhar seu rosto.

- Não vai se trocar? Imagino que ser aprendiz da Conselheira não lhe dê muito tempo.

- E não dá.

Ela ainda teria que correr com escândalo quando ela retornasse e depois começar a manejar alguma arma isso se a carrasco branca não resolvesse lhe colocar na cozinha naquele dia também.

- Você é calada.

Ela riu ao imaginar o que ele diria se conhecesse Oldren e a curiosidade do porquê ele havia se aberto somente para ela a atingiu. Talvez tivesse relação com serem da mesma terra, ou simplesmente por terem passado mais tempo a sós, de qualquer forma não tinha sido ruim.

- O que está acontecendo?

Cassien tinha se afastado e virado as costas, aproveitando a oportunidade
Elari também olhou adiante, quatro montarias se aproximavam velozmente, entre elas estava a ilustre figura solar de Jasti, o que significava que aquela era a escolta do rei. Eles adentraram a área da guarda ainda montados e todos que estavam ali, inclusive pessoas que haviam chegado naquele instante às pressas estando entre tais Steve, foram na direção deles, preocupados e exasperados demais para se lembrarem de cumprimentar o rei adequadamente. Um borrão branco passou e logo em seguida Ruilara Golynda era o fronte.

- O que houve?

O rei desceu e sua figura sombria era o destaque junto com a da Conselheira, preto e branco centravam tudo. Eles estavam molhados, provavelmente por conta do orvalho acumulado nas folhagens do bosque, e suados. A voz que era como um pesadelo com seu assassino não hesitou apesar do aparente cansaço.

- Um groule. É jovem e violento. - ele olhou para Steve - Mande guardas para se livrar desse problema.

Depois ele falou baixo, apenas para Ruilara e em seguida olhou pra trás à sua esquerda onde estava a escândalo terminando de desmontar o cavalo e saiu pisando forte.
Um groule, era tudo em que Elari pensava, um groule. Nunca havia visto um por serem criaturas do continente, não deveria estar em uma ilha, mas se era jovem devia ter sido levado por alguém que pretendia criar o felino mais belo e letal de todo o Continente, era o ser que estava estampado na bandeira e lembrava muito os companheiros, as metades dos dourados, mas esses não estavam presos a ninguém, haviam lendas de serem dourados que se uniram para sempre com o laço que ligava suas mentes apertado e os transformando em um só, mas o groule era bem diferente de um dourado, não haviam dourados pretos como o desconhecido, com olhos prateados e garras tão mortais, não. Se o groule já houvesse sido um dourado deveria ser o mais antigo ancestral, o mais belo, assustador e letal, violentos como se fossem a própria morte e aqueles que os viam e sobreviviam eram poucos.
Elari encarou o jardim e o bosque mais adiante, estava escuro devido ao céu nublado e mesmo com todas as histórias e lendas que já ouvira e lera envolvendo o groule, ela teve vontade de o ver.

- O que ainda faz parada aqui?

Ela piscou e viu um par de olhos dourados enraivecidos.

- Deveria estar correndo.

Ela ainda teve a audácia, por conta de seu recém estado de devaneio, de questionar.

- O groule...

Os EternosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora